“Usas um vestido / Que é uma lembrança / Para o meu coração. / Usou-o outrora / Alguém que me ficou / Lembrada sem vista. / Tudo na vida / Se faz por recordações. / Ama-se por memória.”
O poema de Álvaro de Campos, um dos heterônimos mais conhecidos do escritor português Fernando Pessoa (1888-1935), remete ao conceito universal de que a memória é o que nós somos. Sem que tenhamos a possibilidade de recordar, a existência se esvazia por completo. A vida se sustenta com base nas ideias do presente, nas referências do passado e na forma como processamos e armazenamos as nossas experiências. Por isso, ninguém quer perder a memória, todos querem melhorá-la.
Pois um novo e ousado procedimento médico foi capaz de impulsionar o mecanismo que forma e preserva as lembranças, um feito inédito na medicina. Eletrodos implantados em uma área específica do cérebro recuperaram 15% da memória de pacientes. A taxa equivale ao que se perde em dois anos e meio com a degeneração provocada pela doença de Alzheimer. Ou ao que se esvai naturalmente em dezoito anos de vida de uma pessoa saudável.
Traduzindo: quem tem 56 anos hoje pode, em tese, voltar a ter a mesma memória que tinha aos 38 anos. Disse a VEJA Youssef Ezzyat, psicólogo da Universidade da Pensilvânia, autor principal da técnica: “O método abre um caminho de possibilidades para auxiliar as pessoas com problemas de memória”.
Publicado na revista Nature Communications, o trabalho tem sido considerado por especialistas do mundo todo como um dos feitos mais promissores ocorridos na neurologia nas últimas décadas, desde a disseminação dos aparelhos de ressonância magnética que revelam o cérebro em atividade.
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Por que ocorre a azia? A azia é uma sensação de queimação, que tecnicamente se chama pirose. Pode ocorrer na boca do estômago ou atrás do peito. A azia atrás do peito, chamada de retroexternal, é a mais comum. É geralmente desencadeada por alguns tipos de bebida, principalmente as fermentadas, e por alimentos embutidos e gordurosos. Em geral, ocorre devido à irritação do esôfago, a esofagite.
A doença de Alzheimer pode ser uma consequência de infecções por vírus que aconteceram ao longo da vida, principalmente o vírus da herpes, diz estudo publicado nesta quinta-feira (21) na revista "Neuron". A pesquisa analisou três diferentes bancos de dados de cérebros e mostrou, segundo os autores, o maior conjunto de evidências registrado até agora sobre essa relação.