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vaporEle é discreto e cabe no bolso. Como não produz cinza e a fumaça não tem aquele cheiro que fica impregnado na roupa e no cabelo, dá a impressão de ser “menos pior que o cigarro”. Mas será que isso é verdade? Só no último ano, segundo a agência de saúde britânica, a engenhoca ajudou 20 mil pessoas a largarem o cigarro. Seria uma espécie de política de redução de danos.

Apesar de o vapor do cigarro eletrônico ter menos substâncias tóxicas que a fumaça do cigarro comum, esse vapor contém compostos químicos cancerígenos, partículas finas que inflamam os pulmões, nicotina, metais pesados e aromatizantes, que também levam a doenças pulmonares.

A nicotina presente em um único cartucho do vaporizador equivale a 20 cigarros. Por ser tão recente, pouco se sabe sobre os efeitos dessa sobrecarga de nicotina para a saúde a longo prazo.

ientistas da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, concluíram que o vapor dos cigarros eletrônicos desativa as células protetoras do pulmão, que servem para combater bactérias, e ainda provoca inflamação. Os pesquisadores alertam, ainda, para o risco do consumo entre jovens e o perigo de uma futura epidemia que poderia ser evitada.

Prevendo essa possibilidade, a agência americana que regula remédios e alimentos deu um prazo aos fabricantes: em dois meses eles precisam apresentar medidas para evitar que menores comprem esses produtos.

Já o Reino Unido estimula a indústria dos vaporizadores, avaliada em um bilhão de libras. São mais de três milhões de consumidores no país. O governo afirma que os aparelhos são muito menos danosos que os cigarros tradicionais e enxerga neles uma forma de combater o fumo.

Entretanto, a cientista que observou os efeitos da inflamação do vapor nos pulmões diz que ainda é cedo para afirmar que os aparelhos são uma ferramenta de ajuda.

Parar de fumar

A dependência do cigarro é de três tipos: física, psicológica e comportamental. Por isso, o tratamento tem de mirar esse tripé. O cigarro causa sensação de prazer, aumenta a motivação (física). Também serve como bengala em determinadas situações, como de estresse (psicológica). Além disso, existem os hábitos associados ao fumo, como beber (comportamental).

 

G1

Foto: Augusto Carlos/TV Globo

A Justiça Federal de Brasília decidiu hoje (24) anular a decisão do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) que, na semana passada, concedeu à empresa farmacêutica norte-americana Gilead o pedido de patente do medicamento Sofosbuvir no Brasil, usado para o tratamento da hepatite C.

A decisão foi proferida pelo juiz Rolando Valcir Spanholo, da 21ª Vara da Justiça Federal, e atendeu a um pedido liminar protocolado pela candidata à presidência Marina Silva (Rede) e seu vice, Eduardo Jorge (PV).

O magistrado entendeu que o Inpi deixou de analisar que o pedido de patente feito pela empresa "não se coadunava com o interesse social, tecnológico e econômico do país". Segundo Spanholo, o instituto “desrespeitou a sua obrigação constitucional de zelar, preventivamente, pela guarda da soberania nacional e do interesse público”.

“Por isso, não andou bem o INPI quando se eximiu de enfrentar os argumentos de que a patente guerreada atenta contra o interesse social (a vida de quase 1 milhão de pacientes que dependem do SUS para tratar a Hepatite C), tecnológico (há notícia de que fundação pública nacional já desenvolveu tratamento genérico seguro e eficaz para a mesma doença, cujo projeto terá que ser abortado em decorrência da patente requerida) e econômico do povo brasileiro (anualmente, o SUS desembolsa quase R$ 1 bilhão para atender tais pacientes), sob a pretensa ausência de competência”, decidiu o juiz.

De acordo com o Ministério da Saúde, o preço de cada tratamento de hepatite C, que dura 84 dias, ficaria em pouco mais de R$ 5 mil usando o medicamento nacional. Comprando o remédio dos laboratórios privados, o custo por paciente já chegou ao patamar de US$ 84 mil (aproximadamente R$ 343 mil, na cotação desta segunda-feira).

Por meio de nota, o INPI informou que ainda não foi intimado da decisão.

 

Agência Brasil

nervosUma técnica de neuromodulação recém-chegada ao Brasil traz esperança para os pacientes com um dos tipos de dor crônica mais difíceis de tratar: a neuropática. Esse tipo de desconforto ocorre quando a lesão está nos nervos, medula ou no próprio cérebro.

A nova técnica, chamada de estimulação dos gânglios da raiz dorsal, é indicada para casos de dor neuropática em nervos periféricos.

Por meio dela, o cirurgião implanta um eletrodo ligado a uma bateria que gera estímulos para uma parte do nervo espinhal responsável por "repassar a mensagem" de dor para o cérebro. É como se essa região fosse bloqueada e deixasse de mandar esses sinais.
A primeira cirurgia do tipo a ser realizada no Brasil deverá ocorrer nas próximas semanas, no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, e será conduzida pelo neurocirurgião Guilherme Lepski médico da instituição e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da USP. Ele já realiza a técnica na Alemanha, onde também é docente na Universidade de Tubingen. O paciente brasileiro que será operado no HCor sofre de dor neuropática causada por uma lesão no nervo ciático que gera dor e queimação na perna inteira.

"Fora do País, faço essa técnica há cerca de cinco anos. Fizemos uma pesquisa com 62 pacientes na Alemanha em que observamos superioridade dela em comparação com outras existentes", conta ele.

Novas técnicas para a dor crônica

Problema que afeta cerca de 60 milhões de brasileiros e crescente por causa do envelhecimento da população, a dor crônica passa a ser alvo de novas abordagens terapêuticas que fogem dos tratamentos convencionais feitos com medicamentos e reabilitação. Para o grupo de pacientes que não melhoram com as terapias padrão, médicos e cientistas têm oferecido e estudado técnicas que incluem desde a estimulação elétrica do sistema nervoso para aliviar a dor até a aplicação de células-tronco do próprio paciente na região lesionada em busca de regeneração.

Nem todas as novas abordagens são regulamentadas no Brasil, mas, mesmo assim, a chamada Medicina Intervencionista em Dor já é tratada como subespecialidade médica no País, com mais de 300 membros na sociedade criada para este fim.

"Podemos dizer que temos dois grandes grupos de técnicas nessa área: a neuromodulação, que utiliza correntes elétricas ou bombas de infusão para bloquear a parte do sistema nervoso que sinaliza a dor; e a medicina regenerativa, na qual são usadas substâncias ou células do próprio paciente para provocar uma reação no tecido lesionado e, assim, sua consequente regeneração", explica Fabrício Dias Assis, médico do Singular Centro de Controle da Dor e membro da diretoria executiva do Instituto Mundial da Dor.

No rol de alternativas, as técnicas de neuromodulação são as mais avançadas, com muitas delas já regulamentadas e praticadas no Brasil. Já as de medicina regenerativa ainda são, em sua maioria, consideradas experimentais pelo Conselho Federal de Medicina.

Na última semana, Assis presidiu o Congresso da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor (Sobramid), realizado em Campinas e que teve como foco discutir justamente os avanços dos estudos em medicina regenerativa.

"O mecanismo de todas as terapias regenerativas é parecido: injetamos células-tronco mesenquimais (que dão origem aos ossos e às cartilagens) de algum tecido para estimular a produção de um novo tecido saudável", diz Assis. Entre os compostos utilizados nessas terapias estão o plasma rico em plaquetas (PRP), que vem do sangue; o aspirado concentrado de medula óssea e células adiposas tiradas da própria gordura corporal.

No geral, as técnicas são indicadas para pacientes com dor crônica provenientes de doenças degenerativas dos ossos e das articulações, como artrose.

Escala

Médica especialista no tratamento da dor do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Roberta Risso destaca que essas terapias ainda não são usadas em larga escala porque, embora tenham demonstrado ótimos resultados em laboratório, aguardam estudos mais robustos em humanos. "Esses tratamentos são muito promissores. No futuro, acreditamos que eles podem tratar uma artrose sem a necessidade de colocação de próteses, por exemplo, mas, por enquanto, os estudos não conseguiram fazer as células se regenerarem da forma necessária como observamos nos experimentos in vitro", disse a especialista.

E para que essas terapias sejam aprovadas, seria necessária, além de mais estudos, uma regulamentação específica também para o processamento dessas células. Depois de retiradas, elas precisam passar por processos de centrifugação ou purificação antes de serem reinseridas no corpo, o que pede um rigoroso controle de qualidade e regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Neuromodulação

Enquanto a medicina regenerativa segue em estudos, as terapias de neuromodulação, já com mais evidências científicas, têm sido usadas como alternativa para pacientes que não respondem a analgésicos e fisioterapia.

"A neuromodulação inclui desde procedimentos como implantes de bombas de infusão de medicamentos ou de eletrodos até procedimentos cirúrgico em que raízes de nervos são destruídas para anular a sensação de dor", explica o neurocirurgião Guilherme Lepski, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e da Universidade de Tubingen, na Alemanha.

Os especialistas explicam que, embora essas técnicas já tenham sido tema de vários estudos que comprovaram seus benefícios, a oferta delas ainda é restrita a clínicas privadas ou centros públicos de excelência por falta de capacitação. "O problema é que tem de ser uma mão de obra especializada. Não é qualquer médico que faz esses procedimentos", diz Roberta.

"A ideia de um congresso brasileiro com esse tema é justamente trazer palestrantes internacionais e nacionais que tenham experiência no assunto para formar mais profissionais com esse olhar", destaca Assis.

Busca

Foram dois anos procurando médicos e todo tipo de profissional que tivesse alguma técnica nova para o seu problema. A dor na coluna, que havia começado apenas com um incômodo, começava a tirar a autonomia do engenheiro químico aposentado Hermelindo de Oliveira, de 79 anos.

"No começo, eu só sentia um desconforto quando ficava muito tempo em pé. Depois de alguns meses, eu já estava com dificuldades para levantar da cama sozinho, não conseguia mais dirigir", conta.

Os remédios analgésicos e as sessões de fisioterapia aliviavam o quadro, mas não traziam uma melhora significativa. "Fui a ortopedista, fisiatra, fisioterapeuta, acupunturista. Fui numa porção de gente. Peguei uma pasta e fui colecionando os papéis de todos os profissionais. Depois de dois anos, já eram 17, e eu ainda estava com dor", relata. Oliveira, que morava em um sobrado, teve de mudar de casa por causa das dificuldades que tinha para subir escadas.

Foi então que o idoso decidiu buscar um médico intervencionista em dor e tentar terapias de neuromodulação e medicina regenerativa para tratar a dor na coluna. Ele passou por uma técnica que utiliza a radiofrequência para destruir parte do nervo que traz a sensação de dor.

Além disso, foi submetido a uma proloterapia - técnica na qual é aplicada uma solução de glicose na região lesionada, causando irritação na área, o que leva o próprio corpo a responder ao processo inflamatório, regenerando, assim, o tecido.

"Tive um período de recuperação depois desses procedimentos e agora não tenho mais dor. Faço minhas coisas, pinto meus quadros. Agora, finalmente fiquei bem", conta.

 

Agência Estado

Pixabay

hpvPesquisa mostra persistente estigma em torno da doença, que pode ter consequências mais sérias do que o próprio papilomavírus humano.

Altos níveis de vergonha e desconhecimento estão associados ao HPV, que é sexualmente transmitido e afeta a maioria da população. É o que mostra uma pesquisa recente, realizada pelo Jo's Cervical Cancer Trust, entidade de apoio a quem tem câncer do colo do útero no Reino Unido.
Apesar de ser a infecção sexualmente transmissível mais comum, o estudo revela que ainda existe um estigma em torno da doença — que pode ter consequências mais sérias do que o próprio papilomavírus humano (HPV).

Uma das conclusões mais preocupantes é que muitas mulheres não realizam o papanicolau, exame ginecológico para diagnosticar a doença, justamente por conta desse estigma.

Das 2 mil participantes da pesquisa, metade disse que se sentia envergonhada e perdeu o interesse pelo sexo por ter contraído o vírus.

Além disso, 35% das entrevistadas responderam que não tinham ideia sobre o que era HPV, enquanto cerca de 60% afirmaram acreditar que era equivalente ao câncer.

No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou em 2017 dados preliminares do Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional de Infecção pelo HPV, mostrando que a prevalência do vírus na população brasileira é de 54,6% — sendo que 38,4% apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.

"Quando recebi a carta com o diagnóstico de HPV, eu não sabia o que era, então procurei na internet e descobri que era uma doença sexualmente transmissível. Pensei imediatamente então que meu parceiro tinha me traído", disse Laura Flaherty, de 31 anos, cuja história é muito parecida com a de muitas entrevistadas.

"Eu não sabia nada sobre o assunto. Me senti suja. Levei um tempo para entender que o vírus pode ficar inativo por muito tempo e que é bastante comum. Ninguém próximo a mim sabia disso", acrescentou Flaherty, que foi diagnosticada com câncer do colo do útero em 2016.

O estudo mostrou que há uma necessidade urgente de disseminar mais informações sobre o HPV, uma vez que o conhecimento é capaz de salvar vidas.

Derrubando os mitos sobre HPV

Mito 1: 'HPV é transmitido apenas sexualmente'

Fato: a transmissão do HPV acontece geralmente por meio de relações sexuais sem proteção, mas também pode ocorrer pelo contato com a pele ou mucosas infectadas.

Mito 2: 'HPV é um sinal de promiscuidade'

Fato: estimados 80% dos seres humanos vão contrair o vírus em algum momento da vida. É muito fácil ser contaminado e passar adiante — e você pode ser contagiado na primeira vez que tiver qualquer tipo de relação sexual.

Mito 3: 'HPV significa que tenho câncer'

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Fato: existem pelo menos 200 tipos de HPV. Cerca de 40 deles afetam a área genital, o que significa apenas que eles residem nessa área. Alguns causam sensações incômodas, mas inofensivas, como verrugas genitais. Cerca de 13 tipos são considerados de alto risco e podem causar câncer do colo do útero, além de outros cânceres genitais, assim como câncer de boca e garganta — mas é mais raro.

Mito 4: 'Se você tem HPV, vai saber'

Fato: o HPV não apresenta sintomas e, na maioria dos casos, o sistema imunológico libera o corpo da infecção. O exame de papanicolau identifica quaisquer células anormais.

Um dos objetivos é mudar a mentalidade das pessoas sobre o HPV. E, acima de tudo, como a fundação Jo sugere, incentivar que as mulheres falem mais sobre o tema.

"Fazer exame preventivo, para ver se você tem HPV, é a maneira mais eficaz de identificar se você corre risco de desenvolver câncer do colo do útero", diz Robert Music, presidente da Jo's Cervical Cancer Trust.

"No entanto, o HPV pode ser confuso, por isso temos que encontrar uma maneira de normalizar o conceito, para que as pessoas não se sintam envergonhadas em dizer que têm o vírus."

Incidência

O HPV é responsável por 99% dos casos câncer de colo de útero, o terceiro mais frequente entre as mulheres no Brasil, o quarto que mais mata — e um dos poucos que pode ser prevenido com vacina.

Desde 2008, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a vacina contra o HPV, houve um rápido declínio no contágio e na incidência da doença em algumas partes do mundo.

Segundo a OMS, a vacina reduz em 70% as chances de desenvolver câncer do colo do útero se for aplicada em jovens entre 12 e 26 anos, antes do primeiro relacionamento sexual.

E, em algumas áreas onde as vacinas foram administradas, o benefício é evidente.

Por exemplo, um estudo do Royal Women's Hospital, na Austrália, constatou uma redução de 86% nas infecções por HPV em jovens de 18 a 24 anos que receberam três doses da vacina, e de 76% entre aqueles que tomaram apenas uma dose.

No Reino Unido, os números são semelhantes. As infecções diminuíram entre adolescentes de 12 a 18 anos.

Já na América Latina, o cenário é diferente. Apesar da rápida implementação da vacina em seus primeiros anos, a cobertura foi reduzida devido a algumas anomalias que foram atribuídas à sua aplicação.

No Brasil, desde 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a vacina contra o HPV para crianças e pré-adolescentes de 9 a 14 anos, seguindo recomendação da OMS. Mas, até hoje, apenas 48,7% das meninas nesta faixa etária foram imunizadas.

 

BBC News hpvBrasil

Laura Flaherty/BBC NEWS BRASIL