A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval para a comercialização de quatro novos medicamentos genéricos. A autorização foi publicada na edição desta segunda-feira (23) do Diário Oficial da União (DOU). Um deles é o Entricitabina combinado com Fumarato de Tenofovir Desoproxila, produto usado para o tratamento de pessoas que contraíram o vírus HIV. O medicamento de referência é o Truvada, cujas indicações incluem a profilaxia pré-exposição (PReP), usada para reduzir o risco de infecção pelo vírus adquirido sexualmente em adultos de alto risco. No Brasil, a detentora do registro é a Blanver Farmoquímica e Farmacêutica S/A.
Outro produto genérico inédito com registro aprovado pela Anvisa é o Perindopril Erbumina combinado com Indapamida, indicado para o tratamento da hipertensão arterial (pressão alta), que acomete uma a cada quatro pessoas adultas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). A empresa detentora do registro no país é a EMS S/A.
Entre os produtos aprovados pela Anvisa, está também o genérico inédito Bilastina, indicado para o tratamento sintomático de rinoconjuntivite alérgica (intermitente ou persistente) e urticária. A empresa detentora do registro é a EMS S/A. A Anvisa ainda autorizou a venda do medicamento genérico Undecilato de Testosterona. Esse produto é usado em terapias de reposição de hormônio sexual em homens que apresentam hipogonadismo primário e secundário (doença que faz com que homens produzam pouca testosterona). A detentora do registro desse medicamento no Brasil é Eurofarma Laboratório S/A.
Pela legislação brasileira, o medicamento genérico deve ser disponibilizado no mercado com um desconto de, pelo menos, 35% em relação ao preço máximo da tabela da Anvisa. Somente em 2016, foram comercializadas 1,46 bilhão de embalagens de genéricos no Brasil. Essa quantidade representou 32,4% de todas as vendas efetuadas no ano, de acordo com informações da segunda edição do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico 2016, lançado do pela Anvisa em 2017.
Tem início nesta segunda-feira (23), em Floriano, a 20º Campanha de Vacinação contra a Gripe. Efetuada pela Secretaria Municipal de Saúde, o objetivo da iniciativa é mobilizar a população, para, a partir disso, imunizar os grupos prioritários, tanto na zona urbana como na zona rural. A campanha vai até o dia 1º de junho, sendo o dia 12 de maio o Dia “D”.
Para fazer parte do time da Saúde, basta ficar atento às datas e aos grupos de imunização, procurar a Unidade Básica de Saúde do seu bairro e levar a cardeneta de vacinação. Essa é uma vacina totalmente segura e eficaz.
O cronograma de vacinação é o seguinte:
23/04 a 27/04 – Profissionais da Saúde, crianças de 06 meses a menores de 05 anos (1º dose) e mães com até 45 dias pós-parto;
30/04 – Idosos (mais de 60 anos);
07/05 a 11/05 – Idosos e os grupos anteriores que perderam o prazo;
12/05 – DIA “D” – Todos os grupos.
14/05 a 18/05 – Gestantes (qualquer período gestacional), professores das redes privada e pública, portadores de condições especiais e doentes crônicos (precisam levar o laudo médico);
21/05 a 25/05 – Idosos, privados de liberdades e funcionários do sistema prisional;
28/05 a 01/05 – Todos os grupos e crianças de 06 meses aos 05 cincos (2º dose).
As infecções vaginais e urinárias podem estar associadas aos produtos de higiene íntima feminina, é o que aponta uma pesquisa publicada no mês passado na revista americana BMC Women’s Health. Segundo o estudo, realizado com mais de 1.000 mulheres no Canadá, as participantes que usavam sabonetes ou géis íntimos tinham quase 3,5 vezes mais probabilidade de ter uma infecção bacteriana e 2,5 vezes mais chance de relatar uma infecção do trato urinário.
Já as que utilizavam lenços umedecidos apresentaram um risco dobrado de infecção do trato urinário. Aquelas que usavam lubrificantes ou hidratantes tinham 2,5 vezes mais chances de ter uma infecção por fungos. No entanto, o estudo não foi capaz de identificar se os produtos estavam causando as infecções ou sendo usados para curá-las e piorando a situação.
Higiene Íntima
Segundo os pesquisadores envolvidos no estudo, a vagina tem um mecanismo natural de auto-limpeza e por isso não é necessário usar mais do que água e sabão neutro para fazer a higiene íntima diária. Além disso, os sabonetes íntimos podem atrapalhar os níveis de pH da vagina, que deve estar entre 3,5 a 4,5, assim como ‘diluir’ as boas bactérias que colaboram na manutenção da saúde nessa região.
Outro problema associado a esse tipo de produto, especialmente os perfumados, é o aumento na ocorrência de vaginite. A ginecologista Maureen Whelihan, do Centro de Saúde e Educação Sexual da Flórida, nos Estados Unidos, alertou também para o fato de que a parte interna da vagina não precisa ser lavada.
De acordo com o Medical Daily, no que diz respeito ao cheiro, a vagina de cada mulher tem seu próprio aroma natural – que pode ser neutro ou levemente mofado devido ao suor -, o que é completamente normal. No entanto, se o cheiro for suspeito, incomumente pungente ou é sentido à distância, é aconselhável procurar um ginecologista, pois pode ser um sinal de infecção.
“Se o funcionamento do micro bioma vaginal está anormal, isso pode indicar problemas de saúde, como doença inflamatória pélvica, câncer do colo do útero, fertilidade reduzida, gravidez ectópica – quando o embrião se forma fora do útero -, infecções bacterianas e sexualmente transmissíveis”, explicou Kieran O’Doherty, professor de psicologia da Universidade de Guelph, no Canadá.
Anna viveu deprimida durante boa parte de sua vida adulta, sempre buscando tratamentos que pudessem ajudá-la. Ela tomou antidepressivos, frequentou psicoterapia e até tentou terapia eletroconvulsiva — o uso da eletricidade pelo cérebro.
Tratamentos como esses só eram eficazes por períodos curtos de tempo e sua depressão logo voltava. Outro problema que ela enfrentava era sua obesidade mórbida: pesava 183 kg e chegou a ter IMC (índice de massa corporal) de 63. Isso limitava muito sua mobilidade, o que, naturalmente, intensificava ainda mais sua depressão, em um ciclo vicioso de prejuízos à saúde.
A cirurgia bariátrica a ajudou a perder peso, mas não tanto quanto ela esperava e teve pouco impacto na saúde mental. Como última alternativa, psiquiatras tomaram a decisão drástica de implantar um dispositivo elétrico em seu cérebro, uma terapia invasiva conhecida como estimulação cerebral profunda. É um tratamento que já é frequentemente usado para diminuir os sintomas da doença de Parkinson e da epilepsia.
O método não apenas ajudou a conter a depressão significativamente como teve outro impressionante resultado: ela perdeu quase 50% a mais de peso por mês (2,8 kg) do que ela havia perdido logo após a cirurgia bariátrica. Thomas Munte, neurologista da Universidade de Lubeck, na Alemanha, responsável pelo caso, diz que o objetivo inicial era tratar a depressão e que a perda de peso seria o "objetivo número dois" da cirurgia. No seu caso, ambos pareciam interligados.
O caso de Anna está abrindo caminho para novas discussões sobre uma epidemia global. Também é revelador que, em alguns raros casos, o cérebro possa ser "dessintonizado" de comportamentos prejudiciais, como vício.
A estimulação cerebral profunda ainda é controversa, mas não é um tratamento novo. Ela data de 1930, quando neurocirurgiões não eram tão cuidadosos quanto hoje. Foi o neurocirurgião Wilder Penfield o primeiro a desenvolver uma técnica ousada para tratar a epilepsia. Ele estimulava diferentes partes do cérebro com uma sonda elétricas, mantendo os pacientes acordados durante o processo para que pudessem entender o efeito dela. A ideia era que a área do cérebro causando o problema pudesse ser identificada e destruída.
Na verdade, cientistas basicamente "cozinhavam pedaços do cérebro", diz Munte, para criar pequenas lesões. Isso era feito para tratar pacientes com distúrbios de movimentos como a distonia, que causa tremores ou espasmos repetitivos. Esse procedimento era chamado de "cirurgia estereotáxica" e essa época foi chamada de "um momento único de experimentações humanas empíricas".
Mais ou menos na mesma época, um neurologista chamado Antonio Egas Moniz estava ocupado retirando pequenas partes do lobo frontal do cérebro de seus pacientes — uma área vital para o planejamento e a personalidade. O tratamento foi considerado bem-sucedido em vários casos — e as inevitáveis consequências e mudanças de personalidade foram vistas como efeitos secundários. Para a surpresa de todos, esse trabalho lhe rendeu um Prêmio Nobel em 1949.
Retirar partes do cérebro e observar os resultados lhe foi útil para o estudo e a prática da estimulação cerebral - que permitiu que neurologistas compreendessem que áreas do cérebro podem ser beneficiadas com os eletrodos.
Quando remédios antipsicóticos e antidepressivos se tornaram mais comuns nas receitas médicas, a predominância dessas técnicas invasivas e irreversíveis foi reduzida, mas as lições aprendidas nas áreas cerebrais envolvidas foram importantes para a estimulação cerebral como a conhecemos hoje.
Em 2002, a estimulação cerebral profunda foi aprovada para o tratamento do mal de Parkinson e já foi aplicada em mais de 40 mil pacientes. Apesar de ser usada majoritariamente para tremores, abriu-se caminho para que ela fosse utilizada em outros distúrbios, como depressão severa - caso de pacientes como Anna.
Para realizar a estimulação cerebral profunda, os cientistas precisam de uma espécie de furadeira para abrir um buraco no crânio do paciente. Depois disso, eles colocam eletrodos no próprio cérebro. Em muitas vezes, o paciente está acordado, o que permite que os pesquisadores testem a área do cérebro enquanto este é estimulado.
No caso de Anna, a área alvo da estimulação era o núcleo accumbens, que faz parte da região de recompensa do cérebro que é muito importante para processar o prazer. A área está ligada à depressão - já que pessoas depressivas demonstram um interesse reduzido no prazer. "É possível observar uma resposta emocional de um paciente ao estimular (essa área)", explica Munte sobre sua paciente, que prefere se manter anônima. Sua análise sobre o caso foi publicada no jornal científico Neurocase.
Tratando a obesidade
Algumas pessoas podem sofrer de obesidade por causa de uma alteração no sistema de recompensa no cérebro, diz Munte. Há obesos que demonstram até diferentes padrões cerebrais em relação a pessoas magras quando expostos a fotos de comidas gostosas. A teoria é a de que o núcleo accumbens é a área que leva pessoas viciadas ao seu objeto de desejo - seja comida, álcool ou drogas.
Geralmente, a área do cérebro que nos ajuda a agir racionalmente evita que a parte impulsiva, faminta e imediatista em relação a recompensas nos domine. Mas o sistema de recompensas pode às vezes "se sobrepor a nossos bons modos", diz o neurocirurgião Piotr Zielinski, da Universidade de Educação Física e Esportes em Gdansk, na Polônia. A indústria das dietas prospera graças aos nossos núcleos accumbens, diz ele.
O poder viciante do sistema de recompensas do nosso cérebro foi demonstrado em um famoso estudo de 1950 com ratos, que apresentaram inclinação maior a estimular essa região do cérebro do que a beber ou comer. Se essa área do cérebro fosse "perturbada" ou talvez até inibida por estimulações elétricas, então o "ímã motivacional deixa de estar lá e você não é mais atraído a esse objeto", diz Munte.
O uso da estimulação cerebral para impedir uma área do cérebro a realizar sua função ainda é uma teoria não comprovada, mas reforçada pela pesquisa em animais. Como o impacto desse tipo de tratamento ainda não é plenamente conhecido, ele continua controverso. "Às vezes, na medicina, você começa a fazer (tratamentos clínicos) antes de sequer saber exatamente como funciona", diz Munte. No caso do mal de Parkinson, a estimulação cerebral profunda provou ter um impacto positivo muito maior na qualidade de vida do que outros tratamentos.
Em breve, talvez poderemos ver impactos positivos no tratamento da depressão e até obesidade, agora que emergem casos mais promissores, como o de Anna. Por exemplo, Zielinski viu a prática expandir do tratamento para mal de Parkinson — seu departamento realizou mais de 2,5 mil procedimentos do tipo desde os anos 1990 — para o tratamento de agressões patológicas, síndrome de Tourette e transtorno obsessivo compulsivo.
Ele também tratou três pessoas com obesidade com estimulação cerebral durante o sono, todas como última alternativa quando nenhuma outra técnica se mostrava eficaz a longo prazo. Assim como no caso de Anna, a obesidade foi tratada como uma desordem compulsiva. A obesidade de uma paciente foi atribuída a um tumor que ela teve durante a infância que prejudicou uma área importante do seu cérebro para a regulação de fome e saciedade.
Os pensamentos dessa paciente eram completamente ligados a comida. "Então presumimos que uma cirurgia bariátrica não seria uma solução", explica Zielinski. Apesar de sua perda de peso não ter sido tão grande, o impacto em sua vida foi transformador. A estimulação cerebral lhe trouxe independência. Agora ela pode estudar e "pensar em qualquer outra coisa além de comida", diz ele. "Ela parou de roubar comida da geladeira lacrada dos seus pais".
Ainda assim, Munte ressalta que a estimulação cerebral não deve ser encarada como um tratamento generalizado para a obesidade, especialmente porque deve continuar sendo visto como um último recurso. Pode ser uma técnica cara e invasiva, então obviamente não é adequada para a maioria das pessoas com obesidade.
Ela é mais apropriada para o grupo de pacientes obesos com tendências aditivas (vício) em relação à comida. Sonja Yokum, neurocientista que estuda obesidade no Instituto de Pesquisa de Oregon, tem estudado exatamente isso. Ela demonstrou que a comida pode desencadear um processo viciante no cérebro que têm os mesmos sintomas neurais que outros vícios mais comuns, como em drogas ou álcool. Algumas pessoas estão mais em risco que outras, em parte pela forma como estão "programadas".
Por exemplo, Yokum revelou que adolescentes que tiveram áreas do cérebro mais atentas em relação à comida tinham um risco maior de acumular uma quantidade não saudável de peso.
"Uma possível explicação é que algumas pessoas têm uma resposta mais elevada da região de recompensa (o que pode ter uma base biológica) e isso pode deixá-las mais vulneráveis a desejos por comida, o que resulta em um uma maior ingestão calórica e um aumento de peso", diz ela. Pode ser uma explicação para o motivo pelo qual programas de perda de peso raramente têm resultados muito duradouros.
Portanto, Anna era um caso ideal para testar a estimulação cerebral profunda, tanto por sua depressão quanto por suas tendências aditivas em relação a comida, diagnosticadas a partir de vários questionários. Ela representa um grupo de pessoas obesas que entram na categoria de transtorno aditivo em relação a comida. Tipicamente, elas acham muito difícil não aceitar comida quando lhes é oferecida, de uma maneira parecida como um alcóolatra talvez não consiga passar na frente de um bar sem entrar e beber.
Além disso, enquanto essas pessoas demonstram uma ativação cerebral maior em relação à comida do que indivíduos com um peso saudável, quando elas finalmente conseguem sua recompensa (comida), a ativação do cérebro diminui. Isso demonstra, diz Yokum, outro fator parecido com aquele encontrado no abuso de substâncias - o de que pessoas viciadas ficam empolgadas com a probabilidade de ter o que desejam, mas, assim que o conseguem, a ativação nessa área na verdade diminui. Isso pode significar, portanto, que "eles precisam comer muito mais para conseguir os mesmos níveis de empolgação que antes", diz ela.
Isso é obviamente problemático quando se trata de comida — algo indispensável à sobrevivência. Pessoas obesas que demonstram comportamentos aditivos em relação a comida podem achar muito difícil controlar o consumo do que desejam porque é impossível evitá-lo completamente.
É por isso que Yokum e sua equipe estão desenvolvendo tarefas com o objetivo de ajudar pessoas obesas a "reiniciar" a forma como o cérebro responde a comida. Eles fazem isso mostrando imagens digitais de comidas saudáveis a um paciente e depois pedir a eles para dar um "curtir" nelas e pedindo para fazer o oposto com comidas não saudáveis. "Estamos tentando treinar o cérebro dessa forma", diz a especialista.
Técnicas menos invasivas e mais baratas como essas podem ser vitais para tratar essa epidemia global — há 650 milhões de adultos e 340 milhões de crianças e adolescentes atualmente considerados obesos. A obesidade contribui para estimadas 2,8 milhões de mortes por ano no mundo todo.
Embora a estimulação cerebral possa não ser a resposta para a maioria, ela mostra como resultados positivos iniciais demonstram que, nos casos mais sérios, tratamentos experimentais podem salvar vidas.
Sem dúvidas não há uma estratégia que sirva a todos, e o complexo caso de Anna ressalta que há mais do que uma questão contribuindo para o hábito de comer demais. Se entendermos isso, uma estratégia focada como a estimulação cerebral pode ser um passo importante para ajudar algumas pessoas a se livrar do peso que elas querem — ou até precisam — desesperadamente perder.