Atualmente no Brasil, existem cerca de 21 milhões de fumantes. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), aproximadamente 90% dos casos de câncer de pulmão são causados por conta do tabagismo. Além dos cigarros tradicionais, existem outras opções para esse tipo de consumo que levantam muitas dúvidas: será que cigarro eletrônico, light ou até o narguilé faz mal?
O que é cigarro eletrônico e light? Mesmo que sempre associados, o cigarro eletrônico é bem diferente do light. Ambos são considerados alternativas menos agressivas à saúde, porém a comunidade médica já discorda dessa afirmação. Segundo a Dra. Mariana Laloni, o cigarro eletrônico ainda apresenta riscos à saúde, principalmente após o uso prolongado.
Ela também afirma que o cigarro eletrônico contém menos substâncias cancerígenas que os tradicionais, mas nem por isso ele deve ser considerado uma opção segura. Estudos científicos revelam também que o vapor inalado do cigarro eletrônico promove uma debilitação maior das células (macrófagos alveolares) que protegem os tecidos pulmonares. Já os cigarros do tipo light foram desenvolvidos com filtros menores, o que contribui para que os fumantes inalem mais fumaça e aumentem os níveis de substâncias químicas e toxinas no corpo. De acordo com cientistas da universidade americana Ohio State University, os casos do câncer conhecido como “adenocarcinoma pulmonar”, muito comum entre os fumantes e de difícil remoção cirúrgica, aumentaram nos últimos 50 anos entre os usuários de cigarro light.
E será que o narguilé faz mal? Dúvida comum entre muitas pessoas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) esclarece que o narguilé faz mal sim! Isso porque, de acordo com a Instituição, uma sessão de narguilé que dura entre 20 a 80 minutos é equivalente a fumar 100cigarros. Baseado em um fumo feito de tabaco, aromatizantes, frutas ou melaços, o narguilé é um cachimbo que contém água e um mecanismo próprio de filtragem. Por conta disso, existe a ideia de que ele pode fazer menos mal à saúde (o que não é verdade).
Ainda de acordo com a Dra. Mariana Laloni, essas formas alternativas de consumo de tabaco podem aumentar em até quatro vezes o risco de câncer em outras áreas do organismo: laringe, faringe, na boca, esôfago, pâncreas, fígado, intestino, estômago, bexiga, rim, ovário, colo do útero e até alguns tipos de leucemia. Já nos pulmões, esse risco sobe para até 20 vezes mais chances.
Consultoria: Assessoria Digital Trix | Centro Paulista de Oncologista (CPO) | Dra. Mariana Laloni
Qual tipo de açúcar é mais saudável? A partir do melaço de cana é possível produzir quatro tipos de açúcar, que variam de acordo com o refinamento. O processo faz do melaço o açúcar mascavo, seguido pelo demerara, o cristal e, por último, o refinado. O refinamento acaba utilizando produtos químicos, podendo incluir até soda cáustica para branquear o açúcar. Sendo assim, o mais saudável é o mascavo, que possui ferro e está livre de químicos.
Açúcar light é menos calórico? Sim, porque ele é meio açúcar, meio adoçante. Ou melhor: é composto por 30% a 50% de açúcar refinado, que contém 4 kcal por grama, e de 50% a 70% por adoçante, que não possui calorias. Não pode ser utilizado por diabéticos, pois ainda contém açúcar.
O que é mais saudável: açúcar, mel ou adoçante? A nutricionista explica que a melhor opção varia de acordo com cada caso. Para pessoas saudáveis, o ideal é usar o açúcar de coco, que contém fibras e minerais, o melaço de cana ou o açúcar mascavo que possuem pouco ou nenhum refinamento, mantendo a maioria de suas vitaminas. O mel também é uma boa opção, contendo ação anti-inflamatória. Já diabéticos e obesos devem dar preferência ao adoçante stévia, pois não possui calorias e não altera a glicemia.
Adoçante possui calorias? Não. Os adoçantes, com exceção da frutose, que possui as mesmas calorias do açúcar e pode ser utilizado em menor quantidade por ser mais doce que o açúcar, possuem calorias próximas a zero.
O uso prolongado de adoçantes faz mal? Existem estudos que afirmam que o uso prolongado de adoçantes pode causar, a longo prazo, diabetes e obesidade por uma questão neurológica, já que o gosto doce faz o cérebro acreditar que haverá a entrada de açúcar e libera insulina normalmente. Esse hormônio acaba não sendo utilizado e aumenta a gordura corporal. A nutricionista afirma que existem estudos que mostram que o aspartame tem potencial cancerígeno e de malformação fetal se usado indevidamente. Já o FDA (Food and Drug Admnistration), autoridade americana regulamentadora de alimentos e medicamentos, informa que o consumo é seguro, desde que sejam seguidas as recomendações de uso por peso e frequência.
Quais os tipos de adoçantes naturais? Adoçantes como o stévia, xilitol, agave e frutose são adoçantes derivados naturais - o stévia de uma planta de mesmo nome, xilitol de fibras vegetais de milho, ameixa ou cogumelo, agave, de um cacto, e frutose, de frutas, em geral. A sucralose, embora seja derivada da cana-de-açúcar, é considerada artificial, pois passa por um processo químico. Embora a frutose e o agave sejam adoçantes naturais, devem ser usados com moderação por diabéticos, podendo aumentar os níveis glicêmicos Adoçantes e açúcares possuem sabores diferentes? Sim. A nutricionista afirma que há grande diferença de sabor entre as substâncias, especialmente na stévia, que deixa um sabor residual amargo no final de sua ingestão. A língua possui grande sensibilidade e pode perceber instantaneamente quando há mudança do ingrediente. Na questão da preferência, Erica explica que o paladar pode ser treinado, acostumando-se aos novos sabores, que podem parecer estranhos durante a troca de açúcar e adoçante, por exemplo Quais malefícios o açúcar provoca para a saúde? O açúcar aumenta a glicemia, os níveis de triglicérides e pode alterar a saúde intestinal, quando usado em excesso. Alguns estudos vêm ligando também o uso do açúcar a alguns cânceres e ao Alzheimer, quando associado a fatores genéticos.
Qual o açúcar menos calórico? No Brasil, há a derivação do açúcar por meio do melaço da cana, apresentando o cristal, refinado, demerara e mascavo. Nos Estados Unidos, há também a glicose de milho. Na Europa, o açúcar de beterraba é muito utilizado e, na Ásia, há o uso do açúcar de coco. A nutricionista explica que, de maneira geral, todos os açúcares possuem a mesma quantidade de calorias: 1/4 de colher de chá tem 4 kcal.
Qual o melhor adoçante para ser usado? O stévia provém da extração do açúcar da planta de mesmo nome, e é o mais natural entre os tipos de adoçante. A nutricionista explica que nenhum estudo alegou qualquer malefício que o produto poderia causar. Esse adoçante possui também como benefício o fato de não causar cáries.
Adoçante em gota faz mal? O adoçante líquido oferece os mesmos riscos que o adoçante em pó, com o diferencial que não deve ser levado ao fogo ou utilizado em bebidas muito quentes, pois sofre alterações químicas que podem ser extremamente prejudiciais, enquanto o adoçante em pó é mais estável quimicamente.
Qual a quantidade ideal de adoçante para ser ingerida? A quantidade recomendada para ingestão vai de acordo com a quantidade diária de miligramas por peso, e varia conforme o adoçante. A ingestão do aspartame é de 40mg/Kg, equivalente a pouco menos de duas colheres de sopa. A ingestão recomendada de stévia é de 5,5 mg/Kg, equivalente a pouco menos de 1/3 de colher de sopa. A ingestão recomendada de sacarina é de 5 mg/Kg, com equivalência parecida ao stévia. A ingestão recomendada de sucralose é de 15 mg/Kg, o equivalente a pouco menos de três colheres de sopa.
Açúcar de coco adoça menos? O açúcar de coco deve ser usado com atenção, pois tem menor poder adoçante que o açúcar refinado e pode acabar sendo usado em excesso. Esse açúcar possui a mesma quantidade calórica do açúcar refinado, mas seu índice glicêmico é menor que o do açúcar de cana, mas não deve ser utilizado por diabéticos. O açúcar de coco possui também inulina, fibra alimentar encontrada em algumas plantas, que ajuda a melhorar a saúde intestinal.
A 11 dias do final da campanha de vacinação contra sarampo e poliomielite, apenas 40% do público-alvo já foi imunizado. Entre os dias 06 e 18 de agosto, quando aconteceu o chamado “dia D“, foram aplicadas 9 milhões de doses das vacinas contra a pólio e 4,5 milhões contra o sarampo, segundo informações do Ministério da Saúde.
A expectativa da pasta era fechar o dia D, realizado no último sábado (18), com 60% das crianças com idade entre 1 ano e 5 anos incompletos vacinados. No entanto, ainda não é possível afirmar o balanço real, pois os números devem ser atualizados pelas secretarias municipais e estaduais ao longo da semana. O próximo boletim será divulgado na terça-feira (21).
Roraima é o Estado com a pior cobertura vacinal, com apenas 16% das crianças vacinadas contra o sarampo e 19,1% contra a pólio. Rondônia é o Estado com a melhor cobertura para ambas as vacinas, com cerca de 70% do público-alvo imunizado.
Após o aumento exponencial no número de casos de sarampo no país, principalmente na região norte, a campanha de vacinação deste ano é indiscriminada. Ou seja, até mesmo crianças que já completaram o esquema de vacinação devem ir aos postos de saúde para receberem uma dose de reforço dos imunizantes contra a doença. O objetivo é vacinar pelo menos 95% das 11 milhões de crianças até o dia 31 de agosto.
Casos de sarampo
Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo, em Roraima e Amazonas. Até a última terça-feira (14), foram confirmados 910 casos de sarampo no Amazonas e 296 em Roraima. Casos isolados também foram identificados em São Paulo (1), Rio de Janeiro (14), Rio Grande do Sul (13), Rondônia (1) e Pará (2). Outros 5.731 casos permanecem em investigação em Roraima e no Amazonas.
Foram confirmados seis óbitos pela doença, quatro em Roraima (três em estrangeiros e um em brasileiro) e dois no Amazonas (brasileiros).
Polio
Embora o país não registre casos da doença desde 1989, a baixa cobertura vacinal abre caminho para uma possível volta da doença, que ainda não foi erradicada no mundo. Por isso é importante que todas as crianças se vacinem e que a meta estabelecida pelo governo federal seja atingida. Em junho, um caso suspeito de poliomielite foi notificado na Venezuela. Embora ele tenha sido descartado pela OMS, o “susto” serviu de alerta para o Brasil.
O país recebe a cada dia um contingente maior de venezuelanos e os surtos de sarampo enfrentados atualmente foram causados pelo vírus importado do país.
Esquema vacinal
Durante a campanha, todas as crianças com idade entre 1 anos e menores de 5 anos, devem receber uma dose da tríplice viral – desde que não tenham sido vacinadas nos últimos 30 dias. contra a pólio, crianças que nunca foram imunizadas vão receber a vacina inativada poliomielite (VIP), na forma injetável. As crianças que já receberam uma ou mais doses contra a pólio vão receber a vacina oral poliomielite (VOP), na forma de gotinha.
As mortes decorrentes de eventos adversos graves, ou seja, ocasionadas por erros, falhas assistenciais, processuais, infecções ou outros fatores chegaram a seis por hora no Brasil em 2017, segundo o 2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e pelo Instituto de Pesquisa Feluma, da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais. Entre os eventos adversos graves que ocorrem com mais frequência estão a infecção generalizada (septicemia), pneumonia, infecção do trato urinário, infecção do sítio cirúrgico, as complicações com acessos, os dispositivos vasculares e outros dispositivos invasivos, lesões por pressão, erro no uso de medicamentos e complicações cirúrgicas como hemorragia e laceração.
Segundo o anuário, que tem o objetivo de mensurar os problemas assistenciais e gerenciais que acontecem nas estruturas de saúde do Brasil, para sugerir medidas de aperfeiçoamento do sistema, entre os principais eventos adversos graves cinco não contam com qualquer programa de prevenção ou combate, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na rede privada: parada cardiorrespiratória prevenível; insuficiência renal aguda; aspiração pulmonar; hemorragia pós-operatória e insuficiência respiratória aguda. "Os eventos adversos são inerentes a qualquer serviço de saúde, mesmo nos melhores e mais sofisticados sistemas do mundo. Não se trata, portanto, de buscar culpados, mas, de propor medidas que enfrentem o problema. Por isso, propomos agenda focada em investimentos em processos e controles e em políticas públicas de qualidade assistencial e de segurança do paciente", disse um dos responsáveis pelo anuário, professor da Pós-graduação da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais e diretor do IAG Saúde, Renato Couto.
Transparência
Segundo os dados do anuário, em todo o sistema hospitalar do país 54.760 mortes foram causadas pelos eventos adversos graves, das quais 36.170 poderiam ter sido evitadas. De acordo com o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, é preciso avançar em uma agenda de transparência do sistema de saúde para que os usuários possam fazer escolhas melhores.
"No Brasil, temos proporcionalmente mais eventos adversos do que outros países e, mais grave, a falta de transparência de informações de qualidade e desempenho impede a comparação entre os prestadores, o que é ruim para o sistema e para o cidadão. Nosso objetivo está em avançar em uma agenda de transparência para colaborar para as escolhas de quem usa o sistema de saúde”, disse.
O anuário mostrou ainda que os eventos adversos graves consumiram R$ 10,6 bilhões do sistema privado de saúde. Segundo os realizadores do documento, não foi possível calcular as perdas do SUS porque os valores pagos aos hospitais se originam das Autorizações de Internações Hospitalares (AIHs) e são fixados nas contratualizações, existindo outras fontes de receita não operacionais, com enorme variação em todo o Brasil.
Segundo Carneiro, um dos principais motivos para o desperdício de recursos é o modelo de remuneração adotado no Brasil para esses prestadores de serviço. "No modelo fee-for-service, as organizações inseguras, com maior incidência de eventos adversos e que apresentam piores índices de recuperação da saúde dos pacientes, são recompensadas com um aumento das receitas pelo retrabalho. Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo não paga, desde 2008, pelos gastos gerados por 14 tipos de eventos adversos". De acordo com ele, é normal que se os gastos foram originados a partir de erros do hospital, a própria entidade arque com o custo.
De acordo com o estudo, cada evento adverso grave determina a extensão do período de internação em média em 14,4 dias (16,4 dias para pacientes no SUS e 10,5 dias para pacientes na rede privada). A partir daí, em 2017, foram consumidos 14,3 milhões de leitos por dia em função de eventos adversos, dos quais 4,7 milhões em razão de eventos adversos graves.
A pesquisa foi feita com base em uma amostra de 456.396 pacientes internados em hospitais da rede pública e privada ao longo de 2017. Os dados foram coletados junto a instituições localizadas em municípios de grande porte e com IDH acima da média nacional.