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genesUma equipe de cientistas identificou 124 genes que contribuem para determinar a cor do cabelo, uma descoberta que ajuda a entender doenças vinculadas à pigmentação, como o melanoma, uma forma agressiva de câncer de pele.

A descoberta foi feita por especialistas do King's College de Londres e do Centro Médico Erasmus de Roterdã e publicada na "Nature Communications" nesta segunda-feira (16).

O novo estudo conseguiu determinar genes desconhecidos até então, após analisar o DNA de quase 300 mil pessoas de descendência europeia, junto com a informação fornecida por eles mesmos sobre a cor do cabelo.

Ao comparar as contribuições recebidas com a informação genética, a equipe identificou 124 genes envolvidos no desenvolvimento da cor, dos quais mais de cem tinham desconhecida a influência na pigmentação.

Segundo o cientista Tim Spector, líder do grupo de especialistas, do King's College de Londres, o trabalho terá impacto em vários campos da biologia e da medicina.

"Como o maior estudo genético já realizado, o trabalho melhorará o nosso entendimento de doenças como o melanoma, uma forma agressiva de câncer de pele", disse o especialista.

Os genes que afetam a cor do cabelo também se manifestam em outros tipos de câncer, segundo constataram os pesquisadores. Isso contribui para ampliar o conhecimento sobre doenças de pele, sobre alguns tipos de câncer, como os de ovário e próstata, e é relevante também para a medicina legal.

Segundo Spector, o trabalho ajuda a entender a diversidade humana "ao mostrar como os genes implicados na pigmentação sutilmente se adaptam ao ambiente externo e inclusive às interações sociais durante a nossa evolução".

 

G1

Foto: Pezibear/Pixabay/CC0 Creative Commons

Mais de 500 pessoas passaram por consultas para o diagnóstico de hanseníase em comunidades quilombolas nos municípios de Redenção do Gurgueia, Bom Jesus e Canto do Buriti. A ação foi realizada entre os dias 10 e 13 de abril, pela Carreta Novartis da Hanseníase, numa parceria com a Secretaria de Estado da Saúde e municípios.carreta

No Piauí, a Carreta deve permanecer por três meses, percorrendo 23 municípios, prioritariamente aqueles que tenham comunidades quilombolas, como explica Gilvano Quadros, coordenador de Equidade, da Secretaria. “A ação é realizada nessas comunidades por ser uma população vulnerável e ainda pelas dificuldades do serviço chegar até as elas”, afirma.

Nessa primeira semana, a Carreta atendeu 520 pessoas, sendo que foram 10 casos diagnosticados com hanseníase. Dessas, sete já estavam em fase avançada da doença e três na fase inicial. “Essa população foi incentivada a fazer esses exames porque, às vezes, elas têm uma mancha, mas não procuram o serviço, vão deixando passar. Até porque a mancha não é dolorosa, não coça. Com essas orientações, foram mostrados todos os tipos de manchas e identificando algumas lesões, como mostram os dados”, relata Gilvano.

Segundo o coordenador, todos os casos identificados serão encaminhadas para tratamento, que é feito de forma gratuito, pelo Sistema Único de Saúde(SUS).

Esta semana, a Carreta Novartis vai estar nos municípios de São Raimundo Nonato e São Lourenço. Até o final do mês, serão Dirceu Arcoverde, Fartura do Piauí e Várzea Branca.

Dados

O Piauí registrou 935 casos de hanseníase em 2017, representando um aumento em relação a 2016, quando foram notificados 911, o que corresponde a 2,67%. Os dados revelam ainda que aproximadamente 67,5% deles (631), foram notificados já em estágio transmissível. Os dados foram apresentados em janeiro, pela Coordenação Estadual de Controle à Hanseníase, da Secretaria de Estado da Saúde.

As notificações mostram também que o Estado apresenta 29,1 casos para cada 100 mil habitantes, parâmetro considerado muito alto. “Tanto a classificação predominante, do tipo multibacilar, e o parâmetro de detecção da doença (muito alto), chamam a atenção para a necessidade de mais envolvimento dos serviços de saúde dos municípios em estratégias para o alcance do diagnóstico precoce da doença. Com a classificação multibacilar predominante mostra que existe focos da doença em atividade em todo estado”, alerta a supervisora estadual de Controle de Hanseníase, Eliracema Alves. 

Hanseníase

A supervisora explica que a hanseníase é uma doença que atinge primeiramente os nervos, e em seguida, de forma tardia, as manchas. Essas manchas podem ser de coloração amarronzada ou rósea, são indolores, ou seja, não doem. Essas manchas têm diminuição de sensibilidade, são dormentes e que se não forem tratadas em tempo certo, precocemente, elas podem evoluir com incapacidades, deformidades.

A hanseníase tem cura. O tratamento pode ser de 6 meses a 12 meses, de acordo com o diagnóstico. O tratamento é gratuito, pelo SUS, nos 224 municípios do Estado.

 

Sesapi

Um medicamento que utiliza o próprio sistema imunológico para combater o câncer, o pembrolizumabe, dobrou a expectativa de vida de pacientes com um tipo específico de câncer de pulmão: o NSNSCLC. Esse tipo de tumor não apresenta alterações genéticas no gene EGFR ou ALK e responde por cerca de 55% dos cânceres de pulmão.

A nova droga foi combinada com quimioterapia e o estudo com os resultados foi publicado nesta segunda-feira (16) no "New England Journal of Medicine". A pesquisa foi coordenada por Leena Gandhi, diretora do programa de oncologia torácica da New York School of Medicine, e patrocinado pela indústria farmacêutica Merck.

Para chegar aos resultados do estudo, pesquisadores distribuíram aleatoriamente 616 pacientes com NSNSCLC. Eles não haviam recebido tratamento anterior. Parte dos participantes (405) recebeu quimioterapia + pembrolizumabe; a outra parte (202) recebeu quimioterapia + placebo.

Eventualmente, como o medicamento passou a apresentar benefícios, participantes do grupo placebo que tiveram avanço da doença passaram a receber o medicamento.

De modo geral, as taxas de sobrevida foram superiores nos pacientes tratados com pembrolizumabe. Esses pacientes também tiveram mais tempo de sobrevida em que ficou constatado que a doença não avançou.

Ainda, dos pacientes tratados com pembrolizumabe + quimioterapia, o risco de morte foi reduzido em 51%, em comparação com aqueles tratados apenas com a quimio. Também entre os pacientes tratados com a terapia combinada, a chance de progressão em 48%.

Em relação aos meses vividos, pacientes do tratamento viveram em média quatro meses a mais que os pacientes do grupo placebo. Foram 8.8 meses, contra 4.4.

"Em outras palavras, a chance de sobrevida global dobrou", disse nota sobre o estudo.

"Os dados mostram que o tratamento com pembrolizumabe e quimioterapia é mais eficaz do que a quimioterapia sozinha", diz Gandhi, em nota.

Risco de lesão nos rins

Os cientistas observaram, no entanto, que o risco de lesão renal aguda foi levemente aumentado em pacientes que estavam recebendo a droga e quimioterapia (5,2% contra 0,5%).

De modo geral, os efeitos colaterais mais comuns experimentados por ambos os grupos foram náusea, anemia e fadiga.

O medicamento já é aprovado nos EUA para o tratamento do câncer de pulmão, com base em estudo anterior, de fase II, feito com menos pacientes. Pesquisadores apontam que a nova terapia se consolida como um novo padrão de tratamento nesses pacientes que não apresentam as alterações genéticas EGFR ou ALK.

 

G1

O nome é comprido e ainda desconhecido para muita gente: estomatologia é a especialidade da odontologia que trata das doenças da boca. Há inúmeros problemas que podem afetar a região, mas conversei com o doutor Abel Silveira Cardoso, professor da UFRJ, um dos fundadores e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral, sobre uma questão relativamente nova: a osteonecrose nos maxilares induzida por medicamentos. E por quê? A explicação é um pouco longa, mas vale cada palavra. Trata-se de um quadro clínico envolvendo perda da vitalidade óssea na região maxilo-facial, provocado pelo uso de medicamentos antirreabsortivos ou antiangiogênicos. As drogas mais frequentemente associadas a este problema pertencem ao grupo dos bisfosfonatos. São remédios usados há muito tempo na área de oncologia, em pacientes com mielomas múltiplos e metástases ósseas osteolíticas. Por impedirem a reabsorção óssea, limitam o crescimento do tumor, aliviando as dores associadas à enfermidade.

Os bisfosfonatos ligam-se ao osso e levam de dez a 12 anos para serem eliminados, o que prolonga seus efeitos – tanto os benéficos quanto os indesejáveis. Na batalha contra o câncer, os médicos sempre consideraram que os efeitos colaterais valiam a pena diante dos benefícios para o paciente. No entanto, os problemas ganharam outra dimensão quando os bisfosfonatos, agora ministrados por via oral, foram incorporados no combate à osteoporose. Embora a incidência da osteonecrose seja relativamente menor em pacientes com osteoporose do que naqueles com câncer, há muito mais gente – mulheres, em sua maioria – fazendo uso desse tipo de medicação. Por isso os consultórios dentários vêm observando o aumento do número de casos de osteonecrose nos maxilares, associada ao uso desse medicamento. Os sintomas principais são dor forte, parestesia (alterações sensoriais, ardência ou formigamento), alveolites e a própria exposição do osso. Complicações são mais frequentes após os procedimentos cirúrgicos invasivos e há grande risco de perda de trabalhos protéticos suportados por implantes.

“O medicamento em si não é ruim. Em tumores malignos com lesões ósseas diminui a dor e evita fraturas. A questão é como está sendo utilizado”, afirmou o doutor Abel. Ele se preocupa especialmente com a expansão do uso de bisfosfonatos, e outras substâncias conhecidas como antirreabsortivas, em casos de osteopenia, o estágio anterior à osteoporose. “O uso de bisfosfonatos na osteopenia talvez não seja bem indicado, o que pode aumentar exponencialmente o número de pessoas expostas aos efeitos indesejáveis”, explica. O uso do medicamento por via oral por mais de três anos é um fator que aumenta o risco de ocorrência de problemas. Quando a utilização é por via venosa, esse prazo encurta. Para a osteoporose, além da via oral, também vem sendo indicado um bisfosfonato na forma de uma infusão anual – o mesmo que era usado por via venosa em oncologia. E ainda há outro antirreabsortivo sendo ministrado semestralmente por via subcutânea.

A osteonecrose foi descrita pela primeira vez em 2003, pelo cirurgião buco-maxilo-facial Robert E. Marx, da Universidade de Miami, que chamou a atenção para o que considerava uma “epidemia crescente”. O tratamento busca controlar a dor, limitar a infecção secundária e a área de osso exposto. Quem faz uso dessas substâncias tem que relatar sua utilização ao dentista, ainda mais se for se submeter a qualquer tipo de cirurgia, como extrações, enxertos e implantes. “Em pacientes oncológicos, onde o risco de osteonecrose é maior, a melhor conduta é a prevenção. Sempre que possível, antes de iniciar o tratamento quimioterápico, é importante procurar o dentista para um exame prévio e para promover uma adequação da cavidade oral, eliminando problemas que poderiam necessitar extrações dentárias ou procedimentos cirúrgicos invasivos durante a quimioterapia. A comunicação entre os profissionais de saúde é fundamental”, conclui o doutor Abel.

 

G1

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