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O número de mortes por sepse, mais conhecida como infecção generalizada, em hospitais públicos é mais que o dobro do que em hospitais privados. Isso é o que mostra um novo estudo realizado pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS). Nesta quinta-feira (13), é comemorado o Dia Mundial da Sepse.

sepse

Segundo a pesquisa, a sepse mata 42,2% dos pacientes de prontos-socorros em instituições públicas, contra 17,7% em instituições privadas. O levantamento foi feito em 74 instituições de todo o país, sendo 28 públicas e 46 privadas, envolvendo 350 pacientes.

O médico Luciano Azevedo, presidente do ILAS e professor da Faculdade de Medicina da USP, afirma que o risco de morte por sepse está relacionado ao tempo de permanência do paciente no pronto-socorro à espera de internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

“O que aumenta o risco de morte por sepse é permanecer no pronto-socorro quando o paciente deveria estar na UTI. Isso porque no PS, ele não recebe o cuidado adequado. Além da falta de cuidados que uma UTI proporciona, há um número menor de profissionais por paciente. Esse é o cenário que a gente encontra na maioria dos hospitais públicos do país. Por exemplo, uma mesma enfermeira cuida de 30 pacientes o que dificulta que ela lave as mãos entre um paciente e outro, aumentando o risco de contaminação cruzada”, afirma ele, que também é médico pesquisador do Hospital Sírio-Libanês.

Dentro de um ambiente hospitalar, a sepse pode ser desenvolvida no contexto de medidas invasivas como uso de sonda urinária por período prolongado, cateter e pneumonia associada à ventilação mecânica. Segundo o médico, todos os ambientes hospitalares - enfermaria, pronto-socorro e UTI - contêm o mesmo nível de contaminação por bactéria. "Isso ainda não foi quantificado".

De acordo com a pesquisa, em instituições públicas, pacientes permaneceram no pronto-socorro até a alta ou morte em 38,5% das ocasiões e a mortalidade desses pacientes que permaneceram no PS foi de 61,8% enquanto apenas 6,2% dos pacientes em hospitais particulares permaneceram no PS até a alta hospitalar.

A transferência para UTI nas primeiras 24 horas foi três vezes mais frequente em instituições privadas do que em instituições públicas – 42% privadas e 14,8% públicas.

Já a permanência em pronto-socorro de pacientes relacionados a “decisões nos cuidados no fim da vida” (tratamentos paliativos para doenças incuráveis) foi quase três vezes mais frequente em instituições públicas - 16,9% públicas e 6,2%, privadas.

“Essa discrepância de mortalidade por sepse entre hospital público e privado é causada, além das questões estruturais dos hospitais, pela dificuldade de acesso ao sistema público, ou seja, a pessoa tem que ir diversas vezes ao hospital, não havendo investigação adequada da doença, e ainda pelo desconhecimento do público sobre a sepse”, completa.

Ele explica que, devido aos sintomas inespecíficos, sendo os principais febre, mal-estar e fraqueza e, em quadros mais graves, sensação de desmaio (resultado da pressão baixa), falta de ar e falta de vontade de urinar, devido ao comprometimento do sistema pulmonar e dos rins, pode ser confundida, por leigos, com gripe.

“Estudos apontam que só 14% da população tinha ouvido falar sobre a sepse, enquanto 98% tinha conhecimento sobre o infarto. Então, quando uma pessoa percebe sintomas de infarto, vai rapidamente para o hospital. Já a sepse pode ser subestimada. Pesquisas ainda mostram que, quanto mais baixo o nível de instrução, menor o conhecimento sobre a sepse”, diz.

A pesquisa também comprovou que o uso de antibióticos reduziu a mortalidade por sepse. De acordo com Azevedo, o ideal é que o medicamento seja administrado nas três primeiras horas do diagnóstico da doença, mesmo antes da identificação do agente infeccioso. Quanto mais cedo, maior a chance de sucesso. “A sepse é sensível ao antibiótico de maneira geral, mas o sistema imunológico tem que ser competente para combater a infecção. Quando ele não é eficaz, só o antibiótico não funciona”, explica.

Todos estão sujeitos à sepse, no entanto há grupos mais vulneráveis, como crianças abaixo de 1 ano que ainda estão com o sistema imunológico em formação e pessoas com o sistema imunológico comprometido como idosos acima de 65 anos, pessoas com câncer em tratamento com quimioterapia, com HIV ou com doenças crônicas não controladas.

“Nesses grupos, a evolução da sepse é mais rápida e o risco de morte, maior. A prevenção no idoso e na criança pode ser feita por meio de vacinação contra a gripe e pneumonia, que evitam os fatores de risco que causam infecção”, afirma Azevedo.

Brasil tem alta mortalidade por sepse

O Brasil apresenta uma das maiores taxas de mortalidade por sepse no mundo. São 670 mil casos por ano, sendo que 50% resultam em morte, de acordo com a ILAS. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 31 milhões de casos são diagnosticados por ano, sendo 6 milhões deles fatais.

No ano passado, a órgão reconheceu a sepse como um problema de saúde mundial, instando países-membros, entre eles, o Brasil, a desenvolver melhorias de prevenção, diagnóstico e tratamento.

Sepse é o termo usado desde 1992 para designar a septicemia ou infecção generalizada. Conforme o conhecimento sobre a síndrome foi aumentando, sua definição foi alterada.

Até 2016, sepse era definida como uma resposta inflamatória do organismo a uma infecção. A partir daí, passou a ser uma resposta desregulada do sistema imunológico a uma infecção que promove disfunção orgânica, levando ao risco de morte.

De acordo com a ILAS, a sepse é a principal causa de morte em UTIs. Mas vale ressaltar que a sepse não é exclusiva de ambientes hospitalares. O médico explica que mais da metade dos pacientes com sepse desenvolveram a síndrome a partir da chamada infecção comunitária –  bactérias do dia-a-dia – como infecção urinária e abdominal e pneumonia.

 

R7

Pixabay

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta quarta-feira (12) manter a obrigação de o poder público fornecer somente remédios registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A decisão tem "efeito repetitivo", ou seja, servirá como referência para todos os tribunais do país.

Em abril deste ano, o STJ decidiu que o Estado é obrigado a fornecer medicamentos que não estão incorporados aos atos normativos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Na ocasião, o tribunal definiu alguns critérios (saiba mais abaixo), mas a Defensoria recorreu da decisão, pedindo que a obrigatoriedade de o medicamento ser registrado na Anvisa fosse revogada.

Ao analisar o recurso, nesta quarta, a Primeira Seção do STJ negou o pedido da Defensoria.

Critérios

Pela decisão do STJ, o fornecimento dos remédios pelo poder público deverá seguir os seguintes critérios:

Apresentação de laudo expedido por um médico do SUS;

Incapacidade financeira do paciente;

Comprovação de que o remédio é fundamental para o tratamento;

Registro do medicamento na Anvisa.

STF

No mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Ministério Público pode apresentar ação pública para obrigar o poder público a fornecer medicamentos que não estão na lista do SUS.

A decisão o foi tomada enquanto a Corte analisava um caso de Minas Gerais.

 

G1

Imagine só a seguinte situação: você quer tomar uma vacina contra a gripe. Mas em vez de procurar o posto de saúde mais próximo, ou mesmo aquela clínica particular que vai cobrar um valor considerável pelo procedimento, você faz uma compra on-line, recebe a dose e uma seringa com microagulha pelo correio e aplica em si mesmo o produto.

Simples? Sim. Impossível? Na verdade, não.

Pelo menos é isso que querem mostrar cientistas da área de imunologia.

Um grupo de 14 pesquisadores de universidades americanas, canadenses e israelenses publicou nesta quarta-feira um artigo no periódico científico Science Advances explicando a tecnologia - que, no estudo, foi feita para uma cepa letal de gripe, mas que na vida prática poderia ser aplicada a outros tipos de vacinas.

Os pesquisadores criaram um medicamento para injeção intradérmica - ou seja, na pele, entre a derme e a epiderme -, o que facilita muito o esquema self-service: essa aplicação é fácil e pode ser feita mesmo que a pessoa não tenha nenhum conhecimento médico.

A maioria das vacinas hoje é aplicada com injeção subcutânea, que atinge camadas mais profundas do tecido e, por isso, só pode ser administrada por alguém com conhecimento médico.

As vacinas contra a gripe, por exemplo, são aplicadas no músculo deltoide, que recobre o ombro. Para adultos, usa-se uma agulha que pode chegar a 3,8 centímetros de comprimento.

O método desenvolvido pela equipe atingiu bons resultados tanto em furões - usados para verificar a eficácia dos medicamentos - quanto em humanos, mesmo quando foi testada uma das variedades mais nocivas do vírus da gripe.

O procedimento, conforme explica o artigo, é todo feito sem o auxílio de um profissional.

Pelo mecanismo, o aplicador utiliza uma microagulha que, a partir da pele, pode penetrar nos tecidos profundos ou vasos sanguíneos.

"Um dia, isto pode ser enviado pelo correio para autoadministração. Isso poderia aliviar grandemente as multidões em centros de saúde no caso de um surto ou de uma pandemia", afirmam os cientistas no estudo.

O artigo ainda lembra que, mais do que mutirões para aplicar vacinas, um grande desafio enfrentando em períodos críticos, de pandemias, é justamente a produção e a distribuição das vacinas - e a autoaplicação facilitaria a disseminação dos agentes imunológicos na população.

Vacinas turbinadas

Para melhorar a qualidade das vacinas, os cientistas têm utilizado adjuvantes - aditivos, ou melhor, agentes químicos que tornam as tornam mais eficazes -, que aumentam a resposta imunológica do organismo.

O bioquímico Darrick Carter, do Instituto de Pesquisas de Doenças Infecciosas de Seattle, nos Estados Unidos, combinou três tecnologias para obter um produto eficiente e seguro. Sempre, ressalta-se, por meio da tal microagulha.

Carter utilizou ainda uma técnica alternativa ao uso do vírus inativado, a chamada vacina recombinante, para produzir uma resposta imunológica ainda mais forte.

Por fim, o pesquisador fez com que fosse aplicado, junto à vacina, um adjuvante à base de um lipídio que pode aumentar sua eficácia - pelo menos este foi o resultado observado em furões.

Depois de testada em animais, a vacina contra a gripe foi utilizada em 100 humanos. Não foram registrados efeitos adversos e os resultados foram positivos.

De acordo com os pesquisadores, o sucesso do teste permite um planejamento para que, num futuro próximo, seja realidade a ideia de a população receber um pacote com vacina e dispositivo para aplicação intradérmica com facilidade, pelo correio.

Reforço na produção de vacinas

Também hoje, o periódico especializado Vaccine publicou uma pesquisa que pode ser um avanço na outra ponta da questão das vacinas: a produção.

Os cientistas descobriram uma maneira, utilizando feixes de laser, para medir rapidamente a infectividade viral (a capacidade de um agente de causar infecção) no desenvolvimento e na produção das vacinas.

Isso significa melhorar a efetividade dos medicamentos, "acertando" com mais destreza a carga viral da vacina.

No artigo, os pesquisadores, das empresas Thermo Fisher Scientific e LumaCyte, mostram como o laser possibilita que cientistas analisem rapidamente as vacinas virais. Com a maior precisão, a ideia é que o desenvolvimento de medicamentos seja acelerado, com um grau de eficácia mantido.

"Muitas vacinas utilizam o próprio vírus para a criação de uma resposta imunológica no corpo. Assim, a medição da concentração dos vírus infecciosos é crítica para a segurança e eficácia das doses", explicam os cientistas.

A quantificação viral durante uma doença, enquanto ela é manifestada, é muito importante: afinal, atrasos na produção e distribuição da vacina podem ter efeitos sérios no dia a dia das pessoas.

Em geral, hoje em dia, essa medição é feita por meio do que se chama "teste de placas de lise". Isso significa que amostras da vacina são colocadas em uma superfície pequena e, por meio de observação microscópica, analisa-se a disseminação - ou não - do vírus. Um processo, portanto, menos acurado e menos ágil do que a novidade proposta.

Os cientistas acreditam que, com o novo método, gargalos do processo sejam eliminados. E, em breve, vacinas mais eficazes estejam disponíveis para males como ebola, zika vírus e influenza, a gripe.

Gripe

A maior dificuldade na imunização contra a gripe é a rápida mutação das cepas do vírus, que mudam praticamente a cada nova temporada de vacinação.

Cientistas, entretanto, têm trabalhado para que, em breve, esteja disponível uma vacina "universal" contra a doença - o que eliminaria a necessidade, por exemplo, de campanhas anuais de imunização, como ocorre no Brasil, sobretudo focadas na população mais idosa.

Estudo publicado no ano passado na revista Scientific Reports mostra que uma das estratégias que vêm sendo testadas pelos cientistas é a criação de uma vacina que combata a "raiz" do vírus da gripe, em vez do vírus de modo geral. Isto faria com que toda a árvore genealógica do agente infeccioso fosse combatida.

Esta é a ideia de pesquisadores do centro médico da Universidade de Rochester, instituição localizada ao norte de Nova York, nos Estados Unidos.

Para explicar o conceito, os cientistas envolvidos no projeto fazem uma analogia com uma flor comum. Eles afirmam que há uma proteína, chamada hemaglutinina, que tem a capacidade de cobrir o exterior do vírus da gripe. Esse efeito é semelhante ao de uma flor: há o talo e a cabeça, o caule e as pétalas.

Até então, as vacinas são todas focadas na cabeça, ou seja, a parte do vírus que acaba sendo a mais exposta - e, consequentemente, aquela que mais muda evolutivamente, no esforço para escapar das defesas imunológicas.

Os cientistas utilizaram supercomputadores para analisar as sequências genéticas dos vírus da gripe H1N1 em circulação entre humanos desde 1918. Em laboratório, o vírus foi manipulado e juntado com anticorpos humanos. O software de computador encontrou variações evolutivas no vírus tanto na cabeça quanto no caule - mas, segundo os cientistas, a variação observada na cabeça sempre foi muito maior.

"Uma vacina contra a gripe universal baseada no caule seria mais amplamente protetora do que as que usamos agora, mas essa informação deve ser levada em conta à medida que avançamos com pesquisa e desenvolvimento", afirma o professor de microbiologia e imunologia David J. Topham, um dos autores da pesquisa.

"É muito mais difícil promover as mutações no caule do vírus, mas não é impossível."

Dados

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo com intensas campanhas de vacinação ao redor do mundo, estima-se que 1 bilhão de pessoas, em todo o mundo estejam infectados com o vírus da gripe. Os casos graves estão entre 3 a 5 milhões por ano - que causam de 300 mil a 500 mil mortes decorrentes da doença.

Nos Estados Unidos, as vacinas existentes ainda hoje protegem de 40% a 70% da população, também de acordo com dados da OMS.”.

 

BBC News Brasil

cancerO câncer irá tirar as vidas de 9,6 milhões de pessoas este ano, representando 1 em cada 8 mortes entre homens e 1 em cada 11 mortes entre mulheres, informou a agência de pesquisa sobre câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (12).

Em seu relatório Globocan, que detalha a prevalência e a taxa de mortalidade de vários tipos de câncer, a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) afirma que 18,1 milhões de novos casos de câncer surgirão neste ano.

O número é superior aos 14,1 milhões de novos casos e as 8,2 milhões de mortes previstos em 2012, quando a última pesquisa Globocan foi publicada.

O IARC disse que o fardo crescente do câncer - caracterizado como o número de novos casos, a prevalência e o número de mortes pela doença - se deve a vários fatores, como o desenvolvimento social e econômico e as populações maiores e mais velhas.

Em economias emergentes, disse, também há uma transição de formas de câncer relacionadas à pobreza e a infecções para formas de câncer ligadas a estilos de vida e dietas mais típicas de países ricos.

Prevenção

O câncer de pulmão - causado principalmente pelo fumo - é a principal causa de mortes por câncer em todo o mundo, disse o relatório. Assim como o câncer de mama, o câncer de pulmão também está entre as maiores causas de casos novos da doença: 2,1 milhões de casos novos de cada tipo devem ser diagnosticados somente neste ano.

Com uma estimativa de 1,8 milhão de casos novos este ano, o câncer colorretal é o terceiro tipo mais diagnosticado, seguido pelo câncer de próstata e o câncer de estômago.

"Estes novos números enfatizam que ainda há muito a ser feito para tratar o aumento alarmante do fardo do câncer globalmente e que a prevenção tem um papel central a desempenhar", disse o diretor do IARC, Christopher Wild, em comunicado que acompanhou o relatório.

Wild pediu que políticas eficientes de prevenção e detecção precoce sejam implantadas urgentemente "para controlar esta doença devastadora em todo o mundo".

O relatório do IARC disse que os esforços de prevenção - como campanhas antifumo, exames e vacinações contra o vírus do papiloma humano - podem ter ajudado a reduzir a taxa de incidência de alguns tipos de câncer, como o câncer de pulmão em homens do norte da Europa e da América do Norte e câncer cervical na maioria das regiões, com exceção da África subsaariana.

 

Reuters