O Ministério da Saúde informou ter ampliado o tratamento oferecido a pacientes com degeneração macular relacionada à idade por meio da oferta do medicamento antigiogênico e do exame de tomografia de coerência óptica. Segundo a pasta, ambas as incorporações são importantes para a detecção precoce e para tratar casos já confirmados, estabilizando a evolução da doença. A degeneração macular atinge a parte central da retina e leva à perda progressiva da visão central.
Os dois novos procedimentos devem atender pacientes a partir dos 60 anos, conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Degeneração Macular Relacionada à Idade. O medicamento antigiogênico é injetável e pode ser feito em um ou nos dois olhos, com intervalo mínimo de 15 dias entre um olho e outro. Já a tomografia de coerência óptica é um exame não invasivo para diagnóstico da doença nos dois olhos. A proposta é detectar sinais microscópicos de alterações precoces da retina.
A doença A degeneração macular relacionada à idade é uma doença progressiva que acomete a área central da retina, onde as imagens são formadas, levando invariavelmente à perda da visão central. O principal fator de risco é o aumento da idade. A doença pode ser classificada como seca, responsável pela maior parte dos casos (85%-90%), ou úmida (10%-15%).
O uso de transportes públicos pode afetar tanto a saúde física quanto a mental, segundo o cirurgião-geral Renato Poggetti, coordenador do Centro de Trauma do Hospital 9 de Julho. Segundo o especialista, os danos podem ser causados devido à aceleração do transporte, lotação e condições como limpeza, tempo de viagem, estado do trajeto e ruídos externos.
Poggetti afirma que a maioria dos acidentes pode ocorrer com pessoas que ficam em pé nos transportes, sendo sujeitos à compressão de músculos, articulações e ligamentos. Se os esforços ocorrerem diariamente e mais de uma vez por dia, a estrutura pode ser acometida mais de uma vez, gerando problemas como a tendinite e a bursite, inflamação dos tendões dos punhos e dos ombros, respectivamente.
Entre outros problemas comuns que podem ocorrer no transporte público, o especialista enumera as quedas, torções, colisões com outros passageiros ou com a estrutura interna do veículo, como barras e bancos.
O transporte público pode causar estresse, afetando também a saúde mental. Segundo o psicólogo Danilo Faleiros, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a sensação pode estar relacionada a um fator estressante no fim do trajeto, como um trabalho ruim, ou às condições do transporte, como o desconforto de estar com muitas pessoas e o risco de assédio. Para evitar esse sentimento, o psicólogo afirma que é necessário direcionar o pensamento a algo prazeroso por meio de um livro, seriado ou música.
A psicóloga Cleide Azevedo, do Hospital 9 de Julho, afirma que outra maneira de evitar o estresse dos transportes públicos é usar a bicicleta que, além de servir como meio de locomoção, é uma atividade física, favorecendo a circulação sanguínea e equilibrando hormônios associados à sensação de bem-estar.
Para Poggetti, traumas em transportes públicos podem ser prevenidos por meio da aplicação de medidas de segurança, como a limitação de passageiros que podem viajar em pé, uso de cinto de segurança para passageiros sentados e conscientização dos motoristas quanto às acelerações ou paradas bruscas. O médico afirma também que corredores exclusivos para uso de transportes coletivos ajudaria a minimizar a ocorrência de tais problemas.
Qual o principal fator de risco para o câncer de útero? A oncologista Juliana Ominelli, do Grupo Oncoclínicas do Rio de Janeiro, afirma que o principal fator de risco para a doença é a infecção por HPV. Segundo ela, esse risco pode ser potencializado por outras doenças sexualmente transmissíveis, que aumentam a inflamação no local, reduzindo a imunidade e, assim, elevando a chance de surgimento do câncer. A oncologista ressalta que o tabagismo também parece estar relacionado ao desenvolvimento desse tipo de câncer.
De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Tem sintomas? No início, não tem sintomas. Juliana afirma que, quando aparecem, no caso de câncer de colo de útero (base do útero) são sangramento vaginal, dor durante a relação sexual e até um odor forte. Já no caso de câncer de corpo de útero, o principal sintoma é o sangramento vaginal em mulheres menopausadas. Algumas mulheres se queixam de dor no baixo ventre e aumento do tamanho da barriga, segundo a oncologista.
É possível prevenir esse tipo de câncer? Sim. Com uso de preservativo e vacina contra o HPV. A vacina previne que a pessoa seja infectada pelo vírus e transmita para outras pessoas, além de diminuir o risco do desenvolvimento de câncer em quem tem o vírus, segundo a oncologista. Ela ressalta que a vacina também é indicada para meninos. O HPV em homens está relacionado ao câncer de pênis, canal anal, cabeça e pescoço. Vale ressaltar que, como o câncer de corpo de útero ocorre com mais frequência em mulheres obesas e diabéticas, uma boa forma de prevenção é manter uma alimentação equilibrada e praticar atividade física regularmente.
Quem teve filho tem menos risco de desenvolver câncer de útero? Segundo a oncologista, ter filho diminui o risco de câncer de corpo de útero, mas não o de colo de útero. “Até porque, para engravidar, a relação sexual foi sem o uso de preservativo”, afirma. Durante a gravidez, a mulher fica 9 meses sem menstruar e, portanto, sem a descamação do endométrio nesse período. Por isso o risco do desenvolvimento de câncer de corpo de útero na mulher que foi mãe é menor, de acordo com Juliana.
A menopausa é uma época de atenção ao início de desenvolvimento do câncer de útero? Juliana explica que o câncer de corpo de útero tem maior risco na menopausa. Assim, se a mulher voltar a ter sangramento após a menopausa, deve procurar um ginecologista. Já o câncer de colo de útero tem chance de ocorrer em qualquer idade, incluindo a menopausa, daí a importância do exame anual preventivo chamado papanicolau. Segundo o Ministério da Saúde, esse exame deve ser feito entre 25 e 59 anos.
Tratamentos para engravidar podem aumentar o risco desse câncer? Tratamentos para engravidar estimulam o crescimento do endométrio, camada interna do útero, para que fique mais espesso, portanto apropriado, para receber o embrião. Segundo a oncologista, esse estímulo da camada pode aumentar o risco de câncer.
Em quais órgãos costuma dar metástase? Câncer de colo de útero mata? O câncer de corpo de útero costuma crescer localmente e envolver órgãos ao redor, como bexiga, intestino e vagina. As metástases costumam ser para pulmão, ossos e fígado. Já o câncer de colo de útero, ao crescer, causa obstrução intestinal e dificulta a função dos rins. A metástases desse tipo de câncer costuma ser linfonodos abdominais, pulmão e ossos. Pode matar.
Depois que acaba a idade reprodutiva, o útero perde sua função e deve ser retirado? A retirada do útero não é recomendada, a não ser em casos específicos, como suspeita de câncer e mioma com muito sangramento, segundo a oncologista. Ela explica que os ovários produzem hormônios em pequena quantidade, mesmo após a menopausa, e por essa razão a histerectomia (retirada do útero) é evitada.
O que uma mulher pode fazer a partir dos 40 anos para não ter esse câncer? É possível tomar algumas medidas para diminuir o risco desse tipo de câncer como manter uma alimentação saudável, praticar atividade física e evitar o sobrepeso. E ainda: tomar a vacina contra HPV e usar preservativo.
A lista de doenças infecciosas, causadas por micro-organismos como vírus, bactérias, protozoários e fungos, é enorme. Para muitas existem vacinas, mas uma parte significativa não conta com proteção - apenas medidas paliativas de prevenção.
Entre as principais, ainda com alta incidência no Brasil, estão aids, hanseníase, hepatite C, malária e sífilis. A boa notícia é que elas têm tratamento, e com excelentes prognósticos. A seguir, saiba o que são exatamente essas patologias, seus sintomas, tratamentos e formas de evitá-las.
Aids
O que é: trata-se de uma infecção sexualmente transmissível (IST) provocada pelo HIV, um retrovírus que ataca o sistema imunológico. Ele é transmitido pelo sexo vaginal, anal e oral sem camisinha, uso de seringa e instrumentos perfurocortantes contagiados, transfusão de sangue contaminado e de mãe infectada para o filho durante a gravidez, no parto ou na amamentação.
É importante destacar que ter HIV não é o mesmo que ter aids - há muitas pessoas soropositivas (que possuem o vírus em seu corpo) e que passam anos sem apresentar qualquer sintoma e sem desenvolver a doença. sigla "aids" significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, e refere-se à doença criada pelo vírus.
Sintomas: na fase inicial, chamada de infecção aguda, a enfermidade pode ser facilmente confundida com uma simples gripe, pois provoca febre e mal-estar. Outros sinas comuns são manchas pelo corpo, gânglios no pescoço e dor de garganta. Segundo o Ministério da Saúde, a fase seguinte, que é assintomática e pode durar vários anos, "é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus".
Depois vem a fase em que os sintomas aparecem: diarreia, febre, astenia (perda ou diminuição da força física), sudorese noturna e perda de peso superior a 10%. Com o passar do tempo, a imunidade vai ficando cada vez mais baixa, favorecendo o surgimento de doenças como hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmoses e até alguns tipos de câncer. Diagnóstico e tratamento: o diagnóstico da aids é feito por exame de sangue, e o tratamento se dá com a combinação de medicamentos antirretrovirais (ARV) , cujas funções são impedir a multiplicação do HIV no organismo e evitar o enfraquecimento do sistema imunológico para, assim, melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida. O paciente precisará tomar os remédios para o resto da vida.
Prevenção: uso de preservativos (feminino ou masculino) em todas as relações sexuais, realização de pré-natal no caso das gestantes, e utilização de seringas e agulhas descartáveis e luvas para manipular feridas e líquidos corporais.
Incidência no Brasil: em 2017, foram diagnosticados 42.420 novos casos de HIV e 37.791 de aids, com uma taxa de detecção de 18,3/100.000 habitantes. O número de mortes foi de 11.463. De 1980 a junho de 2018, o Ministério da Saúde registrou 982.129 casos de aids.
Hanseníase
O que é: antigamente conhecida como lepra, é uma doença crônica, infectocontagiosa, curável e que acomete, principalmente, pele e nervos periféricos. Ela é causada pelo bacilo Mycobacterium leprae e sua transmissão ocorre pelo contato com a tosse e o espirro, e pelo contato próximo e prolongado com pessoas infectadas.
Sintomas: variam conforme os seis tipos de doença, mas os mais comuns são, segundo o Ministério da Saúde, "manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, aliadas à perda ou alteração de sensibilidade térmica (calor e frio), ao tato e à dor, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas".
Queda de pelos, ausência de suor, inchaço e diminuição da força dos músculos das mãos e dos pés, febre, edemas, dor nas juntas, atrofia muscular e sangramento do nariz também podem surgir. O agravamento da doença ainda pode causar graves deformações físicas e orais e problemas oculares.
Diagnóstico e tratamento: para diagnosticar a hanseníase é preciso fazer exames clínicos, dermatoneurólogicos e de sensibilidade. O tratamento é ambulatorial (sem a necessidade de internação) e feito com o uso de antibiótico poliquimioterápico. A duração é determinada pelo médico - pode ser de seis meses a dois anos. Com tratamento correto, ininterrupto e feito logo nos estágios iniciais da doença, a hanseníase tem cura. O Ministério da Saúde informa que, durante o tratamento, os pacientes deixam de ser contagiosos e, portanto, não precisam ficar em isolamento.
Prevenção: para não contrair hanseníase é fundamental evitar o contato com pessoas infectadas. Fora isso, quando a doença já está presente, a melhor forma de prevenir a instalação de deficiências e incapacidades físicas é o diagnóstico precoce.
Incidência no Brasil: no período de 2008 a 2016 foram notificados 301.322 casos em todo o país, dos quais 21.666 (7,2%) eram em menores de 15 anos de idade.
Hepatite C
O que é: causada por vírus (HCV), a hepatite C provoca inflamação no fígado. Sua transmissão se dá pelo contato com sangue, por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos contaminados. Também pode ocorrer em procedimentos cirúrgicos, odontológicos, hemodiálise, transfusão e endoscopia quando as normas de biossegurança não são aplicadas e, menos comumente, no parto e durante o sexo desprotegido.
Sintomas: nem sempre a doença apresenta sintomas, e muitas vezes eles são inespecíficos, o que torna seu diagnóstico mais difícil. De toda forma, alguns deles são fraqueza, pele e olhos amarelados, urina escura, fezes claras, mal-estar, tontura, vômito e febre baixa.
O Ministério da Saúde informa que quando o vírus persiste por mais de seis meses, o que é comum em até 80% dos casos, caracteriza-se a evolução para a forma crônica. Nessa situação, cerca de 20% dos infectados correm o risco de desenvolver cirrose hepática e, de 1% a 5%, câncer de fígado.