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O ELSA (Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto) teve início em 2008 e, durante 25 anos, vai acompanhar mais de 15 mil adultos, entre 35 e 74 anos, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Espírito Santo. Seu principal objetivo é determinar os fatores que contribuem para o surgimento das doenças crônicas na população brasileira. Como essas enfermidades estão relacionadas à idade, o ELSA também tem como meta estabelecer padrões de referência sobre o envelhecimento da nossa população. Sem uma iniciativa como essa, continuaríamos a utilizar dados de outros países, que não correspondem à nossa realidade. “Os dados de hoje predizem as doenças no futuro”, explica o professor. “Através deles, podemos conhecer a história das doenças e identificar seus fatores predisponentes. Acompanhar esses indivíduos por 25 anos vai nos dar a oportunidade de enxergar toda a trajetória da vida adulta”, acrescenta.

O doutor Mill esclarece um conceito importante, que passa despercebido pela maioria das pessoas, sobre como o organismo envelhece: “embora a idade seja um fator inexorável, o envelhecimento não é uniforme em todo o corpo. Um bom exemplo é a pele, nosso maior órgão. Em algumas pessoas, ela envelhece mais rapidamente, enquanto outras parecem mais jovens. O mesmo acontece com os órgãos internos, que envelhecem em diferentes cursos temporais, relacionados a fatores genéticos e ao estilo de vida”. É aí que entra o envelhecimento das artérias e suas consequências, parte do amplo escopo de mapeamentos do ELSA.

 

Os pesquisadores avaliam a rigidez das artérias, que vão perdendo sua elasticidade com o passar do tempo. “As grandes artérias são muito ricas em fibras elásticas, que vão sendo substituídas por fibras colágenas conforme envelhecemos. Realizamos um exame não invasivo no qual medimos a distância entre dois pontos, um na região do pescoço e outro na virilha. Em seguida, captamos a onda de pulso nessas duas regiões e calculamos a defasagem temporal entre um ponto e outro. A velocidade aumenta quanto mais rígida estiver a artéria. Trata-se de um preditor para complicações futuras e mortalidade”, afirma o pesquisador. Vale dizer que não se trata de medir o fluxo sanguíneo. O que o aparelho – que pode ser um tonômetro ou um sensor de pulso – mede é a distensão ou deformação do vaso que carrega o sangue. Ao envelhecer, ele se enrijece e, numa imagem bem simples, poderia ser comparado a um cano que encurta um percurso que deveria ser mais sinuoso.

Para estabelecer os valores de referência para a velocidade de onda de pulso, foi selecionado um grupo específico de participantes do ELSA: indivíduos que nunca tivessem fumado, que apresentassem pressão e peso normais, que não fossem diabéticos e não estivessem tomando remédios. Não foi fácil. “Entre os 15 mil participantes, 8 mil tomavam pelo menos um medicamento de uso contínuo. Queríamos uma amostra saudável para criar valores de referência brasileiros. Não há tratamento para a rigidez arterial, mas é possível iniciar ações de prevenção para retardar esse envelhecimento. O exercício é a primeira delas, porque age diretamente prevenindo hipertensão, o diabetes e o sobrepeso”, contou o médico.

O exame de velocidade de onda de pulso já é recomendado pela Sociedade Europeia de Hipertensão desde os anos de 1990, mas ainda não foi incorporado à nossa prática clínica. Um dos motivos é o preço: o equipamento utilizado no ELSA custou US$ 6 mil (quase R$ 25 mil), valor que foi diluído depois de ser utilizado em 10 mil pessoas. O outro depende de se conhecer o que seria uma velocidade de onda de pulso “normal”, o que deverá ocorrer com os valores que serão estabelecidos pelo ELSA. “O mesmo aconteceu com a pressão arterial. Durante muitos anos se sabia que ter pressão alta não era bom, mas somente depois de se chegar aos atuais valores de referência é que o uso desse exame se consolidou”, conclui o doutor Mill.

 

Globo Bem Estar

“Doenças como bronquite, enfisema pulmonar, limitam a vida desse indivíduo do ponto de vista que ele terá dificuldades para tarefas simples, da vida diária”. Aldo Miranda, mestre em fisioterapia respiratória, está falando do narguilé, moda entre jovens, mas que não deve ser considerado apenas um hobby.

A Organização Mundial da Saúde estima que uma sessão, com média de 20 a 80 minutos, equivale a exposição tóxica de cem cigarros.
O narguilé é uma espécie de cachimbo oriental. O fumo é aquecido com carvão e a fumaça gerada ali desce para um reservatório de água, depois é puxada por uma mangueira. Como no cigarro, fumantes passivos também estão expostos ao risco.
Entre as consequências mais graves do uso do narguilé está o câncer. Segundo Inca (Instituto Nacional do Câncer), a estimativa é que, a cada ano no país, passe de 30 mil o número de casos novos de câncer de pulmão.

Em 2011, a Academia Brasileira de Laringologia e Voz já recomendava o veto do narguilé em espaços públicos para todo o Brasil e não é para menos: o tabaco é considerado o principal fator de risco para tumor de via aérea.
“Lesão da via aérea desde o nariz, da garganta até a laringe, lesões pré-tumorais e lesões tumorais também podem acontecer. Esse conceito que o narguilé é algo recreativo tem que ser eliminado, isso não existe”, alerta a otorrinolaringologista Daniela Rodrigues.

Mais além dos problemas pulmonares, compartilhar o bocal do narguilé ainda pode transmitir doenças como herpes, hepatite C e tuberculose.

 

G1

vaporEle é discreto e cabe no bolso. Como não produz cinza e a fumaça não tem aquele cheiro que fica impregnado na roupa e no cabelo, dá a impressão de ser “menos pior que o cigarro”. Mas será que isso é verdade? Só no último ano, segundo a agência de saúde britânica, a engenhoca ajudou 20 mil pessoas a largarem o cigarro. Seria uma espécie de política de redução de danos.

Apesar de o vapor do cigarro eletrônico ter menos substâncias tóxicas que a fumaça do cigarro comum, esse vapor contém compostos químicos cancerígenos, partículas finas que inflamam os pulmões, nicotina, metais pesados e aromatizantes, que também levam a doenças pulmonares.

A nicotina presente em um único cartucho do vaporizador equivale a 20 cigarros. Por ser tão recente, pouco se sabe sobre os efeitos dessa sobrecarga de nicotina para a saúde a longo prazo.

ientistas da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, concluíram que o vapor dos cigarros eletrônicos desativa as células protetoras do pulmão, que servem para combater bactérias, e ainda provoca inflamação. Os pesquisadores alertam, ainda, para o risco do consumo entre jovens e o perigo de uma futura epidemia que poderia ser evitada.

Prevendo essa possibilidade, a agência americana que regula remédios e alimentos deu um prazo aos fabricantes: em dois meses eles precisam apresentar medidas para evitar que menores comprem esses produtos.

Já o Reino Unido estimula a indústria dos vaporizadores, avaliada em um bilhão de libras. São mais de três milhões de consumidores no país. O governo afirma que os aparelhos são muito menos danosos que os cigarros tradicionais e enxerga neles uma forma de combater o fumo.

Entretanto, a cientista que observou os efeitos da inflamação do vapor nos pulmões diz que ainda é cedo para afirmar que os aparelhos são uma ferramenta de ajuda.

Parar de fumar

A dependência do cigarro é de três tipos: física, psicológica e comportamental. Por isso, o tratamento tem de mirar esse tripé. O cigarro causa sensação de prazer, aumenta a motivação (física). Também serve como bengala em determinadas situações, como de estresse (psicológica). Além disso, existem os hábitos associados ao fumo, como beber (comportamental).

 

G1

Foto: Augusto Carlos/TV Globo

A Justiça Federal de Brasília decidiu hoje (24) anular a decisão do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) que, na semana passada, concedeu à empresa farmacêutica norte-americana Gilead o pedido de patente do medicamento Sofosbuvir no Brasil, usado para o tratamento da hepatite C.

A decisão foi proferida pelo juiz Rolando Valcir Spanholo, da 21ª Vara da Justiça Federal, e atendeu a um pedido liminar protocolado pela candidata à presidência Marina Silva (Rede) e seu vice, Eduardo Jorge (PV).

O magistrado entendeu que o Inpi deixou de analisar que o pedido de patente feito pela empresa "não se coadunava com o interesse social, tecnológico e econômico do país". Segundo Spanholo, o instituto “desrespeitou a sua obrigação constitucional de zelar, preventivamente, pela guarda da soberania nacional e do interesse público”.

“Por isso, não andou bem o INPI quando se eximiu de enfrentar os argumentos de que a patente guerreada atenta contra o interesse social (a vida de quase 1 milhão de pacientes que dependem do SUS para tratar a Hepatite C), tecnológico (há notícia de que fundação pública nacional já desenvolveu tratamento genérico seguro e eficaz para a mesma doença, cujo projeto terá que ser abortado em decorrência da patente requerida) e econômico do povo brasileiro (anualmente, o SUS desembolsa quase R$ 1 bilhão para atender tais pacientes), sob a pretensa ausência de competência”, decidiu o juiz.

De acordo com o Ministério da Saúde, o preço de cada tratamento de hepatite C, que dura 84 dias, ficaria em pouco mais de R$ 5 mil usando o medicamento nacional. Comprando o remédio dos laboratórios privados, o custo por paciente já chegou ao patamar de US$ 84 mil (aproximadamente R$ 343 mil, na cotação desta segunda-feira).

Por meio de nota, o INPI informou que ainda não foi intimado da decisão.

 

Agência Brasil