A cerveja não pode ser vendida como algo que faz bem, determinou um tribunal alemão nesta quinta-feira (17) depois que um grupo de direitos do consumidor processou uma cervejaria por causa de um anúncio que sugere falsamente que a cerveja traz benefícios para a saúde.
A disputa com a cervejaria Haerle, situada em Leutkirch, cidade do sul da Alemanha, começou quando um grupo de proteção do consumidor protestou contra o uso da palavra "bekömmlich", que tem conotações de saúde e de sabor.
O Tribunal Federal de Justiça alemão manteve um veredicto de uma corte inferior, segundo a qual a palavra não pode ser usada em anúncios de bebidas que contêm mais de 1,2% de álcool.
A corte afirmou que "bekömmlich", que não tem tradução exata, mas pode ser assemelhada a "salutar", descreve mais do que o sabor da cerveja.
"O termo 'bekömmlich' é entendido pelo público relevante como 'saudável', 'benéfico' e 'digerível'", disse o tribunal.
Quando usado para descrever alimentos, significa que o produto é absorvido e tolerado facilmente pelo sistema digestivo mesmo se consumido por longo prazo, argumentou a corte, acrescentando que a cerveja às vezes causa problemas de saúde.
A Alemanha, antes a maior consumidora do mundo deste tipo de bebida e famosa pelo festival anual de cerveja Oktoberfest, testemunhou uma queda de consumo de 17% desde 1993, mas as cervejarias esperam que a Copa do Mundo, que começa no mês que vem, provoque um crescimento nas vendas.
O Laboratório Central do Piauí (Lacen) tem como objetivo primordial atender à comunidade através da execução das mais diversas análises de interesse da saúde pública. Uma delas é o trabalho de identificação do subtipo H1N1 da Influenza A, na qual foram confirmados, em 2018, 28 casos do tipo Síndrome Respiratória Aguda Grave(Srag). Esse tipo de exame realizado pelo Lacen é considerado padrão ouro e permite precisão no diagnóstico e informação para elaboração de medidas epidemiológicas para conter a proliferação do vírus.
O exame feito para testagem de H1N1 no Piauí é feito pelo método de Reação em Cadeia da Polimerase (RT-PCR em tempo real), sendo uma reação da transcriptase reversa, seguida de reação em cadeia da polimerase que utiliza como molde do Ácido Ribonucleico (RNA) de cadeia simples. A partir do RNA, a enzima transcriptase reversa sintetiza uma cadeia de DNA complementar. O exame investiga o vírus Influenza e seus subtipos, bem como realiza a investigação para outros vírus respiratórios (OVRS).
A coordenadora de Patologia do Lacen, Joana Carolina Viana, explica como o RT-PCR em tempo real funciona, no qual será detectado o RNA do vírus, ou seja, o material genético do vírus da gripe.
A testagem segue algumas etapas até a liberação do laudo, com prazo limite de cinco dias. Primeiramente, a coleta do material é feita, preferencialmente, nas duas narinas e na orofaringe, após isso, o material é acondicionado em baixas temperaturas e transportados imediatamente para o LACEN. A partir daí a amostra é colocada para processamento no equipamento específico para poder identificar se há presença de algum material genético de vírus, por meio de reagentes específicos. Depois, é feita uma extração desse material e efetuado um aumento exponencial para que a identificação do tipo fique mais acertiva. Por ser um exame em tempo real, é mais rápido que o convencional, em 8h ocorre o processamento da amostra.
A coleta da amostra é feita quando surge a suspeita, preferencialmente entre o primeiro e o sétimo dia do aparecimento dos sintomas e antes da administração do medicamento Tamiflu, como explica o diretor da Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde, Herlon Guimarães, reiterando que o medicamento deve ser indicado ao paciente com suspeita, independente do resultado do exame, 72h após o aparecimento dos sintomas.
“Esse exame mostra-se mais específico para a identificação da Influenza, analisando as sequências genéticas que os vírus possuem, possibilitando a diferenciação dos tipos e subtipos da influenza, que dentre esses subtipos está o H1N1” explica a coordenadora de patologia, ressaltando que anteriormente os exames eram feitos no Laboratório Adolfo Lutz, em São Paulo, e demoravam um mês para obtenção do resultado.
O exame RT-PCR em tempo real é considerado padrão ouro, específico e sensível. Além de ser um processo complexo e caro, depois do processamento no equipamento, o método exige profissionais qualificados para a análise dos dados, elaboração de estatísticas e quantificação. Investimentos feitos pela Secretaria de Estado na Saúde na capacitação de profissionais permitiram que esse tipo de testagem fosse feita no Piauí, com resultados mais rápidos.
Os resultados analisados no Lacen podem servir como base pesquisas e produção de vacinas pelo Laboratório de Referência Nacional, o Instituto Adolfo Lutz. A coordenadora de patologia explica que em alguns casos ocorre a mutação do vírus e não há como identificar seu subtipo, então são enviadas amostras para o instituto de referência que as estudarão para produção de conhecimento científico e de novos imunizantes.
Trabalho de vigilância
O Lacen é um laboratório de vigilância, trabalhando junto com as coordenações de vigilância tem a função de realizar diagnóstico laboratorial para as doenças de saúde publica, aquelas que possuem investigação pelas vigilâncias epidemiológica, ambiental ou sanitária. O trabalho de notificação é realizado pelos órgãos de vigilância municipais e estaduais, o Lacen participa em conjunto com esses órgãos fornecendo ou apoiando na realização dos exames necessários.
O Piauí utiliza o sistema GAL (gerenciador de ambiente laboratorial), um software nacional que todas as unidades e laboratórios da rede de saúde pública possuem, tanto para cadastro de requisição e amostras quanto para liberação de laudos, no sistema está interligado o sistema de notificação somente de forma a interligar um com o outro.
Em pessoas muito estressadas, com doenças cardíacas preexistentes ou pessoas com problemas relacionados ao coração, como obesos, diabéticos e hipertensos, existe, sim, a possibilidade de infarto relacionado a fortes emoções. O estresse causa a liberação de adrenalina no corpo, isso faz com que os vasos se contraiam, enquanto a pressão arterial e a frequência cardíaca aumentam e isso pode levar a um infarto.
Colesterol alto é fator de risco ao infarto?
O colesterol alto é um dos fatores de risco mais importantes no surgimento da aterosclerose, formação de placas de gordura nas paredes das artérias coronárias que levam sangue, oxigênio e outros nutrientes ao coração. Essas placas diminuem a espessura das artérias, deixando-as mais estreitas, o que dificulta a passagem de sangue. Sem sangue e oxigênio, o coração não consegue funcionar como deveria, e isso gera, consequentemente, o infarto.
O período da manhã é mais relacionado à ocorrência do infarto?
A maioria dos infartos ocorrem na transição da madrugada para a manhã. Isso acontece porque é neste momento que acontece o pico de liberação de substâncias como a corticoide, necessárias para que tenhamos disposição para enfrentar o dia que está começando. Essas substâncias estão ligadas ao aumento da pressão arterial, o que é normal. Em algumas pessoas que têm predisposição este pode ser um gatilho para o infartoEm que época do ano acontecem mais infartos? A estação do ano com maior incidência de infarto é o inverno. Isso porque o frio proporciona maior espasmo coronariano, que reduz o diâmetro das artérias, que passam a levar menos sangue para o coração. Caso o paciente seja tabagista ou faça uso de dietas gordurosas, as probabilidades aumentam porque também aumentam as chances de formação de placas de gordura que entopem essas artérias.
É possível ter infarto sem sentir dor?
Em mais de 70% dos pacientes, o infarto chega com uma dor típica: no lado esquerdo do peito, descrita principalmente como se fosse uma facada ou em aperto, muitas das vezes com irradiação para os braços, principalmente o esquerdo, e com duração maior que 20 minutos. Mas, em alguns casos, os sintomas podem variar, desde uma dor abdominal, uma dor que se associa a ser de origem muscular ou eventualmente sintomas que não possuem correlação nenhuma aparentemente com o coração. Também é possível que uma pessoa sofra um infarto e não sinta dor.
Crianças e adolescentes podem infartar?
Sim. É raro, mas crianças e adolescentes podem infartar. Geralmente, nestes casos, o mecanismo que leva ao Infarto é diferente dos adultos. Normalmente, nesses casos, o infarto acontece por causa de alguma doença sistêmica (no sistema cardiovascular) que favorece a formação de trombos no interior das coronárias ou em outros locais do corpo. Portanto, em crianças e adolescentes, não se pode aplicar os mesmos fatores de risco da população adulta.
Quem já infartou pode infartar novamente?
Uma pessoa que infartou pode ter uma vida normal, especialmente se o infarto foi bem tratado e não deixou sequelas, ou se elas forem mínimas. Em alguns casos, os pacientes podem enfrentar insuficiência cardíaca pós-infarto ou outras comorbidades. Isso não significa que um acompanhamento médico regular e criterioso não seja necessário. A possibilidade de um infarto é bem maior naqueles que já infartaram no passado. Por isso a atenção a esses pacientes deve ser muito maior.
Mulheres têm menor risco de infarto?
Em 1970, a cada cinco infartos, quatro eram homens. Atualmente a cada 10 infartos, cinco 5 são mulheres. A diferença é maior quando a mulher é mais jovem, mas diminui quando ela chega na menopausa. Nesta fase da vida, ocorre uma redução da produção de hormônios femininos, que são cardioprotetores. Portanto, durante a menopausa, as mulheres possuem as mesmas probabilidades que o homem de infartar. Vale ressaltar que a reposição hormonal não devolve os efeitos cardioprotetores daqueles hormônios que eram produzidos durante o ciclo reprodutivo.
Quem já enfartou pode tomar remédio para impotência sexual?
Pode, mas com ressalvas. Medicamentos para impotência sexual podem interagir com alguns remédios normalmente receitados para cardiopatas. Portanto, antes de fazer o uso desse tipo de medicação, o melhor é conversar com um médico para receber as instruções adequadas
Uma pessoa saudável, com check-up normal, pode ser acometida por infarto?
O check-up é fundamental, porém, mesmo com todos os exames e doenças relacionadas ao infarto controladas, a pessoa não está livre de riscos. Mas as probabilidades se reduzem muito com avaliações rotineiras com o médico e com o correto combate aos fatores de risco, seja com as medicações, quando indicadas, seja combatendo o sedentarismo associado à dieta saudável.
O magro tem menos chance de enfartar que o obeso?
A obesidade é apenas um dos fatores de risco para a doença arterial coronariana e, por consequência, para o infarto. Mas apenas 30% dos infartados no Brasil estão com sobrepeso. O fato de uma pessoa ser magra não significa que ela tem menos chances de infartar.
Quem teve infarto pode praticar atividades físicas intensas?
Sim. Quem já infartou pode praticar atividade física intensa, inclusive corridas de longas distâncias ou outras atividades que exigem muito esforço físico. Porém, existem ressalvas. É necessário que a pessoa faça uma avaliação médica criteriosa que possa medir a capacidade física para o esporte desejado. Esta avaliação deve ser feita antes do início de qualquer atividade desse tipo.
Pessoas negras apresentam maior risco de doença cardíaca?
R7
É verdade. Apesar de o Brasil ser uma nação multirracial e com mesclagem, a população afrodescendente possui, estatisticamente, maior incidência de hipertensão arterial e geralmente com maior grau de dificuldade de controle de seus valores.
É necessário que se faça testes para determinar a saúde do coração todo ano?
Para pessoas com qualquer sintoma que possivelmente seja de origem cardiovascular ou em pessoas que já foram acometidas por infarto, os exames anuais são fundamentais. Para quem não tem estes problemas, antes dos 40 anos, é importante ir a um cardiologista antes de dar início à prática esportiva para avaliar a condição física. A parir dos 40 anos, é necessária uma avaliação criteriosa para determinar quem necessita de avaliação anual, ou até mesmo semestral, dependendo dos fatores de risco.
Uma força-tarefa de 600 médicos de todo o país vai montar um banco de dados da pressão arterial do brasileiro. A iniciativa faz parte da campanha mundial de aferição da pressão arterial (PA), promovida pela Sociedade Internacional de Hipertensão (ISH, do nome em inglês), e chama a atenção para o Dia Mundial de Combate à Hipertensão, comemorado hoje (17). O esforço se estenderá durante todo o mês de maio. O resultado será encaminhado para a ISH e vai compor um levantamento global que será divulgado pela entidade estrangeira durante congresso que ocorrerá em setembro deste ano, em Pequim, China.
O banco de dados brasileiro é elaborado pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e o Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DHA/SBC), com apoio da Servier, que financia a elaboração dos bancos de dados em todo mundo.
O coordenador da campanha “Maio, o Mês da Medida de Pressão” (MMM18) no Brasil e também presidente da Sociedade Latino-Americana de Hipertensão (LASH, do nome em inglês), cardiologista Eduardo Costa Duarte Barbosa, revelou que a força-tarefa visa fazer uma fotografia da hipertensão no Brasil e do perfil dos doentes no país. No ano passado, foram avaliados 7 mil brasileiros. Este ano, Barbosa disse à Agência Brasil que a meta é atingir pelo menos 20 mil pacientes, com probabilidade de chegar até 30 mil pessoas.
Mudança de Foco
Este ano, a campanha mudou o seu foco. Se nos anos anteriores, o foco sempre foi orientar a população sobre os perigos da hipertensão, este ano o objetivo é que as pessoas meçam a sua pressão e conheçam o valor dela “para daí, então, se estiver alterada, acima de 120 por 80, ou 12 por 8, procurar o médico”, indicou o presidente da LASH. “O foco da campanha mudou um pouco. Se antes era focada mais em orientação, agora é focada em verificação”.
A pressão 120 por 80 é considerada ótima. Acima de 140 por 90, a pessoa já é hipertensa. Entre 12 por 8 e 14 por 9, ela já é considerada pré hipertensa “e 80% delas, em um ano, vão estar hipertensas”, afirmou o cardiologista.
Estatísticas
Atualmente, 32% da população adulta brasileira, ou o equivalente a 36 milhões de indivíduos, têm hipertensão. Desses 36 milhões, somente 50% sabem que são hipertensos, dos quais apenas 50% se tratam. Eduardo Barbosa destacou que dessa parcela que se trata, só 50% têm a pressão controlada.
Salientou também o impacto econômico da doença. Trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que a hipertensão provoca o maior impacto no mundo, independente da situação econômica do país. No Brasil, a perda de produtividade no trabalho e de renda familiar totalizou US$ 4 bilhões no período de 2006 a 2015.
“Só em 2013, foram 1,2 milhão de óbitos, dos quais 340 mil decorrentes de doenças cardiovasculares, onde a hipertensão é o maior fator de risco. Em cada três brasileiros adultos, um é hipertenso”, informou o especialista.