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Aquelas rugas de preocupação na sua testa indicam muito mais do que o nível de stress da sua vida: elas podem ser um sinal de como anda sua saúde cardiovascular. É o que descobriram cientistas franceses em um estudo apresentado, no último domingo (26), no congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia.

A ideia de que o diagnóstico do risco cardíaco pode ir além de exames de colesterol e pressão não é nova – pesquisas anteriores já demonstraram que existe um elo entre a saúde do coração e manifestações como calvície, vincos nos lóbulos das orelhas e xantelasma (pequenas bolinhas que surgem na área dos olhos e que são formadas por gordura e colesterol).

Agora, um grupo de especialistas da Universidade de Toulouse, na França, investiga se as linhas de expressão da testa também podem sinalizar como está a saúde do coração. Para isso, eles acompanharam, por 20 anos, 3.200 pessoas que tinham de 32 a 62 anos de idade no início da investigação. De tempos em tempos, os participantes eram avaliados pelos cientistas e ganhavam notas de acordo com o número e a profundidade das rugas da testa – a mínima era 0 (sem marcas) e a máxima, 3 (muitas rugas).

Após duas décadas, os experts concluíram que os voluntários com nota 1 tinham um risco ligeiramente maior do que aqueles cuja pele era lisinha. Já as pessoas com notas 2 e 3 eram dez vezes mais propensas a sofrer um piripaque cardíaco do que aquelas que não apresentavam marcas. A probabilidade se manteve mesmo depois que os cientistas consideraram fatores de risco como idade, pressão arterial, gênero e se o indivíduo fumava ou era diabético.

Os mecanismos que explicam a possível relação entre as rugas e a saúde do coração ainda são desconhecidos, mas os pesquisadores têm uma teoria. A explicação se daria pelo fato de o stress oxidativo e a perda de colágeno (processos que se intensificam com o envelhecimento) participarem não só da formação de rugas, mas também do surgimento da aterosclerose. Trata-se de uma condição em que placas de gordura se depositam nas paredes das artérias e que, a longo prazo, pode provocar infarto e derrame, por exemplo.

Outra possível explicação é que, por serem muito pequenas, as veias da testa podem ser mais sensíveis à deposição de placas de gordura – ou seja, elas seriam uma evidência a olho nu de que a saúde vascular não está lá essas coisas.

Mas é claro que as rugas não são indicadores mais importantes do que aqueles obtidos em exames específicos. Os autores, no entanto, acreditam que elas podem ajudar no diagnóstico. “É a primeira vez que essa relação é estabelecida, então ela precisa ser confirmada em estudos futuros. Mas é uma prática simples e barata que poderia ser adotada pelos médicos”, comenta Yolande Esquirol, principal autor do artigo.

Para manter-se saudável (e com um rostinho bonito), é fundamental comer de forma equilibrada, praticar atividade física e, sempre que possível, relaxar o corpo e a mente – só assim seu coração vai seguir batendo firme e forte e as rugas de preocupação nem vão pensar em dar as caras.

 

msn

fumoO tabaco de enrolar deixou de ser "caipira", ganhando um caráter "moderninho". Se antes era típico da área rural, agora conquista cada vez mais adeptos no meio urbano.

De acordo com a última pesquisa do Ministério da Saúde e do INCA (Instituto Nacional do Câncer) sobre o tema, divulgado em 2011, o consumo de tabaco solto abrangia 5,1% da população e de cigarro industrilizado, 14,4%. O consumo de tabaco solto na área rural era de 13,8% e na área urbana, 3,6%.

No entanto, o pneumologista Paulo Corrêa, da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), afirma que esse cenário mudou. "O uso do tabaco enrolado à mão se disseminou. Não se restringe ao meio rural, é da área urbana também", afirma.

Um dos pontos que faz com que o cigarro de enrolar conquiste mais adeptos é o ritual, que engloba o ato de escolher, comprar e enrolar o tabaco antes de fumar, segundo a psquiatra Renata de Azevedo, do Chefe do Departamento de Psicologia Médica e Psquiatria da Unicamp, com atuação na área de dependência química. Ela afirma que esse ritual pode dificultar ainda mais a decisão de parar de fumar.

"Os rituais são muito gostosos. O ritual preenche o tempo, relaxa e, às vezes, fica mais difícil de abandonar o próprio ritual do que a substância. Várias pessoas que param de fumar sentem tanta falta da nicotina quanto de tirar o cigarro do maço, acender, ver a fumaça. Quanto mais ritual, mais difícil de ficar sem", diz.

O cozinheiro Eduardo Ferreira, 21, de São Paulo, é uma das pessoas que trocaram o cigarro industrializado pelo tabaco de enrolar e valoriza o ritual. “Eu notei algumas diferenças. Sinto que é mais prazeroso por todo o ritual de preparação, de poder apagar e reacender quando quiser”, explica. Para ele, o fato de o tabaco durar mais tempo também é um atrativo.

Além de urbano, o tabaco de enrolar ganhou ares de modernidade. Isso se deve, segundo os especialistas, ao estilo de vida associada ao produto "vendida" pelos fabricantes.

Se nos anos 1980, as propagandas relacionavam o cigarro a uma vida de aventura, hoje os posts de tabacos de enrolar associam o produto ao estilo hipster - "moderninho".

"Apesar de haver lei que restrinja a propaganda de cigarros aos pontos de venda, a internet se tornou um meio de propagação, seja pelas redes sociais ou por meio de influencers", afirma o pneumologista.

A Hi Tobacco, da HBT, que se define como primeira empresa brasileira a vender o produto, utiliza as redes sociais para vender seu produto e sua ideia.

Quando criada, em 2011, a empresa tinha apenas um produto para oferecer ao mercado. Hoje, conta com duas marcas e quatro tipos de tabaco. O público consumidor é formado por jovens e adultos entre 20 e 40 anos, segundo a empresa. "A procura pelo tabaco para enrolar vem sendo cada vez maior no Brasil e o hábito já é muito popular na Europa", afirmou a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa.

"Acho que esse glamour do tabaco de enrolar é muito mais um apelo para os adolescentes do que para os adultos, pois para eles o cigarro ainda tem seu charme, ainda é uma contravenção", afirma a psiquiatra. "Hoje existe uma discriminação social com o fumante. Temos levantamentos que indicam que a primeira razão para buscar tratamento para parar de fumar é a preocupação com a saúde, ou porque a pessoa já está doente, ou porque tem medo de ficar, mas, a segunda razão, é por mudanças no ambiente, seja no trabalho ou na família. Então, a pressão social exerce um impacto na decisão", completa.

Há um ano e meio o produtor de audiovisual Tiago Marconi, 36, dispensou o cigarro convencional e passou a consumir o tabaco solto. Com a mudança, a quantidade diária diminuiu. Se antes, fumava 20 cigarros por dia, hoje são cerca de cinco. “O cigarro artesanal demora um pouco para ser preparado, e é mais demorado para fumar, porque o conteúdo é mais denso e o papel queima de maneira mais lenta”, afirma.

Já para a jornalista Mariana Ribeiro, 29, a troca aconteceu por uma necessidade. Ela conta que fumava, no máximo, quatro cigarros por dia, mas começou a sentir que o organismo não estava reagindo bem e decidiu experimentar o tabaco de enrolar. "Troquei porque o cigarro comum estava me fazendo mal. Eu ficava enjoada, era como se meu corpo estivesse rejeitando o cigarro", conta. Atualmente, ela fuma dois cigarros de tabaco solto por dia.

Corrêa explica que um único cigarro artesanal equivale a três convencionais. Se uma pessoa fuma seis ou sete cigarros de enrolar por dia, é como se fumasse um maço inteiro do cigarro tradicional. “Essa equivalência se dá porque o cigarro artesanal é mais forte que o industrializado, possui mais alcatrão e nicotina. E, por não ter filtro, que diminui a emissão de fumaça, o consumidor inala mais esse vapor. Então, o tabaco de enrolar não é mais saudável. Pelo contrário, pode ser tão ou até mais nocivo do que o convencional”, afirma.

O pneumologista afirma que estudos mostram que pessoas que fazem uso do cigarro artesanal têm maior probabilidade de desenvolver Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), com quadros persistentes de enfisema pulmonar e bronquite, de maneira mais precoce que aqueles que fumam o cigarro convencional. Ainda não há dados que mostrem os efeitos do uso combinado de diferentes formas de tabaco — com cigarros convencionais, enrolados à mão, ou de palha, por exemplo.

Corrêa ressalta que tanto o cigarro industrializado quanto o artesanal contêm mais de 9.200 substâncias e que estudos mostram que quando a pessoa pára de fumar qualquer tipo de tabaco antes dos 35 anos não há redução na expectativa de vida. O pneumologista ainda explica que não há nenhum consumo de tabaco que seja considerado seguro.

O cigarro artesanal conta com a alternativa de uso de filtro. Segundo o médico, assim como no cigarro convencional, o filtro bloqueia apenas um grupo de todas as 9.200 substâncias, não diminuindo sua toxicidade.

 

R7

Arquivo pessoal

O uso de barro ou argila úmida como tratamento de pele tópico ou emplastro é uma prática comum em algumas culturas e o conceito de usar argila como medicamento vem dos tempos antigos. Agora, pesquisadores da Mayo Clinic e seus colaboradores na Arizona State University descobriram que pelo menos um tipo de argila pode ajudar a combater bactérias causadoras de doenças em feridas, incluindo algumas bactérias resistentes a tratamento. Os resultados foram publicados no International Journal of Antimicrobial Agents.

“Demonstramos que essa argila com ferro na forma reduzida pode matar algumas cepas de bactérias nas condições de laboratório usadas, incluindo bactérias cultivadas como biofilme, que podem ser especialmente difíceis de tratar”, diz Robin Patel, M.D., microbiólogo clínico, especialista em doenças infecciosas da Mayo Clinic e autor sênior do estudo. Biofilmes ocorrem quando as bactérias se apegam a superfícies e desenvolvem um filme ou revestimento protetor, tornando-as relativamente resistentes a antibióticos. Elas aparecem em dois terços das infecções examinadas pelos médicos.

“Este estudo é um avanço importante para compreender certas argilas, como a argila azul do Oregon, apresentaram propriedades medicinais aderindo às bactérias patogênicas”, afirma Enriqueta Barrera, diretora de programas da divisão de Ciências da Terra da National Science Foundation (Fundação Nacional da Ciência), que financiou a pesquisa.

Em ensaios de laboratório, os pesquisadores descobriram que a argila tem efeitos antibacterianos contra Escherichia coli e Staphylococcus aureus, por exemplo, incluindo cepas resistentes como CRE e MRSA. A suspensão de argila foi eficaz contra várias bactérias, tanto em estado planctônico quanto de biofilme.

A pesquisa é preliminar e os autores advertem que apenas uma concentração da suspensão de argila foi testada, com base em resultados preliminares. Os ensaios de laboratório são a primeira etapa para simular o ambiente complexo encontrado em uma ferida infectada real. Eles também advertem que nem todos os tipos de argila são benéficos. Alguns, na verdade, podem ajudar as bactérias a crescer. São necessárias mais pesquisas para identificar e reproduzir as propriedades de argilas antibacterianas, com o objetivo de possivelmente sintetizar um composto consistente dos principais minerais sob um controle de qualidade.

 

criasaude

O tema é complexo, mas com a ajuda certa a gente destrincha o assunto. Estou me referindo aos marcadores tumorais, substâncias que apontam a possível existência de um tumor no organismo, porque estão diretamente relacionados à transformação celular maligna. Os marcadores podem ser encontrados no sangue, em tecidos e na urina, e sua presença auxilia na detecção precoce do câncer, ou na identificação de sua reincidência após o tratamento. Conversei com o médico Marcelo Bendhack, doutor em Uro-Oncologia pela Universidade de Düsseldorf (Alemanha), presidente da Associação Latino-americana de Uro-Oncologia e membro do Conselho da Federação Mundial de Uro-Oncologia, que explicou que o PSA (antígeno prostático específico) é um deles: “o PSA é medido no sangue e serve para avaliar a probabilidade de câncer da próstata e o grau de extensão da doença, embora sua simples presença não possa tornar o diagnóstico definitivo”. Quando os marcadores se encontram num tecido do organismo, o método é outro: chama-se imuno-histoquímica. No entanto, o próximo grande passo da medicina será dado através do estudo de fragmentos de DNA, que identificam a localização da doença pelas características da célula – por exemplo, se ela tem origem no pulmão, intestino ou outro órgão.

Imagine uma célula que morre: ela se rompe e o que se poderia chamar de seus resíduos cai na corrente sanguínea. “Esses fragmentos”, diz o doutor Marcelo, “carregam as impressões digitais da célula, como uma assinatura. Será possível detectar a doença apenas com uma amostra de sangue, em vez de termos que procurar uma enzima, ou uma proteína. Um bom exemplo é o câncer de bexiga, cuja taxa de reincidência é alta: cerca de 70% dos pacientes acabam apresentando um novo tumor nos anos seguintes. Em vez de exames invasivos, será possível fazer esse monitoramento com amostras de urina ou sangue, como se fossem uma biopsia líquida”. E acrescenta: “aliás, as pessoas têm uma imagem de que o sangue é homogêneo, mas, na verdade, ele mais parece uma correnteza que leva restos de todo tipo”.

O médico integra um grupo de pesquisadores que trabalha com novas técnicas de biologia molecular. Um dos campos de conhecimento que mais vem crescendo é o da epigenética. Todos temos a carga genética que herdamos de nossos pais. Entretanto, além dela temos a epigenética, que está relacionada com a funcionalidade dos genes e abrange as modificações sofridas pelo genoma. Essas alterações podem resultar da nossa interação com o meio ambiente e de todas as agressões com as quais convivemos (ou a que nos submetemos), como álcool, fumo e poucas horas de sono. “Trata-se de uma nova plataforma de diagnóstico, que inclui a avaliação epigenética da idade, ou seja, poderemos avaliar se o organismo da pessoa tem sua idade cronológica; se está mais preservado, isto é, mais jovem; ou se, exposto a muitas agressões, está mais velho do que o que consta na certidão de nascimento”, ele afirma.

No Brasil, o uro-oncologista Marcelo BendHack é pioneiro na introdução do tratamento de câncer de próstata por ultrassom focalizado de alta intensidade, o HIFU (High Intensity Focused Ultrasound), que se apresenta como uma opção com menor índice de sequelas se comparado com a cirurgia convencional e a radioterapia. A energia ultrassônica é utilizada a uma pequena distância e necrosa o órgão, destruindo o tumor. Estudos recentes mostram que, enquanto o risco de impotência depois de uma cirurgia fica entre 50% e 80%, com o HIFU essa taxa está entre 7% e 10%. O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no mundo. O principal fator de risco é a idade: 75% dos casos ocorrem a partir dos 65 anos, mas o histórico familiar é importante: quem tem pai ou irmão diagnosticado com câncer de próstata antes dos 60 tem de três a dez vezes aumentado o risco de desenvolver a doença.

 

G1