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Uma pesquisa recém-publicada sobre alimentação de bebês pode indicar o caminho para a revisão de uma máxima, endossada por autoridades mundiais e hoje em voga, sobre a saúde dos pequenos: a de que eles só devem ser alimentados com leite materno até os seis meses de idade.

Em um estudo publicado no periódico JAMA Pediatrics, cientistas britânicos compararam indicadores de sono entre dois grupos: o primeiro, de bebês que, aos três meses, passaram a comer alimentos sólidos além do leite materno; e o segundo grupo, de bebês que só o fizeram a partir dos seis meses.

Foi justamente aos seis meses de idade que as diferenças se tornaram mais evidentes: o primeiro grupo dormiu cerca de 16 minutos a mais por noite (quase duas horas a mais por semana) e acordou com menos frequência durante o período (1,74 por noite contra duas vezes por noite).

No entanto, especialistas ainda indicam que as famílias sigam a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de alimentação exclusiva com leite materno até os seis meses.

O estudo foi conduzido por pesquisadores das universidades King's College e Saint George, em Londres, e acompanhou 1.303 bebês. Famílias preencheram questionários online até os três anos de idade de suas crianças.

Percepção das mães

O estudo confirmou uma percepção que muitos parentes já tinham, pelo menos na Grã-Bretanha.

Apesar das recomendações oficiais, uma pesquisa de 2010 mostrou que 75% das mães britânicas davam alimentos sólidos a seus bebês antes dos cinco meses, sendo que um quarto (26%) justificou a decisão com o argumento de que isto melhoraria o sono dos bebês à noite.

"Os resultados desta pesquisa (publicada no JAMA Pediatrics) apoiam a ampla percepção parental de que a introdução mais precoce de alimentos sólidos melhora o sono", diz Gideon Lack, pesquisador da King's College. "Sugere-se que a recomendação oficial seja reexaminada sob a luz das evidências que reunimos.".

Já Michael Perkin, da Universidade de Saint George, apontou que as diferenças entre os grupos analisados podem parecer pequenas, mas representariam grandes benefícios para os pais.

"Considerando que o sono dos bebês afeta diretamente a qualidade de vida dos pais, até uma pequena melhora pode trazer benefícios importantes", afirma Perkin.

O grupo dos bebês que receberam alimentos sólidos precocemente registrou metade da incidência de problemas no sono como choro e irritabilidade do que o outro grupo - indicando condições mais favoráveis para que os pais pudessem voltar a dormir.

Ao comentar o estudo, Mary Fewtrell, líder no departamento de nutrição do Royal College of Paediatrics and Child Health (RCPCH, na sigla em inglês, órgão que supervisiona a saúde infantil no Reino Unido), destacou que as recomendações sobre alimentação de bebês estão atualmente sob revisão de autoridades britânicas.

"A base de evidências para o conselho em voga hoje pela alimentação exclusiva (até os seis meses) tem mais de dez anos de idade", aponta Fewtrell. "Esperamos ver recomendações atualizadas sobre alimentação infantil em um futuro não muito distante".

Quais alimentos dar ao seu bebê

A alimentação do bebê nos primeiros seis meses de vida pode ser um assunto controverso; muitas mães acabam sentindo-se julgadas se não conseguem amamentar direito ou se introduzem mamadeiras ou alimentos sólidos.

No mês passado, o Royal College of Midwives (instituição que forma enfermeiras-parteiras no Reino Unido) reagiu a essa pressão sentida pelas mulheres ao declarar publicamente novas diretrizes para que profissionais de saúde respeitem a escolha de uma mãe de não amamentar.

O estudo sobre alimentos sólidos publicado no JAMA Pediatrics foi parcialmente financiado pela Food Standards Agency (FSA, na sigla em inglês, agência de segurança alimentar britânica), que também analisou como as alergias se desenvolvem em bebês.

Um porta-voz da FSA disse: "Estamos encorajando todas as mulheres a seguir os conselhos atuais para exclusivamente amamentar pelos primeiros seis meses de idade".

"Se houver alguma dúvida sobre o que é melhor para o seu bebê, por favor, procure orientação do seu médico ou profissional de saúde."

 

BBC

barbeiroPesquisadores da Universidade do Texas conseguiram mapear movimentos do barbeiro, que transmite a doença de Chagas, utilizando um microtransmissor de rádio que foi acoplado ao inseto. O estudo acompanhou o comportamento do animal durante três anos e é o primeiro a utilizar essa técnica para monitorar insetos que são vetores de doenças. Os dados foram publicados nesta segunda-feira (9), no Journal of Medical Entomology.

Descoberta pelo médico brasileiro Carlos Chagas, a doença de Chagas é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente pelo barbeiro. Ela também pode passar de mãe para filho, por transfusões de sangue ou por meio de um órgão transplantado de um doador infectado.

Os sintomas iniciais são parecidos com os da gripe, mas, se não for tratada, a doença se torna crônica e causa alterações cardíacas e digestivas. A doença tem incidência na América Latina e no sul dos Estados Unidos.

Uma dificuldade para estudar esses insetos se dá pelo fato de que eles costumam se movimentar durante a noite e se esconder ao longo do dia. Para este novo estudo-piloto, a equipe contou com a ajuda de três moradores que relataram o aparecimento frequente do barbeiro em suas casas e, após a captura dos insetos, os estudiosos prenderam transmissores de rádio de apenas 0,2 gramas nas costas dos animais usando supercola.

Os microequipamentos foram pintados com uma tinta fluorescente para facilitar o processo de recaptura dos 11 barbeiros observados no estudo.

Foram rastreados 18 movimentos em períodos que variaram entre um e 12 dias, e os estudiosos constaram que, apenas andando, os insetos percorreram distâncias entre quatro e 20 metros.

Besouros e abelhas já foram monitorados por meio de transmissores de rádio em estudos, mas nunca uma análise dessa natureza tinha sido realizada com artrópodes vetores de doenças.

O método se mostrou adequado para o estudo de barbeiros que, segundo os integrantes do estudo, têm baixa densidade populacional, de modo que seria necessário uma captura em larga escala para se chegar a resultados.

De acordo com o principal autor do estudo, o professor assistente de entomologia Gabriel Hamer, a análise do movimento do barbeiro pode ajudar nas ações para evitar a exposição de animais e seres humanos ao vetor da doença.

 

Agência Estado

Foto Divulgação SSP-PA

dietamedtDepois de muita pesquisa, estudos mostram que a dieta mediterrânea é a melhor para termos uma vida saudável, tanto para perder quanto para manter o peso.

Uma publicação da revista médica New England mostrou um trabalho com sete mil pessoas entre 55 e 80 anos que foram acompanhadas por cinco anos. Elas tinham riscos cardiovasculares e doenças associadas, como diabetes e hipertensão. O estudo comparou 3 dietas: dieta pobre em gordura, dieta mediterrânea com mais azeite, dieta mediterrânea com mais azeite e 30 gramas de castanhas por dia.

A pesquisa observou que os grupos que fizeram a dieta mediterrânea adicionando mais azeite e a dieta mediterrânea suplementada com nozes tiveram uma redução de 30% na mortalidade, se comparados ao grupo que fez uma dieta pobre em gordura.

O endocrinologista Fábio Trujilho explica que a dieta mediterrânea provoca o aumento da produção de um hormônio chamado adiponectica, que é produzido pelo tecido adiposo. Esse hormônio tem ação anti-inflamatória e facilita a ação da insulina, melhorando a entrada da glicose na célula.

O estudo gera uma evidência de que nunca é tarde para mudar o comportamento e impedir que a diabetes se instale, sem necessidade de medicação, mas de escolha de um estilo de vida saudável.

A dieta mediterrânea nada mais é do que se alimentar bem. Consiste em pouco sal, poucos alimentos industrializados e pouca gordura de origem animal. Por outro lado, há uma ingestão maior de frutas, legumes, vitaminas, minerais e antioxidantes. A mudança para esse estilo de vida pode trazer grandes benefícios não só para o coração, mas também para a pressão arterial e níveis de glicemia.

Jejum intermitente

O jejum intermitente consiste em ficar 12, 14, 16 e até 24 horas sem comer. Muita gente adotou esse método de emagrecimento, mas ele não vale para todo mundo. “Ela pode ser saudável se feita sob orientação de um médico, acompanhamento de uma nutricionista. Ela não é solução mágica e não serve para todo mundo”, alerta o endocrinologista Bruno Halpern.

Quando o organismo está em jejum, o metabolismo continua gastando energia. Por isso, essa dieta só é indicada para quem tolera muitas horas sem comer. O tempo dormindo também conta como intervalo sem comer. Se acostuma bem ao jejum quem tem o costume de jantar cedo e só comer no outro dia, um pouco mais tarde.

Cuidado com o efeito sanfona! “Qualquer tipo de restrição alimentar tem a tendência de não durar muito tempo. Esse é o problema”, explica a nutricionista Lara Natacci. Outro ponto são os possíveis efeitos colaterais como hipoglicemia. É preciso observar todas as reações do corpo.

 

G1/Bem Estar

Doença de Alzheimer, que afeta 4,7% da população mundial acima dos 60 anos, é um dos maiores fantasmas para quem envelhece, até porque não tem prevenção, nem cura. Estima-se que o risco de desenvolver a enfermidade dobre a cada dez anos depois dos 60. Há também o Alzheimer precoce, que se manifesta entre 30 e 60 anos, mas que atinge apenas 1% dos indivíduos. Nesse caso, é resultado de mutações genéticas e o fator hereditário é preponderante. Nos demais, o estilo de vida desempenha papel relevante, como este blog já mostrou na coluna de terça-feira sobre reserva cognitiva.

No entanto, não é só no caso do Alzheimer precoce que a genética tem peso especial. Vamos a um pouco de ciência para entender a questão: lá no cromossomo 19, existe um gene que codifica a apolipoproteína E (conhecida como APOE), envolvida no transporte de lipídeos, entre eles o colesterol. O gene da APOE pode se apresentar de formas distintas, dependendo da disposição dos chamados alelos, que são formas alternativas de um mesmo gene. Eles são três (E2, E3 e E4) e herdamos um par: um vem do pai e o outro da mãe. Para quem ainda se lembra das aulas de biologia sobre genes dominantes e recessivos, há seis versões possíveis: E2E2, E2E3, E2E4, E3E3, E3E4, E4E4. Mais de 75% das pessoas portam o alelo E3, sem influência para o desenvolvimento de demência. O alelo E2 traria até um fator de proteção, mas é raro. O problema é justamente quando o E4 está presente, aumentando a predisposição de desenvolver a Doença de Alzheimer tardia, isto é, depois dos 60 anos. Já está disponível no mercado um teste de identificação de genotipagem que custa em torno de R$ 600 e faz esse mapeamento.

O médico Rodrigo Buksman, clínico geral, geriatra e membro da International Society to Advance Alzheimer´s Research and Treatment, enfatiza: “trata-se de uma predisposição, ou seja, de um aumento de suscetibilidade, mas ele não é necessário nem suficiente para o desenvolvimento da doença”. É nesse ponto que os especialistas divergem: se a maioria da população não tem o gene APOE4, será que prescrever o exame não poderia apenas trazer ansiedade e estresse? Além disso, também não há garantia de que o grupo que tem o APOE3 ou o E2 esteja imune ao desenvolvimento da doença...

Por isso mesmo, o doutor Buksman alerta que o teste de identificação de genotipagem, para checar se existe essa predisposição, deve ser feito em condições bem específicas. “Vai depender de um conjunto de manifestações clínicas que configurem um quadro no qual o teste genético possa influenciar na conduta médica de forma útil. Diante de um resultado desfavorável, a pessoa terá condições de tomar decisões importantes sobre a própria vida, valendo-se de estratégias que possam postergar um eventual desfecho ruim. Eu me refiro a praticar exercícios físicos e adotar uma dieta alimentar saudável, porque o estilo de vida conta muito. É bastante frequente que o paciente só se sinta motivado a aderir a mudanças quando recebe um resultado como esse”, afirma.

Ainda não há medicamentos que revertam as principais mazelas decorrentes da doença, como falhas de memória ou dificuldade para executar tarefas simples, embora dezenas de drogas estejam em fases avançadas de testes. Por enquanto, a batalha dos médicos é para combater os sintomas. Mesmo os chamados medicamentos anticolinesterásicos atuam melhorando temporariamente a ação de neurotransmissores, sem recuperar a área afetada do cérebro. Sobre os aspectos psicológicos de saber, com anos de antecedência, que há um risco para doença sem que exista um medicamento para preveni-la, o geriatra cita artigo do “New England Journal of Medicine”, que acompanhou filhos de portadores de Alzheimer que realizaram o teste. Enquanto, obviamente, os que deram negativo sentiram-se aliviados, os que tiveram resultado positivo não apresentaram sinais significativos de ansiedade, tristeza e estresse.

 

G1

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