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Pacientes obesos que não apresentam hipertensão, diabetes, colesterol alto e outras doenças metabólicas não estão com risco aumentado de morte, sugere estudo publicado na "Clinical Obesity" na quinta-feira (12). Pesquisadores analisaram dados de 54 mil pessoas de outros cinco estudos diferentes sobre o tema.

O estudo, no entanto, contraria achados prévios que sugeriram que a obesidade sozinha está independentemente associada com maior risco de morte: em 2010, o periódico "Circulation" associou maior IMC (Índice de Massa Corporal) a problemas cardiovasculares. E, em 2015, o "European Heart Journal" associou obesidade a risco aumentado de diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares.

O imbróglio entre a pesquisa atual e as anteriores está em considerar que obesos, mesmo os "saudáveis", vão desenvolver algum tipo de condição metabólica no futuro. Muitas pesquisas consideram que obesos necessariamente vão desenvolver essas condições e, por isso, eles estariam em risco aumentado de morte.

Já o estudo da "Clinical Obesity", no entanto, viu que 1 em 20 indivíduos obesos não possuem doenças associadas à obesidade.

"Esses estudos consideram que quando o obeso não tem uma doença metabólica associada é porque ele está numa condição pré-clínica, como se fosse desenvolver a doença depois" -- Maria Fernanda Barca, endocrinologista em São Paulo.

A pesquisa que discute as anteriores foi publicada por pesquisadores da Universidade de York, no Reino Unido. Jennifer Kuk, professora da instituição, acredita que o estudo pode mudar a forma como se pensa a obesidade e a saúde.

No grupo de 54.089 homens e mulheres analisados, pesquisadores observaram quantas pessoas morreram ao longo do tempo. Indivíduos foram divididos em dois grupos: um com apenas obesidade e outro com outra disfunção associada.

No total, em torno de 5.000 mortes aconteceram. Eles demonstraram que uma pessoa sem condição metabólica associada tem a mesma chance de morrer que uma pessoa magra saudável.

Qualidade de vida de obesos

A endocrinologista Maria Fernanda Barca afirma que viu o estudo antes dele ser publicado em um congresso europeu e diz que há uma grande discussão envolvida: a obesidade tem um impacto grande na qualidade de vida, há alterações na capacidade física, na pele, os indivíduos em geral são mais deprimidos.

O estudo da "Clinical Obesity", diz ela, analisou o impacto de doenças metabólicas somente. Maria Fernanda sinaliza, no entanto, para a importância de investigações futuras sobre o tema.

"Essa investigação é importante porque há dificuldade em perder peso. E as diretrizes, no entanto, indicam a perda de peso para todo mundo."

"Claro que a obesidade afeta a qualidade de vida de obesos e eles se beneficiariam da perda de peso pela parte física, como no impacto sobre as articulações. Mas a parte metabólica precisa ser melhor investigada em pesquisas futuras" -- Maria Fernanda Barca (endocrinologista).

Cientistas classificaram obesos a partir do IMC (35 kg/m²) e também compararam essa obesidade com base no IMC com à chamada "obesidade central ou abdominal" -- essa última mais fortemente associada com doenças metabólicas.

"O estudo não mostrou diferença entre um e outro. E não está claro o porquê isso aconteceu, uma vez que a gordura abdominal está ligada à síndrome metabólica e à hipertrigliceridemia [alto índice de tiglicérides (gordura) no sangue]", diz Fernanda Barca.

 

G1

maconhaO governo do Piauí entrou com um protocolo junto à Polícia Federal, em que pede autorização para iniciar o plantio do Cannabis Sativa, a maconha, para fins medicinais e produzir o canabidiol. O Piauí pode se tornar o primeiro estado brasileiro a cultivar a planta.  A substância corresponde a 40% do extrato da Cannabis e, segundo estudos desenvolvidos nos Estados Unidos, pode ser eficaz no tratamento de algumas doenças neurológicas.

Aqui no Piauí, as pesquisas sobre o uso do canabidiol são conduzidas pela Universidade Estadual do Piauí (Uespi), em parceria com a Universidade Federal do Piauí (Ufpi) e o Centro Integrado de Reabilitação (Ceir). Para fomentar os estudos, o Governo destinou o montante de R$ 1 milhão. O medicamento deverá ser produzido pelo laboratório de farmácia da Ufpi e o teste de qualidade será conduzido pela Uespi. Já o Ceir deve ficar responsável pela aplicação nos pacientes e acompanhamento dos resultados, foi o que informou o Governo do Estado por meio de sua assessoria.

As discussões sobre a produção de canabidiol no Piauí são feitas desde o começo deste ano, quando o Governo assinou um decreto autorizando a abertura para as pesquisas da natureza. Em 2016, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza a prescrição de medicamentos a base de canabidiol.  Dois anos antes, em 2014, o Conselho Federal de Medicina já havia autorizado o uso da substância extraída da maconha no tratamento de crianças e adolescentes que sofriam com epilepsia e convulsões, e que apresentassem resistências aos tratamentos convencionais.

Atualmente, a importação da substância para tratamentos médicos é autorizada pela Anvisa, no entanto o paciente precisa ter em mãos a consulta médica e a prescrição e ser cadastrado na junto à agência. Só então a Anvisa analisa o pedido e autoriza a importação, que é feita pelo próprio órgão após fiscalização.

 

Com informações do portalodia

Foto: divulgação

Acredito que todos os geriatras já tenham lido a respeito dos efeitos terapêuticos (positivos ou negativos) da relação do médico com o paciente idoso. Infelizmente, aqueles em situação vulnerável, do ponto de vista social e econômico, e que mais necessitam desse apoio, são os que se veem às voltas com um sistema público de saúde deteriorado – mas mesmo os que dispõem de recursos nem sempre conseguem construir um relacionamento de qualidade. A velhice traz perdas em várias frentes: o ambiente de trabalho deixa de ser uma referência e um local para fazer amizades; o papel de destaque na família passa para uma nova geração; cônjuges e amigos se vão. Essa é uma porta para a depressão, que vai se somar a doenças crônicas que devem ser controladas para garantir a independência da pessoa. Diante de tantos desafios, o relacionamento com o médico se torna, como foi comprovado em inúmeros estudos, importante fonte de apoio e encorajamento, o que vai muito além do tratamento convencional de enfermidades.

Uma boa comunicação é o primeiro passo para essa relação funcionar, mas estudos mostram que isso não se resume a dar um diagnóstico, descrever o tratamento e prescrever a medicação. Na verdade, quando se trata de um indivíduo com doença crônica, é fundamental que ele seja parte ativa do processo, mas como garantir sua adesão se não há um laço de empatia e confiança com o profissional de saúde? Um estilo formal e distante certamente não ajuda, assim como o tom paternalista de tratar o idoso como uma criança. Com o aumento da expectativa de vida da população, teremos um contigente crescente de “novos velhos” que demandarão um outro padrão de relacionamento, cujo foco será o próprio paciente. Parece óbvio, mas não é: pesquisas realizadas nos EUA indicaram que os médicos davam menos informações a afrodescendentes; e que, no caso de um diagnóstico de câncer, os mais jovens recebiam dados precisos, enquanto os mais velhos ouviam explicações vagas e genéricas.

Seu médico é receptivo ao que você diz? A sua fala é ouvida com atenção e levada em consideração? Outra pesquisa norte-americana mostrou que, em média, os médicos interrompiam seus pacientes 23 segundos depois de eles terem começado a falar. Não são apenas os aspectos físicos, mas também os psicológicos e emocionais que devem ser discutidos no consultório, porque são informações pertinentes e com relação direta com o tratamento. E o que dizer das explícitas demonstrações de contrariedade quando os pacientes pesquisam na internet? Alguns chegam a considerar um insulto que a pessoa recorra ao “doutor Google”, mas não deveriam reagir dessa forma. Quem navega em busca de respostas está ansioso e precisa de um ambiente acolhedor para tirar dúvidas e aplacar temores. Aliás, esta pode ser uma boa oportunidade para mostrar que sites são confiáveis e quais devem ser descartados.

 

G1

O “desafio do balde de gelo“, que viralizou em 2014, é um exemplo de que a generosidade pode ser contagiosa. A campanha, que contou com a participação de celebridades e anônimos ao redor do mundo, buscava incentivar doações para pesquisas sobre esclerose lateral amiotrófica (ELA). Como consequência, a onda de boas ações contribuiu para descobertas científicas importantes.

O pesquisador Jamil Zaki, professor da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, tentou responder, através de estudos, como as boas ações se disseminam pela sociedade. “Fundamentalmente, somos uma espécie social. As pessoas são muito motivadas a serem parte de um grupo e compartilhar um senso de identidade. Uma forma de fazer isso é imitando comportamentos, opiniões e emoções”, explicou à BBC.

Segundo ele, a melhor forma de compreender esta questão é avaliá-las sobre a ótica da conformidade, explicada pela tendência de alinhar atitudes e crenças às das pessoas ao redor.

Conformidade

O conceito de conformidade pode ser considerado negativo para muitas pessoas. Estudos prévios constataram que a pressão social é capaz de induzir indivíduos a adotarem comportamentos nocivos ou duvidarem do próprio julgamento. No entanto, Zakir preferiu abordar a conformidade por outro ângulo, analisando comportamentos positivos.

Durante experimentos, o pesquisador percebeu que doações generosas incentivaram um maior número de participantes do que contribuições menores. Os resultados, publicados pela revista Personality and Social Psychology, revelaram ainda que a generosidade não era apenas uma réplica de boas ações alheias; na verdade, elas influenciaram os participantes a serem mais solidários e empáticos diante de situações adversas.

Outro estudo, publicado em 2010 na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), mapeou o modo como atos de cooperação podem se multiplicar pela sociedade. Pesquisadores das Universidades Harvard e Universidade da Califórnia, ambas nos Estados Unidos, apontaram que pessoas beneficiadas por doações durante um jogo estenderam a generosidade a outros participantes, que por sua vez, favoreceram um terceiro grupo. A descoberta mostra que uma gentileza inicial pode atingir até três graus de separação em relação ao primeiro benfeitor.

Nem tudo é generosidade

De acordo com Martin Nowak, professor de Harvard, essa cooperação não é totalmente desinteressada: trata-se de uma estratégia evolutiva. A cooperação – seja entre humanos, insetos ou células – quase sempre acontece mediante a expectativa de se obter algo em troca, mesmo que no futuro. Para ele, existem cinco mecanismos que explicam por que um indivíduo decide colaborar com outro:

Reciprocidade direta: eu te ajudo e você me ajuda;

Reciprocidade indireta: diante da ajuda oferecida, o indivíduo generoso ganha uma boa reputação e recebe auxílio de um terceiro;

Reciprocidade espacial: ajudar as pessoas para aumentar as chances de ser ajudado;

Seleção de grupos: grupos de “cooperadores” se dão melhor do que grupos de “egoístas”;

Seleção por parentesco: eu ajudo meus familiares porque tenho mais chances de compartilhar genes com eles e quero disseminar esses genes pela população.

“A cooperação – além da competição – está envolvida sempre que a evolução constrói algo novo, algo diferente. Por isso, eu tenho chamado a cooperação de ‘arquiteta mestre’ do processo evolutivo”, explicou Nowak.

Comunique-se

Apesar das vantagens evolutivas de adotar uma atitude cooperativa, em muitas situações da vida real as pessoas não estão dispostas a ajudar o próximo. Dependendo das circunstâncias, atitudes egoístas podem se espalhar pela sociedade, indicando que, assim como a generosidade, atos de indiferença também são contagiosos. Para Martin Nowak, apenas quando há mecanismos suficientemente fortes, a gentileza consegue se espalhar. Caso contrário, a cooperação vai perder e a indiferença ganhará.

Ele ainda afirma que a comunicação é um dos ingredientes essenciais para garantir a multiplicação de boas ações. Por isso, a divulgação de atos de generosidade podem ser fundamentais para disseminar a generosidade, como é o caso do ‘desafio do balde de gelo’. “A ideia é que a reputação do indivíduo que colaborou seja conhecida. É importante disseminar informações sobre as decisões que os indivíduos tomaram em termos de cooperação”, comentou.

 

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