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dengueA dengue, transmitida pelo mesmo vetor da zika, o Aedes aegypti, pode aumentar em 50% o risco de um bebê nascer com anomalias neurológicas congênitas.

Essa associação foi observada pela primeira vez por um grupo de pesquisadores liderados pela brasileira Enny Paixão.

"Observamos que existe uma relação entre o flavirírus, dos quais a dengue e a zika são exemplares, e as anomalias congênitas. Entretanto, diferentemente da zika, na dengue as anomalias são bem menos incidentes, ocorrendo em menos de 1% dos casos", afirma.

O estudo foi desenvolvido pelo Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia e London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) e publicado na Emerging Infectious Diseases, revista científica do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos.

A pesquisa observou o registro de nascidos vivos e as notificações de mulheres que relataram ter dito dengue durante a gravidez no Brasil entre 2006 a 2012, antes da introdução da zika no país, em 2014.

Entre os 16.103.312 nascidos vivos, a incidência de anomalias congênitas neurológicas foi rara, observadas em 13.634 deles, o que corresponde a 0,08% do total. Mas entre as mulheres que apresentaram confirmação da dengue durante a gestação, os casos de anomalia neurológica congênita foram 50% mais prevalentes.

"Foi preciso uma corte de mais de 16 milhões de pessoas para podermos observar a anomalia causada pela dengue, pois ela é rara. Cerca de 0,08% dos nascidos apresentaram algum tipo de anomalia neurológica e, esse tipo de anomolia provocada pela doença, ainda é mais específico", explica.

Cerca de 50% das mulheres que tiveram dengue durante a gestação relataram que a doença ocorreu no primeiro trimestre. "Geralmente os comprometimentos mais graves de anomalias ocorrem nesse período da gestação, que é o momento de maior transformação celular do embrião", diz.

Malformações na medula espinhal e no cérebro foram quatro vezes mais frequentes em mulheres que tiveram dengue na gestação. Já a associação da dengue com a microcefalia foi estatisticamente insignificante.

A pesquisa ressalta limitações para o estudo como o diagnóstico da dengue no país. A dengue é notificada a partir de critérios clínicos, laboratoriais ou ambos. Mas somente 30% das infecções notificadas de dengue são confirmadas por meio de exames laboratoriais.

A pesquisadora afirma que o próximo passo será realizar testes com modelos animais para que se tenha conhecimento do mecanismo biológico da associação da dengue com as anomalias no feto. “Como essa associação nunca havia sido observada, não temos a construção do mecanismo biológico, ou seja, o que ocorre no corpo da mulher que permite que o vírus consiga ultrapassar a barreira placentária. Isso não é possível por meio de uma pesquisa epidemiológica, mas apenas por meio de modelos animais”, explica.

Ela recomenda que a cada nascimento de criança com anomalia neurológica seja feita uma investigação se houve contaminação da mãe por vírus ou bactéria durante a gestação e nos, casos de dengue, que haja um acompanhamento da vida do bebê, com dados registrados em um sistema de informação.

Esse grupo de pesquisadores já publicou outros estudos sobre as implicações da dengue na gestação. Uma deles mostrou que a doença na gestação quase dobra o risco de um bebê nascer morto ou morrer durante o parto; o outro, que a dengue aumenta em quatro vezes a chance da morte materna.

 

R7

Pexels

A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com obesidade ou com outras doenças paralelas, como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia. Para fazer o procedimento, os médicos avaliam quatro critérios: idade, índice de massa corporal, outras doenças associadas e o tempo de doença.
Para ser "candidato à cirurgia", o paciente deve ter entre 18 e 65 anos, Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 40 kg/m², com ou sem comorbidades, ou entre 35 e 39,9 kg/m², com comorbidades como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia, que melhoram quando a obesidade é tratada. Deve ter tido falha de tratamento clínico realizado por pelo menos dois anos. Além disso, a pessoa não pode apresentar algumas situações específicas, como limitação intelectual, distúrbios psiquiátricos e etilismo atual ou recente.

A transformação estética de um paciente que realiza a cirurgia bariátrica é visível em pouco tempo. Por isso, muita gente que não precisaria fazer o procedimento tem a ilusão de que se "encaixaria" nesses critérios médicos.

Recentemente começou a circular um vídeo nas redes sociais mostrando um medicamento, uma espécie de pílula que, ao ser ingerida, se transforma em balão gástrico. Os internautas ficaram empolgados com a possibilidade do método pouco invasivo.

Diante da procura, a reportagem entrevistou o médico Marcos Belotto, gastrocirurgião do Hospital Sírio Libanês de São Paulo, para tirar dúvidas a respeito da "pílula bariátrica". Confira abaixo:

Essa pílula que se transforma em balão gástrico pode ser uma alternativa para a cirurgia bariátrica?

Sim, para casos específicos. Pacientes que apresentem contraindicações ou que não desejem a cirurgia bariátrica, mas se enquadrem nas indicações da pílula-balão podem sim serem beneficiados. Porém, é importante ressaltar que, apesar de ambos terem como finalidade o tratamento da obesidade, tanto a cirurgia quanto o balão possuem particularidades que devem ser avaliadas individualmente. De modo geral, esse balão se apresenta como uma alternativa, mas não substitui a cirurgia bariátrica em muitos casos.

Quais são os perigos desse tipo de medicação e quais podem ser os efeitos esperados?

Por tratar-se de um método novo, os dados sobre a sua segurança ainda são pouco conhecidos. Apesar disso, sabe-se que, por tratar-se de um corpo estranho no interior do estômago, o paciente pode apresentar desde náuseas e dor abdominal discreta, até o desenvolvimento de úlceras, sangramento gástrico e obstrução intestinal por migração do balão, quadros importantes e de risco à saúde do paciente, exigindo a retirada imediata dos balões. Quando o dispositivo é bem tolerado, porém, os estudos usados para sua aprovação e o fabricante relatam perda de peso variável, devendo ser associado à dieta e exercícios físicos, como ocorre na cirurgia bariátrica.

Existe alguma orientação pós-cirúrgica, para que o indivíduo não volte ao sobrepeso? Se sim, qual?

Sim, o paciente deve ser previamente esclarecido e preparado para adequações alimentares e de estilo de vida no pós-operatório, além de ser acompanhado por equipe multidisciplinar. É fundamental que ocorra adesão à dieta, realização de atividade física e outros cuidados, como tratamento de transtornos psiquiátricos, situações que frequentemente se associam com o retorno do sobrepeso.

Agência Estado

medicNo Brasil, 79% das pessoas com mais de 16 anos admitem tomar remédios sem prescrição médica. O porcentual é o maior desde que a pesquisa começou a ser feita pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). Em 2014, 76,2% diziam automedicar-se e em 2016, 72%. O imediatismo e o maior acesso à internet estão entre os motivos para o aumento, de acordo com os coordenadores do estudo.


"O brasileiro está na correria do dia a dia, e o smartphone leva as pessoas a pular etapas. Em vez de passar em um médico, vão diretamente à internet e fazem o autodiagnóstico, sem falar com ninguém", afirma o farmacêutico clínico Ismael Rosa, pesquisador do ICTQ, entidade de pesquisa e pós-graduação na área de Farmácia.

Coordenador do levantamento, Rosa destaca que as pessoas têm recebido um grande volume de informação pelas redes sociais e, muitas vezes, as seguem sem saber se elas estão corretas. Também buscam referências com amigos e parentes, se afastando dos médicos.

"As pessoas buscam a validação social e procuram conversar com quem já teve a experiência, mas cada indivíduo tem a sua particularidade. O principal objetivo do estudo é alertar que a automedicação está crescendo e mostrar que existem profissionais da saúde para fazer (esse atendimento). Uma pessoa não pode ser médico ou farmacêutico de si mesma."

O levantamento foi feito em setembro, com 2.126 pessoas a partir dos 16 anos, em 129 municípios das cinco regiões do País.De acordo com a pesquisa, dor de cabeça, febre, resfriado e dores musculares estão entre os principais sintomas que levam o brasileiro a se medicar.
O maior porcentual de automedicação foi observado entre adultos de 25 a 34 anos: 91%. É o caso da assistente financeira Michele Soares, de 34 anos. Mãe de duas crianças, de 2 e 11, ela também medica os filhos. "Se é um sintoma comum, como uma eventual dor de cabeça ou um resfriado, tomo algum analgésico. Meu filho é alérgico e, como sei os sintomas e o tipo de medicação que ele toma, já vejo o que ele precisa e dou o remédio. Mas se eu ou os meus filhos tivermos uma febre persistente, algo mais intenso ou fora do comum, claro, procuro atendimento médico."

Segundo especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, a automedicação é um problema enfrentado por vários países e que deve ser combatido em casos de sintomas persistentes e uso de medicamentos que necessitam de prescrição médica. No entanto, a utilização responsável de remédios isentos de prescrição em situações pontuais, caracterizada como autocuidado, é uma conduta que pode ser adotada. "Há medicações que aliviam sintomas. Se não (houver a automedicação), as pessoas vão precisar ir para o médico para coisas que são pequenas", afirma Gustavo Gusso, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade e professor de Clínica Geral da Universidade de São Paulo (USP).
Clínico e infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paulo Olzon diz que é preciso ficar atento quando o sintoma fugir do habitual. "Quem está habituado a ter dor de cabeça toma um remédio e ela passa. Passa a ser importante quando são medicações mais tóxicas. Não dá para achar que tem um problema cardíaco e tomar remédio sem a prescrição."
A professora Cleusa Maria de Almeida e Almeida, de 64 anos, tem lúpus (doença inflamatória autoimune) e faz acompanhamento semestral. Mesmo assim, recorre à automedicação. "Tenho medo de ir ao médico e descobrir algo muito ruim. Por isso, quando sinto alguma dor, acabo me automedicando. Já tomei até injeção por minha conta para evitar ir ao médico. Passei um bom tempo da minha vida em atendimento médico e hospitalar. Hoje, a minha doença está sob controle."

Analgésicos, anti-inflamatórios e antiácidos são os tipos de medicamentos que sempre tem em casa. "Quando sinto alguma dor forte nos dedos, na articulação, tomo anti-inflamatório de 12 em 12 horas, por quatro dias e, logo quando passa a dor, volto a fazer as minhas coisas", conta a professora.

Em 2006, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu os critérios para que remédios possam ser comprados sem receita médica, como não ter potencial para causar dependência, não ter indicação para doenças graves e ser tomado por curto período de tempo.

Riscos

Sintomas aparentemente comuns podem esconder doenças mais graves. Quem faz o alerta é o cardiologia e clínico-geral Abrão José Cury Júnior, que trabalha no Hospital do Coração (HCor) e na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

"As pessoas têm dor na boca do estômago e tomam um antiácido, mas pode ser enfarte, pancreatite, gastrite e até tumor. Uma dor nas costas pode ser dor muscular, mas também um aneurisma. Ao tomar um analgésico, pode haver uma falsa melhora num primeiro momento, mas isso vai retardar o atendimento e pode ser grave. O uso abusivo de alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios, pode causar lesões no rim."
Cury Júnior recomenda que os pacientes tomem apenas medicamentos que já foram prescritos e também que o médico seja consultado caso os sintomas persistam. Além disso, orienta que todos tenham um bom relacionamento com um profissional da área. "É importante ter um médico de confiança. As pessoas têm mecânicos, manicure e cabeleireiro de confiança, mas não têm um médico."

Para auxiliar os idosos, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) realiza até esta sexta-feira, 26, uma campanha para ajudá-los a organizar a rotina de medicação. A proposta é oferecer revisão medicamentosa em mais de mil estabelecimentos no País, avaliando não só medicamentos prescritos, mas também os tomados por conta própria, além de fitoterápicos e suplementos. A entidade destaca que, ao longo do ano, realiza ações de conscientização sobre questões relacionadas à saúde.

 

Agência Estado

PEXELS

Um grupo multidisciplinar internacional de especialistas anunciou novas recomendações a respeito da forma como clínicos descrevem as alterações cognitivas observadas depois da anestesia em procedimentos cirúrgicos. Essas recomendações foram divulgadas simultaneamente em seis publicações médico-científicas, entre elas o veículo oficial da Sociedade Americana de Anestesiologistas, criada em 1905. Tais mudanças nas funções cognitivas – como memória, atenção, linguagem, percepção – são mais comuns em pacientes acima dos 65 anos. Podem se manifestar de diversas maneiras e durar de dias até anos.


Até hoje, esse problema era conhecido como disfunção cognitiva pós-operatória (em inglês, postoperative cognitive dysfunction, ou POCD). No entanto, os especialistas agora sugerem um novo termo, mais abrangente, que funcione como “guarda-chuva” para todas essas manifestações: desordem neurocognitiva perioperatória (perioperative neurocognitive disorder, ou PND). Na medicina, o perioperatório compreende o período que vai desde o momento em que o cirurgião opta pela cirurgia e comunica sua decisão até a volta do paciente à sua rotina, depois da alta. Portanto, trata-se de um intervalo de tempo que pode ser bastante longo e repleto de emoções intensas, o que não pode ser desprezado no quadro geral. O delirium é uma dessas alterações pós-operatórias e sua incidência vai de 5% a 15%. Pode provocar alucinações, além de a pessoa se mostrar desorientada. Diferentemente de uma demência, o delirium cessa com a solução dos problemas clínicos. Entretanto, também acontece de, em relação aos idosos, esse estado de confusão ser atribuído à idade.

Muitos fatores concorrem para as alterações cognitivas depois de cirurgias, como o tipo medicamentos administrados, outras doenças crônicas que o paciente possa ter, além do próprio estresse da situação. Quem já passou pela experiência de estar num CTI sabe que o isolamento daquela unidade contribui para um estado alterado de consciência. “Alguns pacientes relatam o que chamam de ‘fog no cérebro’, que pode durar semanas ou meses, mas geralmente desaparece depois desse período”, afirmou o médico Roderic G. Eckenhoff, membro da Associação Americana de Anestesiologistas e um dos autores dos estudos.

A desorientação mental pode impedir que o indivíduo faça palavras cruzadas, mas também pode levar ao esquecimento do lugar onde o carro está estacionado, já que essa recuperação pode ser mais lenta do que o previsto. “Os anestesistas raramente conversam com os pacientes sobre problemas cognitivos após a cirurgia, mas essa é a complicação mais comum entre idosos. Temos que falar sobre isso e prepará-los para o que pode ocorrer, assim como acalmá-los diante do receio sobre esta ser uma condição progressiva. Esperamos que a nova nomenclatura nos ajude”, completou o doutor.

 

G1