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Um estudo feito na Finlândia com 1.628 pessoas de 53 a 64 anos revelou que pessoas que têm o hábito de fazer sauna pelo menos quatro vezes por semana tem 60% menos chance de ter um AVC. Mas qual a explicação? E qual a relação da sauna com a água gelada? A neurologista Gisele Sampaio explicou o que este tipo de ritual faz com o nosso corpo.

A temperatura da sauna contribui para a vasodilatação. A diferença de temperatura com o frio pode melhorar a imunidade e reduzir inflamações. Entretanto, apesar dos resultados promissores, o trabalho feito na Finlândia tem limitações, como a frequência da sauna. Além disso, podem existir outros fatores desconhecidos que contribuíram para a melhoria. Também não houve comparação com pessoas que não fazem sauna.

O que acontece com o corpo na sauna? Quando a temperatura do sangue se encontra acima do ponto crítico, o hipotálamo envia uma mensagem aos vasos cutâneos com o objetivo de provocar uma vasodilatação, que irá facilitar a perda de calor. O corpo sua e a pressão arterial cai.

A sauna não é recomendável para pessoas com doenças cardiológicas instáveis e pessoas idosas com problemas de pressão baixa. Também não é recomendado que a pessoa vá sozinha à sauna. É importante tomar bastante água antes, durante e depois da sauna e evitar bebidas alcoólicas.

Mais do que fazer sauna, o ideal é fazer exercícios, comer comida de verdade, baixar o peso, não fumar. Todos eles são fatores de proteção contra AVC, com evidência científica sólida.

 

G1

adesivoUma nova forma de tratamento para o Alzheimer está disponível no SUS. O remédio rivastigmina, já disponibilizado em comprimido e solução oral, agora também é disponibilizado em forma de adesivo transdérmico.

A rivastigmina faz com que ocorra um aumento de uma substância chamada acetilcolina, que está reduzida no cérebro de quem tem Alzheimer, mas a medicação pode causar sintomas gastrointestinais como náuseas e diarreia, diminuição do apetite e dor de cabeça.

A adição do adesivo à lista de remédios do SUS representa uma melhoria na qualidade de vida de alguns pacientes. Por ser colocado na pele, a absorção do remédio se dá ao longo do dia e por isso tem menos efeitos colaterais, especialmente no sistema digestivo.

Segundo Rodrigo Schultz, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, o adesivo também garante que não haja flutuação da dose: "Sendo por via transdérmica, há uma liberação contínua e regular ao longo das 24h, impedindo a ocorrência de flutuação de dose, ou seja, aumentos e reduções da medicação no organismo conforme ela segue sendo metabolizada."

Além disso, de acordo com Schultz, muito pacientes se recusam a fazer uso de remédios via oral e muitas vezes tiram o medicamento da própria boca após a administração.

"Com o adesivo ele não consegue fazer isso. Além disso, como a absorção é por via cutânea, há uma redução sensível na possibilidade da existência de efeitos colaterais, principalmente gastrointestinais", explica.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, causada pela morte progressiva de células do cérebro, prejudicando funções como memória, atenção e orientação e linguagem, o que gera graves consequências para qualidade de vida dos pacientes. A doença não tem cura.

No Brasil, segundo dados de 2017, estima-se que haja 1,1 milhão de pessoas com a doença.

Quem pode usar?

Qualquer paciente com Alzheimer que faça uso da rivastigmina pode usar o medicamento em versão adesiva: "Há uma população que se beneficia mais que seria aquela com dificuldades para engolir ou que apresenta efeitos colaterais, sejam eles com qualquer medicação para essa finalidade", explica Schultz.

O adesivo também pode ser usado no banho e deve ser retirado 24 horas após o uso. Por ser colocado na pele, o adesivo pode trazer esporadicamente algumas reações no local da sua colocação e por isso é recomendado um rodízio no local de uso do adesivo.

"Em caso de falta, podem ser usados comprimidos ou solução oral na dose correspondente sem problema algum. Sem qualquer risco", diz Schultz.

Como ter acesso

Segundo o Ministério da Saúde, o medicamento já está disponível nas unidades de saúde responsáveis pela distribuição deste tipo de remédio.

Ainda de acordo com o ministério, os pacientes devem atender aos critérios de elegibilidade dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas e apresentar os seguintes documentos em um estabelecimento de saúde designado:

Cópia do Cartão Nacional de Saúde (CNS);

Cópia de documento de identidade, cabendo ao responsável pelo recebimento da solicitação atestar a autenticidade de acordo com o documento original de identificação;

Laudo para Solicitação, Avaliação e Autorização de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (LME), adequadamente preenchido;

prescrição médica devidamente preenchida;

documentos exigidos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas publicados na versão final pelo Ministério da Saúde, conforme a doença e o medicamento solicitado; e

cópia do comprovante de residência.

Além da rivastigmina, o SUS também disponibiliza outros medicamentos para o tratamento de Alzheimer: Donepezila, Galantamina e a Memantina.

O ministério explica que a adição da versão adesiva do medicamento à lista disponibilizada pelo SUS se dá por causa dos menores efeitos colaterais e da facilidade de aplicação.

"A rivastigmina já era oferecida por via oral, porém tinha o inconveniente de causar alguns desconfortos gastrointestinais no paciente, como náusea, vômito e diarreia. Para tentar diminuir esses efeitos indesejáveis, foi incorporada essa nova apresentação, que será indicada pelo médico que acompanha o paciente. Além disso, os pacientes com Alzheimer, podem tomar mais medicamentos ou menos que a quantidade prescrita, devido ao esquecimento", diz nota do Ministério da Saúde.

 

G1

Foto: divulgação

Tratamentos que exploram o sistema imunológico para combater o câncer são uma área crescente de pesquisa para cientistas do mundo todo. Agora, uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveu uma droga que ajuda o corpo a "comer" e a destruir células cancerígenas.

O tratamento aumenta a ação dos glóbulos brancos, chamados macrófagos, que o sistema imunológico usa para devorar invasores indesejados.

Testes em camundongos mostraram que a terapia funcionou para tumores agressivos de mama e pele, informou a revista científica "Nature Biomedical Engineering" (revista de Engenharia Biomédica da Natureza).

A equipe americana que conduziu o estudo espera iniciar testes em humanos dentro de alguns anos. O fato de a droga já ter uma licença, dizem os pesquisadores, deve acelerar o processo de aprovação para uso.

A novidade desenvolvida a partir de moléculas componentes que se encaixam como blocos de tijolo é uma "supramolécula".

O estudo envolve uma célula imune devoradora ou "fagocitária" chamada macrófago.

Macrófagos ajudam a combater infecções bacterianas e virais porque podem reconhecer e atacar esses "invasores".

Mas eles não são tão eficazes no combate ao câncer, uma vez que os tumores crescem a partir de nossas próprias células e têm mecanismos inteligentes para se esconder do ataque do sistema imunológico.

A droga que o médico Ashish Kulkarni e seus colegas do Brigham e Hospital da Mulher da Faculdade de Medicina de Harvard usaram no estudo funciona de duas maneiras.

Em primeiro lugar, ela impede as células cancerígenas de se esconderem dos macrófagos. Em segundo lugar, impede que o tumor "diga" aos macrófagos que se tornem dóceis.

Nos camundongos, a terapia supramolecular pareceu impedir que o câncer crescesse e se espalhasse.

Os pesquisadores prevêem que a droga pode ser usada juntamente com outros tratamentos contra o câncer, como os inibidores de pontos de verificação imunológicos da imunoterapia. Esses pontos são moléculas especializadas que conseguem impedir o sistema imunológico de agir, fazendo com que as células de defesa sejam utilizadas apenas quando preciso.

Carl Alexander, do Instituto de Pesquisa do Câncer do Reino Unidos, diz que é "promissor" ver mais uma nova pesquisa. Segundo ele, agora é necessário trabalhar mais nesse estudo para mostrar que a nova droga poderia, de fato, ser usada em tratamentos.

 

BBC

A funcionária pública Geny Barros 42, se orgulha ao repetir os relatos da mãe: aos seis meses, já era um bebê muito ativo, começando a engatinhar. A família vivia no interior do Mato Grosso do Sul, longe de um hospital ou de qualquer tipo de clínica médica.

Quando a criança teve febre muito alta, quem deu o diagnóstico foi o farmacêutico que vivia na região: meningite. Inconformado, o pai levou Geny para um hospital de Goiás e só lá os médicos puderam explicar por que a menina estava paralisada, só conseguia mexer o pescoço, ela tinha sido infectada pelo vírus da poliomielite.

“Eram os anos 1970, naquela época as pessoas não conheciam a doença”, conta Geny.

De volta para a casa, a família ajudou o bebê a fazer os exercícios ensinados pelos médicos, em poucos meses ela voltou a mexer os braços, mas os pés permaneceram virados para dentro. Segundo Geny, porque “a doença afetou a minha coluna, que ficou com o formato da letra S, meus pés nunca voltaram ao normal, nunca consegui caminhar”.

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a poliomielite é uma doença contagiosa, causada por um vírus que vive no intestino, chamado de pólio. Ela pode ser transmitida pelo contato com fezes infectadas ou por secreções expelidas pela pessoa doente os tossir ou espirrar.

O vírus se multiplica, inicialmente, nos locais por onde ele entra no organismo, pode ser na boca, garganta ou no intestino. Em seguida, vai para a corrente sanguínea e pode chegar até o sistema nervoso.

Na maioria das pessoas, o vírus causa apenas sintomas leves como febre e dor de garganta.

Casos como o de Geny, onde a doença desenvolve paralisia e causa sequelas permanentes representam cerca de 1%, mas já foram muito comuns no Brasil, principalmente no início do século XX, quando ainda não existia vacina, descoberta em 1953, os primeiros testes só foram feitos em 1955.

A poliomielite está erradicada em toda a região das Américas há mais de 25 anos. No Brasil, o último caso foi registrado em 1990.

No mês passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a anunciar um possível caso em uma comunidade indígena da Venezuela, mas, dias depois, testes laboratoriais descartaram a possibilidade.

Mesmo assim, existe o risco de a doença voltar a fazer vítimas no Brasil. Na última quinta-feira (28), o Ministério da Saúde divulgou uma lista com 312 cidades onde a cobertura vacinal foi menor de 50% em 2017.

De acordo com o pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, os baixos índices de vacinação representam “um risco enorme”.

“A vacinação é a única forma de manter a doença erradicada, ter cobertura inferior a 80% já é um risco enorme”, destaca o pediatra.

Kfouri explica que dificilmente a doença volte a fazer vítimas com o vírus selvagem, que está praticamente erradicado no mundo, com casos registrados apenas no Afeganistão, Paquistão e Nigéria, mas crianças não vacinadas podem ser infectadas pelo vírus vacinal.

Isto é possível porque existem dois tipos de vacina contra a pólio, a de vírus morto, injetável, e a de vírus vivo inativado — as famosas gotinhas.

Em crianças com menos de 1 ano que recebem a vacina com vírus vivo, “pode acontecer deste vírus sofrer uma mutação no organismo e se fortalecer, ou seja, recuperar a capacidade de infecção”, explica Kfouri.

Neste caso, a criança vacinada não vai ter a doença, mas as que não foram e convivem com ela, provavelmente vão.

Falta conscientização

Um dos principais motivos para a cobertura vacinal ter caído tanto nos últimos anos, segundo Renato Kfouri, é a falta de conscientização dos pais.

“Como não são registrados casos há muito tempo, existe uma perda da percepção de risco, as pessoas não lembram como a poliomielite pode ser agressiva. Uma companha de vacinação tem sucesso quando a doença está fazendo vítimas, quando isso não acontece, as pessoas perdem a noção do que a doença representa e acabam negligenciando o risco”.

De acordo com o médico, essa falta de percepção também afeta os profissionais de saúde, que acabam “não cobrando os responsáveis pelas crianças como deveriam”.

Para Geny, que enfrenta as consequências da doença todos os dias, é difícil entender por que os pais não vacinam os filhos.

“Na minha época não tinha vacina, mas hoje tem, é só levar no posto de saúde, é só uma gotinha, e é de graça”.

Nova campanha de vacinação

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), o esquema de vacinação contra a poliomielite deve ser iniciado a partir dos dois meses de vida, com mais duas doses aos quatro e seis meses, além dos reforços entre 15 e 18 meses e aos cinco anos de idade.

A média de cobertura vacinal no país está abaixo de 95% - que seria o ideal. Para levantar este índice, uma nova campanha de vacinação foi marcada pelo Ministério da Saúde e deve acontecer em todo o Brasil entre os dias 6 e 24 de agosto.

 

R7

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