Estudo conduzido na USP (Universidade de São Paulo) sugere que indivíduos infectados pelo vírus chikungunya podem desenvolver imunidade parcial ao vírus mayaro. A conclusão, apresentada no Journal of Virology, baseia-se em experimentos feitos com camundongos e com o soro sanguíneo de pacientes.
Segundo os autores, esse tipo de proteção cruzada pode ser um dos motivos para ainda não ter ocorrido uma grande epidemia de febre do mayaro no Brasil.
No trabalho, apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), os camundongos foram infectados primeiro por chikungunya e um mês depois pelo mayaro – e, em outro grupo de animais, foi feito o procedimento inverso. Nos dois casos, as análises revelaram que a resposta inflamatória à segunda infecção foi mais branda.
“Observamos uma redução significativa da doença secundária. As análises mostraram que a proteção cruzada ameniza o quadro da doença de forma parcial em vários aspectos: reduz a carga viral, o dano tecidual e também os mediadores inflamatórios que causam o dano celular”, conta Marcílio Fumagalli, bolsista de doutorado da Fapesp no Centro de Pesquisa em Virologia da USP, em Ribeirão Preto. “Ao testarmos os anticorpos neutralizantes de um vírus contra o outro, observamos uma resposta protetora baixa contra ambos”, acrescenta.
Apesar de os animais infectados inicialmente por chikungunya apresentarem uma quantidade pequena de anticorpos neutralizantes circulando no sangue, esse nível sobe rapidamente após a infecção secundária por mayaro, o que induz uma proteção cruzada contra a doença.
O grupo analisou a neutralização por anticorpos, mas também identificou nos roedores outros fatores do sistema imune que podem influenciar essa resposta cruzada. “O indivíduo infectado é sensibilizado, passando a produzir anticorpos e outros mecanismos de defesa. O organismo então desenvolve uma ‘memória imunológica’, o que permite que responda mais rapidamente durante a reinfecção”, afirma.
De acordo com os dados do último boletim divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado (SESAPI) nesse domingo, 14, as UTIs dos hospitais de Floriano e Oeiras, ambos na região Sul do Estado, estão com 100% dos leitos ocupados com pacientes em tratamento contra a covid-19.
De acordo com os dados, o Hospital Regional Tibério Nunes, de Floriano, está com os 10 leitos da UTI ocupados. No Hospital Regional Deolindo Couto, em Oeiras, os 7 leitos existentes também estão totalmente ocupados.
No município de Picos, o Hospital Regional Justino Luz se aproxima da capacidade máxima. Dos 10 leitos da UTI, 9 estão com pacientes, totalizando 90% de ocupação.
Em Teresina, o hospital geral do Monte Castelo também apresenta alta demanda de pacientes na UTI. Dos 10 leitos, 9 estão ocupados.
Ainda de acordo com a Sesapi, o Hospital de Doenças Tropicais Natan Portella apresenta 75% de lotação da UTI com 15 dos 20 leitos ocupados.
No Hospital Regional Chagas Rodrigues, em Piripiri, a demanda de pacientes chega a 60%. Nos demais hospitais a ocupação em média é de 50% das UTIs.
Em um panorama geral, o Piauí apresenta atualmente 55% dos leitos de UTIs ocupados.
Até ontem, os casos confirmados de covid-19 no estado somavam 328.481 em todos os municípios. Já os óbitos pelo novo coronavírus chegam a 7.141 e foram registrados em 223 municípios.
Quando o assunto é diabetes, a boa educação alimentar e a precaução podem ser um grande fator para evitar a doença, principalmente com crianças e adolescentes. Nesse dia 14 de novembro, Dia mundial do Diabetes, a luta contra a doença fica ainda mais evidente para conscientizar o mundo sobre os seus reflexos e impactos na saúde e dia a dia.
Para falar um pouco sobre o diabetes na infância e alimentos que auxiliam no tratamento e prevenção, o Receitas conversou com a nutricionista Carol Sessa e a endocrinologista pediátrica Christina Hegner, do Hospital das Clínicas e do Serviço de triagem neonatal do Espírito Santo.
Quando não diagnosticado corretamente, o diabetes pode causar graves complicações. A doença acontece pela produção insuficiente ou má absorção da insulina, hormônio responsável por quebrar as moléculas de glicose e transformar em energia para a manutenção das células do nosso corpo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 13 milhões de brasileiros vivem com a doença, e a prevenção deve começar na infância.
Causada por diferentes fatores, o diabetes tipo 1 e 2 são motivos de alerta para o pais. Christina explica que o tipo 1, o mais comum entre as crianças, é o que está ligado à condições genéticas e sobre a relação do diabetes com a alimentação:
“É importante dizer que o diabetes Tipo 1 não tem relação com a ingestão de açúcar, porque isso é uma coisa que as mães ficam bastante preocupadas. Para o tipo 1, a mais comum, essa relação não existe.” “Aqui no Brasil, ainda temos menos incidência do diabetes tipo 2, mas isso tem aumentado exponencialmente. É muito importante dizer que muitas vezes o paciente não tem diabetes tipo 2, a que pode ser causada pelo consumo excessivo de açúcar, mas já tem algum grau de resistência à insulina e algum grau de glicemias alteradas, não propriamente o diabetes, mas é como se fosse um pré-diabetes", explica.
Alimentos aliados A nutricionista Carol Cessa explica que alguns alimentos podem ser aliados nessa batalha. As fibras, por exemplo, ajudam no tratamento e prevenção pois auxiliam no controle da absorção de carboidratos, evitando picos de glicose.
“Chia, linhaça, farelo de aveia, granola sem açúcar, semente de girassol, de abóbora, tudo isso pode e deve ser utilizado em todas as refeições. Um pouco no café da manhã, um pouco no lanche, no almoço e na janta. Se for fazer uma receita, como um bolo, é importante acrescentar sempre algum tipo de grão. Se for fazer uma salada, colocar um grãozinho. Isso já ajuda bastante nesse controle”, explica Carol. "As gorduras boas também ajudam, por exemplo, as castanhas e o azeite em suas preparações. Para frutas, o abacate e o açaí (puro) têm uma quantidade legal de gorduras boas e reduzida de carboidratos."
“Tem uma fibra chamada Psyllium que é muito interessante para o controle de glicemia e pode ser usada em panqueca, pães e ajuda muito nesse controle", completa Sessa.
Obesidade infantil como alerta Christina Hegner alerta que o aumento da incidência de obesidade infantil nas últimas décadas se dá, principalmente, por conta do acesso mais rápido e mais prático de alimentos industrializados. A doença é uma das causas do diabetes tipo 2.
“O excesso de consumo de açúcar e produtos que contêm açúcar e carboidrato tem sido cada vez mais popularizado no nosso consumo, e a obesidade infantil está cada vez mais crescente por causa da troca de alimentação saudável por alimentação rica em carboidratos e açúcar", conta a endocrinologista infantil.
Como identificar Hegner explica que a identificação do diabetes na infância vem através de sinais e sintomas, mas que a do tipo 2 não necessariamente traz consigo esses alertas: “É aquela criança que começa a urinar demais, beber água demais, emagrecer muitas vezes inexplicavelmente e acaba que faz o exame e percebe a glicemia alta. Esses quadros mais agudos, normalmente são identificados como diabetes tipo 1”.
“O diabetes tipo 2 não têm sintomas muito frequentes. Normalmente são crianças têm excesso de peso, um histórico familiar importante para o diabetes e que vão desenvolvendo elevações graduais de glicemia, de insulina, e que vão culminar com o diagnóstico do diabetes, e muitas vezes esse diagnóstico é feito em exames ao acaso, quando esses pacientes vão fazer triagem para excesso de peso ou outras doenças”, diz Christina.
Tratamento Uma boa alimentação desde os primeiros dias de vida e a prática de atividade física são aliados para combater a doença.
“O ideal é que a gente conseguisse fazer uma prevenção. É estimular o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e complementarmente até os 2 anos de idade, sempre com desmame adequado, ou seja introdução de alimentos saudáveis, evitando o consumo de açúcar simples antes dos dois anos de idade, evitando industrializados e assim por diante”.
Você costuma levar seu próprio alicate quando vai fazer as unhas em um salão? Verifica se as ferramentas utilizadas são descartáveis ou como elas são esterilizadas?
A rotina de manicures e pedicures deve sempre ter em mente protocolos de biossegurança. Caso não sejam seguidos, há risco da transmissão de patógenos que podem causar doenças graves.
A médica infectologista Ingrid Cotta, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, ressalta que há diretrizes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que devem ser observadas por salões de beleza.
"Existem materiais perfurocortantes ali, que são os alicates. Diante de um material perfurocortante, existe o risco de transmissão das infecções, principalmente as virais."
A norma determina que alicates, espátulas e outras ferramentas de metal sejam esterilizadas entre um cliente e outro e guardadas em local limpo e seco com data da esterilização na embalagem.
As infecções por fungos — na pele (frieiras) ou nas unhas (onicomicoses) — são as mais frequentes nos salões de beleza e também são de tratamento mais simples. No caso das de pele, entre uma e quatro semanas. As de unha, cerca de quatro meses.
Mas o que realmente preocupa os médicos são as doenças transmitidas por vírus.
"O vírus da hepatite B fica na superfície por até seis dias. Já o vírus da hepatite C pode ficar até 24 horas e o do HIV durante até uma hora. Imagine que um alicate que tenha entrado em contato com o sangue de alguém infectado seja usado em outra cliente, entre em contato com o sangue de outra pessoa", acrescenta Ingrid.
A principal orientação da infectologista é para que se leve o próprio alicate quando for fazer as unhas. Além disso, é importante a vacinação contra a hepatite B, uma doença sem cura.
"É uma vacina de excelente eficácia e disponível no nosso meio, tanto para as profissionais do salão de beleza como para as usuárias."
Em caso de corte, água corrente e sabão são suficientes para neutralizar os patógenos. A médica contraindica o uso de substâncias abrasivas, como álcool e água oxigenada.
Outras infecções possíveis de serem adquiridas ao fazer as unhas são as de origem bacteriana.
"Se a unha do pé ou a área ao redor da unha parecer vermelha, quente ou inchada alguns dias após a pedicure, você pode ter uma infecção bacteriana na pele ou nas unhas. O tratamento pode incluir antibióticos e possivelmente uma incisão para drenar a área", explica um trecho de um artigo da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos.
Por fim, a especialista também orienta sobre a importância de se manter os cuidados para a prevenção da Covid-19 em salões de beleza, especialmente com o uso de máscara.
Neste tipo de ambiente, as pessoas normalmente ficam muito próximas e conversam, o que é um facilitador para a transmissão do coronavírus.
"A Covid também é uma doença que pode ser adquirida dentro de um salão de beleza."