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Um evento da Saúde de Floriano, com presença de muitos profissionais e com representantes de vários segmentos, se realizou nesta manhã de quinta-feira, 26, na Câmara de Vereadores.

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O evento, promovido pela pasta da Saúde local, teve como foco propostas que possam melhorar a saúde e, durante o encontro se questionou sobre área relacionada ao periodo da pandemia e após a pandemia. 

O Dia do Desafio, programa desenvolvido, é a maior campanha mundial que visa o incentivo à prática de atividades físicas e esportivas. O prefeito Antonio Reis estava sendo representado pela Carolina se Almeida Reis, do primeiro escalão da gestão.

Da redação

IMAGENS: Ivan Nunes

 

Os casos confirmados de varíola do macaco, ou varíola símia, já passam de duas centenas em mais de 20 países, juntamente com outras dezenas de suspeitas. A doença acendeu o sinal de alerta na OMS (Organização Mundial da Saúde) porque nunca havia aparecido nessa proporção fora da África, onde em muitos países é endêmica (constantemente registrada).

O Brasil, todavia, ainda não tem protocolos definidos para testagem e isolamento de casos suspeitos que possam surgir por aqui, tampouco insumos necessários para disponibilizar testes, caso sejam necessários. Quando aconteciam casos fora do continente, davam-se a partir do contato com um animal silvestre após viagem aos lugares onde a doença está presente ou com animal silvestre tirado da natureza e levado para o contato humano.

No surto desta vez, que começou há cerca de um mês na Europa, a velocidade de transmissão é diferente, e o surgimento em lugares distantes intriga os pesquisadores.

"É um comportamento diferente do que vimos no passado quando esse vírus saiu da África. Estamos vendo um espalhamento rápido, tanto em termos espaciais quanto em número de registros de caso. Realmente isso é atípico, chama a nossa atenção", explica Giliane Trindade, virologista e professora do Departamento de Microbiologia no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Pensando nisso, o Ministério da Saúde e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) criaram grupos de trabalho para desenvolver protocolos e procedimentos para possível chegada da doença ao Brasil.

A virologista, que também faz parte da Câmara Técnica Temporária – CâmaraPox MCTI, é taxativa ao afirmar que o país tem recursos humanos e técnicos para diagnosticar a doença, mas a preocupação é com insumos específicos para detectar esse vírus especificamente.

"O Brasil tem total condição de atender e está preparado, na medida que a gente tem pessoal capacitado e laboratórios equipados. Agora, a gente realmente está entendendo quais serão os protocolos laboratoriais, para a gente poder fazer o pedido de insumos. Porque os insumos desse tipo, as ferramentas moleculares específicas, a gente não tinha. Não é um diagnóstico que faz parte da nossa rotina. Ninguém aqui chega a um laboratório e pede: quero fazer um exame para monkeypox [nome da doença em inglês], por que não é um vírus de circulação natural do Brasil", afirma Giliane.

O infectologista José Ângelo Lindoso, coordenador do Grupo de Doenças Negligenciadas do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, tem a mesma preocupação.

"O diagnóstico é feito por meio do reconhecimento do DNA viral, por meio do teste PCR, ou por meio de outra técnica de sequenciamento. Mas isso não está disponível para o Brasil inteiro. Talvez tenha no HC [Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo], Emílio Ribas e no Instituto de Medicina Tropical da USP [centros de referência]. Esses lugares têm mais chances de fazer um diagnóstico rápido", diz o médico.

Além de coleta via swab (cotonete estéril) das lesões, que são ricas em materiais virais, a doença pode ser diagnosticada por exames de sangue feitos no começo dos sintomas, quando o vírus circula pela corrente sanguínea.

Orientação para profissionais de saúde Após a disponibilização de insumos, a orientação dos profissionais de saúde deve estar entre as prioridades das autoridades de saúde.

"É uma doença extremamente desconhecida para 90% dos profissionais de saúde do mundo inteiro. A primeira coisa que temos de fazer é sensibilizar logo todos os profissionais de saúde", ressalta Lindoso.

O Ministério da Saúde encaminhou a todos os estados um comunicado de risco com orientações aos profissionais de saúde e informações disponíveis até o momento sobre a doença.

"É fundamental alertar da ocorrência e o que deve ser feito imediatamente. Como estamos em pandemia, acabamos atendendo com roupas de hospital, com máscara. Em uma situação dessas é importante fazer a precaução com luva e avental que a gente usa, atender o paciente e depois descartar [os equipamentos]", alerta o infectologista.

Por enquanto, na América do Sul, apenas a Argentina investiga uma pessoa com suspeita da doença. Mas já há registros de infectados na Europa, América do Norte, Oceania e Ásia. A OMS considera o pior surto do vírus fora da África.

A partir do aparecimento de um caso suspeito, a indicação é que os profissionais coloquem a pessoa em isolamento.

"É uma doença que não tem tratamento específico. Então, o paciente chega com alguma suspeita, já é necessário deixá-lo isolado e tentar fazer o diagnóstico, o mais precocemente possível, e tentar fazer a orientação para o paciente em relação ao que ele deve ter de cuidado em relação ao contato com outras pessoas para evitar a transmissão", pontua Lindoso.

Giliane Trindade completa: "Se tiver um caso suspeito, ele tem de ser notificado para o Ministério da Saúde, e o material do suspeito vai ser coletado por médicos ou enfermeiros devidamente paramentados e esse material vai ser encaminhado para o Lacen (Laboratórios Centrais) de cada estado para poder fazer o diagnóstico. Lá, eles vão redirecionar para os laboratórios que terão condições de atender nesse período de diagnósticos."

Qual é o período de isolamento? A partir da suspeita e do diagnóstico positivo, a orientação é o paciente ficar em isolamento de três a quatro semanas ou enquanto tiver lesões no corpo.

"O ideal é que a pessoa fique em isolamento até as feridas secarem e, de preferência, as casquinhas da cicatrização caírem. Essas crostas têm vírus, mesmo que a pessoa [saudável] não tenha contato com a crosta ou com a pele desse indivíduo [doente], onde ele sentar, encostar, ele está deixando partículas virais e vai transmitir a doença", destaca Giliane.

Produção de vacina no Brasil O Instituto Butantan, um dos principais produtores de vacina do Brasil, também criou um grupo de trabalho para avaliar a disseminação do vírus da varíola do macaco no cenário mundial e uma possível confirmação de casos em território nacional.

O grupo está na fase de estudar a doença e avaliar as vacinas disponíveis no mercado, que são poucas e produzidas em pequena escala.

A vacina produzida contra a varíola tradicional, que foi declarada erradicada no mundo em 1980, tem considerável eficácia (cerca de 85%) contra a varíola do macaco. Porém, o imunizante não é mais produzido e "usava uma tecnologia que, talvez, não caiba mais com o atual contexto tecnológico", informou em comunicado o Butantan.

Caso seja necessário, o instituto se comprometeou a produzir uma nova vacina. Vale destacar que a OMS afirmou na última segunda-feira (23) que não vê a necessidade de imunização em massa da população.

Além de conferir proteção antes da exposição, o imunizante pode ser usado em pessoas já infectadas.

Alguma pessoa tem mais risco de ter a varíola do macaco? Vale ressaltar que não há, comprovadamente, nenhum grupo ou faixa etária que apresente risco maior de ser infectado. A preocupação maior é com pessoas que têm problemas no sistema imune, cuidado que existe no caso de qualquer doença infecciosa.

"Não tem um grupo de risco. Não tem faixa etária que é mais possível ser infectado. As únicas pessoas que nós consideramos de grande risco são os imunossuprimidos. Com esses, temos de ter muito cuidado. Todo imunossuprimido é grupo de risco para qualquer doença infectocontagiosa", conclui a virologista Giliane Trindade.

R7

Cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo tipo de vacina contra o câncer capaz de impedir que tumores se “protejam” de ataques do sistema imunológico. A nova tecnologia, já testada em macacos e camundongos, é considerada segura e eficaz e aponta caminhos favoráveis à proteção contra a doença.

VACINCANCER

Um estudo realizado em parceira com outras universidades americanas, foi publicado nesta quarta-feira (25) na Nature, uma das revistas mais conhecidas e respeitadas pela comunidade científica. A doença

O câncer é originado através da junção de células anormais – que crescem e se dividem mais do que o normal ou que não morrem quando deveriam – que formam pequenas ou grandes massas de tecido, denominadas tumores. Esses tumores possuem proteínas em suas superfícies que quando se mutam, conseguem ‘desviar’ dos ataques do sistema imune do nosso corpo. A maioria das vacinas ajudam o sistema imunológico a reconhecer e atacar essas proteínas, também chamadas de antígenos, mas nem todos são eficazes por não evitar as mutações das células. O novo estudo, entretanto, apresenta um novo ‘desenho’ para a vacina, que pode impedir que os antígenos alterem suas formas e escapem do ataque imunológico.

Técnica inovadora

Para combater o câncer, a vacina induz um ataque coordenado às células-T e as células NK (natural killers, em inglês e exterminadoras naturais, em português), dois tipos de células imune. Dessa forma, o ataque acontece independentemente dos antígenos do tumor mostrados ao nosso sistema imune.

Para os cientistas a vacina é eficaz e capaz de impedir, também, que o câncer se espalhe para outras regiões do corpo após intervenção cirúrgica. “A vacina é eficaz em um cenário clinicamente importante: a imunização após a remoção cirúrgica de tumores primários altamente metastáticos e inibe o crescimento posterior de metástases. Esse projeto de vacina permite imunidade protetora mesmo contra tumores com mutações de escape comuns”, escreveram os autores na publicação.

Outras vacinas em desenvolvimento

Cientistas do centro de pesquisa e tratamento do câncer City of Hope (Cidade da esperança, em tradução livre), nos Estados Unidos, juntamente com a empresa australiana de biotecnologia Imugene, realizaram o primeiro teste em humanos de uma vacina contra o câncer chamada CF33-hNIS ou Vaxinia.

O novo tratamento clínico consiste em injetar nos voluntários, pacientes oncológicos com tumores sólidos e que já passaram ou outros tratamentos, um vírus comum modificado, que tem como alvo a infecção das células cancerígenas, causando em seguida a morte dos tumores.

O primeiro paciente recebeu a vacina no dia 17 de maio. Se tudo ocorrer bem, novos testes clínicos devem ser realizados para que a comercialização do produto seja aprovada.

Foto; Reprodução/Pixabay.

Estudo conduzido na USP (Universidade de São Paulo) mostrou que uma molécula sintética denominada Pep19 age sobre o sistema endocanabinoide, que tem importante função no controle do metabolismo, na regulação do apetite, na lipólise (quebra da gordura) e na liberação de energia.

Divulgado recentemente no International Journal of Molecular Sciences, o trabalho contou com apoio da FAPESP e a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade de Málaga (Espanha), Centro Biomédico de Pesquisa de Diabetes e Doenças Metabólicas Associadas (Espanha) e da empresa Proteimax BioTechnology (Israel). Não é de hoje que os cientistas estão trabalhando em formas de influenciar o funcionamento do sistema endocanabinoide para ajudar as pessoas a perder peso. Em 2008, um fármaco chamado rimonabanto chegou a ser usado com esse objetivo, mas sua venda acabou suspensa no Brasil devido a efeitos colaterais graves, como ansiedade e depressão, em alguns casos com tendência suicida.

De lá para cá, estudos têm sido feitos para descobrir formas mais seguras de transformar o sistema endocanabinoide em um aliado de quem precisa baixar o ponteiro da balança. E o Pep19 – diminutivo de peptídeo DIIADDEPLT – é uma das grandes apostas nessa seara, pois já apresentou bons resultados em testes com animais sem interferir no sistema nervoso central, o que provocaria efeitos colaterais similares aos do rimonabanto.

Desempenho promissor

No estudo recentemente divulgado, os pesquisadores criaram uma versão sintética de um peptídeo naturalmente encontrado em células humanas. O Pep19 é quimicamente idêntico ao peptídeo natural, mas pode ser usado em concentrações mais efetivas para o fim desejado.

A molécula foi então testada em 50 camundongos, que foram divididos em dois grupos. Um deles foi alimentado com dieta normal durante 30 dias. O outro recebeu alimentação rica em calorias. Metade dos animais de cada grupo recebeu uma solução salina e a outra metade uma solução salina com Pep19 diluído.

Os resultados do experimento foram bem animadores. Os roedores que receberam a dieta mais calórica acompanhada do Pep19 tiveram o ganho de peso atenuado e diminuição na resistência à insulina – fenômeno que pode levar a problemas como diabetes do tipo 2 e hipertensão, entre outros.

Além disso, a molécula reduziu a inflamação no fígado, o acúmulo e a distribuição de gordura no órgão e a atividade da alanina aminotransferase, substância que indica lesões hepáticas.

Outro benefício notado pelos pesquisadores foi que o peptídeo sintético transformou parte da gordura branca (que serve de reserva energética para o organismo) em marrom, o que é muito positivo já que esta tem função termogênica, ou seja, queima calorias para gerar energia e calor, estimulando o processo de emagrecimento.

“Esse processo tem relação com a ativação de um tipo de proteína desacopladora da cadeia respiratória, conhecida pela sigla UCP1. A gordura branca normalmente não produz essa substância, ao contrário da marrom”, conta Emer Suavinho Ferro, professor do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP) e responsável pelo Laboratório de Farmacologia dos Peptídeos Intracelulares da instituição, que participou da análise.

“E pudemos ter certeza dessa relação quando fizemos a análise visual da gordura dos animais e vimos que parte dela estava com um tom bege e, assim, tivemos a indicação de que o Pep19 induzia a ativação da UCP1”, explica.

Segundo Ferro, nos animais, os ganhos oferecidos pelo uso do Pep19 não foram acompanhados de efeitos colaterais como no caso do rimonabanto. “Sua ação é periférica e não acontece diretamente sobre o sistema nervoso central”, explica.

O grupo pretende agora fazer novos trabalhos, inclusive em humanos, para tentar transformar essa molécula em uma opção viável a quem precisa emagrecer.

Agência Fapesp