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Numa entrevista ao Ivan Nunes, do Piauí Noticias, o profissional da área da saúde explica sobre a mudança. Jussinaldo Duarte estará assumindo um orgão que está recem construido que é a Policlínica.
Numa entrevista ao Ivan Nunes, do Piauí Noticias, o profissional da área da saúde explica sobre a mudança. Jussinaldo Duarte estará assumindo um orgão que está recem construido que é a Policlínica.
A discussão em torno da oferta da CoronaVac para crianças a partir de 3 anos no Brasil avança na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que recebe, nesta terça-feira (22), especialistas da área de saúde, imunização e pediatria para avaliar novos dados do Instituto Butantan direcionados à ampliação da faixa etária para o uso da vacina contra a Covid.
Parte dos dados sobre da CoronaVac para o público infantil já estão nas mãos dos representantes das sociedades médicas convidados para a reunião, mas a apresentação com novas informações fornecidas pelo Butantan será feita apenas na reunião, sendo necessária a assinatura de um termo de sigilo e declaração de conflito de interesses. Estarão presentes representantes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
"O objetivo é compartilhar com o grupo de especialistas externos os dados de eficácia e segurança da vacina, a fim de que eles possam contribuir com o processo de avaliação técnica da Anvisa", detalhou a agência, que, desde o início da discussão para vacinação do público infantil, tem incluído nas avaliações as indicações dos especialistas "para garantir que qualquer autorização de vacinas contra a Covid-19 para esse público seja feita dentro do mais alto padrão de segurança possível".
Novos dados em relação ao estudo conduzido no Chile a partir de crianças entre 3 e 5 anos vacinadas com a CoronaVac devem fazer parte da apresentação. Ainda sem revisão de pares, uma nova avaliação de efetividade em 500 mil crianças durante o surto da Ômicron revelou que o imunizante evitou 69% de internações em UTI's e preveniu 64,6% contra hospitalizações. A efetividade contra a infecção foi de 38,2%. Os resultados preliminares indicam que a vacina é menos eficaz contra a cepa, mas cumpre a capacidade de proteção.
Ainda na reunião, deverão ser incluídas respostas do Butantan às exigências técnicas feitas pela Anvisa na semana passada. A reguladora cobrou informações de farmacovigilância, para entender o efeito da vacina a partir do uso na população e monitoramento, que avalia aspectos de segurança e eficácia.
"Serão entregues as respostas para os questionamentos colocados pelo órgão sanitário, envolvendo as áreas de epidemiologia e medicamentos, sobre a aplicação da CoronaVac na faixa etária de 3 a 5 anos. O envio dos documentos ocorrerá dentro do prazo regulamentar", afirmou o Butantan.
Até que todos os dados sejam entregues, o período de análise de sete dias para concluir o novo pedido de indicação solicitado é congelado. A Anvisa pondera que o pedido de exigência de mais informações "não interrompe a análise pelos técnicos da agência, que continuam trabalhando no processo".
A reunião de terça não tem caráter terminativo, o que significa dizer que não há previsão de uma decisão em relação a autorizar ou não a expansão da faixa etária para o uso da CoronaVac. Essa resposta pode vir na próxima semana, a partir de análise técnica e decisão da diretoria colegiada, mas somente se o Butantan suprir com todas as exigências de dados requeridas pela reguladora.
Atualmente, o Brasil vacina crianças a partir dos 5 anos, com a Pfizer, e a partir dos 6, com a CoronaVac. Caso haja a liberação para atender o público de 3 e 4 anos, mais 5,9 milhões de crianças poderão receber o imunizante, ministrado em duas doses, com intervalo de 28 dias entre elas.
R7
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Entre as regras básicas de higiene pessoal é consenso que manter a boca limpa está nessa lista. A manutenção da higiene bucal é importante, porque é a maior porta de entrada de bactérias do corpo e, se esquecida, fungos e bactérias podem se proliferar, atingindo outros órgãos e suas funções. O que pode causar doenças sérias, como diabetes, problemas cardiovasculares e cânceres.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) credita a saúde oral como um dos indicadores mais importantes para constatar a saúde em geral, o bem-estar e a qualidade de vida dos seres humanos. Por tudo isso, em 20 de março é comemorado o Dia Mundial da Higiene Bucal como uma forma de conscientização para a questão.
Quando a relação é com o surgimento de tumores, a higienização sempre foi associada ao surgimento de câncer na boca. De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, os cânceres de lábio e cavidade oral estão entre os 20 mais comuns em todo o mundo, com quase 180.000 mortes a cada ano.
A coloproctologista Larisse Barbert explica que a boa saúde bucal também está relacionada com o câncer no intestino. "Nosso conhecimento atual é de que um desses fatores com papel importante na geração de mutação celulares são as bactérias do nosso intestino, a microbiota intestinal. Aí que entra o vínculo entre a cavidade oral e o aparecimento do câncer. Descobrimos que esses bichinhos que moram no nosso intestino têm uma relação muito grande com os bichinhos que moram na nossa cavidade oral", diz ela.
A médica ainda destaca: "algumas espécies que são nocivas e têm um papel ativo nessa transformação celular são encontradas no intestino e na saliva de pacientes com câncer. Essas bactérias têm a função na ativação do sistema imunológico, para aumentar fator de proliferação celular, ou na ação direta das toxinas bacterianas que são carcinogênicas."
O surgimento de tumores malignos no intestino acontece a partir da alteração no DNA das células que revestem o órgão. Essas mudanças celulares se dão pela somatória de fatores, que são a genética e as questões ambientais, como tabagismo e consumo de álcool.
"A falta de higiene bucal não causa o câncer do intestino, e sim está associada à doença. Assim como, o consumo de álcool, sedentarismo, tabagismo, obesidade estão associados ao aumento do risco. Chamamos atenção para o assunto, porque quem vai imaginar que a saúde bucal vai ser também uma forma de prevenir um câncer no intestino", ressalta Larissa.
No intestino humano estão presentes cerca de 130 mil espécies de bactérias e fungos e manter a flora intestinal saudável é ajuda na prevenção de tumores. "O que queremos ter é uma microbiota que seja saudável, que não seja inflamatória e não auxilie a genética ruim na transformação celular que leva ao câncer", destaca a especialista.
A dieta também interferir na manutenção da saúde bucal e intestinal. "Para ter uma microbiota correta temos que acertar a dieta, que também vai prevenir os problemas na cavidade oral, já que cáries não aparecem só por falta de higiene. O consumo excessivo de carboidratos refinados, ou de açúcares, são fatores que desencadeiam problemas metabólicos que são associados ao aumento do câncer do intestino, obesidade, diabetes, que também fazem com que nossas células sejam estimuladas a proliferar", afirma Larrissa Barbert. Prevenção do câncer de intestino é fundamental undefined
Além de manter a higiene bucal e uma dieta que não seja rica em açúcares, a prevenção de tumores no intestino se dá por meio de exames periódicos. Todas as pessoas, mesmo quem não tem sintomas ou não tenha histórico familiar, precisa fazer uma colonoscopia após os 45 anos. No caso de histórico familiar ou da presença de sintoma intestinal, o exame deve ser feito antes.
Esse exame é um procedimento que usa técnica semelhante a da endoscopia, por meio da imagem é feito verificação do intestino grosso e do reto.
"A periodicidade dos exames vai ser definida pelo médico, que vai analisar os fatores de risco, ver o histórico familiar e o resultado do exame, caso tenha a formação de pólipos, que precedem o câncer, a gente consegue fazer o diagnóstico e retirá-las durante a colonoscopia. Essas lesões são completamente assintomáticas, assim como os cânceres iniciais", orienta a médica. Tecnologia em prol da saúde undefined
Por enquanto, na área clínica a colonoscopia é a única usada para fazer o diagnóstico. Mas, é possível pensar que em alguns anos a análise das bactérias presentes na boca e no intestino poderá ser usada na detecção da doença.
"Com a tecnologia, conseguimos analisar o DNA das bactérias e mapeamos perfil de bactérias de cada pessoa. A partir daí, vamos nos pacientes que têm câncer ver quais as espécies estão sendo repetidas entre os doentes. Depois vamos nessas espécies e checamos as funções delas, daí chegamos nas espécies que têm o papel de alterar as células e chegar ao caminho de desenvolvimento do câncer", explica Larissa.
Além disso, a avalição dos microrganismos podem futuramente auxiliar no tratamento. "Acho que o próximo passo é não só identificarmos qual é a bactéria, como dar um jeito matá-la. Por exemplo, tem alguns estudos que criam uma bactéria parecidas com as que fazem mal e acabam com elas. Como se fosse um probiótico", conclui Larrisa Barbert.
R7
Nestes dois anos de pandemia, o caráter sistêmico da Covid-19, isto é, sua capacidade de afetar diversos órgãos, tem desafiado médicos e cientistas ao redor do mundo a entender a extensão dos seus efeitos no organismo – um deles é a possibilidade de alteração da glicemia mesmo em pessoas saudáveis, que não têm propensão a desenvolver diabetes.
A endocrinologista Mariana Carvalho explica que existem algumas hipóteses que podem esclarecer como se dá a evolução do paciente para um quadro diabético, mesmo em casos leves da infecção causada pelo coronavírus.
Uma delas é o impacto direto do Sars-CoV-2 no pâncreas, órgão responsável pela produção de insulina, que é o hormônio encarregado de transportar a glicose no organismo.
Segundo a especialista, existe um receptor chamado ACE2, ao qual o coronavírus se liga para entrar nas células e causar a infecção, mecanismo que está presente no pâncreas, o que explicaria a alteração da glicemia.
“Temos visto pessoas que tinham um exame normal de glicemia antes da Covid e outro exame alterado pós-Covid. Mas não sabemos se são pacientes que já tinham tendência, nos quais o coronavírus precipitou o aparecimento do diabetes, ou se são pessoas sem tendência alguma. É difícil avaliar como eram os hábitos de vida delas antes da Covid, porque às vezes a glicemia era normal, mas as pessoas já tinham um fator de risco para desenvolver a doença, como estar acima do peso ou ser sedentárias”, explica a médica. Além disso, Mariana ressalta que cerca de 50% da população não sabe que tem diabetes, já que os sintomas só começam a aparecer quando a glicemia está em um nível muito elevado. Nesses casos, a Covid-19 acaba evidenciando o problema.
“Às vezes a pessoa é internada e durante a internação acaba descobrindo ocasionalmente que tem diabetes, [porque] qualquer quadro infeccioso pode descompensar a glicemia”, afirma.
Outra questão que pode desencadear o diabetes ou mesmo alterar a glicemia naqueles que têm a doença controlada é o tratamento administrado a pessoas que desenvolvem quadros graves de Covid-19 e precisam ficar internadas. Nesses casos, os pacientes recebem corticoides, um tipo de medicação que causa alteração no metabolismo da glicose.
“Tenho feito alguns acompanhamentos e observo que em algumas pessoas a glicemia acaba se normalizando alguns meses depois [da Covid], mas outras permanecem com ela alterada, mesmo que leve, porque provavelmente já tinham tendência ao desenvolvimento do diabetes, e aí o coronavírus foi só um empurrãozinho”, destaca a endocrinologista. Como evitar o diabetes
A melhor forma de prevenção do diabetes é ter uma vida saudável, segundo a endocrinologista, sobretudo aquelas pessoas que já têm histórico da doença na família.
“Entre os fatores mais determinantes que podem piorar ou precipitar o aparecimento do diabetes estão o excesso de peso, o excesso de gordura corporal, o sedentarismo e a má alimentação. Então, quando já existe um parente de primeiro grau que tem diabetes, a pessoa precisa se cuidar um pouco mais do que o restante da população”, explica Mariana.
A especialista recomenda a prática regular de atividade física e uma alimentação balanceada, evitando-se o abuso de doces e carboidratos, o que pode contribuir para o ganho de peso e para o acúmulo de gordura abdominal, fatores de risco para a doença.
“Aquela gordurinha que se acumula na região do abdômen tende a se acumular dentro dos órgãos, causando gordura no fígado e no pâncreas; é uma gordura visceral que contribui para o desenvolvimento do diabetes”, ressalta.
Para ser considerado normal, o nível de glicemia deve estar em 100. Quando passa consideravelmente desse patamar, os sintomas do diabetes começam a aparecer. Os principais são: cansaço, mal-estar, falta de energia, perda de peso, sede, fome, visão embaçada, dor nas pernas e aumento do volume de urina.
“Toda vez que nos alimentamos, a glicose entra no nosso corpo e é distribuída entre os órgãos pela insulina, e o açúcar também é eliminado pela urina. No diabético há dificuldade nessa distribuição e na eliminação. Então a pessoa começa a ir ao banheiro várias vezes, porque o açúcar, que deveria estar nos órgãos, está no sangue”, explica Mariana.
A endocrinologista destaca que um leve aumento da glicemia pode passar despercebido, pois não há nenhum sintoma, o que explica o alto percentual de pessoas que convivem com a doença e não sabem disso.
“Entretanto, se não for iniciado um tratamento logo nessa fase em que há um leve aumento da glicose, ela vai aumentando [gradualmente] e então aparecem alguns sintomas que o corpo mesmo faz na tentativa de eliminar o açúcar no sangue”, destaca.
R7
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