Existe agora uma ameaça iminente de propagação do sarampo em várias regiões do mundo, já que a Covid-19 levou a um declínio constante na cobertura vacinal e enfraqueceu a vigilância da doença, disseram a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a agência de saúde pública dos Estados Unidos.
O sarampo é um dos vírus humanos mais contagiosos e é quase totalmente evitável por meio da vacinação. No entanto, requer 95% de cobertura vacinal para prevenir surtos nas populações. Um recorde de quase 40 milhões de crianças perdeu uma dose da vacina contra o sarampo em 2021, devido a obstáculos criados pela pandemia de Covid, disseram a OMS e os CDCs (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, em um relatório conjunto. Embora o número de casos de sarampo ainda não tenha aumentado dramaticamente em comparação com os anos anteriores, agora é a hora de agir, disse o líder do sarampo da OMS, Patrick O'Connor.
"Estamos em uma encruzilhada", disse ele na terça-feira (22). "Serão de 12 a 24 meses muito desafiadores tentando mitigar isso."
Uma combinação de fatores, como medidas prolongadas de distanciamento social e a natureza cíclica do sarampo, pode explicar por que ainda não houve uma explosão de casos, apesar do aumento das lacunas de imunidade. Mas isso pode mudar rapidamente, segundo O'Connor, que ressaltou a natureza altamente contagiosa da doença.
A OMS já viu um aumento de grandes surtos perturbadores desde o início de 2022, que passaram de 19 para quase 30 até setembro, disse O'Connor, acrescentando que ele estava particularmente preocupado com partes da África subsaariana.
Sobre esse problema o médico Justino Moreira, um dos profissionais mais combatentes em relação aos casos de coronavírus, em Floriano, dar algumas explicações.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), divulga o Boletim Epidemiológico Covid-19 da 46ª Semana, referente ao período de 13 a 19 de novembro trazendo um aumento de 37% dos casos de Covid. Houve também elevação do Índice de Transmissibilidade da doença, em comparação aos últimos sete dias. Cresceu o número de casos, porém o número de óbitos pela doença continua reduzido. A média móvel de casos da doença subiu em 37% na última semana.
O Boletim Epidemiológico Covid-19 da 46ª Semana, mostra que a taxa de transmissibilidade aumentou de 0,66 para 0,94. Os números de internados em leitos clínicos por Covid-19 passaram de 20 para 40, nos últimos sete dias. E as UTI’s apresentaram um aumento de 13 leitos ocupados para 16. A ocupação dos leitos de estabilização também teve um leve aumento, passando de 0 para 02 internados.
Outra informação importante é que neste mês de novembro foi registrado 01 óbito por Covid-19, que aconteceu no dia 05 de novembro.
Segundo o secretário de estado da saúde, Neris Júnior o aumento no número de casos da Covid é um reflexo direto das 936 mil pessoas que não retornaram ao posto para tomar a primeira dose de reforço da vacina contra a Covid-19. “As vacinas são essenciais para zerar totalmente as mortes pela doença e casos mais graves. Pedimos mais uma vez que a população complete seu esquema de vacinação para ficar completamente protegida. A nova subvariante da Omicron está deixando as autoridades de saúde em alerta”, afirma o gestor.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO SEMANAL COVID-19 46ª SEM. EPIDEM. • 13/11 a 19/11/2022
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em reunião na noite desta terça-feira, 22, liberou o uso das chamadas “vacinas bivalentes” na luta contra a Covid-19 produzidas pela empresa Pfizer. De acordo com informações do “g1”, sendo considerados de “segunda geração”, tais imunizantes foram elaborados com o propósito de oferecer proteção extra contra a ômicron e suas subvariantes.
As vacinas bivalentes, segundo a decisão da Anvisa, podem ser aplicadas no Brasil como dose de reforço na população com idade acima de 12 anos. O imunizante vai ser identificado por conta do frasco com a tampa na cor cinza. A autorização é para o uso emergencial e, por unanimidade, foi aprovada pelos cinco diretores da agência reguladora em uma reunião extraordinária.
Meiruze Freitas, diretora da Anvisa e relatora do caso, que deu parecer favorável para as vacinas bivalentes da Pfizer, disse: "As vacinas atuais ainda demonstram eficácia na prevenção de casos graves e óbitos. Contudo, as vacinas bivalentes se apresentam como mais uma ferramenta que pode ser incorporada na estratégia de vacinação para combate à Covid-19".
Os imunizantes que foram aprovados são: bivalente BA.1 e a bivalente BA.4/BA.5.
bivalente BA.1: Esse protege contra a cepa original e também contra a subvariante ômicron BA.1.
bivalente BA.4/BA.5: Protege o organismo contra a cepa original e também contra as subvariantes ômicron BA.4/BA.5.
Quem acompanhou a relatora foram outros três diretores, que são: Daniel Pereira, Rômison Mota e Alex Campos. Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, também deu voto a favor do uso dos novos imunizantes
A Pfizer, em nota, declarou que o esperado é que as vacinas BA.1 e BA.4/BA.5 cheguem ao Brasil nas próximas semanas. O atualmente vigente contrato de fornecimento de vacinas da Pfizer ao país inclui a entrega de potenciais vacinas adaptadas às novas variantes e/ou diferentes faixas etárias.
A empresa afirmou: "Ressaltamos que a vacina monovalente original segue disponível para uso imediato nos postos de saúde e continuam sendo importante instrumento no combate à COVID-19, seja como esquema primário, assim como dose de reforço".
Tal versão atualizada da vacina contra a doença pandêmica já foi aprovada na União Europeia e nos Estados Unidos.
Conforme o “g1”, a decisão foi tomada em um momento em que o Brasil registra uma prevalência da circulação de, pelo menos, quatro subvariantes da ômicron, e isso é apontado como uma das causas para o aumento de casos de Covid-19.
Segundo a Pfizer, as vacinas bivalentes apresentaram um considerável aumento nos níveis de anticorpos neutralizantes contra as subvariantes em indivíduos adultos depois de uma semana da aplicação.
Quanto ao caminho para a aprovação, no Brasil, o primeiro pedido foi enviado para a Anvisa em 18 de agosto. A empresa Pfizer solicitou o uso emergencial de um imunizante que protegesse o organismo tanto da cepa original como da subvariante ômicron BA.1.
A farmacêutica, quando foi em 30 de setembro, entrou com um novo pedido de uso emergencial de outra versão que inclui as subvariantes BA.4/BA.5.
Depois do pedido, a Anvisa tinha 30 dias para decidir pela liberação ou não do uso do imunizante no território brasileiro. No início de novembro, a Anvisa recebeu um parecer de sociedades médicas a respeito das vacinas que protegem contra a ômicron.