O Piauí recebeu nesta quinta-feira, 08, do Ministério da Saúde, 10 mil doses de vacinas contra a dengue. Os imunizantes serão destinados à aplicação das segundas doses em crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Nesta sexta-feira, dia 9, está prevista a chegada de mais 7 mil doses, totalizando 17 mil.
As vacinas serão distribuídas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) aos municípios que fazem parte do território Entre Rios, incluindo a capital Teresina, além dos municípios da Chapada das Mangabeiras.
“As vacinas serão garantidas aos municípios que aplicaram e registraram no sistema do Ministério da Saúde as primeiras doses. A logística de distribuição é garantida assim que o estado recebe a quantidade estabelecida pelo Ministério da Saúde”, explica a superintendente de atenção aos municípios, Leila Santos.
A vacina Qdenga é específica para a prevenção da dengue e não oferece proteção contra outras doenças transmitidas pelo mesmo vetor, como Zika, Febre Amarela e Chikungunya. Portanto, a vacinação é uma medida importante para prevenir a dengue, mas não substitui outras práticas de prevenção contra essas doenças.
"Os imunizantes representam um passo significativo na luta contra a dengue, especialmente entre as faixas etárias mais jovens, ajudando a reduzir a incidência da doença e proteger a saúde pública", afirmou Leila.
De acordo o Ministério da Saúde, a vacinação contra a dengue não é indicada para indivíduos com imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo aqueles em terapias imunossupressoras, com infecção por HIV sintomática ou com evidência de função imunológica comprometida, e pessoas com hipersensibilidade às substâncias listadas na bula, além de mulheres gestantes ou em fase de amamentação.
Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), 30% dos adultos do Brasil sofrem com a chamada doença do refluxo, o que corresponde a 50 milhões de brasileiros. A condição acontece quando a secreção do estômago volta para o esôfago com frequência, provocando sintomas como azia e dor no peito, entre outros.
Além disso, sem o combate adequado, o refluxo compromete a qualidade de vida do indivíduo, pois pode prejudicar o sono, ocasionar lesões sérias no esôfago e úlceras, agravar doenças como bronquite e pneumonia e até mesmo levar a câncer de esôfago.
O tratamento envolve, principalmente, mudanças na alimentação e nos hábitos. Mas alguns casos podem exigir outro tipo de abordagem, como a cirurgia.
Conheça 10 fatos importantes sobre a doença do refluxo O cirurgião do aparelho digestivo Eduardo Grecco, que também é coordenador do serviço e da residência médica de endoscopia da Faculdade de Medicina do ABC-São Paulo e membro titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), esclarece 10 verdades sobre o refluxo. Confira:
1 – A obesidade é um fator de risco Isso acontece porque o excesso de peso leva a um aumento na pressão na região abdominal.
2 – Grávidas têm mais tendência A causa é a mesma dos obesos: a elevação na pressão abdominal, nesse caso desencadeada pelo aumento do útero devido ao crescimento do bebê.
3 – Seu tratamento normalmente envolve mudanças alimentares e de hábitos “Alterações na dieta e comportamentais são essenciais para quem sofre com refluxo e são o primeiro passo para o tratamento”, diz Grecco. Portanto, é importante evitar alimentos gordurosos, chocolate, café, álcool e bebidas gaseificadas. Além disso, o ideal é comer pequenas quantidades várias vezes ao dia, ao invés de fazer refeições muito grandes.
4 – Pode necessitar de cirurgia Na maioria dos casos o médico prescreve a realização de exames, como endoscopia, pHmetria e manometria que indicaram se é o caso de uma intervenção cirúrgica ou por meio endoscópico, que pode envolver o uso de radiofrequência (Sistema Stretta) ou a EsophyX, nova técnica de tratamento.
5 – Nem sempre o uso de antiácidos é indicado Isso acontece por duas razões: em primeiro lugar, existem refluxos que não são ácidos, ou seja, esse tipo de medicamento não terá ação nenhuma. “Além disso, eles não resolvem a questão a longo prazo e podem mascarar problemas, como uma hérnia de hiato, que pode estar por trás do refluxo”, explica o especialista.
6 – O estresse pode levar ao quadro ou piorá-lo Os estressados normalmente se alimentam mal e têm hábitos ruins, o que piora o quadro e ainda favorece o ganho de peso, mais um fator de risco para a doença.
7 – Quem sofre com refluxo não deve deitar-se após as refeições Essa recomendação na verdade vale para todo mundo e a explicação é física: ficar na horizontal com o estômago cheio aumenta as chances de o ácido fazer o caminho contrário. O ideal é que a pessoa se deite entre 2 e 3 horas após se alimentar.
8 – O uso de travesseiros anti-refluxo é bem-vindo Eles ajudam a deixar a parte superior do corpo mais elevada, diminuindo as chances do ácido voltar para o esôfago. O ideal é utilizar produtos vendidos especificamente para esse fim. Isso porque amontoar travesseiros convencionais não é uma boa ideia, já que eles tendem a escorregar durante a noite, fazendo com que não cumpram o objetivo do indivíduo e ainda provoquem dor no pescoço.
9 – Pode fazer com que a pessoa tenha muita dor de garganta, tosse persistente e fique rouca Os especialistas estimam que apenas 30% dos pacientes apresentam os sintomas mais comuns da doença. O restante, no entanto, sofre com sinais como esses que são consequência da inflamação que o ácido provoca na garganta.
10 – Em casos extremos pode levar a problemas dentais Esse é mais um dos sintomas provocados pelo refluxo fora do sistema digestivo. Ele é consequência da presença constante de ácido na boca em contato com os dentes.
Na década de 1950, quando os adoçantes artificiais surgiram no mercado norte-americano, os fabricantes de alimentos fizeram um grande alarde: garantiram que satisfariam o desejo dos consumidores por doces, sem os efeitos negativos para a saúde provocados pelo açúcar – e sem as calorias.
Hoje, os adoçantes artificiais e outros substitutos do açúcar se tornaram onipresentes na cadeia de suprimentos alimentares. Aparecem em uma série de produtos, incluindo refrigerantes diet, pão fatiado e iogurtes com baixo teor de açúcar – sem mencionar tudo que entra no nosso café da manhã.
Mas as controvérsias sobre os riscos que os substitutos do açúcar podem causar à saúde circulam há décadas. Cientistas e autoridades de saúde pública sugerem que eles não são tão inofensivos assim.
As pesquisas feitas até agora sobre como os substitutos do açúcar afetam o corpo são ainda preliminares, altamente complexas e às vezes se mostram contraditórias. “Os efeitos no ser humano não foram estudados tanto quanto deveriam”, disse o dr. Dariush Mozaffarian, cardiologista e diretor do Food is Medicine Institute, da Universidade Tufts.
Isso acarreta muitas perguntas: como pesar quais os potenciais benefícios e quais os riscos? Aqui está o que sabemos.
O que é um substituto do açúcar? O termo inclui uma variedade de substâncias que têm sabor doce, mas não possuem as calorias encontradas no açúcar. Algumas delas são centenas a dezenas de milhares de vezes mais doces que o açúcar, de modo que uma pequena porção rende muito.
São usadas para adoçar muitos alimentos e bebidas ditos “sem açúcar”, “zero” e “diet”, incluindo líquidos energéticos, gomas de mascar, doces, assados e sobremesas congeladas. Muitas também são vendidas como produtos independentes, em pó ou líquidos.
– Os adoçantes artificiais são aditivos alimentares sintéticos que são de 200 a 20 mil vezes mais doces que o açúcar refinado, de acordo com a Administração de Alimentos e Remédios (FDA, em inglês). Desde a década de 1970, a agência aprovou seis deles nos EUA: aspartame (vendido sob as marcas NutraSweet e Equal), sucralose (Splenda), sacarina (Sweet’N Low), acessulfame de potássio (Sweet One, Sunett), neotame (Newtame) e advantame.
– Os adoçantes à base de plantas e frutas são feitos de folhas ou frutos de certas plantas e são, pelo menos, cem vezes mais doces que o açúcar, de acordo com a FDA. Incluem extratos da planta estévia (Truvia, Pure Via, Enliten) e da fruta-dos-monges. A taumatina – adoçante de baixa caloria menos comum, vendido sob a marca Talin – é feita da fruta katemfe, oriunda da África Ocidental. A FDA geralmente reconhece esses adoçantes como seguros, e os fabricantes são autorizados a adicioná-los a alimentos e bebidas.
– Os álcoois de açúcar, que não podem ser classificados nem como açúcares nem como álcoois, são um tipo de carboidrato que tem gosto doce e menos calorias (e carboidratos) do que o açúcar. Aparecem com os nomes de sorbitol, xilitol, manitol e eritritol. São também encontrados naturalmente em certas frutas e vegetais, como o abacaxi, a ameixa e o cogumelo. Os tipos usados em produtos embalados são produzidos sinteticamente e permitidos pela FDA para uso como substitutos do açúcar.
Quais são os benefícios e os riscos potenciais? Há algumas provas de que, se você bebe regularmente bebidas açucaradas, como refrigerantes e chás doces, a mudança para versões diet pode ajudar a perder um pouco de peso – desde que não consuma mais calorias de outras fontes, informou Maya Vadiveloo, professora associada de nutrição da Universidade de Rhode Island.
Em 2022, foi feita uma revisão aleatória em 12 ensaios clínicos – a maioria com duração de seis meses ou menos. Os pesquisadores concluíram que substituir bebidas adoçadas com açúcar por bebidas adoçadas com baixo teor calórico ou sem nenhuma caloria pode proporcionar alguma perda de peso – cerca de 900 gramas a um quilo e 300 gramas, em média – em adultos com sobrepeso ou obesos, que tenham diabetes ou estejam em risco de ter.
O dr. Karl Nadolsky, endocrinologista e professor clínico assistente na Faculdade de Medicina Humana da Universidade Estadual do Michigan, disse ter visto essa quantidade de perda de peso, e até mais, em muitos pacientes quando mudaram para bebidas diet.
Estudos de longo prazo sobre substitutos do açúcar, entretanto, não encontraram benefícios relacionados à perda de peso. Ao contrário, descobriram até alguns danos. Por esse motivo, a Organização Mundial da Saúde recomendou, em 2023, que as pessoas evitassem usar substitutos do açúcar para controlar o peso ou melhorar a saúde, citando pesquisas que os associavam a maiores riscos de problemas de saúde, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, obesidade e morte precoce.
Os álcoois de açúcar eritritol e xilitol também foram associados a um maior risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC).
É difícil tirar conclusões firmes de estudos sobre dieta e saúde. Esse tipo de pesquisa é observacional, o que significa que pode associar o consumo de substitutos do açúcar a certos efeitos na saúde, mas não pode provar a relação direta de causa e efeito, explicou Valisa E. Hedrick, professora associada de nutrição da Virginia Tech, acrescentando que é possível, para começar, que os consumidores de refrigerante diet sejam simplesmente menos saudáveis. Ou talvez outros ingredientes nos alimentos ou nas bebidas que consomem sejam os responsáveis pelos danos.
Muitos cientistas tentaram explicar essas limitações e ainda encontraram ligações consistentes entre adoçantes e problemas de saúde, afirmou o dr. Jim Krieger, professor emérito da Escola de Saúde Pública da Universidade de Washington.
Mas, para resolver completamente as questões de causa e efeito, os cientistas precisarão elaborar estudos para medir diretamente os efeitos dos substitutos do açúcar sobre a saúde humana em longo prazo, observou Marion Nestle, professora emérita de nutrição, estudos alimentares e saúde pública na Universidade de Nova York, e essa pesquisa é praticamente impossível de ser feita. “Você não pode prender as pessoas o tempo suficiente para alimentá-las com um ou outro adoçante artificial e verificar o que acontece”, completou.
Ainda assim, alguns estudos bem controlados (mas não todos) feitos com animais, bem como pequenos experimentos com humanos, demonstraram que pode existir uma relação de causa e efeito, e que certos adoçantes podem levar ao surgimento de problemas de saúde, disse Krieger. Algumas pesquisas demonstraram que os álcoois de açúcar podem aumentar o risco de coagulação do sangue e, portanto, o risco de ataque cardíaco e AVC, e que outros substitutos do açúcar podem alterar o microbioma intestinal e prejudicar o controle do açúcar no sangue.
A conclusão Existem pesquisas suficientes para levantar preocupações com os substitutos do açúcar e para justificar uma análise mais atenta, disse o dr. Eran Elinav, imunologista e pesquisador do microbioma do Instituto de Ciências Weizmann, em Israel, que participou dos estudos. E acrescentou: “Enquanto isso, ainda não se decidiu se são prejudiciais, ou se certos substitutos do açúcar são mais seguros do que outros.”
O excesso de açúcar, por outro lado, é inquestionavelmente prejudicial à saúde, afirmou Elinav. Pesquisas o relacionam a maiores riscos de diabetes tipo 2, doenças cardíacas e obesidade. A Associação Americana do Coração recomenda que as mulheres não consumam mais do que 25 gramas de açúcar por dia, e que os homens não consumam mais do que 36 gramas diários. Uma lata de 350 mililitros de Coca-Cola contém aproximadamente 39 gramas de açúcar.
Considerando os danos conhecidos, é melhor escolher bebidas adoçadas artificialmente, como refrigerantes diet ou zero, em vez das normais, se você as bebe todo dia, mas o melhor mesmo é minimizar o consumo de ambas em longo prazo, recomendou Mozaffarian.
Vadiveloo concordou, sugerindo maneiras de reduzir gradualmente os açúcares adicionados e os substitutos do açúcar na dieta. Ela aconselhou reduzir o consumo de refrigerantes normais ou diet, experimentando água com gás adoçada com uma pequena quantidade de suco de fruta; ou, em vez de comprar iogurte adoçado, experimentar cobrir o iogurte natural com frutas e um pouco de mel.
Há alguns anos, Vadiveloo tomava café com Splenda, mas reduziu lentamente a quantidade de adoçante que usava: “Agora, só tomo meu café com leite e não sinto falta do sabor doce.”
O Brasil já contabiliza 5.008 mortes por dengue em 2024. O número é mais de quatro vezes superior ao registrado ao longo de todo o ano anterior, quando foram notificados 1.179 óbitos pela doença. Há ainda 2.137 mortes em investigação pela doença.
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses indicam que o país contabiliza 6.449.380 casos prováveis de dengue. O coeficiente de incidência da doença, neste momento, é de 3.176,1 casos para cada 100 mil habitantes e a letalidade em casos prováveis é de 0,08.
Os dados mostram que 55% dos casos prováveis se concentram entre mulheres e 45%, entre homens. O grupo de 20 a 29 anos responde pelo maior número de infecções, seguido pelos de 30 a 39 anos e de 40 a 49 anos. Já os grupos que registram menos casos são menores de 1 ano, 80 anos ou mais e 1 a 4 anos.
São Paulo concentra a maior parte dos casos prováveis de dengue (2.066.346). Em seguida estão Minas Gerais (1.696.909), Paraná (644.507) e Santa Catarina (363.850). Já os estados com menor número de casos prováveis são Roraima (546), Sergipe (2.480), Acre (4.649) e Rondônia (5.046).
Quando se considera o coeficiente de incidência da doença, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com 9.749,7 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em seguida estão Minas Gerais (8.266,9), Paraná (5.632,2) e Santa Catarina (4.781,5). Já as unidades federativas com menor coeficiente são Roraima (85,8), Sergipe (112,2), Ceará (138,9) e Maranhão (162,1).