A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) aprovou nesta segunda-feira (12) uma vacina Pfizer/BioNTech visando especificamente as subvariantes BA.4 e BA.5, da Ômicron.
"O Comitê de Medicamentos para Uso Humano (CHMP, na sigla em inglês) da EMA recomendou a autorização de uma vacina bivalente adaptada visando as subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron, além da cepa original do Sars-CoV-2", disse a EMA em uma declaração. Esta vacina é uma versão nova e "mais eficaz", de acordo com a EMA, da vacina Comirnaty, da Pfizer/BioNTech. O imunizante foi utilizado no Brasil desde outubro de 2021, por exemplo.
Destina-se a pessoas com pelo menos 12 anos de idade que tenham recebido pelo menos uma vacina contra a Covid-19, disse a agência europeia. Vale ressaltar que as duas subvariantes da Ômicron são as que estão atualmente em circulação, por exemplo, no território americano. Em julho deste ano, o país registrou o dobro das internações do começo de maio graças à ascensão das sublinhagens, detectadas pela primeira vez em abril. A recomendação do CHMP será encaminhada à Comissão Europeia, que tomará a decisão final.
A EMA alertou no início deste mês que novas variantes do coronavírus podem aparecer neste inverno (boreal, verão Brasil), embora tenha dito que as vacinas protegerão a população contra formas graves da doença.
Há uma crença popular de que o café da manhã é a refeição mais importante do dia e fornece energia para toda a rotina do indivíduo. O ditado "café da manhã como um rei, almoço como um príncipe e jantar como um mendigo" é comumente utilizado para dar credibilidade a esse pensamento.
Para grande parte das pessoas, consumir a maioria das calorias pela manhã melhora a perda de peso e a queima de calorias. Porém, um novo estudo publicado na Cell Metabolism mostrou que não é bem isso que acontece.
Para a professora e autora-sênior da pesquisa, Alexandra Johnstone, “existem muitos mitos em torno do momento de comer e como isso pode influenciar o peso corporal ou a saúde". Buscando pôr fim a essas dúvidas, os cientistas descobriram que ingerir a "maior refeição" no começo ou final do dia não interfere na forma pela qual o corpo metaboliza as calorias.
Os pesquisadores contaram com 15 homens e 14 mulheres que eram considerados saudáveis, mas estavam acima do peso ou obesos. Os voluntários foram submetidos a dietas controladas e a medições diárias de metabolismo.
Cada participante recebeu aleatoriamente, por uma semana, uma dieta isocalórica — equilibrada com 30% de proteína, 35% de carboidrato e 35% de gordura.
Após esse período, as pessoas passaram a consumir as refeições carregadas pela manhã ou à noite, durante quatro semanas.
No geral, os cientistas perceberam que os gastos de energia e a perda total de peso foram os mesmos nas dietas carregadas no período matutino e noturno. Os voluntários tiveram uma perda média de 3 kg.
Porém, os indivíduos que comiam a maior refeição pela manhã relataram sentir menos fome no fim do dia, o que poderia facilitar a perda de peso.
“Os participantes contaram que seu apetite era mais bem controlado nos dias em que tomavam um café da manhã maior e que se sentiam saciados durante o resto do dia”, diz Johnstone.
Para ela, “isso pode ser bastante útil no ambiente do mundo real", pois mudanças comportamentais podem tornar a dieta carregada pela manhã mais benéfica. A autora-sênior declara ainda que o experimento pode ser aplicado ao jejum intermitente, para determinar a melhor hora do dia para as pessoas, que seguem a estratégia, consumirem calorias.
A única limitação do estudo foi o fato de os testes terem sido conduzidos durante a vida livre, não no laboratório. Ademais, algumas medidas metabólicas ficavam disponíveis apenas pela manhã, não após o jantar.
Pensando em planos futuros, os cientistas pretendem ampliar as pesquisas sobre a maneira como o horário afeta o metabolismo, por exemplo, em pessoas que trabalham por turnos — é possível que elas tenham respostas metabólicas diferentes devido às alterações entre dia e noite.
Johnstone reitera, no entanto, que "uma coisa importante de notar é que, quando se trata de tempo e dieta, provavelmente não haverá uma dieta que sirva para todos".
Segundo ela, as descobertas visadas pelo grupo "serão o futuro dos estudos de dieta, mas é algo muito difícil de medir."
Um dispositivo portátil que usa ondas sonoras para monitorar a composição do tecido mamário e ajudar na detecção precoce de anormalidades ganhou o Prêmio James Dyson 2022 do Reino Unido, que incentiva e gratifica ideais inovadoras de iniciantes.
Projetado por dois recém-formados do Imperial College London e do Royal College of Art, o aparelho – chamado Dotplot – é uma ferramenta doméstica de monitoramento da saúde da mama que ajuda a orientar as mulheres por meio de autoverificações mensais. Cada usuário, primeiro, constrói um mapa personalizado de seu torso, inserindo medidas e digitalizando a área com o dispositivo portátil, que envia ondas sonoras ao tecido mamário para construir um modelo preciso.
O aplicativo, então, orienta as mulheres na autoverificação, mostrando quais áreas elas precisam escanear. O ponto que o usuário precisa verificar pisca no aplicativo até que uma leitura seja feita. A leitura de cada mês é comparada com as leituras registradas anteriormente, para destacar quaisquer anormalidades que se desenvolvam no tecido. As codesenvolvedoras Debra Babalola e Shefali Bohra criaram o Dotplot em resposta aos inúmeros métodos e às informações conflitantes que aconselham as mulheres a realizar autoverificações.
"O Dotplot é uma ferramenta que criamos que apenas orienta as mulheres em suas autoverificações a cada mês. Então, estamos reunindo um dispositivo portátil e um aplicativo móvel que mostrará como fazer sua autoavaliação e garantir que seja feito completamente", explicou Bohra.
A própria Bohra descobriu um nó incomum em um de seus seios, depois de um treino na academia. Felizmente, isso acabou não sendo grave, e o nó se resolveu sozinho. Mas, surpresas com a falta de soluções caseiras para a detecção precoce do câncer de mama, Bohra e sua codesenvolvedora definiram as ambições delas de construir um produto para atender a essa necessidade.
"Se isso fosse algo que pudesse me incomodar, e se as pessoas tivessem nódulos reais, quão incomodadas elas ficariam e quais são as ferramentas que elas usam para se livrar da ansiedade que elas têm? Domínio da autoverificação", disse Bohra à Reuters.
O tratamento do câncer de mama pode ser altamente eficaz, especialmente quando ele é detectado precocemente. Existem muitas razões para que os nódulos se desenvolvam na mama, e a maioria deles não é cancerosa. Mas o Dotplot pode fornecer uma maneira fácil de monitorar e detectar qualquer coisa preocupante desde o início, dizem elas.
"Se houver alguma mudança suspeita da qual achamos que você deve estar ciente, [Dotplot] informará isso e a incentivará a consultar seu médico de família ou sua clínica de mama, para que possa ser verificado – caso seja alguma coisa séria que você deva saber", disse Babalola. Ter ganhado a etapa do Reino Unido do Prêmio James Dyson injetará £ 5.000 (o equivalente a R$ 29.950) no projeto da Dotplot. Babalola e Bohra agora estão procurando recrutar mais membros para a equipe, a fim de refinar ainda mais seu dispositivo. Elas visam a ensaios clínicos nos próximos dois anos.
A dupla também espera desenvolver ainda mais o dispositivo, para aplicar a tecnologia para monitorar outras alterações nos tecidos.
"Em primeiro lugar, nosso foco principal agora é fazer isso pela saúde da mama. O próximo foco é olhar para o câncer testicular para homens e, depois, para o sarcoma de tecidos moles", relata Bohra.
Em 2021, o câncer de mama ultrapassou o câncer de pulmão como a forma mais comum da doença, respondendo por quase 12% dos novos casos a cada ano em todo o mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Um estudo publicado recentemente descobriu que os adolescentes que vivem com pais fumantes são 55% mais propensos a experimentar cigarros eletrônicos, e que o produto tem se disseminado rapidamente entre meninas. A pesquisa foi divulgada no Congresso Internacional da Sociedade Respiratória Europeia da Espanha.
Os pesquisadores da TobaccoFree Research Institute Ireland (TFRI na sigla em inglês) analisaram as informações de 6.216 jovens irlandeses de 17 a 19 anos. Os dados contemplavam, por exemplo, se os pais fumavam durante o crescimento do indivíduo e se o adolescente utilizava cigarros eletrônicos.
“Descobrimos o uso crescente de cigarros eletrônicos em adolescentes irlandeses e esse é um padrão que está surgindo em outras partes do mundo. Há uma percepção de que o vaping é uma alternativa melhor para fumar, mas nossa pesquisa mostra que isso não se aplica a adolescentes que geralmente não experimentaram cigarros antes dos cigarros eletrônicos", alerta o diretor geral da TFRI, Luke Clancy, em comunicado.
Segundo ele, "isso indica que, para os adolescentes, o vaping é um caminho para o vício em nicotina, e não para sair dele." A comparação se dá, já que muitos fumantes aderiram ao cigarro eletrônico como alternativa para diminuir a quantidade de nicotina no corpo.
Além da maior propensão aos DEFs (dispositivos eletrônicos para fumar), os adolescentes têm mais chance (51%) de experimentar o ato de fumar quando crescem com pais fumantes. A partir de uma análise mais abrangente, com dados de mais de 10.000 irlandeses de 16 a 17 anos, os pesquisadores notaram que o número de adolescentes que tentam ou fazem uso regular de cigarros eletrônicos aumentou de 23%, em 2014, para 39% em 2019.
A maioria (66%) experimentou o produto por curiosidade ou porque os amigos estavam utilizando (29%). O número de pessoas nesta faixa etária que nunca usou tabaco quando provou o DEF pela primeira vez saltou de 32%, em 2015, para 68% em 2019.
Além disso, quando os cientistas examinaram de forma detalhada as informações de 3.421 jovens de 16 anos, para descobrir se havia diferença no consumo de cigarros eletrônicos entre meninos e meninas, notaram que os meninos são mais propensos a experimentar o dispositivo, mas que houve um aumento do consumo entre meninas.
A taxa do público feminino desta idade que experimentou cigarro eletrônico, em 2015, era de 23%, e a que usava o cigarro eletrônico naquele período era de 10%. Em 2019, aumentou para 39% o número de meninas que testaram o produto, e para 18% aquelas que fazem uso.
“Podemos ver que o número de adolescentes que usam cigarros eletrônicos está mudando rapidamente, por isso precisamos continuar monitorando a situação na Irlanda e em todo o mundo. Também planejamos estudar as mídias sociais para entender como isso influencia o comportamento vaping de meninas e meninos”, diz o pesquisador-chefe, Dr. Joan Hanafin.