O sono profundo, também chamado de “sono de ondas lentas”, é um termo usado para definir os estágios três e quatro do sono. Durante esses estágios, a frequência cardíaca e a respiração estão mais baixas, as ondas cerebrais diminuem e os músculos e olhos relaxam. Isso também é conhecido como a fase 'restauradora' do sono porque o corpo humano repara os tecidos e fortalece seu sistema imunológico.

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Enquanto uma pessoa dorme, ela experimenta diferentes fases do ciclo do sono. O sono profundo é o estágio necessário para que alguém acorde sentindo-se revigorado. À medida que se envelhece a quantidade de sono profundo obtida a cada noite diminui. Isso ocorre porque os corpos já estão totalmente desenvolvidos e um adulto não precisa do mesmo que as crianças.

Para ajudar a acalmar a mente e aprender a aumentar a quantidade de sono profundo a cada noite, algumas dicas valiosas podem ajudar. São elas:

Fazer exercícios físicos diários: não é segredo que ter uma sessão diária de exercícios é benéfico para dormir. Aqueles que malham durante o dia tendem a adormecer mais rápido do que aqueles que não malham. Pesquisadores também descobriram que aqueles que trabalham 150 minutos por semana são duas vezes mais propensos a ter uma boa noite de sono. No entanto, é importante evitar exercícios intensos logo antes de dormir, pois eles podem aumentar a frequência cardíaca – levando a uma interrupção do sono;

Comer mais fibra: uma dieta saudável faz mais do que apenas melhorar a perda de peso, também tem um impacto na qualidade do sono. Estudos mostraram que uma maior ingestão de fibras pode resultar em mais tempo gasto no estágio do sono profundo. Durante o dia, o ideal é fazer um esforço consciente para adicionar mais fibra à dieta, além de outros alimentos que promovem o sono;

Praticar ioga: não só a ioga é uma ótima maneira de centralizar corpo e mente, mas também pode promover uma melhor qualidade de sono. Um estudo descobriu que aqueles que praticavam meditação cíclica – um exercício que combina posições de ioga com períodos de descanso deitado de costas – eram mais propensos a experimentar um sono profundo e lento;

Evitar a cafeína sete horas antes de dormir: a cafeína é um estimulante que pode tornar mais difícil para que uma pessoa durma, além de também poder reduzir a quantidade de sono profundo. Um estudo descobriu que consumir cafeína sete horas antes de dormir reduziu a duração média do sono em uma hora. O ideal é optar por água, chá e outras bebidas descafeinadas, bem como leite morno e camomila;

Resistir à ingestão de bebida à noite: ingerir bebida alcoólica antes de dormir pode provocar o sono, mas é provável que a pessoa não consiga permanecer dormindo. Quando há a ingestão de bebida antes de dormir, o álcool é processado pelo corpo e muitas vezes cria um efeito de “rebatida” – acordando a pessoa no meio da noite e interrompendo o sono profundo. Caso cortar o álcool da rotina noturna parecer impossível, o recomendado é beber um copo no início da noite para evitar acordar durante a madrugada;

Criar uma rotina relaxante para dormir: o estresse de um dia de trabalho atarefado ou uma tarde cansativa com as crianças podem dificultar a mente a desfrutar do sono. Criar uma rotina personalizada para dormir pode ajudar o corpo a relaxar e reduzir qualquer ansiedade antes de dormir. A rotina de sono deve ser de 30 a 60 minutos e a chave é mantê-la consistente. Isso ajudará a mente a associar a rotina à hora de dormir e a preparar para um dia seguinte que seja produtivo;

Fazer do seu quarto um “santuário do sono”: o ambiente onde uma pessoa se deita toda noite deve ser próprio para dormir. Isso significa que não deve haver luzes brilhantes, ruídos altos ou uma temperatura elevada. Na mesa de cabeceira, o ideal é ter lâmpadas âmbar baixas e evitar usar dispositivos eletrônicos pelo menos uma hora antes de dormir. Também é importante garantir que tenha um colchão confortável que o suporte enquanto dorme.

De toda forma, todo mundo é diferente. Algumas pessoas podem se beneficiar mais da adição de ioga à sua rotina diária, outras nem tanto. O recomendado é certificar-se de que está se preparando para uma noite de sono bem-sucedida com todos os elementos propícios para que ela seja completa.

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Foto: divulgação /ASA

Neste Setembro Amarelo, é fundamental falar sobre a depressão infantil, quadro clínico cada vez mais comum em todo o mundo. Assim como os adultos, as crianças enfrentam adversidades e carecem de ajuda profissional, familiar e solidária.

De acordo com uma estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), em todo o mundo, mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofrem com a depressão. Em setembro de 2021, segundo um estudo realizado pela FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), apenas no Brasil 36% dos jovens apresentaram sintomas de depressão e ansiedade. O levantamento foi realizado online com cerca de 6.000 voluntários na faixa etária de 5 a 17 anos.

Diante disso, atentar-se aos primeiros sinais do transtorno é uma atitude necessária. De acordo com o psicólogo especialista em saúde mental infanto-juvenil Miguel Bunge, o tratamento precoce faz grande diferença para o desenvolvimento da criança. “Sabemos que em 75% dos adultos que têm transtornos mentais, seja depressão, seja ansiedade, esse transtorno se iniciou durante o período da infância e não foi tratado, por isso é importante cuidar”, alerta Bunge.

O psicólogo adverte que a depressão se manifesta de forma diferente em criança, quando comparada à do adulto.

“Na depressão infantil, percebemos muitos sinais de irritabilidade e choro excessivo, que são traços menos aparentes no adulto. Há também alterações de autocuidado — a criança passa a não querer tomar banho, não querer escovar os dentes —, além da culpa excessiva e da falta de esperança, por exemplo”, explica Bunge.

E acrescenta: "Podem existir comportamentos de automutilação, como pegar objetos cortantes e se machucar, alterações de alimentação e no sono, isolamento social — ela começa a querer ficar mais sozinha, não sair, não ver pessoas — e queda do rendimento escolar”.

Nem toda criança que apresenta algum desses comportamentos receberá o diagnóstico de depressão, mas aquela que fica irritada com frequência, chora excessivamente e demonstra uma mudança de padrão de comportamento acende um alerta e merece uma investigação mais a fundo. Fatores de risco

Segundo Miguel, há motivos preexistentes que podem influenciar um quadro de depressão em crianças. Entre eles, estão: histórico de suicídio de algum familiar, bullyng e, consequentemente, o cyberbullying – violência praticada na internet.

“Situações de violência doméstica também estão incluídas. Pais que são muito agressivos, não só fisicamente, mas também verbalmente, que colocam aquela criança para baixo, minam a autoestima dela, aumentam o risco da depressão e, consequentemente, o suicídio daquela criança”, informa Bunge.

O tratamento mais eficiente para o transtorno é a combinação da psicoterapia e dos medicamentos, especialmente nos casos moderados e graves. A principal vertente da psicoterapia é a ativação comportamental.

R7

Liberada pelo tecido muscular durante a prática de atividade física, a irisina é a mais recente esperança dos cientistas para proteger os rins de pessoas diabéticas dos danos causados pela progressão da doença.

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A substância, também conhecida como hormônio do exercício, é considerada pelos cientistas como um dos principais mensageiros químicos responsáveis pela longa lista de benefícios proporcionados pela atividade física regular ao organismo humano. Após uma sequência de experimentos, um grupo de pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) não apenas confirmou os benefícios da substância aos rins como descreveu, pela primeira vez, de que maneira ela pode prevenir os estragos renais produzidos pelo diabetes. Silenciosa, a doença atinge entre 20% e 40% dos diabéticos. Ao provocar danos nos vasos sanguíneos, artérias e veias que irrigam os rins, conduz à insuficiência renal crônica.

“Nós constatamos que o exercício aeróbico está associado a um aumento da irisina muscular na circulação sanguínea e também nos rins, conferindo nefroproteção”, explica o médico José Butori Lopes de Faria, do Laboratório de Fisiopatologia Renal e Complicações do Diabetes da Faculdade de Ciências Médicas (FCM-Unicamp) e orientador de Guilherme Pedron Formigari, primeiro autor do estudo.

Metodologia

O primeiro passo dos pesquisadores foi induzir o diabetes em ratos com oito semanas de idade e medir indicadores de danos renais, como a presença de albumina na urina. A perda dessa proteína é sinal de que as células renais já começaram a sofrer os efeitos do diabetes. Os animais foram separados em três grupos – controle, diabéticos sedentários e diabéticos exercitados (submetidos a treinamento físico em esteira rolante por oito semanas).

“Vimos que o exercício aeróbico está associado ao aumento da irisina no tecido muscular e na circulação sanguínea, bem como ao aumento da enzima AMPK [proteína quinase ativada por monofosfato de adenosina, que atua como sensor metabólico das células] nos rins, conferindo nefroproteção”, disse Faria.

Na segunda etapa, a equipe injetou medicamentos nos roedores diabéticos e exercitados para bloquear a ação renal da irisina. A deficiência da substância coincidiu com o bloqueio dos efeitos benéficos do exercício, como a redução de albumina na urina e a menor expressão de substâncias que atuam na fibrose dos glomérulos (a unidade do rim que faz a filtragem do sangue e a eliminação dos resíduos do metabolismo).

“A falta da irisina aboliu os efeitos protetores do exercício ao rim diabético”, escreveram os pesquisadores.

Mais uma prova foi feita com células tubulares renais humanas cultivadas em laboratório para saber se o tratamento com irisina seria capaz de evitar as alterações da glicose elevada. Durante o processo de filtragem feito pelos rins, os túbulos renais reabsorvem e devolvem ao sangue a água, eletrólitos e nutrientes necessários. No teste, eles foram imersos em um meio que simulava as condições do diabetes e continha o hormônio na sua forma recombinante, fabricada pela indústria.

“A resposta foi positiva. Concluímos que o exercício físico aumenta a irisina no músculo e na circulação e que, nos rins, a presença desse hormônio ativa a enzima AMPK, que bloqueia os mecanismos da fibrose renal”, explica Faria.

Em projeto anterior, também apoiado pela FAPESP, o nefrologista havia demonstrado o papel da enzima AMPK na fibrose renal, que resulta de um estado de inflamação crônica das células e faz com que percam sua função.

Neste novo trabalho, os pesquisadores avaliaram o soro humano (sangue centrifugado, sem os glóbulos vermelhos) de diabéticos exercitados e sedentários. Nas amostras de quem se manteve em atividade, a irisina encontrada protegeu o rim e reduziu a lesão das células tubulares expostas a alta concentração de glicose.

“Pela primeira vez, podemos afirmar que, no diabetes, o eixo irisina/AMPK induzido pelo exercício físico protege as células renais dos efeitos da alta glicose”, concluíram os autores.

Identificada por biólogos da Universidade de Harvard (Estados Unidos) há uma década, a irisina tem sido alvo de muitos estudos que visam desvendar seus mecanismos de ação. Pesquisas com roedores já mostraram, por exemplo, que esse hormônio também é importante para a formação da memória e a proteção dos neurônios em roedores com enfermidade semelhante ao Alzheimer, entre outros benefícios.

Agência Fapesp

Foto: Pixabay

Um novo levantamento publicado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta última quinta-feira (15), aponta novamente uma diminuição no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) presente nas últimas seis semanas.

Atualmente, o Brasil está em patamar inferior ao que foi notado em abril de 2022, até então o porcentual mais baixo desde o início da pandemia de Covid-19 no país. Os dados foram colhidos do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe até o dia 12 de setembro.

A pesquisa mostra que o crescimento de casos de SRAG em crianças e adolescentes, tendo começado na virada de julho para agosto, sendo o período de volta às aulas, já mostra sinais de interrupção ou queda em diversos estados do país.

Segundo a Fiocruz, os casos apontados atualmente não possuem relação com a Covid-19, sugerindo impacto de outros vírus respiratórios comuns ao ambiente escolar, supostamente por causa da retomada das aulas após o período de férias. Apesar de ser um ponto positivo, o pesquisador Marcelo Gomes alerta que é necessário dar foco ao número de casos no final do ano. As viradas de 2020 para 2021 e de 2021 para 2022 resultaram em um aumento de contaminação por SRAG. Ele também afirma que mesmo após mais de dois anos de pandemia no Brasil, a Covid-19 ainda não apresenta um padrão claro de propagação.

“Não podemos confirmar com certeza absoluta se vamos ter um final de ano tranquilo dessa vez, porque ainda estamos aprendendo com a Covid. Ela ainda não mostrou um padrão claro de propagação. Por causa disso, é fundamental estarmos atentos, para podermos agir o mais cedo possível caso tenha novamente um aumento no número de casos”, pontuou o coordenador do Infogripe.

O pronunciamento informou ainda o amplo predomínio do vírus da Covid-19 no país, especialmente na população de idade adulta. Nas últimas quatro semanas, 63% dos casos de vírus respiratórios foram provocados pelo Sars-CoV-2 (Covid-19); 5,9% pela influenza A; 0,4% pela influenza B e 6,7% pelo vírus sincicial respiratório, além dos outros vírus como por exemplo Rinovírus, Parainfluenza 4, Adenovírus e Bocavírus.

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