• prefeutura-de-barao.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg
  • WhatsApp_Image_2025-06-06_at_12.28.35_2.jpeg

A ciência já sabe que a maioria dos cânceres têm relação com o estilo de vida, algo que inclui obrigatoriamente a alimentação. Nos últimos anos, vários estudos científicos investigaram o papel de certos alimentos na prevenção ou no combate ao câncer. Veja a seguir alguns deles e seus potenciais benefícios Frutas e vegetais.

alimentos

Uma revisão sistemática e meta-análise publicada na revista Nutrients, em 2017, analisou vários estudos sobre o consumo de frutas e vegetais e o risco de várias doenças crônicas, incluindo o câncer. Os resultados mostraram que indivíduos que tinham uma dieta que contemplava mais esses alimentos tiveram menor risco de câncer em geral, bem como câncer de pulmão, mama, cólon, estômago e esôfago. Isso se deve, em parte, ao alto teor de antioxidantes, vitaminas, minerais e fibras encontrados nas frutas e vegetais.

Outro estudo, de 2006, publicado no European Journal of Cancer, constatou que o consumo especialmente de crucíferos (brócolis, couve-flor, repolho, couve-de-Bruxelas, agrião, rúcula, rabanete, nabo, mostarda e acelga) e cítricos (laranja, limão, tangerina, etc.) estava associado a um risco reduzido de câncer de estômago.

Em 2010, um estudo publicado no European Journal of Cancer Prevention mostrou evidências de que o alto consumo de frutas cítricas estava relacionado a um risco reduzido de câncer de pulmão.

Um trabalho chinês publicado no jornal científico Carcinogenesis, em 2005, mostra um estudo de caso-controle em uma população no sudeste da China. Os autores descobriram que o consumo regular de chá verde estava associado a um menor risco de câncer de mama. O chá verde contém compostos bioativos, como catequinas, que têm sido associados a propriedades anticancerígenas. Estudos sugerem que o consumo regular de chá verde pode ajudar na prevenção de câncer de mama, próstata, pulmão, cólon e outros tipos de câncer Chá verde.

Uma meta-análise de 2017, publicada no jornal Nutrition and Cancer, analisou vários estudos já realizados sobre a relação entre o consumo de chá verde e o risco de câncer de próstata. Os resultados sugeriram que a bebida reduz as chances de desenvolver o tumor.

Outro trabalho, publicado no Journal of Cellular Biochemistry, cientistas investigaram os efeitos do epigalocatequinagalato (EGCG), um composto presente no chá verde, em células de melanoma humano, o tipo mais agressivo de câncer de pele. Eles constataram que o EGCG, sugerindo um potencial efeito anticancerígeno.

A curcumina, um composto encontrado na cúrcuma, tem sido objeto de estudos sobre suas propriedades anticancerígenas. Pesquisas preliminares sugerem que a curcumina pode inibir o crescimento de células cancerígenas e reduzir a inflamação associada ao câncer. Em 2018, um estudo publicado no Cancer Letters revisou a literatura existente sobre o assunto e discutiu o papel da curcumina na inibição do crescimento tumoral, indução de apoptose e redução da inflamação.

Anteriormente, em 2013, um artigo publicado no Antioxidants & Redox Signaling também já havia sugerido que a curcumina pode induzir a morte celular programada e inibir o crescimento de tumores.

O papel de curcumina como uma terapia complementar para o câncer de pulmão foi sugerido em um artigo no jornal Molecular and Cellular Biochemistry.

Alguns estudos mostraram que o consumo de peixes ricos em ácidos graxos ômega-3 – como salmão, sardinha, atum, cavala, arenque e truta – pode estar associado a um menor risco de alguns tipos de câncer. Uma revisão sistemática e meta-análise, publicada no Clinical Nutrition, em 2016, concluiu que a maior ingestão de ômega-3 estava relacionada a um risco menor de tumores de mama e colorretal.

As propriedades anticancerígenas do ômega-3 incluem a inibição do crescimento tumoral, regulação da expressão gênica e modulação do sistema imunológico, de acordo com um trabalho que consta na revista Nutrition and Cancer, de 2018. No ano anterior, uma revisão publicada na Critical Reviews in Food Science and Nutrition mostra os mecanismos moleculares pelos quais os ômega-3 podem influenciar o câncer de próstata. Os autores discutiram os efeitos do ômega-3 na sinalização celular, proliferação celular, apoptose e inflamação, destacando seu potencial papel na prevenção e tratamento do câncer de próstata

O alho tem sido estudado por suas propriedades anticancerígenas. Alguns estudos sugerem que o consumo regular de alho pode estar associado a um menor risco de vários tipos de câncer, como câncer de estômago, cólon e pulmão. Um estudo realizado com 41,8 mil mulheres com idade entre 55 e 69 anos, publicado no American Journal of Epidemiology, relacionou o aumento do consumo de alho — em uma dieta que incluía também frutas e vegetais rotineiramente — a um risco 35% menor de câncer colorretal.

Apesar de uma série de estudos sobre os efeitos de determinados alimentos na prevenção ou tratamento de câncer, não se deve considerá-los isoladamente. Especialistas salientam que uma dieta rica em nutrientes, equilibrada e um estilo de vida saudável, que inclua atividade física regular, sono de qualidade e controle do peso, são fundamentais para evitar uma série de doenças crônicas, incluindo o câncer. Também não é recomendável fazer mudanças significativas na dieta sem orientação profissional.

R7

Foto: Freepik/Montagem/R7

A vacina contra a dengue deve estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) em até um ano e meio. Foi o que afirmou Daniel Ramos, coordenador substituto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, em um debate na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (6). Em 2023, o Brasil contabilizou mais de 1,3 milhão de casos prováveis de dengue, com 596 mortes confirmadas e 428 sob investigação. As regiões mais afetadas são a Centro-Oeste e a Sudeste.

Ramos ressaltou que, em 1995, apenas 31,4% dos municípios brasileiros estavam infestados pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, chikungunya e zika. Já em 2021, a infestação atingia 89,9% dos municípios. Em março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma vacina contra a dengue, porém, segundo o representante do Ministério da Saúde, levará algum tempo até que ela esteja disponível para a população. "Estamos aguardando o posicionamento oficial da OMS [Organização Mundial da Saúde], previsto para setembro", afirmou. Segundo ele, também estão em andamento os trâmites de importação do lote inicial da vacina. "Isso se deve aos procedimentos de importação do lote inicial e também à transferência de tecnologia para a Bio-Manguinhos e a Fiocruz, permitindo a produção no Brasil", completou o coordenador.

A vacina, desenvolvida pela farmacêutica japonesa Taked, foi batizada de Qdenga e teve eficácia de 80% nos estudos clínicos. O imunizante é indicado para pessoas de 4 a 60 anos, com ou sem histórico prévio de dengue, e protege contra os quatro sorotipos do vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti. De acordo com a Anvisa, a vacina terá administração subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. Alessandro Chagas, assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, lamentou a falta de articulação intersetorial no combate à dengue. Segundo ele, apenas ações na área da saúde não são suficientes.

"Existem dois pontos primordiais: rever o número de agentes de combate à endemia elegíveis para receber apoio financeiro complementar da União e revisar a quantidade de agentes de combate à endemia", afirmou. Ele ressaltou que esses números não são revisados há mais de dez anos.

Chagas também defendeu a adoção de novas tecnologias no combate à dengue, como o uso da bactéria Wolbachia para impedir que o mosquito Aedes aegypti transmita a doença, uma iniciativa conduzida no país pela Fiocruz.

R7

O teste do pezinho é considerado a forma mais eficaz de diagnosticar precocemente doenças genéticas, metabólicas e infecciosas que podem afetar o desenvolvimento de crianças. Em maio de 2021, a Lei nº 14.154 ampliou para mais de 50 o número de doenças raras detectadas pelo exame via SUS (Sistema Único de Saúde).

testpezinho

Pouco mais de dois anos depois, no Dia Nacional do Teste do Pezinho, lembrado nesta terça-feira (6), a Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo avalia que o exame está em expansão no Brasil. A fase classificada como ideal para a realização do teste é entre o terceiro e o quinto dia de vida. É a partir dessa gota de sangue que o futuro de uma pessoa é desenhado, dando a oportunidade de agir precocemente no tratamento de doenças graves", destacou a entidade nas redes sociais.

A vice-presidente da sociedade, Carolina Fischinger, reforçou a importância da coleta do sangue no tempo certo. "A detecção dessas doenças previne consequências clínicas importantes pois são condições tratáveis. Também lembro que temos uma lei que prevê a ampliação para mais doenças, possibilitando o diagnóstico precoce de doenças genéticas graves que têm tratamento disponível." Rol de doenças

Antes da Lei nº 14.154, o SUS realizava um formato de teste do pezinho capaz de detectar apenas seis doenças. Com a nova legislação, o exame passou a englobar 14 grupos de doenças, que podem identificar até 53 tipos diferentes de enfermidades e condições especiais de saúde. As mudanças propostas pelo texto, entretanto, começaram a vigorar somente em maio do ano passado e o processo de ampliação do teste deve acontecer de forma escalonada.

Na primeira etapa de implementação, o teste do pezinho continua detectando as seis doenças iniciais, ampliando para a testagem de outras relacionadas ao excesso de fenilalanina e de patologias relacionadas à hemoglobina (hemoglobinopatias), além de incluir os diagnósticos para toxoplasmose congênita. Em uma segunda etapa, seriam acrescentadas as testagens para galactosemias; aminoacidopatias; distúrbios do ciclo da ureia; e distúrbios da beta oxidação dos ácidos graxos (deficiência para transformar certos tipos de gorduras em energia).

Para a terceira etapa, ficam as doenças lisossômicas (que afetam o funcionamento celular) e, na quarta etapa, as imunodeficiências primárias (problemas genéticos no sistema imunológico). Já na quinta etapa, começará a ser testada a atrofia muscular espinhal (degeneração e perda de neurônios da medula da espinha e do tronco cerebral, resultando em fraqueza muscular progressiva e atrofia). Público x privado

A lei também prevê que, durante os atendimentos de pré-natal e de trabalho de parto, os profissionais de saúde devem informar à gestante e aos acompanhantes sobre a importância do teste do pezinho e sobre eventuais diferenças existentes entre as modalidades oferecidas no SUS e na rede privada de saúde.

Agência Brasil

Foto: Arte Agência Brasil

Pesquisadores do câncer retal fizeram uma grande descoberta, demonstrando em um amplo ensaio clínico que os pacientes reagem tão bem sem radioterapia quanto com ela.

Os resultados, revelados recentemente na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica e em um artigo no New England Journal of Medicine, podem dar a mais de 10 mil pacientes por ano nos Estados Unidos a opção de não se submeter a um tratamento contra o câncer que pode ter efeitos colaterais graves. Segundo o médico Eric Winer, presidente da organização de oncologia, que não esteve envolvido na pesquisa, o estudo faz parte de uma nova orientação para os pesquisadores do câncer.

"Agora que os tratamentos melhoraram, os pesquisadores estão começando a fazer outras perguntas. Em vez de perguntar como a terapia contra o câncer pode ser intensificada, eles estão perguntando se existem elementos de tratamentos bem-sucedidos que podem ser eliminados para fornecer aos pacientes uma melhor qualidade de vida", diz.

Foi por isso que os pesquisadores analisaram novamente o tratamento padrão para o câncer retal, que afeta 47,5 mil pessoas a cada ano nos Estados Unidos (embora a classe da doença no estudo afete cerca de 25 mil americanos anualmente).

Durante décadas, o uso de radiação pélvica foi o padrão. Mas esta pode causar a menopausa imediata e prejudica a função sexual em homens e mulheres.

Também pode lesionar o intestino, gerando problemas como a diarreia crônica. O paciente corre o risco de fraturas pélvicas, e a radiação pode causar outros tipos de câncer adicionais.

No entanto, o tratamento com radiação, de acordo com o estudo, não melhorou os resultados.

Depois de um monitoramento de cinco anos em média, não houve diferença nos dados importantes – o tempo de sobrevida sem sinais de retorno do câncer e a sobrevida global – entre o grupo que recebeu o tratamento e o grupo que não se submeteu a ele.

E, depois de 18 meses, não houve diferença na qualidade de vida entre os dois grupos.

Para os especialistas em câncer de cólon e de reto, os resultados podem transformar a vida de seus pacientes, afirmou a médica Kimmie Ng, codiretora do centro de câncer de cólon e reto do Instituto do Câncer Dana-Farber, que não esteve envolvida no estudo.

"Agora, especialmente, com pacientes cada vez mais jovens, será que eles realmente precisam de radiação? Podemos escolher quais pacientes podem evitar esse tratamento extremamente tóxico que tem a possibilidade de gerar consequências para toda a vida, como a infertilidade e a disfunção sexual?"

O médico John Plastaras, oncologista de radiação do Centro do Câncer Abramson da Penn Medicine, disse que os resultados "certamente são interessantes", mas acrescentou que o ideal é que os pacientes sejam acompanhados por mais tempo antes de concluir que as duas opções de tratamento têm efeito equivalente.

O estudo se concentrou em pacientes cujos tumores haviam se espalhado para linfonodos ou tecidos ao redor do intestino, mas não para outros órgãos.

Esse subconjunto, cujo câncer é considerado localmente avançado, constitui cerca de metade dos 800 mil pacientes com câncer retal recém-diagnosticados no mundo inteiro.

No estudo, 1.194 pacientes foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos. Um deles recebeu o tratamento padrão, longo e árduo, que começou com radiação, seguida de cirurgia e, depois que os pacientes se recuperaram da intervenção, quimioterapia a critério do médico.

O outro grupo foi submetido ao tratamento experimental, que consistiu primeiramente em quimioterapia, seguida de cirurgia.

A critério do médico, outra rodada de quimioterapia podia ser administrada. Esses pacientes só recebiam radiação se a quimioterapia inicial não conseguisse diminuir seus tumores – o que aconteceu apenas nove por cento das vezes.

Nem todos os pacientes foram elegíveis para o estudo. Os pesquisadores excluíram aqueles cujos tumores pareciam perigosos demais para ser tratados somente com quimioterapia e cirurgia.

"Achamos que era muito arriscado", afirmou a médica Deborah Schrag, do Centro do Câncer Memorial Sloan Kettering, que liderou o estudo. Esses pacientes receberam o tratamento padrão de radiação.

Schrag e o médico Ethan Basch, da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, também pediram aos pacientes que relatassem sua qualidade de vida: a dor que sentiam era muito forte? Sentiam muita fadiga? Tinham diarreia? Apresentavam neuropatia – mãos e pés que formigam e perdem a sensibilidade? Como era sua vida sexual? Os sintomas tinham desaparecido? Quanto tempo demorou para que os sintomas diminuíssem?

"Quando 80 por cento dos pacientes estão vivos depois de cinco anos, dizemos que estão vivendo bem", observou Schrag.

Os dois grupos apresentaram sintomas diferentes em momentos diferentes. Mas, depois de dois anos, houve uma tendência de melhor qualidade de vida no grupo que tinha se submetido a quimioterapia. E em uma medida – função sexual masculina e feminina – o grupo de quimioterapia claramente se saiu melhor.

No início, aqueles que fizeram quimioterapia sem radiação tiveram mais náuseas, vômitos e fadiga. Um ano depois, o grupo da radiação estava sofrendo mais, com fadiga, função sexual prejudicada e neuropatia, informou Basch, acrescentando.

"Agora, os pacientes que estão tentando decidir se querem radioterapia ou quimioterapia podem ver como os participantes do estudo se saíram e decidir quais sintomas são mais importantes para eles", afirma.

Esse tipo de ensaio clínico é desafiador. É conhecido como um estudo de desescalonamento, porque elimina um tratamento padrão para ver se é necessário. Nenhuma empresa pagará por esse teste.

E, como os pesquisadores do câncer retal descobriram, até mesmo o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) hesitou em apoiá-lo, argumentando que os pesquisadores jamais conseguiriam convencer um número suficiente de médicos a inscrever pacientes e que, mesmo que o fizessem, poucos destes concordariam em participar, temendo que isso colocasse em risco sua saúde.

O NIH acabou concordando em patrocinar o estudo, mas suas dúvidas eram justificadas – os pesquisadores levaram oito anos para inscrever 1.194 pacientes em 200 centros médicos.

"Foi extremamente difícil", afirmou o médico Alan Venook, da Universidade da Califórnia, em San Francisco, que ajudou a conceber o estudo.

Schrag observou que isso exigia "pacientes incrivelmente corajosos" e médicos confiantes em que o estudo era ético. "Você vive com isso na consciência."

Venook afirmou que o estudo foi um triunfo em mais de um aspecto: "No câncer retal, há escolas de pensamento. As pessoas acham que sabem qual é a resposta certa. Portanto, para que o estudo seja bem-sucedido, cirurgiões, oncologistas e oncologistas de radiação têm de aceitar o protocolo."

E, claro, o mesmo foi necessário com pacientes como Awilda Peña, de 43 anos, de Boston. Ela descobriu que tinha câncer de reto aos 38 anos. "Eu não conseguia acreditar. Concordei em participar do estudo porque fui motivada pela esperança de poder evitar a radiação e ser curada."

Seu desejo se realizou: foi selecionada aleatoriamente para o grupo que não fez radiação e se sentiu tranquila quando os pesquisadores informaram que a monitorariam de perto durante cinco anos. "Isso me deu força", comentou Peña, que agora está livre do câncer.

E completou: "Você não faz isso só para si mesmo. Ajuda os melhores cientistas e pesquisadores. Você se arrisca, mas está contribuindo para alguma coisa."

 

Gina Kolata, do The New York Times