O boletim epidemiológico dessa semana destaca dados do novo vacinômetro, que já registrou a aplicação de mais de 9 milhões de doses de vacina contra covid-19. Os imunizantes são usados em pessoas a partir de 6 meses de idade com as doses indicadas para cada faixa etária.
O novo painel foi lançado na semana passada durante implantação do programa Vigilância em Dia. Com os novos painéis, cada município pode verificar sua atual realidade no que diz respeito a imunização de sua população.
Em relação aos casos por covid-19, o Piauí registrou 293 casos da doença na 16ª semana epidemiológica de 2023, o que corresponde ao período de 16 a 22 de abril.
Destes, 72 são de 2023, sendo 03 casos de janeiro, nenhum caso de fevereiro, 02 casos de março e 67 casos de abril. Os 221 casos restantes são represados do ano de 2022, onde os municípios só encerraram as notificações agora.
Segundo o Boletim Epidemiológico do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVIS- PI), a variação de casos nos últimos 14 dias chegou a 176%.
Em relação aos óbitos em decorrência da doença, a média móvel do estado permanece zerada, mais com o registro de duas mortes na semana analisada, totalizando 04 óbitos por covid registrados neste mês de abril.
Durante a última semana epidemiológica, o estado permanece com 15 pacientes internados em leitos clínicos; de 11 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para 12 pacientes e permanecem 03 pacientes internados em leitos de estabilização destinados para o tratamento da Covid-19.
De acordo com o boletim, o Índice de Transmissibilidade (R0) baixou para 0,52 e Taxa de Positividade dos exames RT-PCR enviados ao Lacen se manteve em 18%.
Mpox Em relação à Mpox (Monkeypox), o estado não confirmou casos novos da doença, mantendo 40 casos no Piauí, 04 casos suspeitos e 206 casos descartados.
Um estudo realizados por pesquisadores da Universidade de Zhejiang, na China, mostrou que o consumo frequente de frituras, em especial, de batatas fritas, está associado a risco 7% maior de desenvolver depressão e de 12% no desenvolvimento de ansiedade. Para a constatação, os pesquisadores analisaram 140.728 pessoas acima dos 11 anos, excluindo os participantes diagnosticados com depressão nos primeiros dois anos do estudo.
A partir daí, os estudiosos puderam observar um total de 8.294 casos de ansiedade e 12.735 casos de depressão entre aqueles que consumiam frituras. Eles conseguiram, ainda, perceber que, as pessoas que consumiam batatas fritas tinham um risco de esenvolver depressão 2% maior quando comparados àqueles que ingeriam carnes brancas fritas.
Segundo os pesquisadores, homens jovens que tinham esse tipo de alimentação eram mais propensos ao desenvolvimento de tais problemas de saúde mental.
O vilão, de acordo com os achados, é a acrilamida, substância contaminante que é gerada no processo de fritura dos alimentos, aumentando os riscos de ansiedade e depressão. Para confirmar os efeitos da substância, os estudiosos submeteram peixes-zebra à acrilamida - dado o conhecimento prévio de que eles eram vulneráveis ao seu efeito tóxico.
Com a submissão, os peixes passaram a viver em zonas mais escuras dos tanques e a nadar mais distantes de outros da mesma espécie, atestando os altos níveis de ansiedade que eles passaram a enfrentar.
Os autores explicam - a exposição crônica à acrilamida induz à inflamação de neurônios e desregula determinados metabolismos cerebrais que desempenham papéis importantes na modulação de comportamentos ansiosos e depressivos.
Assim, eles esperam que sejam desvendadas as associações da acrilamida quanto à saúde mental e alertam para a redução do consumo de alimentos fritos.
Os principais problemas de saúde mental de jovens têm origem na pobreza, na violência e preconceitos de gênero, revela estudo que ouviu adolescentes no Brasil, na Índia e no Quênia. A pesquisa foi feita pela ONG (organização não governamental) Plan International, que defende os direitos das crianças e a igualdade para as meninas. O estudo destacou alguns dos motivos das preocupações com a saúde mental de adolescentes e possíveis soluções, além da relação entre saúde mental e DCNTs (doenças crônicas não transmissíveis). "O dado mais relevante da pesquisa é que os fatores externos que afetam a saúde mental e o bem-estar de jovens estão significativamente relacionados ao gênero", diz a coordenadora do Programa Adolescente Saudável na Plan International Brasil, Angélica Duarte.
"Jovens de ambos os sexos ouvidos pela pesquisa afirmam que meninas são particularmente afetadas pelo baixo status na sociedade, pela falta de autonomia e pelo risco de sofrer violência baseada em gênero. A pressão e as expectativas relacionadas aos meninos também são fontes de sofrimento quando eles não correspondem ao padrão esperado da sociedade”, completou.
O Estudo sobre Saúde Mental e Bem-estar de Adolescentes ouviu 67 adolescentes em grupos focais, sendo 19 no Brasil, 25 na Índia e 23 no Quênia. Entre os jovens de 10 a 19 anos, 15 foram selecionados para fazer entrevistas em profundidade.
A pesquisa é parte do Programa Adolescente Saudável, uma iniciativa de investimento comunitário global da AstraZeneca desenvolvida em parceria com a Plan International. Jovens que responderam à pesquisa disseram que os principais fatores que levam ao sofrimento emocional são externos, causados pelo ambiente em que vivem. Entre os causadores de estresse estão a pobreza, a violência física e/ou sexual e preconceitos de gênero, que impedem as meninas de alcançar suas aspirações, e os meninos, de expressar emoções ou buscar apoio.
Entre as meninas, as restrições enfrentadas pela falta dificuldade de gerenciar o período menstrual, sobretudo pela falta de acesso a produtos para esse ciclo, também contribuem para que elas se sintam isoladas e deprimidas.
"Com os meninos, há uma demanda para serem 'machos'. Desde que são crianças, há essa exigência. Apesar de eu ainda ser criança e ser normal ter a voz fina, as pessoas diziam: 'engrosse essa voz, fale como um homem! Seja homem'. Eles estimulam os meninos assim. Os meninos não podem chorar ou expressar emoções. E isso afeta sua vida adulta. Eu vi pesquisas que dizem que uma grande porcentagem de homens têm dificuldade para expressar suas emoções", diz um dos brasileiros ouvidos na pesquisa.
Segundo Angélica Duarte, apesar das diferenças entre os países, todos os entrevistados disseram que questões externas como pobreza e violência baseada em gênero têm forte impacto na saúde mental e no bem-estar dos jovens.
"Ainda que as violências e desigualdades se manifestem de maneiras diferentes em cada país e cultura, estes são fatores externos que desempenham papel significativo na saúde mental dos jovens." Apoio
A pesquisa também apontou que os jovens não conseguem alcançar uma saúde mental positiva sem o apoio dos adultos que são importantes em sua vida. O estudo destaca que jovens adolescentes não sentem que têm os recursos necessários para lidar com problemas de saúde mental por conta própria. Dependendo do contexto, o apoio vem de pessoas importantes, como mães, pais e professores, além de líderes comunitários.
Um dos participantes da pesquisa lamentou a falta de diálogo em casa. "É difícil. Você pode até sentir vontade de falar, mas os jovens não querem falar. Dizem que você é 'maricas', se quiser conversar. Não tenho com quem conversar, apenas um amigo, que uma vez impediu que eu me matasse. Eu não falo muito com meus pais, porque eles não aceitam muito. Então, eu não falo nada, para a gente não brigar", afirma outro menino participante.
"Muitos jovens falaram sobre a falta de adultos confiáveis para compartilhar problemas, destacando que muitos são incapazes de ouvir sem recorrer ao julgamento ou à violência", ressalta a coordenadora do Programa Adolescente Saudável.
"Pais e responsáveis têm papel fundamental na criação de um ambiente seguro para que os jovens possam expressar sentimentos, problemas e inquietações sem se sentirem julgados ou ameaçados. Familiares também podem procurar apoio em serviços de saúde e orientar os próprios jovens a usar esses recursos, mas estabelecer um espaço de diálogo e acolhimento familiar é igualmente importante na promoção do bem-estar dos jovens", afirma Angélica. Álcool e drogas
A pesquisa revela que comportamentos de risco para as DCNTs, como tabagismo, uso excessivo de álcool, sedentarismo e alimentação pouco saudável, são estratégias para controlar o estresse, a ansiedade, a depressão, a insatisfação e o tédio.
Para os adolescentes que responderam à pesquisa, tais comportamentos levam a uma espiral emocional descendente da qual é difícil sair. "Eles fazem isso para desviar a tristeza para outras coisas. Acham que vai ajudar", disse um dos participantes. As normas de gênero também impactam a saúde mental de adolescentes, revelou a pesquisa. Na prática, as meninas têm menos liberdade para fazer o que querem e os meninos não compartilham seus sentimentos, nem buscam ajuda de outros jovens, parentes e profissionais. Há ainda o medo de que uma fraqueza compartilhada com outras pessoas possa ser usada como arma contra eles.
"O estudo mostrou que adolescentes do Brasil classificam a saúde mental positiva como sendo a sensação de se 'sentirem leves' e a saúde mental precária, como os momentos 'em que a pessoa não está se sentindo equilibrada ou quando não consegue lidar com os problemas da vida'. Assim, reconhecem que as pessoas têm problemas diferentes e a forma como lidam com eles lhes trará uma qualidade de vida melhor ou pior", afirma Angélica. Adolescente saudável
Para abordar a saúde mental e a saúde em geral de jovens, desde 2010, o Programa Adolescente Saudável já treinou mais de mil educadores pares no Brasil, divulgando informações de saúde sobre a prevenção de DCNTs e fatores de risco.
Os educadores pares treinados multiplicaram seus conhecimentos para mais de 130 mil jovens com informações de saúde, contribuindo para mudanças comportamentais sustentáveis. O programa também alcançou mais de 4 milhões de jovens por meio de conteúdos em redes sociais e campanhas de conscientização.
O Programa Adolescente Saudável (chamado de PAS no Brasil e de YHP no resto do mundo) é uma iniciativa de investimento comunitário global desenvolvida em ambientes urbanos com foco em jovens de 10 a 24 anos na prevenção das DCNTs mais comuns: câncer, diabetes, doenças cardíacas e respiratórias e saúde mental.
Executado em parceria pela Plan International e pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) com base em pesquisas da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, o programa combina ações de âmbito local, pesquisa e advocacy direcionadas aos fatores de risco, como tabagismo, uso nocivo do álcool, sedentarismo, dietas pouco saudáveis e exposição à poluição do ar, que podem levar a DCNTs na vida adulta.
Desde 2010, a Plan International implementa o PAS no Brasil, na Colômbia, no Egito, na Índia, na Indonésia, em Mianmar, no Quênia, no Reino Unido, na Tailândia, no Vietnã e na Zâmbia. Recomendações
Com base nos problemas citados, a pesquisa da Plan International Brasil diz o que os jovens precisam fazer para melhorar a saúde mental:
Buscar e receber o apoio necessário, sem estigma e sem vergonha. Os problemas emocionais são comuns e muito debilitantes;
Promover discussões abertas sobre saúde mental e bem-estar nas famílias, escolas, instituições religiosas e outros lugares onde jovens se reúnem;
Acesso a serviços de apoio, que precisam incluir uma ampla gama de serviços, como planejamento familiar ou tratamento de acne;
Proporcionar aos jovens formas saudáveis de lidar com o estresse, como a zumba, para que assim possam fazer mais exercícios, se divertir e fugir do tédio e da tristeza, diz uma das participantes do estudo;
Reconhecer que a adolescência e a fase de crescimento são momentos muito estressantes para jovens.
Pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) indica que idade, condições socioeconômicas e falta de atividade física são os principais fatores associados à prevalência da obesidade no Brasil.
Dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que seis em cada dez brasileiros estão com sobrepeso. Já a taxa de obesidade no país atualmente está em 20,1%. Pesquisadores da FGV realizaram uma projeção sobre a evolução da obesidade no país e constataram que, caso a doença permaneça com a taxa de crescimento atual, em 2030, vai atingir 24,5% da população. Dentro dessa taxa de crescimento, segundo a pesquisa, algumas parcelas da sociedade são mais vulneráveis.
O estudo utilizou dados da Pesquisa Nacional em Saúde e da Pesquisa de Orçamentos Familiares, ambas do IBGE. Apesar da crença de que a obesidade está associada ao consumo de determinados alimentos, o levantamento indica este fator como pouco relevante, enquanto o estilo de vida e o modo de trabalho, bem como residir em zonas urbanas, aumentam a probabilidade de excesso de peso. Baixa renda
Ainda que a obesidade tenha crescido em países ricos e pobres, o estudo constatou que há um desequilíbrio entre consumo e gasto calórico nas populações de baixa renda. Segundo os dados, alguns motivos que apontam para uma vulnerabilidade maior nessa parcela da sociedade estão relacionados ao acesso a alimentos mais baratos e pobres em nutrientes, com alta densidade calórica.
Além disso, a baixa escolaridade limita também o acesso a informações nutricionais, impactando nos hábitos alimentares dessa população. Obesidade infantil
O estudo alerta que a obesidade infantil está bastante associada à prevalência da doença ao longo de toda vida de uma pessoa. "Esta relação está muito mais enraizada do que a maioria dos indivíduos imagina, começando desde a amamentação." Segundo a pesquisa, há indícios de que os hormônios presentes no leite materno contribuem para a saciedade do bebê e que essa pode ser uma estratégia para diminuir riscos de doenças crônicas como a própria obesidade.
"Neste cenário, a interrupção precoce do aleitamento materno e o modo de vida associado a meios de transportes, somado a um elevado viés de sedentarismo, são algumas das causas multidimensionais que contribuem para a obesidade infantil." Envelhecimento
O risco de desenvolver obesidade crônica costuma aumentar conforme o indivíduo vai ficando mais velho – a doença atinge cerca de 6% da população entre crianças e adolescentes.
"Porém, uma vez que a obesidade é estabelecida na juventude, fica muito difícil reverter este quadro até a vida adulta." Homens x mulheres
O estudo aponta ainda maior prevalência da obesidade entre mulheres, apesar da prevalência de sobrepeso ser maior entre os homens. Dados da Pesquisa Nacional em Saúde apontam uma taxa de 22% de obesidade em mulheres e de 18% em homens, enquanto o índice de sobrepeso em homens é de 39% e em mulheres de 34%.
A FGV destaca, entretanto, que a obesidade entre mulheres não costuma ser tão grave quanto em homens, já que o aumento de peso no público masculino é ligado à região do abdômen e à possibilidade de doenças cardiovasculares. Outras doenças
A pesquisa também relaciona a obesidade a outras doenças. A prevalência de hipertensão, diabetes e colesterol alto, por exemplo, chega a ser duas vezes maior em pessoas obesas. Os números indicam 41,5%, 13,4% e 21,7% para o aumento de chance de obesos desenvolverem cada uma dessas doenças, respectivamente.
Além disso, enfermidades respiratórias como asma ou bronquite também são mais frequentes entre pessoas consideradas obesas (5,9%) que entre pessoas com peso normal (4,7%). O mesmo ocorre com condições relacionados à mobilidade, como artrite e problemas na coluna ou nas costas, que acometem respectivamente 11,3% e 24,9% dessa parcela da população. Alimentação
De acordo com o estudo, o consumo de leguminosas como feijão e ervilha e de oleaginosas como amendoim e castanhas está associado a menores chances de ganho de peso.
Segundo a FGV, o consumo do prato brasileiro clássico, composto por arroz e feijão, não traz riscos de aumento de peso. Já outro costume do brasileiro, o churrasco, está associado a efeitos gritantes para o excesso de peso e a obesidade, principalmente quando associados a falta de prática de exercícios e ao consumo de bebida alcoólica.