Os membros do Ministério Público Estadual do Piauí estão mobilizados para tentar barrar a aprovação da PEC (Proposta de Emenda a Constitucional) 37. A proposta já está no Congresso Nacional e os promotores e procuradores estão tentando reunir o maior número de assinaturas em um abaixo assinado físico e virtual. O projeto, que ficou conhecido como “PEC da Impunidade”, pretende tornar o poder de investigação criminal exclusivo das polícias Civil e Federal, excluindo o Ministério Público Estadual e Federal.
O presidente da Associação Piauiense do Ministério Público, Paulo Rubens Parente Rebouças (foto), informou que pretende reunir cerca de 10 mil assinaturas somente em Teresina e que por isso está realizando um trabalho de contato direto em busca de mais adesão ao abaixo assinado. “Pretendemos juntar a maior quantidade de assinaturas. Estamos indo em faculdades, já fomos em lojas maçônicas e vamos na próxima segunda a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pedir o apoio dos advogados”, informou.
Com as visitas a Associação espera mobilizar uma maior quantidade de apoiadores para que a PEC não seja aprovada. “Na verdade querem tirar nosso poder de investigação criminal. Querem que quando eles passem uma investigação, pra gente, não resolvida nós as repassemos novamente para a polícia, sem poder fazer nossa investigação”, indignou-se Paulo Rubens.
A ação para reunir o maior número de assinaturas está sendo realizada em todo o país. Segundo Paulo Rubens, em São Paulo, o Ministério Público Estadual e Federal já conseguiu reunir mais de 500 mil assinaturas e pelo portal Avaaz (http://www.avaaz.org), mais de 20 mil já aderiram ao movimento que foi intitulado como “Corrida Nacional contra a PEC 37”.
Paulo Rubens afirmou ainda que vai pessoalmente procurar todos os deputados e senadores piauienses para mostrar sua insatisfação com o projeto e para pedir apoio dos mesmos.“Vamos procurar os que são a favor e contra o projeto. Queremos todo o apoio possível. O que não podemos ser é omissos com esta situação”, ressaltou.
A PEC 37 foi apresentada em junho de 2011 pelo deputado federal e delegado de polícia do Maranhão, Lourival Mendes (PT do B). O texto da proposta altera o trecho da Constituição, lembrando que a apuração das infrações penais é função privativa das polícias Civil e Federal. Na prática, a medida impedirá o Ministério Público de assumir investigação de crimes, prática usual desde que teve seus poderes ampliados na Constituição de 1988.
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