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gamaplusPesquisadores brasileiros encontraram uma nova versão da variante Gama do coronavírus, identificada em janeiro em Manaus (AM). A cepa chamada de Gama plus é descrita em um trabalho feito pelo projeto Genov, da rede de laboratórios Dasa.

Os cientistas analisaram 1.380 amostras de pessoas com covid-19 no país. Onze delas (Gama plus) tinham a mutação P681H, o que os autores do relatório classificaram como "convergente com características da Delta, variante que geralmente apresenta essa alteração estrutural". Em termos científicos, um aminoácido presente na "coroa" do coronavírus, chamado prolina, é substituído por outro, a histidina.

"A gente chama de Gama plus quando uma mutação que ela adquiriu acontece em alguma posição do genoma do vírus que indica algo de risco. Essas Gama plus têm uma mutação em um sítio de furina que é muito importante para a infecção viral na célula e que é uma mutação que já foi vista tanto na variante preocupação Alfa (Reino Unido) quanto na variante indiana (Delta)",explica José Eduardo Levi, coordenador do Genov e virologista da Dasa, em entrevista ao R7.

Levi acrescenta que "é certo" que essa mutação torna a variante Gama plus mais transmissível do que a Gama tradicional.

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As amostras de Gama plus foram encontradas em Goiás (5), Tocantins (2), Mato Grosso (1), Ceará (1), Santa Catarina (1) e Paraná (1).

O pesquisador diz acreditar que a mutação tenha origem no Amazonas, onde a rede da Dasa não tem cobertura.

Mas já há, segundo ele, um levantamento da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) que mostra que 78% dos novos casos de covid-19 no Amazonas em julho foram causados pela Gama plus.

"Eu acho que essas que nós detectamos estão vindo da Amazônia para cá, porque pela distribuição dos estados, Goiás, Mato Grosso... você tem essa sensação de que está vindo de lá para cá. "

Mais parecida com a Delta? A mutação P681H, "em tese", torna a Gama plus mais parecida com a Delta no quesito facilidade de transmissão, diz Levi. No entanto há outras variáveis que podem determinar se ela vai se espalhar ou não.

Ele exemplifica o caso de infecções em cidades pequenas, com indivíduos que cumpram o isolamento e usem máscaras. Seria um cenário com poucas chances de disseminação do vírus.

O contrário ocorreria se a Gama plus chegasse aos grandes centros urbanos, "onde ela tem possibilidade de explodir", observa.

Vigilância é fundamental Levi ressalta a importância do monitoramento genômico do coronavírus a fim de identificar não apenas as variantes importadas, como a Delta, mas mutações nas variantes que já são predominantes aqui — no caso, a Gama — e que podem se tornar mais fortes.

"O propósito do Genov e de outros projetos de vigilância genômica é ver se está aumentando, se está expandindo, se está indo para outras cidades. Antes nós achamos 11 [Gama plus]. Se na próxima rodada eu acho 110, já é um baita aumento."

O trabalho do Genov aponta que 95% das amostras analisadas eram da variante Gama, que foi responsável pelo pior momento da pandemia no Brasil, entre março e abril, quando o país chegou a registrar mais de 4.000 mortes em um único dia.

R7

 

Foto: Divulgação/National Institute Of Allergy And Infectious Diseases

 

covaxinA vacina contra a covid-19 Covaxin, desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, está sendo analisada por especialistas da OMS (Organização Mundial da Saúde), que podem aprovar o uso emergencial dela em setembro, anunciou nesta quarta-feira (11) uma responsável pela agência em Genebra.

Bharat apresentou os dados de seus ensaios em julho e atualmente é um dos mais avançados no processo de aprovação, disse a assistente da OMS para Acesso a Medicamentos e Vacinas, Mariângela Simão, em entrevista coletiva.

Até o momento, a OMS aprovou o uso emergencial de seis vacinas: as da Pfizer/BioNtech (a primeira), Moderna, AstraZeneca, Johnson & Johnson, Sinovac e a desenvolvida pela Sinopharm em seus laboratórios de Pequim.

Mariângela indicou que outras cinco vacinas estão em revisão por especialistas da OMS: outra da Sinopharm (neste caso em seus laboratórios de Wuhan), da chinesa CanSino, a desenvolvida pela Sanofi Pasteur e duas pela Novavax, uma delas em colaboração com a Serum Instituto da Índia.

A aprovação do uso de emergência dá a essas vacinas a possibilidade de entrar no programa Covax Facility, criado pela OMS em cooperação com outras agências para distribuir doses equitativas e de baixo preço de vacinas anticovídeos em todo o mundo.

EFE

Foto: RAJAT GUPTA/EPA/EFE

sequelasDados de uma pesquisa feita pelo Hospital das Clínicas (HC) apontam que cerca de 70% dos pacientes que tiveram covid-19 um ano após alta hospitalar apresentam algum tipo de sequela. Entre os casos analisados foram relatados episódios de fraqueza, fadiga e falta de ar, entre outros. A pesquisa foi feita através do acompanhamento de pacientes que foram internados no HC.

“Se você perguntar se isso nos surpreendeu, sem dúvida nenhuma”, contou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição o médico Carlos Carvalho, pneumologista e diretor da UTI Respiratória do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP.

De acordo com o especialista, esse tipo de contaminação, mesmo em vírus respiratórios ou sazonais, como o H1N1 ou a dengue, tende a não gerar sequelas nos infectados. De acordo com Carvalho, os vírus respiratórios costumam contaminar células localizadas nas vias respiratórias superiores — nariz, garganta e traqueia —, limitando os danos causados. No entanto, o coronavírus utiliza as vias respiratórias superiores como porta de entrada e atinge as vias respiratórias inferiores, onde está localizada a região dos alvéolos, permitindo o acesso e circulação do vírus na corrente sanguínea e podendo causar danos em diversos órgãos.

A pesquisa contou com a participação de 15 áreas e especialidades para entender o real escopo que as sequelas podem assumir, desde a pneumologia até a psiquiatria. O intuito dessa ampla averiguação é entender quais podem ser as reais sequelas causadas pela doença e a melhor maneira de tratar cada caso. Para o especialista, espera-se que a pesquisa possa ser utilizada para a criação de protocolos de atendimento que possam ser mais adequados com o perfil de sequelas que o paciente possa vir a desenvolver.

Jornal da Usp

Foto: Pixabay

biotechvariantA vacina anticovid-19 dos laboratórios Pfizer/BioNTech funciona com as novas variantes do coronavírus em circulação e "ainda não" precisa ser adaptada, garantiu o CEO da BioNTech, Ugur Sahin, nesta segunda-feira (9), que defendeu o reforço de uma terceira dose.

"É possível que, nos próximos seis a 12 meses, surja uma variante que demande adaptação da vacina, mas ainda não é o caso", disse Sahin, em entrevista coletiva "Tomar uma decisão agora pode se provar errado se, em três ou seis meses, houver outra variante dominante", acrescentou. Segundo ele, esta mudança deve ser feita apenas se "a vacina existente não for eficaz, ou não tiver o melhor desempenho".

"Por enquanto, sabemos que um reforço com a fórmula de base é suficiente", frisou.

Portanto, continuou Ugur Sahin, "a melhor abordagem para lidar com esta situação é continuar com uma dose de reforço".

No início de julho, Pfizer e BioNTech anunciaram "resultados promissores" de testes com uma terceira dose e pretendiam solicitar autorização para administrá-la nos Estados Unidos e na Europa.

As declarações de Sahin foram dadas durante a apresentação dos resultados financeiros da BioNTech no segundo trimestre.

Desde o início do ano, o laboratório registrou 7,3 bilhões de euros (em torno de R$ 45 bilhões) de faturamento contra 69,4 milhões de euros (US$ 431 milhões) no mesmo período de 2020, antes de terminar a vacina anticovid-19.

Esta alta "se deve, principalmente, ao aumento rápido do fornecimento da vacina contra a covid-19 em todo mundo", explicou.

O laboratório já entregou mais de 1 bilhão de doses desde o início de 2021 e espera chegar a 2,2 bilhões até o final do ano.

Apenas com este fármaco, a BioNTech espera faturar US$ 18,7 bilhões (em torno de R$ 116 bilhões) este ano, completou.

Em maio, o laboratório previa US$ 11,5 bilhões (em torno de R$ 71 bilhões) em faturamento anual.

AFP

Foto: DENIS BALIBOUSE/REUTERS