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Data: 5/04/2025

gripeA campanha de vacinação contra a gripe, que protege da infecção causada pelo vírus influenza, imunizou apenas 7,4 milhões de pessoas durante a primeira fase, iniciada no dia 12 de abril, segundo dados do Ministério da Saúde.

O número corresponde a 29,5% das 25,1 milhões inseridas no primeiro grupo prioritário, que contempla crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade; gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto); povos indígenas e trabalhadores da saúde.

Na segunda fase da campanha, iniciada no último dia 11 de maio, passaram a fazer parte deste grupo as pessoas com 60 anos ou mais e os professores, o que somou mais 32,8 milhões de pessoas ao público alvo para a vacinação.

O Ministério da Saúde pretende vacinar 79,7 milhões de pessoas durante a campanha que vai até o dia 9 de julho.

No consolidado, o número de imunizados até o momento representa apenas 11% do público-alvo global para alcançar a meta do governo, de 90%.

Ainda segundo a pasta, 34,8 milhões de doses da vacina influenza trivalente, produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, já foram distribuídas aos estados e ao Distrito Federal. Até o final da campanha, 80 milhões de dose serão distribuídas.

Para pessoas que se enquadram no perfil indicado na primeira fase, mas que não se vacinaram na data indicada, basta comparecer até um serviço de saúde com a caderneta de vacinação e um documento com foto em mãos.

Caso a pessoa não tenha a caderneta, será necessário apresentar algum documento que comprove que ela está inserida no grupo de risco indicado na fase.

As próximas pessoas a entrarem no grupo prioritário são: pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais; pessoas com deficiência permanente; forças de segurança e salvamento e Forças Armadas; caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso; trabalhadores portuários; funcionários do sistema prisional adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade. As campanhas de vacinação contra a gripe e contra a covid-19 ocorrem simultaneamente pelo país e, por este motivo, o Ministério da Saúde recomenda que seja respeitado um intervalo de 14 dias entre a aplicação dos imunizantes.

A orientação da pasta é que a população dê prioridade à vacina contra a covid-19 e, ao fazer a imunização, agende a data correta para a vacina contra o vírus influenza.

No caso da vacinação feita com a CoronaVac, imunizante aplicado em duas doses contra a covid-19, o recomendado é que se faça, primeiro, sua imunização completa, conforme explica o pediatra e infectologista Renato Kfouri, vice-presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade de Pediatria de São Paulo e membro da Comissão Técnica para Revisão dos Calendários Vacinais da SBIm.

“Se está na sua vez de tomar a vacina da covid, dê prioridade a ela, e faça a influenza 14 dias depois. Mas se você tiver tomado a CoronaVac, que o intervalo é de 28 dias, não dá tempo de você fazer entre uma dose e outra, então faça a da influenza 14 dias após a segunda dose da CoronaVac”, orienta o especialista.

R7

Foto: RODRIGO VIANA/SENADO FEDERAL

anvisaA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta quinta-feira, 13, o uso emergencial da combinação dos anticorpos monoclonais bamlanivimabe e etesevimabe para o tratamento de pacientes com Covid-19. O medicamento, desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, é indicado para pessoas a partir de 12 anos de idade, com sintomas leves da doença e alto risco de evoluir para quadros graves. Esse é o segundo coquetel de anticorpos contra Covid-19 aprovado pela agência. No dia 20 de abril, a Anvisa aprovou o REGN-COV2, combinação dos anticorpos monoclonais casirivimabe e imdevimabe.

Os anticorpos monoclonais são proteínas produzidas em laboratório que imitam anticorpos gerados naturalmente pelo organismo. O tratamento funciona como uma aplicação extra de anticorpos contra o coronavírus no organismo de pessoas infectadas, impedindo a evolução severa da doença. Por isso, sua indicação é no início da infecção, até dez dias após o início dos sintomas.

A aplicação é única, por infusão intravenosa, em ambiente hospitalar e dura aproximadamente uma hora. De acordo com estudos de fase 3, o fármaco — dedicado às pessoas com casos leves e moderados da doença, fora do suporte respiratório — foi capaz de reduzir em 87% desenvolvimentos severos da infecção, como hospitalização e a morte. A aplicação é única, diluída no soro fisiológico e dura aproximadamente uma hora. Os resultados positivos, conforme observados no estudo, aparecem após os três primeiros dias, quando a carga viral começa a diminuir.

O evento adverso mais comum relatado pelos pacientes foi náusea no dia da infusão. Outros possíveis efeitos colaterais são tontura, prurido e erupção cutânea. Uma vez aprovado pela Anvisa, a expectativa é que as primeiras doses cheguem ao país em cerca de um mês.

Veja.com

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

perfilgeneticPesquisa que contou com a participação de professores da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) verificou que o perfil genético pode tornar pacientes mais suscetíveis para desenvolver a covid-19.

A equipe de pesquisadores analisou amostras de 20 pacientes que morreram em decorrência do novo coronavírus no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, entre abril e setembro de 2020, e de dez pacientes infectados pelo H1N1 que faleceram, a fim de comparar os casos. A coleta foi autorizada pelas famílias e pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

As amostras foram comparadas também com dez casos de pacientes controle, que não morreram por causas respiratórias. “A gente estudou, especificamente, uma proteína chamada interleucina 17 (IL-17). Ela tem uma ação antiviral bem conhecida”, disse hoje (12) à Agência Brasil a professora da escola de medicina, que participou do projeto, Lúcia de Noronha. Segundo a médica, já existem várias publicações no mundo sobre a interleucina 17 (IL 17) no H1N1 e na Influenza.

De acordo com Lúcia, já havia desconfiança dos pesquisadores em relação ao perfil genético, pelo fato de alguns pacientes desenvolverem a covid-19 leve, enquanto outros tinham a forma mais grave da doença. Há casos de, em uma mesma família, algumas pessoas pegarem a covid-19 e outras não, outras ainda ficarem assintomáticas, algumas terem a forma leve.

“A gente já desconfiava de situações como essa, de pessoas que ficam junto a pessoas com covid e não pegam, fazem a forma assintomática, e outras fazem a forma grave”.

Padrão genético Um aspecto observado é que, às vezes, uma família inteira pega a doença. “Isso aponta para um padrão genético que possa ter uma suscetibilidade. Fizemos, então, uma genotipagem por pontos específicos dentro do gene, que são chamados polimorfismos, e que podem estar presentes em algumas pessoas e em outras não. A surpresa foi que todos os 20 pacientes da covid-19 tinham um tipo de polimorfismo que não aparecia nem no H1N1, nem no grupo controle. Isso pode estar mostrando que o polimorfismo pode estar deixando a pessoa mais suscetível à forma mais grave da doença.”

Em geral, o polimorfismo produz uma proteína diferente, segundo a professora. "Então, pode ser que ele produza uma proteína mais frágil, pouco funcional ou em menor ou maior quantidade. O polimorfismo muda a proteína. Nesse caso, parece que ele produz menos interleucina 17 e ela tem uma ação antiviral. Então, o paciente passa a perder essa ação”, afirmou a professora..

Os pesquisadores estão, agora, fazendo genotipagem de vários outros tipos de interleucina, como a 4 e a 6. Lúcia de Noronha afirmou que, como não existe um tratamento para prevenir ou para curar os pacientes da covid-19, “a coisa mais efetiva do ponto de vista de saúde pública seria proteger os suscetíveis. É o que estamos fazendo. O idoso fica em casa, é vacinado antes, o que tem diabetes também é vacinado antes. Já sabemos quais são os suscetíveis pela idade ou pela comorbidade. O estudo genético acrescentaria mais um fator para a gente encontrar o suscetível”, disse.

Testagem em massa Segundo a professora, se há outras pessoas além de idosos e pacientes com comorbidades internados indo a óbito, isso significa que não são esses somente os suscetíveis. Há outras pessoas que são suscetíveis. “É o fator genético. Isso ajudaria na proteção aos suscetíveis”. Ao mesmo tempo, isso ajudaria a identificar quem teria mais chance de ter uma covid-19 grave. “Conseguir entender que além da comorbidade, mais um grupo da população poderia ter mais chance de desenvolver a doença em sua forma mais grave”.

O teste genético é o único modo de conhecer se a pessoa é mais suscetível ou não à covid. É um teste simples no qual a coleta de saliva é suficiente para fazer um exame genético no paciente, mas o único problema é seu valor elevado.

Lúcia afirmou que, no momento, isso impede a testagem em massa de pessoas, muito menos no Sistema Único de Saúde (SUS), “mas daria para entender que tem uma população suscetível”.

Na pesquisa, o teste genético chega a custar perto de R$ 1 mil. A professora percebeu que, provavelmente, não é um gene só (da interleucina 17). Os pesquisadores vão testar outros genes. Eles esperam encontrar um perfil genético. “Um perfil que suscetibilize o paciente”, a exemplo do que ocorre em testes para câncer de mama, onde os preços variam entre R$ 1,5 mil a R$ 14 mil cada exame.

O estudo dos pesquisadores da PUCPR, intitulado “Lung Neutrophilic Recruitment and IL-8/IL-17A Tissue Expression in COVID-19” foi publicado na revista científica Frontiers in Immunology, referência na área de imunologia.

Além de pesquisadores da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, participaram do estudo profissionais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e das Faculdades Pequeno Príncipe. O artigo completo pode ser acessado neste endereço.

Agência Brasil

Foto: Reuters/Phil Noble/Direitos Reservados

isoniaEntre os males que a pandemia do novo coronavírus trouxe à população mundial, a insônia, certamente, é um dos mais prejudiciais à saúde a médio e longo prazos.

A dificuldade em dormir pode começar após um problema ou uma preocupação e, a falta de cuidado, faz virar uma questão crônica e condicionada pelo cérebro.

De acordo com o psiquiatra Marco Abud, criador do canal Saúde da Mente, isolamento social, home office e incertezas causadas pela covid-19 trouxeram seis componentes para atrapalhar o sono de todos.

“A preocupação é o ponto de partida da insônia, que desencadeia os outros fatores, que são: horários confusos de rotina, que mexem com nosso relógio biológico; menos atividade física; menos luz natural do sol durante o dia e mais luz artificial à noite; falta de limites entre cama, quarto e trabalho e o cérebro fica condicionado a ficar alerta na cama e não em outros lugares; e, por fim, refeições com muito açúcar refinado, gordura, na última hora antes de dormir”, explica o médico.

Um estudo do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) apontou que 69,8% dos adultos se qualificavam com algum distúrbio do sono. A média de estudos realizados no Brasil antes da pandemia era de 30%.

Os efeitos de noites mal dormidas podem causar muitos danos à saúde porque é durante o sono que o organismo recupera o sistema imune, faz os músculos crescerem, forma ossos, produz células de defesa, limpa as toxinas e armazena memórias.

O psiquiatra também explica que a insônia é o gatilho para outras doenças. “Quando as toxinas não são tiradas do nosso corpo, aumenta a incidência das doenças degenerativas, como o Alzheimer. É a principal causa para infecções virais e bacterianas”, afirma.

E completa: “Cresce a obesidade devido ao aumento do cortisol, que é o hormônio do estresse. O cortisol faz o corpo se preparar para uma guerra e a preparação é feita pelo acúmulo de gordura. Além de diminuir a libido, porque é de noite que a testosterona é produzida”, diz ele. O tratamento mais eficaz e duradouro é a terapia cognitivo comportamental. Marco Abud explica que com técnica é possível restabelecer o cérebro ao seu estado normal. A ideia é fazer um recondicionamento cerebral para que o cérebro recupere os elementos que estão bagunçados, aprenda a diminuir o estado de alerta, regularize o relógio biológico, retome o ritmo de sono e mude o comportamento de insônia condicionada”, observa ele.

O especialista conta que em semanas o paciente consegue retomar o sono. “O tempo que a pessoa vai retomar o ritmo de sono varia, mas em duas semanas, já é possível apresentar uma melhora de tempo e qualidade ao dormir. Se o treinamento é feito por mais de quatro semanas, os efeitos são sentidos mesmo nos momentos de turbulência”, ressalta Abud.

O tratamento pode ser feito com a ajuda de psicólogos ou respeitando protocolos técnicos disponíveis na internet.

Uso de medicamentos Muitas pessoas recorrem a remédios para conseguir ter uma noite de sono completa, mas o psiquiatra explica que não é uma solução real e é indicado apenas por um curto período de tempo.

“Os remédios foram feitos para serem usados como extintores de incêndio, pode ser usado no máximo por quatro semanas. Caso contrário, eles se tornam ineficazes e as pessoas têm de tomar cada vez mais para fazer efeito. Ao longo do tempo, dão prejuízos em relação à memória, ao aumento do risco de queda, porque atrapalham a coordenação motora, além de serem muito difíceis de tirar”, alerta Abud.

E finaliza explicando que não existe medicamentos que cure a insônia: "O que a gente observa é que não existe remédio eficaz contra a insônia a médio e longo prazo. A insônia não se trata com remédio, o que não quer dizer que o uso de medicamentos não seja indicado em alguns casos, como depressão grave ou transtorno bibolar."

EFE