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pulmaoMais de 3,5 milhões de pessoas podem ter um grau de cicatrização pulmonar pós-covid-19, indica um estudo da King's College London, no Reino Unido. Pesquisadores da universidade vão realizar o primeiro estudo no mundo de um tratamento para o problema à base de terapia celular.

O estudo de fase 1 vai avaliar a segurança e a eficácia do método. A terapia celular reverte a fibrose pulmonar usando células do corpo, chamadas de monócitos e macrófagos, projetadas em laboratório para ter propriedades antifibróticas.

Com o nome derivado do grego, no qual 'macro' significa grande e 'fago' significa comer, os macrófagos são um tipo de glóbulo branco com poder de devorar o tecido celular e o excesso de fibrose formado nos pulmões lesados ​​à medida em que cicatrizam durante a infecção aguda de covid, destacam os pesquisadores. O estudo ressalta que essa cicatriz causa um declínio na função pulmonar, provocando uma redução debilitante da capacidade respiratória a longo prazo, interferindo na qualidade de vida desses pacientes.

A pesquisa, chamada de Monaco, utiliza terapia celular desenvolvida em um laboratório de ponta do Reino Unido do NIHR Guy's e St Thomas 'Biomedical Research Center (BRC).

Cinco pacientes com fibrose pulmonar após recuperação de covid-19 já receberam o tratamento experimental no Centro de Pesquisa Clínica (CRF) do NIHR no Guy's Hospital, segundo a King's College.

Antes da pandemia, Ashish Patel, principal autor do estudo, desenvolvia conjuntamente com o cirurgião vascular Bijan Modarai, um tratamento de terapia celular para pacientes com doença vascular periférica para prevenir a amputação. Assim que a pandemia teve início e, com ela, o surgimento crescente de casos de fibrose pulmonar pós-covid-19, os pesquisadores decidiram redirecionar o potencial da terapia para esse problema.

"Nossa pesquisa está focada no desenvolvimento de novas terapias avançadas e sua tradução do laboratório para o leito. A distribuição bem-sucedida dessa terapia celular experimental em pacientes é um marco importante no estabelecimento de sua segurança, antes de ser considerada para o tratamento de um grande número de pacientes afetados pela doença", afirmou Patel, por meio de nota.

R7

Foto: Pixabay

vac1doseMesmo após a primeira dose da vacina anticovid, é necessário manter o uso de máscara, o distanciamento social e fazer a higienização das mãos com álcool gel.

Isso porque, segundo a infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen, consultora de biossegurança da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), dispensar as medidas de proteção após a primeira dose não só aumenta o risco de contágio, como também contribui para que a pandemia siga em descontrole.

“Quanto mais tempo o vírus circula, há mais chances dele sofrer mutação e criar novas cepas, que podem alterar [o efeito] das vacinas e aí novos testes serão necessários para ver qual é o nível de eficácia. O processo é longo e é preciso que as pessoas pensem em se vacinar, sem escolher vacinas, pois uma vacina boa é aquela que a gente toma mais rápido”, destaca a especialista.

No caso da variante Delta, por exemplo, um estudo publicado pela revista científica Nature mostrou que apenas uma dose da vacina da Pfizer ou da AstraZeneca não foi capaz de neutralizar a ação da nova cepa no organismo dos pacientes vacinados.

Além disso, a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, explica que uma pessoa só está imunizada contra o coronavírus depois de completar o esquema vacinal e, no Brasil, apenas a vacina da Janssen é aplicada em dose única.

“Uma pessoa só é considerada imune após 15 dias da aplicação da segunda dose. Uma dose da vacina não é suficiente nem para garantir a proteção, nem para prevenir contra as formas graves da doença. Então, as medidas de proteção se mantêm necessárias para continuarmos tendo bons resultados da vacinação”, explica a especialista.

Vale ressaltar que as vacinas em aplicação contra a covid-19, apesar de protegerem contra casos graves e mortes pela doença, não são 100% eficazes e também não impedem que uma pessoa se contamine ou transmita o coronavírus. Não se trata de uma exclusividade destas vacinas, mas de todas.

A especialista também destaca que só será possível relaxar o uso das medidas não farmacológicas de proteção quando o país atingir uma imunidade coletiva. Atualmente, apenas 21% da população vacinável recebeu as doses completas ou a dose única da vacina da Janssen.

“Temos que pensar no nosso papel como cidadãos também. Enquanto não tivermos uma proteção coletiva, você poderá se infectar e mesmo que você não adoeça [ou seja assintomático], ainda pode transmitir o vírus”, ressalta Mônica.

R7

Foto: Stephane Mahe / Reuters

remediocoviddA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu, na segunda-feira (19), pedido de uso emergencial do medicamento sotrovimabe para tratar de pacientes com covid-19. A farmacêutica Glaxo Smith Kline Brasil fez a requisição junto à agência.

O fármaco é um anticorpo monoclonal, proteína produzida em laboratório que ajuda o sistema imunológico a combater vírus, bactérias e câncer por meio do reconhecimento de antígenos, e não teve exames clínicos testados no Brasil.

Nas primeiras 24 horas, a agência faz a triagem do processo para confirmar a entrega de todos os documentos necessários para avaliação do pedido. Caso faltem dados importante, a Anvisa pode solicitá-las ao laboratório.

O prazo de análise é de 30 dias e não considera o tempo do processo em status de exigência técnica, que é quando o laboratório precisa responder questões técnicas feitas pela Agência dentro do processo.

No dia 26 de maior, a FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) aprovou o uso emergencial do medicamento para tratar a covid-19 de leve a moderada em pessoas com 12 anos ou mais.

R7

Foto: Handout Via Reuters

 

cancermamaUm composto encontrado por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e de Harvard, nos Estados Unidos, pode acelerar em até seis vezes a regressão do tipo mais agressivo do câncer de mama. O tratamento inclui uma etapa antes da quimioterapia com o uso de droga identificada, a qual enfraquece as células tumorais. O trabalho foi publicado na Science Signaling, revista científica distribuída pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS).

“Nós levantamos 192 compostos, que estavam em uma biblioteca de compostos, de drogas, do laboratório. A gente já sabia onde esses compostos iam operar no metabolismo da célula. Testamos para verificar qual deles atingia a célula especificamente do triplo-negativo”, disse Vinícius Guimarães Ferreira, pós-doutorando do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e um dos autores da pesquisa. Triplo-negativo é como se chama o tipo mais severo de câncer de mama.

Na universidade norte-americana, Ferreira foi supervisionado pelo professor Anthony Letai, especialista na avaliação de mecanismos que levam as células tumorais à morte. “Ele trabalha com a seguinte visão: “eu não quero necessariamente encontrar um composto que sozinho mata a célula, mas eu quero buscar um composto que deixa a célula mais próxima de morrer”, explicou. De acordo com os pesquisadores, ao deixar o tratamento contra o tumor mais eficiente, reduz-se o tempo que o paciente estará sujeito aos efeitos colaterais dos medicamentos tóxicos utilizados na quimioterapia. “É como se fosse um barranco, você empurra a célula perto do barranco para entrar o quimioterápico e dar aquele último empurrão”, comparou Ferreira.

Molécula ideal

A primeira parte do estudo analisou os compostos disponíveis para encontrar a molécula ideal. “No final, a gente encontrou alguns que eram os mais promissores e fomos para o modelo animal”, indicou o pesquisador. As drogas que deixaram os tumores mais vulneráveis foram testadas em camundongos com câncer de mama.

O teste durou 21 dias e mostrou resultados animadores: usando apenas quimioterápico, houve regressão de 10%. No tratamento combinado, o tumor diminuiu 60%. “A terapia foi 500% mais eficaz.”

Os pesquisadores destacam que, conforme dados da Sociedade Americana de Câncer, o câncer de mama triplo-negativo é responsável por cerca de 10% a 15% dos cânceres de mama e é mais comum em mulheres com menos de 40 anos. É um tipo de câncer que cresce mais rápido, tendo opções de tratamento limitado.

No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o país deve ter cerca de 66 mil novos casos de câncer de mama por ano entre 2020 e 2022.

Agência Brasil

Foto: Divulgação Sociedade Brasileira de Mastologia