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A agência reguladora britânica de medicamentos anunciou, nesta segunda-feira (15), a aprovação de uma nova vacina contra a Covid-19 do laboratório Moderna, que tem como alvo a variante Ômicron, uma novidade mundial, segundo a empresa farmacêutica.

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A versão consiste em uma dose de reforço "bivalente", ou seja, metade protege contra a cepa original do vírus e a outra metade contra a variante Ômicron. A fórmula "produz uma forte resposta imunológica" contra ambas, inclusive as subvariantes da Ômicron BA.4 e BA.5, informou a MHRA (Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde) do Reino Unido.

O novo produto foi aprovado para "doses de reforço nos adultos", acrescentou a agência britânica, que concluiu que a nova vacina "cumpre os parâmetros de segurança, qualidade e eficácia".

Os efeitos colaterais são "tipicamente leves" e similares aos observados nas vacinas originais contra a doença, segundo a MHRA. O novo produto foi aprovado para "doses de reforço nos adultos", acrescentou a agência britânica, que concluiu que a nova vacina "cumpre os parâmetros de segurança, qualidade e eficácia".

Os efeitos colaterais são "tipicamente leves" e similares aos observados nas vacinas originais contra a doença, segundo a MHRA.

O CEO da Moderna, Stéphane Bancel, destacou o "papel importante" que pode ser desempenhado pela "nova geração" de vacinas na proteção contra a Covid-19. Ele salientou que o Reino Unido é o primeiro país a aprovar uma vacina bivalente contra a Ômicron, a variante de maior presença na Europa.

Na semana passada, a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) anunciou que uma vacina anti-Covid da Pfizer/BioNTech contra duas subvariantes da cepa Ômicron, a BA.4 e a BA.5, pode ser aprovada nos próximos meses.

AFP

Foto: Mike Segar /Reuters

Estudo conduzido na USP (Universidade de São Paulo) ajuda a entender, em nível molecular, por que parte dos infectados pelo SARS-CoV-2 desenvolve uma inflamação sistêmica potencialmente fatal mesmo após eliminar o vírus do organismo. Esses pacientes geralmente passam dias internados em terapia intensiva, com necessidade de ventilação mecânica, e apresentam complicações como fibrose pulmonar e trombose.

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Segundo a pesquisa, divulgada na plataforma medRxiv em artigo ainda sem a revisão por pares, o quadro tem relação com um mecanismo inflamatório conhecido como inflamassoma que, além de estar exacerbado nesses pacientes graves, não é desativado nunca.

Dessa forma, a resposta imunológica que provoca a inflamação não cessa. A descoberta pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos mais específicos para esses casos.

"Neste estudo pudemos confirmar que o inflamassoma, responsável pela resposta imunológica excessiva [tempestade de citocinas] e que resulta em alta mortalidade, não é desativado. Isso explica alguns casos fatais de Covid, afirma Dario Zamboni , professor da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão PretO) e coordenador de dois projetos sobre o tema.

A investigação foi realizada no CRID (Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias) – um CEPID (Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão) da FAPESP.

Como explica Zamboni, o inflamassoma é um complexo proteico existente no interior das células de defesa. Quando essa maquinaria celular é acionada, moléculas pró-inflamatórias conhecidas como citocinas passam a ser produzidas para avisar o sistema imune sobre a necessidade de enviar mais células de defesa ao local da infecção.

O novo estudo do grupo mostra que, enquanto uma parcela dos pacientes hospitalizados por Covid apresenta alta carga viral e baixa ativação do inflamassoma – e ainda não se sabe exatamente por que eles morrem –, outra parte permanece com o inflamassoma ativado, segue com uma inflamação altíssima e acaba morrendo por causa disso. Cepa ancestral

A pesquisa foi feita com material coletado por meio da autópsia pulmonar de 47 indivíduos que morreram de Covid em 2020 – quando ainda não havia vacina disponível nem diversas variantes de preocupação do SARS-CoV-2. O grupo da USP comparou a resposta ao vírus ancestral – que causou os primeiros casos de Covid na cidade chinesa de Wuhan – com a resposta ao vírus influenza, causador da gripe.

Agência Fapesp

Foto: Pixabay

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu solicitações de registro de seis kits para diagnóstico de varíola do macaco. Segundo a nota divulgada nesta quinta-feira (11) pelo órgão regulador, a análise dos pedidos já foi iniciada.

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A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), por meio do Instituto Bio-Manguinhos, é uma das solicitantes, com dois kits que usam a tecnologia PCR para a identificação do vírus monkeypox. O pedido foi enviado na quarta-feira (10). As primeiras solicitações foram enviadas pelo laboratório espanhol CerTest Biotec e pelo chinês BioGerm Medical Technology Co. Segundo a Anvisa, ambos são ensaios moleculares, já passaram pela avaliação do corpo técnico da agência e aguardam complementação de informações.

A empresa Shanghai BioGerm Medical Technology Co. também solicitou, na quarta-feira, a análise de um teste rápido, o primeiro desse tipo a ser encaminhado à Anvisa. A empresa brasileira Eco Diagnóstica enviou, na segunda-feira (8), o pedido de análise de um kit de diagnóstico que também se trata de um ensaio molecular, mas que tem parte da sua produção localizada em outro país.

Segundo a Anvisa, a prioridade será avaliar os produtos para diagnósticos in vitro "que possam ser utilizados como recurso para o enfrentamento da monkeypox".

R7

Foto: Reuters/Dado Ruvic/Direitos reservados

Como é transmitida a varíola do macaco? Quais os sintomas específicos da atual onda? Três meses depois do início do surto, os cientistas começam a traçar os contornos da doença.

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Quase 28 mil casos foram confirmados em todo o mundo, e as primeiras mortes, registradas.

O perfil

A varíola do macaco já era conhecida décadas atrás em alguns países africanos. Mas a atual epidemia apresenta várias particularidades, a começar pelo perfil dos pacientes.

São principalmente homens adultos que mantêm relações homossexuais, diferentemente do que acontece na África, onde a doença afeta sobretudo as crianças.

Nas últimas semanas, três estudos publicados nas principais revistas médicas de referência – British Medical Journal (BMJ), New England Journal of Medicine (NEJM) e Lancet – descreveram o quadro clínico da doença, mas os dados são precoces, obtidos de algumas centenas de casos. Os estudos confirmam que quase todas as ocorrências afetam homens que mantêm relações sexuais com outros homens. Como é transmitida?

A predominância do perfil não é uma surpresa porque já havia sido documentada com a detecção dos primeiros casos.

A doença é, portanto, transmitida por via sexual? Alguns especialistas em saúde pública temem que uma resposta definitiva estigmatize a comunidade homossexual.

Mas os estudos mais recentes são claros. "Nosso trabalho respalda a ideia de que um contato corporal durante a atividade sexual constitui o mecanismo dominante de transmissão da varíola do macaco na epidemia atual", resume o estudo da Lancet, realizado em vários hospitais da Espanha. A conclusão está baseada, em particular, no fato de que a carga viral era muito mais elevada nas lesões cutâneas dos pacientes, em comparação com a registrada no sistema respiratório.

Alguns pesquisadores haviam mencionado a ideia de que a transmissão por via aérea também desempenharia um papel importante na contaminação, mas as descobertas provocam perguntas sobre essa teoria.

Isso não significa que a doença é transmitida através do esperma. A hipótese não está descartada, mas as pesquisas atuais não comprovaram a tese. Quais os sintomas?

Os três estudos confirmam também que a epidemia atual se distingue por seus sintomas, que "são diferentes dos que foram observados em populações afetadas por epidemias anteriores" na África, explica o estudo do BMJ, realizado no Reino Unido.

Dois elementos fundamentais da doença: a febre, às vezes acompanhada de dores musculares, e lesões corporais, que se transformam em crostas.

Os detalhes variam e a questão certamente está vinculada à transmissão, porque entre os pacientes recentes algumas manifestações físicas parecem estar relacionadas com uma contaminação durante relação sexual.

Em cada estudo as lesões estão concentradas no ânus, no pênis e na boca. A isso são adicionadas complicações muito pouco observadas até agora: uma inflamação do reto ou um edema no pênis.

Quase 40% dos casos têm complicações, segundo um estudo da Lancet, enquanto 20% dos pacientes precisaram de hospitalização, de acordo com a pesquisa do NEJM.

Segundo esse último estudo, "não foi detectada nenhuma complicação grave". Os dados que faltam

Embora os estudos permitam um conhecimento melhor da doença, muitas perguntas continuam sem resposta.

A primeira refere-se à eficácia das vacinas. O estudo da Lancet mostra que uma parte considerável dos doentes (18%) havia sido vacinada contra a varíola, que supostamente protege contra a varíola do macaco.

Os pacientes contraem a doença, em alguns casos, décadas depois da aplicação da vacina, o que explicaria a proteção menor.

Finalmente, resta determinar se a pessoa corre mais riscos quando sofre de outra doença. Quase 40% dos pacientes estudados pela Lancet estavam infectados pelo HIV. Mas é impossível saber se existe uma ligação direta ou se é uma simples correlação.

AFP

Foto: arquivo pessoal