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O Brasil registra mais casos de varíola do macaco (monkeypox) do que somados todos os outros 26 países ou territórios da América Latina e Caribe que já detectaram a doença.

variolamaco

Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, até esta segunda-feira (29), o país tinha 4.693 infecções confirmadas, o terceiro do mundo, atrás dos Estados Unidos (18.101) e da Espanha (6.548). O monitoramento feito pela iniciativa Monkeypoxtally, que reúne dados oficiais, mostra que a América Latina e o Caribe tinham até esta terça-feira (30) 3.167 ocorrências.

O Peru é o segundo país com mais diagnósticos, com 1.463 confirmações. Em seguida, aparecem Colômbia (582), México (386), Chile (344) e Argentina (133).

As Américas são justamente foco de preocupação da OMS (Organização Mundial da Saúde) em relação ao avanço da varíola do macaco, enquanto boa parte da Europa vê um declínio de novas infecções. “Na América Latina, em particular, a conscientização insuficiente ou as medidas de saúde pública estão se combinando com a falta de acesso a vacinas para atiçar as chamas do surto", afirmou na semana passada o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Na Colômbia, por exemplo, o número de casos dobrou em uma semana. O Brasil registrou mil novas infecções no período de dez dias, embora o Ministério da Saúde afirme haver indicativos de estabilização da doença. Casos suspeitos aumentam no Brasil

Enquanto sobe o número de casos confirmados, o Brasil também vê um aumento considerável das suspeitas.

No dia 22, 4.155 pessoas aguardavam resultado de exame para confirmar ou descartar infecção pelo vírus monkeypox. Uma semana depois, eram 5.176.

O primeiro lote de vacinas contra a varíola do macaco comprado pelo Brasil, por meio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), deve chegar ao país em setembro.

Os imunizantes serão direcionados inicialmente a profissionais da saúde que trabalham com coleta de amostras dos pacientes e a trabalhadores de laboratórios que processam os exames.

Posteriormente, pode haver também a imunização de contatos próximos de pacientes confirmados.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, advertiu, entretanto, que as vacinas não são suficientes para frear o surto da doença no país.

R7

Depois que os médicos diagnosticaram Paula Estrada com câncer de mama em 2009, a então argentina de 41 anos decidiu que não apenas venceria a doença, mas o faria sem perder seus longos cabelos loiros para os estragos da quimioterapia.

capacete

Em sua casa em Buenos Aires, Paula, designer gráfica de profissão, começou a criar um capacete improvisado com compressas de gelo que, em vez de ajudar em lesões esportivas, manteria seu couro cabeludo frio – e evitaria a queda de cabelo. Seu dispositivo funcionou: o frio do capacete constringiu os vasos sanguíneos e ajudou a impedir que os medicamentos quimioterápicos atingissem os folículos capilares de Estrada.

“Acho que [o capacete] foi a chave para manter meu humor. Não sinto nada [enquanto uso o capacete]. Eu saio [da quimioterapia], tiro o capacete e vivo minha vida como qualquer outra pessoa", conta a designer.

E acrescenta: "É confortável [usar o capacete], não incomoda nada. Quando você coloca o capacete, fica frio no começo, mas não é desconfortável". Mais de uma década depois, as versões dos capacetes de Paula ajudaram cerca de 60.000 pacientes com câncer na Argentina, bem como no Chile, México, Espanha e Estados Unidos.

Os capacetes têm sido cada vez mais usados ​​nos principais hospitais da Argentina após a aprovação do método pela Food and Drug Administration em 2017.

Gonzalo Recondo, oncologista de Estrada e chefe de oncologia clínica do hospital CEMIC em Buenos Aires, disse que há evidências claras de que esses capacetes podem ser úteis para a prevenção.

Os capacetes devem ser usados ​​desde a primeira sessão de quimioterapia e precisam estar a -20 graus Celsius, além de serem trocados a cada 30 minutos.

“Tem que colocar [o capacete] no freezer com dois dias de antecedência. Eu sei que pegar o capacete, que é um pacote de gelo em gel, leva um pouco de logística, mas vale a pena porque faz você lutar contra a doença de forma diferente. Você, seus filhos e seu entorno se vêem de maneira diferente", relata Paula.

Reuters

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), através do Centro de Informações Estratégicas e Vigilância em Saúde do estado do Piauí (CIEVS), confirmou mais um caso de Monekeypox (varíola dos macacos) no estado. Trata-se de uma pessoa do sexo masculino da cidade de Parnaíba.

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No estado, três casos já foram confirmados, em indivíduos do sexo masculino, nas cidades de Batalha, Teresina e agora em Parnaíba. De acordo com a coordenadora do CIEVS, Amélia Costa, o homem já passou pelos 21 dias de isolamento, porém o centro está acompanhando junto com a vigilância do município a situação do caso positivo como os de seus familiares e contatos.

“Estamos conversando com a vigilância de Parnaíba e acompanhando a situação desse homem que testou positivo, como de todos os seus contatos. A cidade de Parnaíba já notificou 08 casos de varíola dos macacos, desses 01 foi confirmado, 05 estão em investigação e 02 foram descartados”, disse a coordenadora.

Até esta sexta-feira- 26 de agosto- o Piauí já notificou 69 casos de Monkeypox, com 03 casos confirmados, 15 descartados, 50 em investigação e 01 provável. De acordo com o levantamento do CIEVS, 20 municípios, de norte a sul do estado, já notificaram casos suspeitos da doença, sendo a capital Teresina e Parnaíba as cidades com maiores registros.

“Com a confirmação dos novos casos é de fundamental importância a população ficar atenta aos sinais e sintomas da doença, e procurar os serviços de saúde do município caso a pessoa comece a detectar sintomas como febre, dor de cabeça, dor muscular e o surgimento de vesículas pelo corpo”, lembra Amélia Costa.

Foto: Crédito: VisualDX

A “doença do tatu”, também conhecida como paracoccidioidomicose (PCM), é uma doença tropical infecciosa crônica causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis. A infecção inicial geralmente ocorre nos pulmões, mas também pode se espalhar para a pele, membranas mucosas e outras partes do corpo.

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As células especializadas que revestem as paredes dos vasos sanguíneos e linfáticos e eliminam os resíduos celulares (sistema reticuloendotelial) também podem ser afetadas pela paracoccidioidomicose. Se o paciente não receber tratamento, podem ocorrer complicações fatais. A maioria dos casos dessa doença ocorre nas Américas do Sul e Central.

Mais de 15.000 casos de paracoccidioidomicose foram registrados desde 1930. Muitos mais casos provavelmente ocorrem, no entanto, porque a doença é pouco reconhecida. Cerca de 80% dos casos registrados ocorreram no Brasil, o último deles sendo registrado na cidade de Simões, no Piauí.

Após ficar internado por vários dias, um rapaz de 16 anos morreu no sábado (20). Além dele, outras duas pessoas estão internadas por conta da doença e autoridades de saúde da região estão preocupadas com o avanço da infecção. A partir disso, a conscientização a respeito das formas de contaminação está sendo incentivada. A Secretaria de Saúde de Simões declarou em comunicado divulgado nesta quinta-feira que “a associação com o animal acontece porque o homem ao caçar tatus entra em contato com os buracos nos quais o solo se encontra contaminado pelo fungo”. Apesar disso, a doença não é transmitida da forma humano-humana, nem por animais. Os sintomas da paracoccidioidomicose pulmonar, na qual os pulmões são afetados, podem incluir tosse, dificuldade em respirar (dispneia), fadiga e/ou dor torácica. Adultos com essa forma do problema também podem ter alterações fibrosas e degenerativas nos pulmões que causam a perda progressiva da função pulmonar (enfisema).

Em algumas pessoas, esses sintomas progridem para uma condição conhecida como “cor pulmonale”. A doença cardíaca ocorre nessa condição devido à pressão arterial anormalmente alta dentro dos vasos que afastam o sangue dos pulmões e em direção ao coração.

Na paracoccidioidomicose mucocutânea, úlceras (lesões granulomatosas) aparecem nas membranas mucosas, especialmente as da boca e do nariz. Quando a infecção afeta o sistema linfático, o inchaço generalizado dos gânglios linfáticos (linfadenopatia) pode ocorrer em muitas áreas do corpo, especialmente no pescoço e na área das axilas (axila). Os linfonodos infectados podem se tornar dolorosos e produzir supuração (pus).

Na paracoccidioidomicose visceral, outros órgãos do corpo também podem estar infectados, incluindo o fígado, baço e/ou intestinos. As glândulas supra-renais podem ser particularmente suscetíveis a essa infecção. O envolvimento adrenal crônico pode causar níveis anormalmente baixos de hormônios adrenais.

Os profissionais de saúde avaliam os sintomas do paciente, bem como exames laboratoriais e exames de imagem, como raios-x de tórax, a fim de diagnosticar a paracoccidioidomicose. Muitas vezes, será realizada uma biopsia, que é a análise de uma pequena amostra da parte do corpo afetada. A amostra é enviada para um laboratório para uma cultura fúngica ou para ser examinada ao microscópio. Um exame de sangue também pode ajudar a diagnosticar a infecção.

Os medicamentos antifúngicos são os remédios mais eficazes para paracoccidioidomicose. Entre eles estão o itraconazol, o cetoconazol e o fluconazol. Formas alternativas podem ser administradas em pacientes com doença grave e que não podem ingerir outros medicamentos. Algumas delas suprimem os sintomas e interrompem o progresso da doença, mas não eliminam o fungo do corpo.

R7 Lorena

Foto: Reprodução/INFE