• hospital-de-olhos.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg

microbiosCerca de metade de nós não somos nós. Melhor dizendo: somos 50% humanos e 50% micróbios - o microbioma, esse conjunto de trilhões e trilhões de bactérias, vírus, fungos e outros organismos minúsculos que habitam nossos órgãos e tecidos.

Mas se engana quem pensa que a relação entre nós e eles seja de igual para igual. O que cientistas americanos acabam de descobrir é que, ao longo da evolução, os animais domamos os micróbios - e este controle garantiu que eles fossem úteis ao nosso organismo, sem que nos dominassem.

"Acreditamos que esse processo evoluiu de forma a beneficiar os humanos", comentou à BBC News Brasil o engenheiro biomédico Lawrence David, professor de genética molecular e microbiologia da Universidade Duke, nos Estados Unidos.

A lógica desse fenômeno, conforme os cientistas explicam em artigo publicado nesta segunda, 29, no periódico Nature Microbiology, é uma relação de causa e consequência semelhante à que acontece em um lago, na natureza: se há muitos nutrientes sobrando, o local se torna pantanoso, repleto de algas e beirando a insalubridade.

Isso é chamado de eutrofização. Acontece devido ao aumento das concentrações de nitrogênio ou fósforo na água, causando um desequilíbrio que acaba prejudicando o ecossistema.

Conforme concluiu a equipe de David, portanto, o segredo para termos domado nosso microbioma - e, ao longo do tempo, feito desses bichinhos nossos úteis hóspedes - está no fato de que nosso organismo sempre os deixa com fome.

Dependência e dominação

Os animais - inclusive os seres humanos - dependem das comunidades de micróbios que vivem em seus corpos. É graças a esses serezinhos que conseguimos digerir alimentos, sintetizar vitaminas, fortalecer sistemas imunológicos e realizar uma vasta gama de fenômenos bioquímicos.

Ao mesmo tempo, esses microorganismos não conseguiriam viver sem os animais como seus hospedeiros.

Por décadas, pesquisadores acreditavam que essa relação de interdependência fosse uma simbiose equilibrada, um ganha-ganha em que não houvesse um dominante.

Pois é exatamente isso que a atual pesquisa contraria. Essa relação entre hospedeiros e hóspedes não é nenhum conto de fadas. Os cientistas descobriram que, em nome do benefício próprio, os animais privam seus micróbios de nutrientes. Deixando-os com fome, eles são escravizados - e acabam fazendo o serviço que precisamos.

"Há uma hierarquia natural entre as bactérias e nós", afirma David. "E nós, como anfitriões, damos as cartas neste jogo."

Abundância e escassez

Acreditava-se que, para o microbioma, o intestino fosse um paraíso de nutrientes. Ou, nas palavras de David, um local "onde abundam alimentos e recursos, uma verdadeira Fábrica de Chocolate de Willy Wonka". Não é à toa que, de acordo com estudos, existem mais bactérias residindo por grama no intestino do que em qualquer outro ecossistema do mundo. No total, a soma desses microorganismos do intestino chega a 3 quilos em um ser humano - é muito, o equivalente ao fígado ou ao cérebro.

A crença, portanto, era que essa abundância fosse resultado da hospitalidade do intestino. O local seria tão agradável a esses bichinhos, que as condições teriam favorecido essa proliferação - benéfica para os animais, pois o microbioma ajuda na digestão.

Entretanto, agora se descobriu que não é bem assim. Os pesquisadores analisaram essa estrutura e concluíram que ela reproduz qualquer outro ecossistema do planeta, ou seja, é um ambiente em que os seres vivos competem entre si pelos recursos.

 

Para tanto, foram medidas as proporções de nitrogênio das fezes de diversos animais. No total, foram analisados mais de 30 tipos de mamíferos - zebras, girafas, elefantes, ovelhas, bois, humanos etc.

As amostras de fezes foram trituradas e, em seguida, no laboratório, tiveram os átomos de nitrogênio e carbono contados.

E aí veio a descoberta: descobriu-se que os micróbios no intestino humano têm acesso a uma média de apenas um átomo de nitrogênio para cada dez átomos de carbono - enquanto os micróbios de vida livre desfrutam de uma dieta composta de um nitrogênio a cada quatro carbonos.

Trocando em miúdos: os bichinhos que habitam seu organismo estão com fome. E isso é bom.

"O que descobrimos é que os animais desenvolveram uma maneira de manter as bactérias 'na coleira', deixando-as famintas por nitrogênio", explica David. "Como os micróbios do intestino dependem dos nutrientes que fornecemos, podemos controlar quais bactérias crescem e quanto elas crescem."

Partindo dessa premissa como verdadeira, uma outra analogia foi feita pelos cientistas: a de como a vida ocidental, com os hábitos alimentares não muito saudáveis e o uso e o abuso de antibióticos, pode estar atrapalhando essa relação. "O estudo também sugere por que a dieta ocidental pode ser ruim para nós. Quando as pessoas ingerem muita proteína, isso prejudica a capacidade de o hospedeiro absorver esse nitrogênio do intestino delgado. Assim, mais nitrogênio acaba chegando ao intestino grosso. Esse desequilíbrio mina nossa capacidade de controlar as comunidades microbianas", aponta o cientista.

"Uma maneira de explicar o estudo é comparar nossos intestinos aos lagos", exemplifica David. "Normalmente, os lagos não contêm muitos nutrientes em excesso. Mas, quando fertilizantes acabam despejados neles, esses ecossistemas mudam e você vê florescerem muitos organismos indesejados, como as algas. Essa pesquisa sugere que um fenômeno semelhante ocorre no intestino, onde quando muito nitrogênio é ingerido, em forma de proteína, podem ocorrer desenvolvimentos anormais de bactérias."

Saúde

Esses hábitos podem deixar a relação de poder mais favorável aos micróbios, portanto. Em última análise, enfraquece nosso organismo, deixando-nos mais vulneráveis a doenças.

Por essa teoria, se os humanos estão "perdendo o controle" sobre os micróbios, parece natural imaginar que o uso de antibióticos, ao eliminar populações inteiras de microorganismos, seria uma solução para mostrar, afinal, quem é que manda no pedaço.

Mas não é bem assim. Um estudo anterior realizado pela mesma equipe mostrou que tal comportamento seria imprudente, um verdadeiro tiro no pé. Na ocasião, eles deram medicamentos a dez camundongos e passaram a monitorar suas fezes diariamente. Notaram que quando os micróbios se esgotaram, o intestino dos ratos começou a acumular as fontes de alimento dos microorganismos. Pouco tempo depois, o microbioma passou a florescer novamente, mas de modo mais intenso e desequilibrado.

Os cientistas não sabem qual seria o "número ideal" de bactérias no intestino, mas estão convencidos de que é preciso um equilíbrio.

No caso de seres humanos, eles acreditam que após o uso de antibióticos, o microbioma fica alterado por meses ou até anos. E essa alteração acaba deixando o organismo mais fértil para a invasão de bactérias nocivas e causadoras de doenças. "Normalmente, os patógenos têm dificuldade em colonizar o intestino. Afinal, há trilhões de outras bactérias ali, que eles precisam vencer para sobreviver. Mas se, de repente, tirarmos a competição microbiana por recursos, perdemos o controle, e as bactérias ruins que causam doenças desagradáveis encontram um caminho aberto", explica David.

 

BBC News Brasil

 Getty Images /BBC NEWS BRASIL

Olhos vermelhos, sensação de ressecamento e “areia”,ardência e coceira nunca devem ser considerados como uma situação normal. A realidade é que esses sinais podem ser um alerta para a Síndrome da Disfunção Lacrimal ou Síndrome do Olho Seco. Em casos mais graves, é comum apresentar sensibilidade à luz e desconforto ao piscar.

olho

Pode ocorrer devido ao envelhecimento natural sendo mais comum em pessoas acima de 50 anos, anormalidades palpebrais ,doenças sistêmicas e autoimunes, uso de medicamentos crônicos, alterações hormonais entre outros .Há, ainda, importante relação com fatores ambientais como exposição ao ar
condicionado, vento, clima quente e seco, fumaça, etc.

Sem o tratamento adequado, podem ocorrer algumas complicações graves, como a ceratite, aumentando a susceptibilidade a infecções por vírus ou bactérias por exemplo.

Caso apresente sinais da Síndrome do Olho Seco, nunca use colírios de outras pessoas ou trate o problema por conta própria. Procure um oftalmologista que
investigará a causa do problema e orientará o tratamento mais indicado.

Dra. Flávia Barradas, CRM-PI 3959, Oftalmologista Especialista em Doenças de Córnea.

logo

tuberculoseCientistas revelaram nesta quinta-feira (25) um novo teste para detectar a tuberculose em crianças. Uma equipe multinacional que trabalha na Fundação KNCV de Tuberculose em Haia, na Holanda, desenvolveu um método simples para analisar as amostras de pessoas com menos de cinco anos.

O método, que pode ser aplicado em comunidades remotas, substitui os atuais, que são invasivos e só podem ser praticados em grandes centros hospitalares.

Calcula-se que 240 mil crianças morrem por tuberculose a cada ano. Se a doença for diagnosticada a tempo e receber tratamento pode ser curada e é pouco mortal entre os mais jovens.

Cerca de 90% das mortes por tuberculose se deve a casos que não receberam tratamento.

O teste atual, usado nos dias de hoje, se baseia em uma amostra de fleuma da traqueia inferior fornecida pelo paciente. A amostra depois é analisada por uma máquina especial, que posteriormente dá um resultado.

Entretanto, como as crianças com menos de cinco anos não expulsam a fleuma, os médicos precisam fazer a extração de uma mucosidade pegajosa com um invasivo e doloroso procedimento que requer a permanência noturna do paciente no hospital.

Os pesquisadores encontraram na Indonésia e na Etiópia um método para analisar a amostra da mesma maneira, sem que seja preciso ser transferido para um grande centro hospitalar.

"A potencialidade é enorme e significa que temos em nossas mãos um método que pode diagnosticar a tuberculose em um nível baixo de atenção da saúde e pode ser aplicada a centenas de milhares de pessoas", disse Kitty van Weezenbeek, diretora-executiva da Fundação KNCV de Tuberculose, que desenvolveu o método.

Os resultados dos ensaios foram revelados na quinta-feira em Haia, em uma conferência global sobre a saúde pulmonar.

Petra de Haas, consultora de laboratório na Fundação KNCV, disse que o teste poderá salvar muitas das 650 crianças que morrem diariamente de tuberculose.

"É um avanço real, pois pode ser feito em pequenos laboratórios", disse.
"Sabemos que 250 mil crianças morrem a cada ano. Se esse teste for aplicado, poderíamos salvar pelo menos a metade", acrescentou.
A tuberculose matou pelo menos a 1,7 milhão de pessoas em 2017, segundo a Organização Mundial de Saúde, sendo a doença transmitida por via respiratória que mais mata no mundo.

Apesar do enorme número de mortes, a tuberculose recebe somente 10% do financiamento global dirigido para a pesquisa do HIV/Aids.

 

AFP

Foto: National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID)

organicosUm estudo publicado nesta segunda-feira (22), na revista JAMA Internal Medicine (Journal of the American Medical Association) mostra que a alimentação à base de produtos orgânicos reduz o risco de desenvolvimento do câncer.

A pesquisa, liderada pela epidemiologista Julia Baudry, do Institut National de la Sante e de la Recherche Medicale, na França, analisou a dieta de 68.946 adultos franceses, sendo a maioria, mulheres acima de 40 anos.

As análises foram realizadas por um período de, aproximadamente, quatro anos e meio.

Os voluntários foram divididos em quatro grupos, de acordo com a quantidade de refeições com produtos orgânicos, incluindo frutas, legumes, carne, peixe, refeições prontas, óleos e condimentos vegetais, suplementos alimentares e outros produtos.

Durante o período analisado, foram registrados 1.340 casos de câncer entre os participantes, sendo o câncer de mama o mais frequente (459) seguido pelo câncer de próstata (180), câncer de pele (135), câncer colorretal (99) e linfomas não-Hodgkin (47).

De acordo com os resultados do estudo, foi notado que, aqueles que ingeriam mais alimentos orgânicos do que alimentos cultivados de maneira tradicional (com pesticidas e agrotóxicos), apresentaram 25% menos chance de desenvolver qualquer tipo de câncer, 73% menos risco de desenvolver linfoma não-Hodgkin e 21% menos chance de desenvolver câncer de mama após a menopausa.

Segundo os pesquisadores, a diminuição de risco de câncer, provavelmente, está associada à quantidade de agrotóxicos e pesticidas utilizadas no cultivo convencional dos alimentos. Sem tais substâncias, o risco de desenvolvimento da doença é menor quando comparado aos riscos presentes no alimento com agrotóxicos.

 

R7

site de Beleza e Moda - Mulher