O desenvolvimento de uma vacina contra a gonorreia pode estar mais perto do que imaginávamos, segundo pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon, nos Estados Unidos.
Em análise laboratorial, os investigadores conseguiram mapear as proteínas de diferentes cepas das bactérias causadoras da doença. Através disso, eles conseguiram se aproximar tanto de uma vacina quanto de entender por que estas bactérias são tão boas em combater os remédios existentes para o tratamento.
As descobertas, publicadas na revista científica , são especialmente importantes, uma vez que o micróbio, Neisseria gonorrhoeae, é considerado uma "superbactéria" devido à sua resistência a todas as classes de antibióticos disponíveis para o tratamento de infecções.
Como funcionou o estudo?
Para o estudo, Aleksandra Sikora, pesquisadora da Faculdade de Farmácia da Universidade Estadual do Oregon, realizou perfis proteômicos, todas as proteínas produzidas por qualquer organismo, de 15 cepas gonocócicas.
Entre os isolados do estudo estavam as cepas de referência mantidas pela Organização Mundial de Saúde, que mostram todos os perfis conhecidos de resistência antimicrobiana gonocócica.
Desta forma, os pesquisadores encontraram mais de 1.600 proteínas comuns entre as cepas e, a partir delas, nove novas vacinas candidatas foram identificadas.
Desta forma, os pesquisadores encontraram mais de 1.600 proteínas comuns entre as cepas e, a partir delas, nove novas vacinas candidatas foram identificadas.
Durante a análise, os investigadores encontraram seis novas proteínas que foram expressas de forma distinta em todas as cepas, sugerindo que são marcadores ou desempenham papéis na resistência a drogas e, portanto, podem ser alvos eficazes para novos medicamentos.
Além disso, eles verificaram a conexão entre o fenótipo bacteriano, as características e comportamento observáveis dos micróbios, e as assinaturas de resistências que o estudo de proteínas revelou. Os cientistas descobriram sete agrupamentos fenotípicos correspondentes entre assinaturas já conhecidas e aquelas descobertas por análise proteômica.
As descobertas promovem um novo impulso a uma pesquisa de vacinas que também recebeu um incentivo no verão de 2017, quando um estudo na Nova Zelândia mostrou que pacientes que receberam a vacina meningocócica B com vesícula de membrana externa eram 30% menos propensos a contrair gonorreia do que aqueles que não receberam a vacina.
Embora a gonorreia e a meningite meningocócica tenham diferentes meios de transmissão e causam diferentes problemas no organismo, seus patógenos-fonte são parentes genéticos próximos.
O que é gonorreia?
Gonorreia é uma doença sexualmente transmissível (DST) comum, que afeta tanto a homens quanto a mulheres. Ela pode ser transmitida em qualquer contato sexual, seja penetração vaginal ou anal, sexo oral ou mesmo por contaminação ocular.
A gonorreia é uma das infecções sexualmente transmissíveis (IST's na nova sigla) que mais tem crescido no Brasil e no mundo. Além disso, em 2017 a Organização Mundial da Saúde alertou para como a bactéria Neisseria gonorrhoeae está se tornando cada vez mais resistente à antibióticos.
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Foto: Getty Images / Minha Vida