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apneiaO ronco atrapalha o sono de muita gente. Tanto de quem está roncando quanto de quem está dormindo. Entretanto, para quem ronca, o problema pode ser pior, porque durante o ronco, a pessoa pode parar de respirar – é a famosa apneia do sono.

O Brasil está entre os três países com maior número de casos de apneia. De acordo com um estudo publicado pela revista The Lancet, existem no mundo quase 1 bilhão de pessoas com apneia do sono.


Nem toda pessoa que ronca tem apneia, mas toda pessoa que tem apneia ronca. A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono é a causa mais grave do ronco. É caracterizada por ronco alto e persistente na grande maioria das noites (que pode durar de 10 segundos a um minuto) e sonolência excessiva durante o dia.


Os exames para diagnosticar a apneia
“O ronco é um sinal de que tem uma obstrução na via aérea durante o sono e a gente precisa investigar”, explica o otorrinolaringologista, especialista em medicina do sono, George do Lago Pinheiro.

O Bem Estar levou o motorista de caminhão Luan Sanches de Giuli para fazer os testes da apneia. A qualidade do sono dele piorou quando começou a engordar. “Sinto que falta a respiração e isso me faz acordar. Tem dias que acordo 15 vezes na noite”, conta.

Entre os exames usados para diagnosticar a apneia do sono está a polissonografia. Nesse exame, o paciente dorme uma noite conectado a eletrodos, que monitoram as fases do sono, os batimentos cardíacos e a respiração. “Infelizmente muita gente não tem acesso a esse exame. Ele não tem em todas as cidades e o custo é elevado”, fala o otorrinolaringologista.

Um outro método é o oxímetro. Ele é colocado no dedo e se conecta a um aplicativo instalado no celular. O oxímetro consegue medir a quantidade de oxigênio no sangue do paciente a cada momento. Esse foi o usado pelo Luan.

Durante toda a noite de sono, o oxigênio no sangue do motorista de caminhão diminuiu 81 vezes. Foram os momentos em que ele parou de respirar. Isso significa que o Luan tem uma apneia do sono moderada. “A pessoa que fica se expondo a essa queda de oxigenação do sangue pode ter risco maior para eventos cardiovasculares, como hipertensão, infarto, arritmias, entre outros. Então tratar é fundamental para a gente pensar numa saúde com qualidade de vida a longo prazo”.


Riscos da apneia
Além do sono de má qualidade, a apneia também impacta o coração. Isso porque há queda da oxigenação do sangue, o que aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial. Um coração trabalhando mais e com menos oxigênio é um grande estresse para o corpo e pode ser gatilho para doenças cardiovasculares como hipertensão, arritmia cardíaca, infarto e AVC.

A apneia também provoca a perda de produtividade, perda de qualidade de vida, cansaço, diminuição da concentração e memória, queda da libido e piora a diabetes.

Apneia e sufocamento
Uma dúvida comum: a apneia pode causar morte por sufocamento? O cardiologista Luciano Drager explica que não. “Ninguém morre com falta de ar durante o sono porque os despertares são um mecanismo de defesa”.

Medicas simples que melhoram a apneia
Dormir de lado
Perder peso (quem perde 10% do peso melhora em 30% a apneia)
Exercícios que tonificam a musculatura da faringe e da língua
Evitar álcool
Evitar sedativos
Desobstruir o nariz

 

G1

Foto: Arte/TV Globo