Um professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York lançou um alerta sobre as chamadas unhas de gel. Trata-se da aplicação de várias camadas de um tipo especial de esmalte, que é fixado em uma máquina por meio de lâmpadas que emitem raios UV. E, segundo o especialista, aí está o perigo. O médico Chris Adigun diz que os raios danificam a pele, assim como em sessões de bronzeamento artificial. "Mulheres que frequentemente colocam unhas de gel deveriam considerar os riscos de desenvolver câncer de pele", disse ao jornal Daily Mail.
O médico, membro da Academia Americana de Dermatologia, recomenda que as mulheres apliquem protetor solas nas mãos antes das sessões. Mesmo assim, o risco ainda não é eliminado, já que não se sabe a quantidade de raios aos quais a pele é exposta, pois as máquinas não são padronizadas.
O médico se baseia em um estudo de 2009 que mostrou casos de mulheres de meia idade que foram diagnosticadas com câncer de pele após passar por várias sessões para aplicar a unha em gel. Além do risco de desenvolver a doença, as mulheres expõem a pele a maiores chances de envelhecimento precoce e podem esconder problemas nas unhas, já que a cobertura dura mais do que os esmaltes convencionais.
Apenas na Inglaterra, em três anos, o número de salões que passou a oferecer a técnica subiu quase 20%.
Cientistas da Universidade Cornell, nos EUA, descobriram a provável origem de um câncer agressivo que atinge a membrana de revestimento (epitélio) do ovário, doença considerada a quinta causa de morte por tumor entre as mulheres americanas. Os resultados do estudo feito com camundongos foram publicados nesta quarta-feira, 6, na edição online da revista "Nature".
Segundo os médicos, identificar esse tipo de tumor maligno, chamado carcinoma, é difícil porque 70% das pacientes são diagnosticadas em estágio avançado, muitas vezes já com metástase – quando a doença se espalha para outros órgãos do corpo. Além disso, o processo que leva ao desenvolvimento desse câncer é desconhecido, razão pela qual os primeiros testes de detecção ainda não tiveram sucesso.
Alguns tipos de câncer epitelial ocorrem em zonas de transição entre dois epitélios, enquanto outros se formam nas células-tronco do tecido. Todos os órgãos do corpo têm capacidade de regeneração, o que é feito pelas células-tronco adultas localizadas em áreas de cada órgão chamadas nichos de células-tronco.
Sabendo disso, os autores descobriram nas cobaias um nicho de células-tronco que atua na superfície do epitélio do ovário. A equipe observou que o carcinoma se origina preferencialmente a partir das células-tronco encontradas nesse nicho, situado em uma área de transição conhecida como "região do hilo", camada de células que liga os ovários ao restante do organismo.
De acordo com o principal autor do estudo, Alexander Nikitin, que também é professor de patologia e líder do Programa de Células-Tronco de Cornell, agora que se sabe como esse mecanismo funciona em camundongos, será possível olhar para as mesmas áreas em humanos.
Em pesquisas futuras, os cientistas querem procurar células-tronco e fontes de câncer em zonas de transição do ovário e outros órgãos, como estômago, reto e colo do útero.
Um exame de hálito simples e rápido pode detectar um câncer no estômago, segundo um estudo realizado por cientistas israelenses e chineses. Em um levantamento com 130 pacientes, os pesquisadores descobriram que o exame tinha 90% de precisão no diagnóstico e na diferenciação do câncer de outros problemas no estômago.
O novo teste tenta identificar perfis químicos no hálito que são característicos de pacientes com câncer estomacal. A revista especializada "British Journal of Cancer" afirmou que o exame pode revolucionar e acelerar a forma como o câncer é detectado.
Atualmente, o diagnóstico da doença pode ser feito por meio de uma endoscopia.
Nesse procedimento, o médico insere pela boca do paciente um cabo flexível que, acoplado a uma microcâmera, permite a visualização do aparelho digestivo.
Kits e cães
Os pesquisadores descobriram que o câncer no estômago possui uma espécie de marca, uma característica específica: compostos orgânicos voláteis, que emitem cheiro e podem ser detectados usando um kit médico ou até cães farejadores.
A técnica usada no exame não é nova – muitos pesquisadores estão trabalhando na possibilidade de exames de hálito para diagnosticar vários tipos de tumores, incluindo o de pulmão.
O trabalho do professor Hossam Haick, do Instituto de Tecnologia de Israel, analisou 130 pacientes em situações diferentes: 37 deles tinham câncer de estômago, 32 tinham úlceras e 61 tinham outros problemas estomacais.
Além de assegurar, com precisão, a diferença entre todos os problemas em 90% das vezes, o exame do hálito conseguiu apontar em quais casos o câncer estava nos estágios iniciais e em quais estava em fases mais avançadas.
Agora, as equipes israelense e chinesa estão fazendo um estudo maior, envolvendo mais pacientes, para corroborar os resultados dos primeiros testes.
Para Kate Law, diretora de pesquisa clínica da ONG britânica Cancer Research UK, os resultados da pesquisa são "promissores".
"Apenas uma em cada cinco pessoas consegue uma cirurgia como parte do tratamento, pois a maioria dos casos de câncer no estômago é diagnosticada em fases que são avançadas demais para uma operação", afirmou.
"Qualquer exame que ajude a diagnosticar um câncer de estômago mais cedo vai fazer diferença na sobrevivência a longo prazo do paciente", acrescentou Kate.
Você já comeu algum alimento que te causou inchaço ou coceira nos lábios, diarreia, vômitos ou até mesmo rouquidão? Isso pode ter sido um sinal de alergia alimentar, uma resposta exagerada do organismo a determinada substância presentes em certos alimentos. Crustáceos, amendoim, leite de vaca e nozes são os campeões que mais provocam reações graves nas pessoas, como explicou o alergista Fábio Castro no Bem Estar desta quarta-feira, 6.
Quem é alérgico pode, portanto, ter reações na pele (urticária, inchaço, coceira e eczemas), no aparelho digestivo (diarreia, dores abdominais e vômitos) e também no sistema respiratório (tosse, rouquidão e chiado no peito). Porém, em casos mais graves, pode levar também a uma queda da pressão arterial a zero e arritmia cardíaca, o que prejudica a irrigação de vários órgãos – o chamado choque anafilático - e, por isso, o paciente deve ficar atento aos sintomas.
Esse choque é uma reação súbita que ocorre em poucos minutos e que pode até mesmo levar à morte. A dica do alergista Fábio Castro é perceber os primeiros sinais - no caso de língua dormente, por exemplo, o paciente deve tomar um remédio anti-histamínico e ir imediatamente ao hospital.
Por isso, quem tem alergia a algum alimento deve obrigatoriamente evitá-lo. Se o alimento que causa a reação for extremamente importante para o organismo, como por exemplo, o leite, a pessoa deve procurar orientação médica para conseguir repor a falta desse nutriente.
Existem casos também de pessoas que têm reações apenas pelo fato de tocar ou sentir o cheiro do alimento. Nos adultos, é mais comum que eles sejam alérgicos a frutos do mar e frutas tropicais, como kiwi, manga, pêssego e banana. Já as crianças costumam ter alergia a leite, trigo e ovo – porém, esse problema pode desaparecer sozinho após os 3 anos de idade. As chances dos pequenos serem alérgicos aumenta em quase 80% se o pai e a mãe também forem.
Os médicos alertaram também que os alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, o paciente alérgico a camarão pode também não tolerar outros crustáceos, da mesma maneira que se ele tiver alergia ao amendoim, pode também não conseguir comer soja, ervilha ou outros feijões.
Por isso, quem é alérgico deve tomar muito cuidado na hora de comer fora e perguntar sempre se o prato não tem algum alimento que possa causar alguma reação. Isso porque até um mínimo rastro já é suficiente para fazer mal – por exemplo, se o alérgico a camarão comer uma batata que tenha sido frita no mesmo óleo, ele pode ter reação.
Existem casos também em que a manifestação da alergia ocorre imediatamente após o contato do alimento com a mucosa da boca. Nesses casos, o paciente pode ter coceira e inchaço nos lábios, palato e faringe. Segundo o alergista Fábio Castro, isso é mais comum em quem tem alergia a pólens ou alimentos como melão, melancia, banana, pêssego, cereja, batata, cenoura, ameixa, amêndoa, avelã e aipo.
O paciente que tem dúvida se tem alergia a determinado alimento deve procurar um médico. A principal maneira de identificar o problema é através do exame clínico, mas existem outros que também podem ajudar no diagnóstico, como os de sangue, testes cutâneos e também algumas provocações, que são feitas com cápsulas de placebo e com alimentos que podem ser a causa da alergia. Porém, é importante que esse último exame seja feito em um hospital com médicos especializados já que a pessoa pode ter uma reação anafilática.
Além da alergia alimentar, o paciente pode ter também intolerância ou intoxicação – todos têm sintomas semelhantes, mas os mecanismos e tratamentos são diferentes. Por exemplo, no caso da intoxicação, o problema é causado por bactérias e fungos presentes nos alimentos e o paciente pode ter, além da diarreia e vômito, febre. Já a intolerância provoca distensão abdominal e, assim como nos outros dois casos, também causa diarreia e vômito se a pessoa ingerir o alimento.
Segundo os médicos, a alergia alimentar não pode ser evitada com medicamentos. Se for diagnosticada, o paciente deve tratá-la com anti-histamínicos durante as crises.