dietadojejum1652013Comer de três em três horas, em porções equilibradas, já nem é mais conselho de nutricionista – é quase como um senso comum. Com tanta informação disponível sobre educação alimentar, parece inacreditável que uma dieta que propõem justamente o contrário – a privação total da alimentação – esteja caindo nas graças de milhares de pessoas nos Estados Unidos e no Reino Unido.

 

Popularizada por meio do best seller The Fast Diet, do jornalista Michael Mosley, a “intermittent fasting”, também conhecida por aqui como “dieta do jejum intermitente”, a novidade vem arrepiando os cabelos dos especialistas da área.

 

Mosley propõe um plano alimentar batizado de “5:2”, que significa comer normalmente por cinco dias e, na sequência, comer apenas um-quarto da quantidade diária de calorias por dois dias consecutivos. “Funciona com 500 calorias para mulheres e 600 para os homens”, diz ele, em seu site.

 

Ele escreveu o livro baseado na própria experiência. Depois de receber um puxão de orelha do seu médico, por estar acima do peso e com os níveis de colesterol desregulados, decidiu pesquisar diversos métodos e optou pelo jejum. No seu site, ele afirma que viu a saúde melhorar e o ponteiro da balança diminuir, afirmando que perdeu mais de 9 quilos ao longo de 2012.

 

Ouvidas pelo Terra, as nutricionistas Vivian Ragasso, do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitacao e Medicina do Esporte, e Vivian Zollar, da Qualy Food, ambas de São Paulo, são enfáticas em afirmar que a dieta não traz resultados efetivos. Segundo elas, o peso vai embora, mas a restrição pode causar males à saúde e bagunçar o metabolismo. Além disso, como ninguém consegue passar a vida em jejum, a tendência é os quilos perdidos acabarem voltando. Saiba mais como isso funciona.

 

Gordura x músculo

De acordo com Ragasso, a dieta do jejum não traz benefício nenhum. “Não funciona porque você não chega a perder gordura. Você até vai ver alguns quilos a menos na balança, mas isso porque está eliminando água e massa muscular”.

 

 

Em entrevista ao jornal The Huffington Post, Mosley rebate este paradigma. Ele afirma que reduziu a sua taxa de gordura corporal de 28% para 20% e diz ainda que alguns estudos comprovam a perda de gordura a partir do método.

 

Zollar concorda que é possível sim reduzir a gordura com jejum, mas isso não sobrepõe o prejuízo causado pela perda muscular. “Não existe lógica nessa dieta porque uma hora o corpo vai tentar recuperar o que perdeu. O fato de ele ter testado a dieta não significa nada, porque é preciso saber se isso tem evidência científica e se as pesquisas feitas seguiram os mesmos critérios”.

 

Corpo em estado de alerta

Ragasso afirma que, em situações de emergência, o corpo trabalha com reservas. Basicamente, existem as células de gordura e as musculares, que são fisicamente ativas e comandam o metabolismo. “O nosso músculo é renovado diariamente, porque comemos proteínas e as gastamos. Se você perde músculo e água, o seu metabolismo fica lento”, explica.

 

Nessa escassez de recursos, a gordura é a última reserva que o corpo vai buscar. “A gordura fica armazenada de uma forma muito protegida dentro do corpo, e ela só sai quando você parar de comer gordura, não quando parar de comer. Depois de um tempo em jejum, o corpo vai entender que está passando por um estado de privação de energia, então passará a armazenar”.

 

Ela explica que é difícil mensurar quantos quilos uma pessoa pode perder com este tipo de restrição, porque tudo depende do estado de saúde e das informações nutricionais de cada pessoa, mas em média pode chegar até 5 kg semanais.

 

Principais riscos

Ambas as profissionais ressaltam como ponto negativo da dieta o incentivo a um hábito alimentar insustentável que, a longo prazo, deixa de ser mantido. “Quando o corpo não recebe alimento, ele precisa estocar, então, tenta economizar no gasto o mínimo possível de energia. Então a dieta pode ter o efeito contrário”, acrescenta Zollar.

 

Os principais problemas associados ao método são a redução do metabolismo, e, a longo prazo, até mesmo o desenvolvimento de problemas renais e das diabetes, devido à explosão da liberação de glicose na volta à alimentação após um longo período de jejum. Alteração de humor, irritabilidade, dores de cabeça e desmaios também são problemas recorrentes.​

 

Zollar não recomenda a dieta em nenhum caso, com destaque especial para crianças e adolescentes, que ainda estão em desenvolvimento, ou hipertensos, diabéticos e portadores de problemas renais.

 

Saúde é o que interessa

“Infelizmente, no Brasil a preocupação com o corpo fala mais alto do que a preocupação com a saúde”, dispara Zollar, com relação às dietas da moda que tendem a pegar por aqui. “Se você quer perder peso, é preciso procurar um profissional que acompanhe e se for o caso peça até um check-up para verificar as suas condições”, recomenda.

 

Ragasso também descarta as fórmulas mágicas e segue recomendando a mais tradicional, porém eficaz. “Comer a cada três horas, fazer pelo menos duas refeições completas, com proteína magra, carboidrato e legumes, além de um café da manhã com a porção de cálcio adequada. Inclua proteína nestes intervalos, e uma boa alternativa também são as frutas secas, castanhas, coisas que são fáceis de carregar. Beba muita água. É possível ter momentos de prazer, sem passar fome, com uma alimentação equilibrada”, pontua.

 

Terra

Desenvolvido no Brasil e nos Estados Unidos, um novo teste para diagnosticar a hanseníase, conhecida anteriormente como lepra, traz esperança na luta contra a doença no mundo todo.

 

Fabricado pelo laboratório Orangelife, no Rio de Janeiro, o teste pode detectar a doença em dez minutos e vai custar menos de US$ 1 - "menos que um sorvete", segundo o presidente do laboratório, Marco Collovati.

 

 

O Ministério da Saúde planeja usar o teste em dois Estados do Nordeste no segundo semestre, em uma fase piloto antes de adotá-lo no restante do país.

 

Segundo Collovati, a vantagem do teste, além do baixo custo, é que "ele é fácil de transportar e de armazenar e pode ser aplicado por agentes de saúde com treinamento muito básico".

 

Precisão

A hanseníase é uma doença bacteriana que hoje tem cura, mas diagnosticar a infecção precoce, antes dela avançar, é um desafio - principalmente em regiões mais pobres e remotas. A doença pode causar lesões permanentes na pele e nos olhos e deformidades nos membros. Quanto mais tempo se leva para fazer o diagnóstico, mais graves são as sequelas. Depois da Índia, o Brasil tem o segundo maior número de pacientes com hanseníase no mundo, com cerca de 30 mil novas infecções a cada ano.

 

O exame reconhece a presença de anticorpos no sangue que reagem contra proteínas existentes nas bactérias, indicando um resultado positivo ou negativo para a doença.

 

Collovati diz que a precisão é de cerca de 90% - em cerca de 10% dos casos, os pacientes não produzem anticorpos suficientes para serem detectados.

 

A doença é transmitida pela respiração, pela tosse e microgotas de saliva, mas somente quando há contato prolongado com uma pessoa infectada - por isso é comum a transmissão entre pessoas da mesma família.

 

"A hanseníase é uma doença simples de se tratar, desde que seja diagnosticada precocemente. Caso contrário, ela é tratada, mas o paciente permanece com as deformações para sempre", diz Collovati.

 

"O teste é muito importante para acabar com o estigma que cerca essa doença há três mil anos."

 

BBC Brasil

longevas1552013Um estudo japonês sugere que mulheres vivem mais do que homens pois o sistema imunológico feminino passa por modificações mais lentamente com a idade. De acordo com a pesquisa da Universidade Médica e Odontológica de Tóquio, ainda que o sistema imunológico de todas as pessoas fique mais debilitado com a idade, no caso dos homens esse processo é mais rápido, o que explica sua menor longevidade.

 

O sistema imunológico protege o corpo de infecções, mas também está associado ao surgimento de doenças, caso não esteja bem regulado.

 

A equipe de cientistas liderada pelo professor Katsuiku Hirokawa analisou amostras de sangue de 356 homens e mulheres saudáveis com idades entre 20 e 90 anos.

 

Eles mediram no sangue a quantidade de leucócitos -- glóbulos brancos, células do sistema imunológico -- e de moléculas chamadas citocinas, que permitem às células imunológicas coordenarem a resposta do corpo a alguma doença.

 

Linfócitos

Entre homens e mulheres o número de leucócitos por pessoa caiu com a idade, como era esperado e comprovado por estudos anteriores.

 

No entanto, em um exame mais detalhado foram reveladas diferenças entre homens e mulheres em dois tipos de células que são componentes importantes do sistema imunológico, os linfócitos T e os linfócitos B, dois tipos de leucócitos.

 

Os cientistas constataram que, com o avançar dos anos, a queda do número da maioria dos linfócitos T e B mostrou ser mais rápida em homens. Os homens também mostraram ter um declínio mais rápido em dois tipos de citocinas que naturalmente se tornam menos comuns com o avançar da idade.

 

Além disso, o número de dois tipos específicos de linfócitos que costumam se tornar mais numerosos com a idade, T CD4 e as chamadas células exterminadoras naturais, aumentou mais em mulheres do que em homens ao envelhecerem.

 

Sem surpresa

"Mudanças relacionadas à idade em vários parâmatros diferem entre homens e mulheres", escreveu Hirokawa e sua equipe no relatório, divulgado na publicação científica Immunity & Ageing.

 

"Nossas descobertas indicam que uma taxa de declínio mais lenta destes parâmetros imunológicos em mulheres, em comparação aos homens, é coerente com o fato de que mulheres vivem mais do que homens".

 

Para Tom Kirkwood, do Instituto de Envelhecimento e Saúde da Universidade de Newcastle upon Tyne, na Grã-Bretanha, disse que as descobertas dos cientistas japoneses são úteis, mas não surpreendem.

 

"É provavel que o envelhecimento mais lento no sistema imunológico de mulheres reflita uma taxa geral de envelhecimento mais lenta, não que o próprio sistema imunológico estabeleça esse ritmo", afirmou o professor à BBC.

 

BBC

maconhPessoas que fumam maconha podem estar menos propensas a ter câncer de bexiga do que aquelas que fumam cigarros, apontou um estudo publicado pelo jornal Huffington Post. Pesquisadores norte-americanos compararam o risco da doença em mais de 83 mil homens, com idades entre 45 e 69 anos, ao longo de 11 anos, que fumavam apenas cigarros, só maconha ou as duas substâncias.

 

De acordo com o autor Anil A. Thomas, membro do departamento de urologia no Kaiser Permanente Medical Center em Los Angeles, o uso da maconha foi associado a uma redução de 45% na incidência de câncer de bexiga. ”Enquanto o de tabaco foi associado a um aumento de 52% no mesmo órgão", complementa. A ligação, segundo ele, não prova uma relação de causa e efeito. “No entanto, a teoria é que existem receptores na bexiga que são afetados pela cannabis."

 

A pesquisa segue um outro estudo de médicos do California Pacific Medical Center, em São Francisco, que afirma que um composto derivado da maconha poderia parar metástase em muitos tipos de câncer agressivo, incluindo os de mama, cérebro e próstata. Enquanto os cientistas continuam a explorar os benefícios de saúde de planta proibida, algumas constatações parecem ecoar o que usuários de maconha medicinal informalmente dizem sobre a cura por meio da erva.

 

De acordo com a publicação, no início deste mês, Bill Rosendahl, um vereador de Los Angeles, postou um vídeo no YouTube anunciando que está vencendo a luta contra o câncer em grande parte graças ao seu uso de maconha medicinal. "A maconha medicinal salvou minha vida", disse ele.

 

Controvérsia

Por outro lado, um estudo da Escola Keck de Medicina da Universidade do Sul da Califórnia descobriu uma ligação entre o uso de maconha e um risco de aumento de câncer de testículo.

 

Segundo o Huffington Post , a controvérsia sobre as aplicações médicas da cannabis levou a Associação Médica Americana em 2009 a recomendar que os legisladores reclassificassem a maconha para permitir mais pesquisas científicas em seus potenciais usos médicos. A erva, no entanto, continua classificada como substância controlada perigosa, ao lado de heroína e LSD.

 

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