As superbactérias surgem quando certos microorganismos - já existentes - desenvolvem um certo tipo de mutação e acabam se tornando resistentes à maioria dos antibióticos. Geralmente, elas surgem dentro dos hospitais e, por isso, são perigosas para quem está internado ou debilitado, como idosos, pessoas doentes ou até mesmo recém-nascidos, que ainda têm o sistema imunológico fraco.
No Bem Estar desta segunda-feira, 13, os infectologistas Caio Rosenthal e Renato Grinbaum alertaram, portanto, que os cuidados de higiene dentro dos hospitais, principalmente com as mãos, são extremamente importantes para evitar o contágio já que as superbactérias podem ser transmitidas através do contato direto, como o toque ou manuseio de objetos do paciente.
Esse cuidado com a higienização no ambiente hospitalar é a medida que estão tomando as autoridades de saúde de Porto Alegre, onde foi encontrada a NDM, uma superbactéria que já matou uma pessoa. Segundo o Ministério da Saúde, as campanhas de higienização para funcionários e visitantes foram reforçadas e o álcool gel está disponível em vários lugares. Além disso, as quatro UTIs do hospital vão passar por uma limpeza minuciosa até que os exames mostrem que não há mais a presença da superbactéria.
Segundo o infectologista Renato Cassol, as doenças que essa superbactéria podem causar são as mesmas que as outras bactérias causam, como pneumonia, infecção de corrente sanguínea e infecção de pele, porém, apenas dois ou três antibióticos podem ser usados para combatê-la.
O uso dos antibióticos, inclusive, também deve ser bem administrado para evitar esse problema. A dica dos médicos é respeitar sempre a prescrição médica e nunca abandonar a medicação caso os sintomas desapareçam. Fora isso, é importante saber que os antibióticos não servem para inflamações, dores, gripes e resfriados e não podem ser misturados com bebida alcoólica porque isso pode intensificar perigosamente o efeito dos dois.
Em relação aos pacientes infectados pela NDM em Porto Alegre, eles estão isolados dos outros, recebendo tratamento. De acordo com o infectologista Caio Rosenthal, essa medica é fundamental e essas pessoas devem ficar sob medida de precaução no hospital, que deve ainda colocar avisos no leito informando o risco de contaminação para que os funcionários de saúde tomem os devidos cuidados.
KPC
O primeiro registro dessa superbactéria no Brasil foi em 2005, mas ela já existia há mais tempo em outros países, como Dinamarca, França e Estados Unidos. Em 2010, essa superbactéria matou 18 pessoas em Brasília e, 3 anos depois, em abril de 2013, um bebê contraiu a KPC na UTI de um hospital da cidade. Por muito pouco, o pequeno Isac escapou e continua sendo acompanhado por médicos, como mostrou a reportagem.
G1