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A lipoaspiração é um procedimento cirúrgico especializado com o intuito de retirar o volume de gordura corporal em áreas localizadas, como abdômen, culotes, pernas, braços, costas e pescoço, visando criar contornos mais harmônicos e uma definição corporal mais acentuada.

No cenário da cirurgia plástica, a lipoaspiração e a lipoescultura são amplamente reconhecidas e procuradas no Brasil.

De acordo com dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (Isaps), desde 2010, uma média de 217.481 brasileiros decide se submeter ao procedimento a cada ano.

Esse número expressivo coloca o Brasil em uma posição de destaque no cenário internacional, ocupando o segundo lugar em cirurgias plásticas.

Geralmente indicada para remodelar áreas específicas do corpo e como um método para perda de gordura. Ela de maneira nenhuma substitui práticas saudáveis, como dieta equilibrada e exercícios físicos, que são fundamentais para alcançar e manter um peso corporal saudável.

Continue a leitura para saber mais sobre essa cirurgia tão procurada!

Índice:

Como é feita a lipoaspiração? Tipos de procedimentos Qual é a diferença entre lipoaspiração e lipoescultura? Locais para lipoaspiração Principais benefícios Riscos Como é feita a lipoaspiração? A lipoaspiração é um procedimento que demanda cuidados específicos e deve ser conduzido em um ambiente adequado, como um hospital ou clínica especializada, equipados com as condições necessárias para garantir a segurança do paciente durante todo o processo.

O tipo de anestesia aplicada varia de acordo com o tamanho da cirurgia e a condição de saúde do paciente. Essa decisão é tomada em conjunto com o médico responsável.

De maneira geral, na maioria dos procedimentos é removido o excesso de gordura por meio de cânulas que alcançam o tecido adiposo, aspirando a gordura localizada.

A duração da cirurgia pode variar de 1 a 4 horas, dependendo do tamanho da intervenção e da quantidade de gordura a ser removida.

Em relação às cicatrizes, geralmente são mínimas e estrategicamente posicionadas em locais do corpo que não ficarão visíveis. Esse cuidado contribui para que as marcas se tornem praticamente imperceptíveis ao longo do tempo.

A recuperação pós-cirúrgica e o retorno às atividades cotidianas estão diretamente relacionados ao tamanho da cirurgia. Em procedimentos de média complexidade, por exemplo, é comum que a recuperação leve em torno de 7 dias.

É fundamental seguir as orientações do cirurgião plástico para garantir uma recuperação tranquila e otimizada, incluindo repouso adequado e o uso de peças de compressão, quando recomendado.

Tipos de procedimentos Existem vários tipos de lipoaspiração, cada uma recomendada de acordo com as necessidades específicas de cada pessoa. Alguns exemplos do procedimento cirúrgico são:

Lipoaspiração tradicional Trata-se do método mais convencional e amplamente praticado. Durante o procedimento, pequenas incisões são feitas, por meio das quais é inserida uma solução líquida para modificar a textura da gordura localizada e controlar o sangramento.

Pequenas cânulas são então utilizadas para aspirar as células de gordura. Geralmente é feito no contorno corporal em áreas como abdômen, flancos, dorso, coxas, pescoço, braços e joelhos.

Lipoescultura Aqui são utilizadas cânulas específicas conectadas a uma seringa para coletar células gordurosas.

Após um processo de decantação e filtração, essas células são reintroduzidas em áreas deprimidas, moldando o contorno corporal ou facial. Indicada para melhorar o contorno do rosto e do corpo, a lipoescultura envolve a remoção de gordura de uma região, sua purificação e o enxerto em áreas como face, queixo e glúteos.

A gordura enxertada, sendo da própria pessoa, tem uma baixa taxa de rejeição.

Lipo LAD Abreviação para Lipoaspiração de Alta Definição, é uma variação avançada do procedimento de lipoaspiração tradicional.

Neste método, as cânulas utilizadas são notavelmente mais estreitas em comparação com as da lipoaspiração convencional. Essa característica singular oferece ao cirurgião um maior nível de controle e precisão durante o processo de aspiração de gordura.

A redução do diâmetro das cânulas não apenas permite um manuseio mais refinado, mas também contribui para mitigar os riscos potenciais de complicações associadas ao procedimento.

O cirurgião plástico, ao empregar cânulas mais estreitas, consegue esculpir contornos mais precisos e atingir resultados estéticos mais refinados.

Vibrolipoaspiração A vibrolipoaspiração é especialmente indicada para pacientes com fibroses ou gorduras espessas, comuns em casos de múltiplas lipoaspirações prévias.

A vibração da cânula facilita a penetração eficiente na camada de gordura, tornando a remoção do excesso mais rápida e com menos complicações.

Lipoaspiração ultrassônica Conhecida também como Vaser lipo, utiliza ondas de alta frequência para quebrar as células de gordura, facilitando sua aspiração subsequente. Indicado para obter uma definição mais acentuada do contorno corporal, com uma recuperação potencialmente mais suave.

Utilizado em procedimentos de lipoaspiração e lipoescultura, sendo segura e podendo ser combinada com outras cirurgias plásticas, como mamoplastia e abdominoplastia.

Minilipo Também chamada de lipo light ou hidrolipo, é um procedimento menos complexo e possui resultados mais limitados. A minilipo retira a gordura em períodos espaçados e em menor quantidade. Utiliza anestesia local e foca em áreas específicas, como cintura e papada. Qual é a diferença entre lipoaspiração e lipoescultura? Como já dito, a lipoaspiração tem como objetivo primário a remoção da gordura presente em áreas específicas do corpo.

Na lipoescultura, o foco vai além da simples remoção de gordura, permitindo ao cirurgião plástico não apenas reduzir a quantidade de gordura localizada em áreas específicas, como os flancos, mas também realizar o preenchimento dessas regiões.

A técnica de lipoenxertia é frequentemente utilizada, onde a gordura aspirada é purificada e, em seguida, reinjetada em outras áreas para criar contornos mais definidos.

Por exemplo, é possível diminuir a gordura nos flancos e, ao mesmo tempo, realizar um preenchimento na região glútea ou glúteo-trocantérica para aprimorar a transição entre o glúteo e o quadril.

Locais para lipoaspiração

A lipoaspiração é um procedimento cirúrgico versátil que pode ser aplicado em diversas regiões do corpo onde há acúmulo de gordura. As regiões corporais frequentemente tratadas incluem: Abdome; Flancos; Culotes; Braços; Axilas Coxas; Glúteos; Monte de vênus; Papadas; Mamas.

Principais benefícios Quando o procedimento é bem sucedido e realizado com um profissional qualificado, a lipoaspiração proporciona diversos benefícios significativos, proporcionando não apenas melhorias físicas visíveis, mas também impactos positivos na autoestima e no controle do peso.

Algumas vantagens notáveis incluem:

Redução do inchaço: a região tratada tende a ficar inchada nos estágios iniciais do pós-operatório. Contudo, à medida que o tempo passa, ocorre uma recuperação gradual. Em geral, é após o segundo ou terceiro mês que se observa uma sensível redução do edema, permitindo ao paciente ter uma noção mais clara do resultado final;

Remoção de células de gordura: não apenas remodela o corpo, mas também remove efetivamente as células de gordura das áreas tratadas, dificultando o reganho de peso nessas áreas específicas;

Resultado rápido: embora o processo completo de recuperação leve alguns meses para que o inchaço diminua e o resultado final se torne mais evidente, é notável que a lipoaspiração oferece resultados relativamente rápidos em comparação com métodos não cirúrgicos;

Aumento da autoestima: um dos benefícios mais destacados da lipoaspiração é o impacto positivo na autoestima do paciente. Ao visualizar o corpo de forma transformada, livre das áreas que anteriormente causavam desconforto, o paciente experimenta uma melhoria significativa na autoimagem.

Riscos Contudo, assim como em qualquer procedimento cirúrgico, a lipoaspiração não está isenta de complicações, tanto locais quanto sistêmicas.

Dentro da categoria de complicações locais, destacam-se uma série de eventos adversos, incluindo irregularidades visíveis e palpáveis na pele,

Irregularidades da pele: pode afetar a textura e a aparência da região tratada, incluindo ondulações ou áreas desiguais que comprometem a suavidade desejada;

Edema ou inchaço: é uma resposta natural do corpo à cirurgia. No entanto, quando o edema persiste por um período prolongado, pode resultar em desconforto e comprometer a visualização imediata dos resultados, requerendo paciência no período pós-operatório;

Equimoses: as manchas roxas na pele são frequentemente observadas após a lipoaspiração devido ao trauma nos vasos sanguíneos. Embora sejam temporárias, sua extensão pode variar, afetando a estética imediata da região tratada;

Hiperpigmentação: refere-se ao escurecimento da pele em certas áreas, podendo ocorrer como resposta à cicatrização. Essa complicação pode impactar a uniformidade do tom de pele na região tratada;

Sensibilidade da pele: o procedimento pode causar alterações temporárias na sensibilidade da pele, resultando em áreas de dormência ou hipersensibilidade. Embora geralmente reversíveis, essas alterações podem causar desconforto durante o processo de recuperação;

Formação de seromas (acúmulo de líquido) e hematomas (acúmulo de sangue): são condições que podem ocorrer, exigindo, em alguns casos, a drenagem desses fluidos para evitar complicações adicionais;

Correção insuficiente da lipodistrofia: pode resultar na persistência de irregularidades no contorno corporal, impactando a eficácia do procedimento;

Úlceras e necroses da pele: em casos raros, a ocorrência de úlceras e necroses da pele pode representar complicações mais graves, exigindo intervenção imediata para preservar a saúde da pele na região tratada;

Dermatites de contato e cicatrizes inestéticas: irritação da pele e cicatrizes inestéticas são complicações que podem afetar a aparência final da região tratada, exigindo cuidados específicos para minimizar seu impacto. Já as complicações sistêmicas associadas a cirurgia são variadas e incluem:

Perfurações viscerais: lesões nos órgãos internos que podem ocorrer durante o procedimento. Essas complicações exigem uma resposta imediata para prevenir danos adicionais e garantir a integridade dos órgãos;

Reações alérgicas a medicações intra e pós-operatórias: pode desencadear respostas imunológicas adversas, requerendo intervenção rápida e modificação do plano terapêutico;

Reação febril: pode indicar a presença de infecção ou inflamação sistêmica, demandando investigação imediata;

Infecções sistêmicas: podem resultar em complicações graves e, se não tratadas prontamente, podem levar a condições mais severas, incluindo sepse;

Complicações cardiovasculares: como arritmias cardíacas e taquicardias, são preocupações potenciais que requerem monitoramento contínuo e intervenção especializada;

Choque hipovolêmico: uma complicação crítica que ocorre quando há uma perda significativa de fluidos, demandando uma abordagem imediata para reestabelecer o equilíbrio hídrico e hemodinâmico;

Tromboembolismo pulmonar e trombose venosa: a formação de coágulos sanguíneos, como tromboembolismo pulmonar e trombose venosa profunda, apresenta complicações sérias que podem ter implicações potencialmente fatais;

Embolia gordurosa: ocorre quando partículas de gordura entram na corrente sanguínea, podendo causar bloqueios nos vasos sanguíneos;

Óbito: em casos extremos, as complicações sistêmicas podem culminar em um desfecho fatal. A ocorrência de óbito destaca a necessidade de medidas preventivas e protocolos de segurança rigorosos durante o procedimento. A conscientização acerca dos potenciais riscos associados à lipoaspiração é um ponto importante ao considerar a decisão de se submeter a esse procedimento. A avaliação cuidadosa se torna essencial para determinar se o benefício desejado justifica os possíveis riscos envolvidos.

Caso a escolha seja seguir adiante, busque um profissional qualificado e experiente. Compreender plenamente os aspectos relacionados à segurança e aos cuidados pós-operatórios é vital.

A comunicação aberta entre cirurgiões plásticos e pacientes desempenha um papel fundamental nesse processo. Essa troca de informações contribui significativamente para alinhar as expectativas dos resultados.

Minuto saudável R7

Quase um ano após o início da aplicação no Brasil, a vacina bivalente contra a Covid-19 ainda tem baixa procura.

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Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, a cobertura nacional estagnou em 17%.

As maiores taxas de vacinação são do estado de São Paulo, com 23%, seguido pelo Distrito Federal e Piauí, ambos com 20%. Por outro lado, Pará, Mato Grosso do Sul e Alagoas têm apenas 11% da população imunizada. Atualmente, a vacina bivalente é aplicada em todos os adultos acima de 18 anos e em adolescentes acima de 12 anos com comorbidades, que fazem parte de grupos de risco. A bivalente só pode ser tomada por quem recebeu pelo menos duas doses da monovalente.

Mesmo com o fim da emergência sanitária declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Covid-19 ainda mata, principalmente pessoas mais suscetíveis.

As novas cepas continuam surgindo, e há muitas variantes sob preocupação ou em monitoramento com o potencial de desencadear novos surtos. Uma delas, em particular, a JN.1, está se espalhando pela Europa e já causou um surto no Ceará desde que foi detectada no país, no mês passado.

Embora a OMS afirme que essa cepa apresenta baixo risco para a saúde global, no Ceará os casos vêm aumentando desde a segunda quinzena de novembro, e 80% das amostras sequenciadas correspondem a essa variante. A cepa JN.1 já foi identificada também em São Paulo e Mato Grosso do Sul, e alguns casos não tinham histórico de viagem ao exterior, sugerindo que ela já esteja em circulação no país.

Diante desse cenário, o Ministério da Saúde estabeleceu um reforço da vacina bivalente para pessoas com mais de 60 anos e para imunocomprometidos com mais de 12 anos que tenham recebido a última dose há mais de seis meses. Segundo a pasta, mesmo que a Covid-19 não apresente comportamento sazonal, há preocupação com as festas de fim de ano e férias, períodos de grande mobilidade e aglomerações que, em anos anteriores, resultaram em ondas da doença no início do ano seguinte.

Para os especialistas, vários fatores estão por trás da baixa procura. “Com a queda do número de óbitos, as pessoas estão menos preocupadas”, observa a infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Também falta divulgação”, opina a especialista. A vacina não evita a doença, mas continua efetiva na prevenção das formas graves.

Bivalente fará parte do calendário nacional de vacinação Em 2024, a vacina bivalente será incluída no calendário nacional de vacinação para crianças com idade entre 6 meses e 5 anos. Nessa faixa etária, o esquema de vacinação contará com três doses. Aqueles que já receberam as vacinas em 2023 não precisarão repeti-las.

Além desse público, a vacina também será destinada a grupos de risco, que incluem: idosos, imunocomprometidos, gestantes e puérperas, trabalhadores de saúde, indígenas, ribeirinhos e quilombolas, pessoas com deficiência permanente, pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade e jovens cumprindo medidas socioeducativas, além de pessoas que vivem em instituições de longa permanência e seus trabalhadores.

Neste ano, até 25 de novembro, o Brasil registrou 1.747.130 casos e 13.936 mortes pela Covid-19.

O que fazer em caso de sintomas gripais?

• Manter o isolamento e usar máscara em casa e no trabalho, evitando ao máximo contato com pessoas de risco;

• Procurar deixar os ambientes bem ventilados e adotar medidas de limpeza, principalmente das superfícies mais tocadas (como maçanetas, mesa, interruptor etc.);

• Lavar as mãos com água e sabonete se estiverem visivelmente sujas ou usar de álcool gel quando não apresentam sujidade;

• Aplicar a etiqueta respiratória, ou seja, cobrir a tosse ou o espirro com lenço descartável ou o dorso dos braços se não estiver utilizando máscara num ambiente em que mais pessoas estejam presentes;

• Buscar atendimento médico e fazer o teste no segundo dia de sintomas. Se o resultado for negativo, considerar repetir no quarto ou quinto dia.

Qual é a recomendação se testar positivo para Covid-19?

• Manter isolamento domiciliar por 7 dias, com possibilidade de redução para 5 dias se estiver sem febre nas últimas 24 horas e testar negativo ao final do 5º dia;

• Monitorar os sinais de agravamento e procurar um serviço de saúde em caso de piora;

• Usar máscara até completar dez dias após o início dos sintomas;

• Idosos e imunocomprometidos devem procurar uma unidade de saúde para receber antiviral.

Agência Einstein

Foto: Reprodução arquivo pessoal

O Piauí totalizou 5.343 casos confirmados de dengue na 49ª Semana Epidemiológica de 2023. O número corresponde a uma redução de 80% quando comparado aos 27.713 casos registrados no mesmo período de 2022. Considerado os casos prováveis, que também engloba pacientes com diagnósticos inconclusivos, ignorados/brancos e com sintomas de alarme e grave de dengue, o Boletim Epidemiológico revela que a queda superou os 76% se comparado com o ano passado.

Teresina lidera a lista de municípios piauienses com o maior número de casos prováveis de dengue em 2023, com 4.852 notificações. Em seguida aparece a cidade de Parnaíba (752), seguida por Luís Correia (270), Oeiras (94) e Valença do Piauí (75).

Os dados ainda mostram que o Piauí manteve uma redução de 73% em relação aos óbitos em decorrência da dengue. Até o momento foram contabilizadas quatro mortes pela doença, quando no mesmo período de 2022 haviam 15 vítimas.

Sobre os casos de Febre Chikungunya, o Boletim Epidemiológico manteve a tendência de queda de 64% em 2023 (3.365) em relação à 49ª Semana Epidemiológica do ano passado (9.369). Até o momento foram confirmadas duas mortes pela doença confirmadas.

Levantamento

De acordo com dados da Pesquisa Entomológica do Aedes aegypti e do Aedes albopictus (LIRAa/LIA), o Piauí não possui municípios classificados com situação de risco para ocorrência de surto/epidemia de arboviroses.

Ao todo, a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) consolidou informações repassadas por 223 municípios. Desse total, 198 foram classificados como “satisfatório” para a ocorrência de surto/epidemia de arboviroses e 25 foram classificados como “alerta”.

Sesapi

Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, a cada cinco segundos, um adulto perde a visão no mundo. A cada minuto, uma criança enfrenta o mesmo problema. No Brasil, há pelo menos um milhão de pessoas cegas, e quatro milhões têm deficiências visuais, possuindo até 30% da capacidade de visão, conforme dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

vista

No Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, celebrado nesta quarta-feira (13), os especialistas fazem um alerta crucial: de 60% a 80% desses casos poderiam ser evitados com diagnósticos precoces.

Atualmente, as principais causas de cegueira no mundo, segundo a Agência Internacional de Prevenção à Cegueira, são os erros de refração não corrigidos (miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia), a catarata, a degeneração macular relacionada à idade e o glaucoma. Outra causa significativa é a retinopatia diabética (lesão na retina causada pela diabetes).

"Na população infantil, a principal causa de cegueira é o erro refrativo não corrigido. Estima-se que 2% a 10% das crianças apresentam erro refrativo significativo. Outras causas de cegueira infantil são infecções congênitas [rubéola, sarampo e toxoplasmose congênita], retinopatia da prematuridade, catarata congênita e distrofias retinianas", informa a médica oftalmologista do hospital Israelita Albert Einstein, Érika Sayuri Yasaki, especialista em retina e vítreo pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Uso excessivo de telas prejudica a visão O uso cada vez maior e mais cedo de celulares e outras telas tende a agravar o cenário. A OMS calcula que, até o ano de 2050, metade da população mundial será míope e terá dificuldade de ver à distância.

"Há uma expectativa de aumento da miopia nas próximas décadas como resultado da urbanização e mudança no estilo de vida, tais como menor tempo exposto ao ar livre e ampliação das atividades de perto, como o uso das telas. Houve ainda um crescimento da prevalência global de diabetes como resultado dos avanços da urbanização, consumo de alimentos menos nutritivos e hábitos sedentários que contribuem para a obesidade. Esse cenário favorece não somente o aumento do diabetes, mas também os casos de baixa de visão não acompanhados relacionados à diabetes, a retinopatia diabética", alerta a oftalmologista.

Possíveis causas para o aumento dos casos evitáveis A alta prevalência de doenças oculares no Brasil pode ser atribuída a diversos fatores, segundo especialistas ouvidos pela Agência Einstein. Entre elas, a insuficiência dos serviços de cuidados oculares frente à crescente demanda de prevenção e tratamento, o acesso restrito de atendimento oftalmológico nos postos de saúde e a ausência do uso de proteção ocular para indivíduos com atividades específicas.

Além do acesso limitado a intervenções eficazes, os oftalmologistas explicam que há uma porcentagem baixa de pessoas recebendo tratamentos adequados para condições como erro refrativo e catarata. Há, ainda, o próprio processo natural de envelhecimento da população brasileira, que também faz com que os casos de problema de visão aumentem.

"As variações geográficas e econômicas também influenciam nas causas de deficiência visual. Por fim, existem desafios específicos relacionados ao tratamento de certas enfermidades, como a necessidade de cirurgiões especializados para catarata e a facilidade de correção do erro refrativo com o uso de óculos ou lentes de contato", destaca o médico oftalmologista Paulo Phillipe Moreira, chefe do setor de córnea nos hospitais Hospital Federal de Bonsucesso e do Hospital de Olhos de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

Diagnóstico precoce é essencial A realização regular de exames oftalmológicos completos é essencial para a detecção precoce de doenças oculares. Esses exames devem incluir toda a avaliação clínica dos olhos, como acuidade visual, percepção de profundidade, alinhamento e movimento dos olhos, além de exame de pressão ocular e de fundo de olho.

Já para os recém-nascidos, um exame importante é o teste do olhinho, que deve ser feito pelo pediatra logo após o nascimento. "Essa triagem detecta possíveis alterações que possam causar obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito, entre outros problemas", pontua Yasaki, do Einstein.

Caso considere necessário, o pediatra irá encaminhar o bebê ao oftalmologista, que orientará os pais em relação ao tratamento adequado. As maternidades públicas e particulares são obrigadas por lei a realizar o exame até a alta do recém-nascido. Depois, os pais devem levar o bebê a consultas regulares com o oftalmologista, além do acompanhamento com o pediatra.

A recomendação geral para consultas ao oftalmologista é anual, desde a infância até a velhice. No entanto, para pessoas com sintomas visuais ou histórico familiar de alguma condição ocular específica, é aconselhável um acompanhamento mais individualizado.

"Para crianças, é recomendada a triagem visual, pelo menos, uma vez ao ano. Indivíduos com diabetes devem se submeter a um mapeamento de retina anualmente. Já pessoas com alto risco de desenvolver glaucoma, incluindo afro-americanos acima de 40 anos e adultos em geral acima de 60 anos, devem realizar esses exames, no mínimo, a cada dois anos", orienta Moreira.

Importância de um desenvolvimento e estímulos visuais adequados É comum que as crianças atravessem uma fase de desenvolvimento visual enquanto estão aprendendo a enxergar. Durante esse período, é crucial que o cérebro receba imagens claras e focadas por igual nos dois olhos para garantir um desenvolvimento visual saudável. Se isso não ocorrer, a falta de estímulo visual apropriado pode resultar em alterações anatômicas e funcionais significativas.

"Neste sentido, é muito importante corrigir o erro refrativo com óculos, além do estrabismo com o uso de tampão (oclusor) e ainda tratar a ambliopia (chamado popularmente de 'olho preguiçoso') nas crianças o mais precocemente possível para que os danos provocados na visão não sejam irreversíveis", esclarece a oftalmologista do Einstein.

Diversos estudos sugerem que uma maior exposição à luz natural e mais tempo gasto olhando para objetos distantes podem ser fatores-chave para a prevenção de doenças oculares, como a miopia. "A luz natural está relacionada à liberação de dopamina, substância que, na retina, contribui para o controle da miopia. Sendo assim, são recomendadas atividades ao ar livre por pelo menos três horas por dia, sobretudo para as crianças, além do controle dos minutos de tela", orienta Yasaki.

A OMS recomenda que crianças menores de dois anos não tenham acesso a telas. Entre dois e cinco anos, o tempo máximo diário recomendado é de uma hora. Dos seis aos dez anos, o tempo máximo é de uma a duas horas por dia. Para jovens de 11 a 17 anos, o limite é de duas a três horas por dia. A orientação da OMS ressalta a importância de os pais ou responsáveis supervisionarem sempre os conteúdos que os filhos acessam.

Agência Einstein

Foto: Divulgação

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