Entre os 45 e 50 anos, as mulheres passam por um período chamado de menopausa. Não trata-se de uma doença, mas sim de uma marco transitório no organismo feminino.
Este fenômeno é natural e ocorre em todas as mulheres, em umas mais cedo do que outras. Quando surge, este evento provoca modificações no funcionamento do corpo, como irritações mentais, ressecamento vagina, lapsos de memória, ciclo menstrual desregulado, oscilações de humor e a famosa sudorese.
De todos os sinais que surgem nesta fase da vida, as mulheres costumam reclamar muito de um calor exacerbado, mesmo que não esteja uma temperatura alta. A sudorese, muitas vezes, ocorre de madrugada e isso pode acarretar em noites mal dormidas e até insônia. Por esta razão, é importante tomar algumas medidas para evitar este desconforto.
Remédios naturais para tratar a sudorese da menopausa
As grandes quantidades de suor que ocorrem na menopausa podem ser controladas com o uso de alguns produtos que podem ser facilmente encontrados em lojas de produtos naturais. De acordo com o livro “1.001 Remédios Caseiros”, da editora Seleções Reader’s Digest, há, pelo menos, duas receitas caseiras para afastar a sudorese, são elas:
Erva-de-São-Cristóvão
Compre a tintura de erva-de-São-Cristóvão e tome de 0,5 a 1 ml puro. Esta mesma quantidade também pode ser ingerida através da mistura com um meio copo de suco ou água, técnica que deixa o remédio um pouco mais saboroso. Você pode tomar este produto de duas até quatro vezes ao dia, seguindo o tratamento de seis semanas consecutivas e quatro não.
De acordo com pesquisadores, esta erva tem a capacidade de diminuir o calor, tendo em vista que ela reduz os níveis do hormônio luteinizante (LH) da corrente sanguínea, o qual dilata os vasos sanguíneos e provocam o sentimento de calor. Mas, além de combater o calor, esta mesma tintura tem a função de controlar o nervosismo, a depressão e até mesmo o ressecamento vaginal.
Tintura de sálvia
Também sendo um remédio natural para amenizar os suores, a tintura de sálvia pode ser utilizada da seguinte forma: misturar de três a 15 gotas deste produto em meio copo de água ou de algum chá. A quantidade indicada é de três vezes ao dia. Este produto ainda é benéfico no tratamento de outros 60 problemas de saúde, é tanto que seu próprio nome vem do latim salvere e significa curar.
Outras medidas preventivas
Vestir-se com roupas mais leves é uma saída prática para quem está na menopausa, pois assim é possível se manter refrescada. Uma dica de peças são as feitas com fibras naturais. Além disso, aposte em uma boa ventilação em casa, no trabalho, faculdade ou até mesmo no carro.
Outra dica valiosa é o banho morno durante 20 minutos, no período da manhã, antes de começar as atividades do dia. Este é suficiente para evitar as ondas de calor durante o dia todo, por isso é uma medida de prevenção que deve ser colocada em prática.
Neste verão, além da habitual preocupação com doenças como a dengue, a população do Rio de Janeiro foi surpreendida com um grande número de pessoas infectadas com o vírus da Hepatite A. Um surto, com concentração especial na comunidade do Vidigal, já registrou 92 casos notificados e 75 confirmados. Ao longo de 2017, em toda a capital, foram registrados 119 casos.
A hepatite é uma inflamação aguda no fígado, que pode ser causada por vírus, bactérias ou agentes tóxicos, como o álcool. Existem cinco tipos identificados de hepatite virais. De acordo com o infectologista Edimilson Migowski, presidente do Instituto Vital Brazil e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do ponto de vista clínico, não há muita diferença entre as hepatites A, B e C.
“São vários vírus que podem atacar o fígado de forma primária”, explicou à Agência Brasil. Dentre as infecções virais, o que chama atenção na hepatite A é o fato de não evoluir para uma doença crônica, como ocorre com as hepatites B e C.
Apesar disso, ele advertiu que, ainda que tenha uma evolução muito melhor do que as hepatites B e C, o tipo A acaba sendo o principal vilão porque pode causar uma inflamação fulminante ou falência aguda do fígado. Migowski afirmou que a doença, eventualmente, pode evoluir para casos em que há comprometimento do fígado e o paciente pode precisar de um transplante.
O agravamento do quadro pode ocorrer, principalmente, em pacientes idosos ou com alguma doença crônica. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, estima-se que apenas 1% dos casos representa risco de morte, quando evolui para hepatite fulminante.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas iniciais mais comuns da hepatite A são mal estar, dores no corpo, náuseas, dor abdominal, vômitos, olhos e pele amarelados, urina bem escura e fezes claras. Eventualmente, quando o quadro é muito grave, pode causar insuficiência hepática, sangramento e morte, indicou o infectologista.
Segundo o presidente do Instituto Vital Brazil, a hepatite A tem uma evolução em duas fases: primeiro o paciente apresenta um quadro agudo, que dura entre uma e duas semanas. Em seguida, há melhora e depois, uma recaída. A evolução dura de dois a três meses.
Em crianças, em geral, o quadro passa sem sinais e sintomas característicos da doença. “Passam como se fosse uma gripe, mal estar, diarreia, um quadro mais brando”, diz o infectologista.
Somente a partir de exames de sangue é possível confirmar qual tipo de vírus está envolvido naquele quadro infeccioso.
Contaminação
O período de incubação do vírus é de 15 a 50 dias. Ou seja, depois que a pessoa “engoliu” um vírus da hepatite A, por meio de água ou alimento contaminados, ela deverá manifestar a doença de 15 a 50 dias depois.
“A contaminação se dá, basicamente, com água ou alimento contaminado com esgoto. Também pode ser uma transmissão entre pessoas. Às vezes, em uma criança que está contaminada e não tem sinais da hepatite, o vírus contamina as fezes e aí o adulto ao manipular ou fazer higiene dessa criança pode se contaminar ou espalhar esse vírus para aquela população”, explicou Migowski.
Falhas na segurança alimentar ou de água podem ser responsáveis por surtos de hepatite A, como parece ter ocorrido no caso recente da comunidade do Vidigal, em São Conrado, zona sul da capital fluminense. A Vigilância Sanitária apreendeu 169 galões de 20 litros de água contaminados em um bar e um depósito de bebidas do local.
Tratamento
Não existe um tratamento específico para a hepatite A. “Não existe um antiviral que você possa tomar, como tem para gripe e para herpes, por exemplo. Não existe nenhum medicamento que tenha sido comprovado eficaz como antiviral no caso da hepatite A, como tem para hepatite B e C”, destacou Migowski.
Por essa razão, o tratamento é de suporte ao paciente. Ou seja, envolve o uso de analgésicos e remédios para controle de náuseas e vômitos.
Prevenção
A infectologista Karla Ronchini, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, alerta que a melhor estratégia de prevenção é a higiene, além de saneamento básico. “Basta uma pessoa transmitir que, quem está ao redor, tem muita chance de pegar, principalmente pelo tipo de transmissão, pela falta de cuidados com a higiene, porque ele [o vírus] circula”, explicou.
Por isso é importante, entre outras medidas, lavar as mãos após ir ao banheiro ou trocar fraldas de crianças, e antes de comer ou preparar alimentos. Outra recomendação é cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los; lavar bem, com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos. Também é necessário lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras e não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou onde haja esgoto a céu aberto.
Caso haja algum doente com hepatite A na residência, deve-se utilizar hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária ao lavar o banheiro. Como a transmissão da hepatite A tem uma relação fecal-oral, Karla explica que fazer sexo oral desprotegido também é um fator de risco.
Vacinação
Existe vacina para a hepatite A, disponível gratuitamente na rede pública de saúde para crianças entre 1 e 2 anos de idade. “É uma vacina segura, eficaz, e pode ser tomada por qualquer pessoa com mais de um 1 ano de idade mas, infelizmente, na rede pública, isso só acontece com crianças”, explicou Migowski.
Segundo o presidente do Vital Brazil, a vacina não é cara, mas ele observou que neste momento não há um laboratório que consiga produzir e entregar para o país uma quantidade muito grande do insumo. “Existe certa dificuldade na obtenção do produto”, disse.
Na rede privada, é possível encontrar a vacina contra hepatite A inclusive para adultos. “Tem uma vacina combinada de hepatite A e B, o que otimiza o esquema de imunização”, apontou.
Contaminação na infância
O infectologista destacou que, no Rio de Janeiro, alguns programas de saneamento do governo estadual em comunidades, como o Favela Bairro, tiveram um efeito positivo para o controle da doença, com ações como a cobertura de valas e coleta de lixo.
A partir dessas intervenções, no entanto, o perfil de infecção é alterado, passando a ser mais comum em adultos. “Antigamente, as crianças infectavam-se muito cedo e, quando chegavam à idade adulta, não se infectavam mais. Só tinham uma vez a hepatite A”, diz.
De acordo com Edimilson Migowski, percebe-se mais os surtos e a circulação da hepatite A hoje do que há 40 anos ou 50 anos, quando a doença acometia principalmente crianças. Agora, tendo em vista que as crianças vêm sendo vacinadas e houve melhora no saneamento básico, muitos moradores que nasceram após as intervenções do Favela Bairro, já em comunidades com melhores condições de saneamento, não se contaminaram na infância. Com isso, aponta Migowski, o quantitativo de adultos vulneráveis é maior.
Há 30 anos, segundo o infectologista, podia-se dizer que 100% dos brasileiros já teriam tido hepatite A. A realidade hoje pode variar de região para região, mas estima-se que, no Rio de Janeiro, entre 20% a 30% da população até 35 a 40 anos já tiveram hepatite A quando crianças.
“Isso significa que existe um quantitativo grande de adultos vulneráveis. E, no adulto, a hepatite A tende a ter maior gravidade e maior riqueza de sinais e sintomas”, explicou.
Conviver com a diabetes pode ser fácil, mas se ela fica descompensada, fora de controle, isto é uma ameaça grave para a saúde. As consequências da diabetes descontrolada já causa mais mortes no Brasil do que o câncer.
Hoje, 14 milhões de brasileiros tem diabetes e muita gente nem sabe que tem a doença. Como é feito o diagnóstico? Pré-diabetes pode ser reversível? A endocrinologista Denise Franco explicou no Bem Estar desta segunda-feira (16). O cirurgião bariátrico Ricardo Cohen falou da cirurgia de redução de estômago. Ela realmente cura a diabetes?
O sobrepeso e a obesidade são os principais fatores que levam a diabetes tipo 2, uma doença crônica e progressiva. Isso porque a gordura leva à resistência periférica a insulina. Pessoas magras também podem ter diabetes tipo 2. É raro, mas pode acontecer por uma disfunção das células do pâncreas. Vale lembrar que diabetes tipo 1 não tem nada a ver com o peso.
Controlar a diabetes é uma das maiores preocupações médicas e deveria ser do paciente também. Diabetes descompensada traz sérios riscos para a saúde e diminui muito o tempo e a qualidade de vida. Pode causar cegueira, falência renal, amputações, entre outras coisas.
Diabetes tem cura? Diabetes não tem cura, mas pode ter controle total, sem uso de remédios.
Diabetes gestacional
Mesmo sem ter diabetes, as mulheres correm o risco de desenvolver a doença durante a gestação. É a chamada diabetes gestacional, que quase sempre desaparece depois que o neném nasce. Entretanto, para isso é preciso tomar muito cuidado durante a gravidez.
Quando a mulher está grávida, o organismo dela passa por uma série de alterações hormonais. Alguns desses hormônios produzidos podem reduzir a ação da insulina, que controla a glicose no sangue. Esse descontrole leva a diabetes gestacional, que atinge de 2% a 4% das grávidas.
Têm mais chances de desenvolver diabetes gestacional: grávidas com sobrepeso ou obesidade, com parentes de primeiro grau diagnosticados com diabetes e mulheres que engravidaram depois dos 35 anos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, cerca de 45% das mulheres com diabetes gestacional podem desenvolver ao longo da vida diabetes tipo 2. Por isso, é importante manter uma dieta alimentar e praticar atividade física durante a gravidez.
Mais da metade das mulheres brasileiras (52%) não realizam o papanicolau --tradicional exame ginecológico de prevenção a esse tumor--, segundo uma pesquisa da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica) divulgada com exclusividade ao UOL. Por outro lado, 86% dos brasileiros já ouviram falar do câncer do colo do útero.
O índice é mais baixo no Rio Grande do Norte, onde apenas 25% das mulheres costumam realizar o exame. Entre os Estados que estão abaixo da média nacional aparece Roraima (27%), Mato Grosso (27%), Tocantins (27%) e Bahia (29%). Na Paraíba, 75% das mulheres dizem fazer o papanicolau com regularidade.
O câncer de colo do útero, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), é o terceiro tumor que mais atinge a população feminina no Brasil. Perde apenas para o útero. "É um procedimento simples, que consegue rastrear lesões pré-invasoras ou invasoras para que possam ser devidamente tratadas antes que o tumor se desenvolva", explica a oncologista.
O Papanicolau, de acordo com a especialista, é recomendado a mulheres de 25 a 64 anos. "E devem ser feitos anualmente. Mas, após dois exames negativos, esse intervalo pode ser prolongado para três anos". Ainda assim Melo recomenda que as mulheres se habituem a frequentar o ginecologista pelo menos uma vez ao ano. "Muitas outras doenças e cânceres podem ser evitados.".
De acordo com os entrevistados, os principais motivos para não realizar os exames são não ter um plano de saúde e a falta de tempo. "Tudo bem que o agendamento de exames e consultas é mais fácil para os 24% da população que têm acesso a convênios médicos. Ainda assim a rede de saúde pública também disponibiliza o exame em todo o país. Basta procurar uma unidade de saúde básica ou os agentes da saúde da família", afirma Melo. "Se a gente cuida da gente, não há como terceirizar essa culpa", completa.
Uma parcela dos entrevistados (20%) diz não realizar os exames preventivos por não julgarem necessários. Uma em cada dez mulheres diz não conhecer o câncer de colo de útero.
Outras formas de prevenção negligenciadas
Uma das principais causas do câncer de colo de útero é o HPV --uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns no mundo. Segundo a pesquisa, 11% das mulheres do país discorda, em maior ou menor grau, que vacinas contra Hepatite B e HPV são eficazes para evitar o desenvolvimento do tumor.
Além disso, uma em cada quatro mulheres não vê a relação entre DSTs e as diferentes formas da doença. Quatro em cada dez mulheres afirmam não usar preservativos e nem aderir a campanhas de vacinação.
"Para diminuirmos a presença da doença entre as mulheres, é essencial ainda que utilizemos os meios que já temos em mãos, como as vacinas e os preservativos e exames de prevenção, que podem ser encontrados gratuitamente por toda a população", diz a oncologista, que cita o tabagismo como outro grande vilão do câncer de colo de útero.