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Desde criança, a jornalista Erika Kwiek convive com a dor da cólica. Já são 15 anos de ‘relação’. “Comecei a menstruar com oito anos e foi uma surpresa, porque ninguém esperava. Veio por uns cinco meses e parou. Com nove anos voltou e ficou todo mês. Com isso, chegaram as cólicas menstruais. Eram terríveis”, conta.


Por causa da idade, ela não podia tomar anticoncepcional e nem fazer exames invasivos para garantir um diagnóstico. A Erika chegava a desmaiar. Ela passou anos amenizando o sofrimento com medidas paliativas, como o uso de analgésicos e, aos 15 anos, começou a tomar anticoncepcional.

Aos 17, decidiu parar o anticoncepcional por conta própria, mas as dores voltaram com mais força. “Cheguei a perder vestibular. Estava no caminho e comecei a passar mal no transporte público. Tiveram que me levar correndo para o hospital. Resolvi voltar para o anticoncepcional, porque vi que é o único jeito que não passo tão mal”. Além do anticoncepcional, a jornalista toma remédio para aliviar as dores, principalmente na lombar.

Como aliviar a cólica?
O ginecologista e consultor do Bem Estar José Bento deu algumas dicas no programa desta quinta-feira (24):

Uso de anti-inflamatório


Medicamentos que bloqueiam a menstruação


Atividade física moderada – a liberação de endorfina age como analgésico


Bolsa de água quente no pé da barriga – o calor melhora a inflamação


Vitaminas (ômega 3 e complexo B)


Cólica é sintoma de endometriose?


A cólica é o sintoma mais importante da endometriose. Segundo José Bento, 60% das mulheres que têm cólica têm endometriose. Não é possível diferenciar uma cólica “comum” dessa cólica. Por isso, é importante ficar atenta aos demais sintomas:

Mudança no hábito intestinal ou urinário durante o ciclo menstrual


Sangramento irregular – maior volume ou sangramento fora da menstruação


Dificuldade para engravidar


Dor durante a relação sexual


Quando a endometriose é pequena, pode ser tratada somente com anticoncepcional ou bloqueio hormonal. Mas se a doença já estiver avançada, é preciso fazer videolaparoscopia para remover os focos da endometriose.

G1

 

sonoNoites quentes causam inúmeros incômodos e adversidades para dormir. De acordo com o pneumologista Mauricio Bagnato, do Hospital Sírio-Libanês, a dificuldade para descansar em dias quentes se dá não só pela temperatura, mas por toda a ambientação do quarto, podendo ter interferência de luminosidade, ruídos e da umidade do ar.

Bagnato explica que, em noites com temperaturas mais elevadas, o corpo precisa fazer uma termorregulação para se adequar ao calor e, assim, provocando suor e desconforto. De acordo com o médico, para que esse desconforto não afete o sono, é necessário que o ambiente seja adequado para que tenha uma redução na temperatura, tentando mantê-la em torno dos 24°C, que é considerada a ideal para o ser humano.

O especialista recomenda que, para que haja a redução no calor, o ambiente deve ter alguma ventilação, sendo recomendado o uso de ventiladores, circuladores, climatizador ou a janela aberta. Embora o ar condicionado seja uma boa opção para abaixar a temperatura, o aparelho pode causar ressecamento das mucosas e trazer problemas nasais e da faringe, já que utiliza a umidade do ambiente.

Os dias quentes também podem ser acompanhados da baixa umidade e dias sem chuva. O pneumologista explica que, com essa baixa umidade, as pessoas tendem a apresentar ressecamento do nariz e da faringe, especialmente em pessoas que costumam dormir com a boca aberta. O ressecamento da faringe e a respiração pela boca facilitam as infecções na garganta, provocando gripe. As mudanças de temperatura e a baixa umidade também provocam quadros de rinite e, com o ressecamento das narinas, a respiração é obstruída.

O médico afirma que, em casos de baixa umidade e no calor, o ar condicionado seja evitado, pois o aparelho absorve a água do ambiente e deixa o lugar ainda menos úmido. Para dormir, o médico afirma que elevar o tronco com travesseiros pode ajudar na respiração, mas não recomenda, pois a mudança na postura pode prejudicar a coluna. A pessoa deve, ainda, hidratar bem as mucosas e, no nariz, aplicar soro fisiológico.

A luminosidade também interfere na qualidade do sono, especialmente em noites quentes, quando as pessoas abrem as janelas para tentar receber amenizar o calor. Assim, a luz da lua ou dos postes de iluminação da rua, diminuem a quantidade de melatonina, hormônio responsável pelo sono, já que o corpo humano é desenvolvido para dormir no escuro.

Os ruídos também diminuem a qualidade do sono. Ventiladores e ar condicionado barulhentos ou barulhos da rua interferem no sono, já que podem impossibilitar a pessoa de dormir devido aos seus ruídos, provocando incômodo. Quando somado aos outros fatores, as pessoas ficam menos propensas a pegar no sono.

Entre os problemas que a má qualidade do sono pode oferecer são a lentidão de raciocínio, sonolência durante o dia, mal humor e lentidão no raciocínio. Para dormir bem com o calor, o médico afirma que algumas mudanças no ambiente e alguns costumes podem ajudar, como tomar banhos frescos antes de dormir, utilizar tampões de ouvido para amenizar ruídos, usar máscaras de dormir para não ser afetado pela luz, e colocar bacias com água para deixar o ambiente umidificado.

 

R7

Foto: CC0 Public Domain

A leptospirose é uma doença bacteriana transmitida pelo xixi de rato e é contraída pela penetração da bactéria na pele molhada ou pela ingestão de água e alimentos contaminados. Segundo o infectologista Carlos Lazar, professor da Faculdade de Medicina da PUC-Sorocaba, as enchentes, pelo grande volume de água, assustam os ratos, que saem dos boeiros e urinam. Entre os sintomas da leptospirose estão a febre alta, vômitos, fortes dores no corpo e fortes dores na panturrilha.


Lazar afirma que o tratamento é feito com a internação do paciente no hospital e uso de antibióticos. Por não ter vacina, o infectologista ressalta que a prevenção é importante. Entre os cuidados que as pessoas devem ter durante as enchentes estão usar roupas fechadas, não levantando calças, tirando meias ou sapatos. O ideal, segundo ele, é evitar a enchente.

Já a hepatite A pode ser contraída nas enchentes pela ingestão da água ou por alimentos contaminados pela água. Lazar afirma que o contágio de doenças de enchentes por via oral são mais difíceis, mas não impossíveis, e merecem atenção.


Entre os sintomas da hepatite A estão os vômitos, febre baixa e dores musculares. Como se trata de um vírus, são tratados apenas os sintomas até que o paciente se recupere. Para evitar a contração da doença, a pessoa deve se vacinar, lavar bem os alimentos antes de ingeri-los e evitar enchentes.


As viroses intestinais também podem ser contraídas nas enchentes por meio da ingestão dessa água ou de alimentos contaminados por ela, gerando vômitos, febre e diarreia. O infectologista afirma que o tratamento é sintomático, e a contaminação é evitada lavando bem os alimentos, não ingerindo alimentos contaminados, não ingerindo água da enchente e evitando passar por alagamentos.


A febre tifoide, assim como as viroses intestinais, é contraída por meio da ingestão da água do alagamento e de alimentos contaminados por ela. Entretanto, a febre tifoide é adquirida por bactérias, diferentemente das viroses, e tem vacina para evitá-la, segundo o infectologista. Os sintomas são os mesmos que os das viroses, apresentando febre, vômitos e diarreia. A febre tifoide é tratada com antibióticos e hidratação adequada.

 

R7

 

melatoninaJá utilizada no tratamento de distúrbios do sono e alvo de estudos clínicos para combater o câncer e outras doenças, a melatonina também pode ajudar a aumentar o sucesso de transplantes de medula.

O hormônio produzido à noite pela glândula pineal, no cérebro, e que tem a função de informar o organismo que está escuro e prepará-lo para o repouso noturno, também regula a disponibilidade de células-tronco na medula óssea.


A descoberta foi feita por pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), em colaboração com colegas do Instituto Weizmann de Ciências, de Israel, e de outras instituições do exterior. Resultado de um projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP, o estudo foi publicado na revista Cell Stem Cell.

“Descobrimos que a proliferação e a liberação de células-tronco são menores durante o dia do que à noite, quando essas células são estocadas na medula, e que a melatonina produzida pelo organismo à noite é responsável por essa diferença”, disse Regina Pekelmann Markus, professora do IB-USP e coordenadora da pesquisa, à Agência FAPESP.

“Essa descoberta sugere que o horário da coleta de células-tronco pode influenciar o sucesso de um transplante de medula óssea no tratamento de câncer”, avaliou.

O grupo da pesquisadora no IB-USP tem focado seus estudos na relação entre a melatonina e o controle do sistema imunológico – o eixo imune-pineal. Já os pesquisadores do Instituto Weizmann, liderados pelo professor Tsvee Lapidot, têm se destacado no estudo da imunologia da medula óssea e mobilização de células-tronco.

Em estudos anteriores, o grupo do IB-USP já tinha constatado que a melatonina controla a mobilidade de células do sangue para os tecidos, saudáveis e infectados. No caso de infecção, a produção noturna de melatonina é bloqueada, e as células de defesa invadem o tecido infectado.


Por sua vez, os pesquisadores israelenses observaram que, na medula, as células progenitoras que dão origem às de defesa ficam protegidas em nichos próximos ao osso, aninhadas por células de defesa do organismo (macrófagos). Continuamente elas se soltam dos nichos, se proliferam e dão origem a células precursoras de linhagens sanguíneas e ossos. Por essa razão têm sido usadas no tratamento de câncer e de outras doenças.

“Fizemos uma série de experimentos que demostraram que os processos de liberação e proliferação dessas células, assim como a estocagem delas nos nichos dos ossos da medula, são mediados pela melatonina, que atua sobre os macrófagos”, explicou Markus.

Por meio do novo estudo, os pesquisadores determinaram a quantidade de células-tronco na medula de camundongos ao longo de 24 horas. Os resultados das análises indicaram que ocorrem dois picos diários de produção dessas células – às 11h e às 23h –, regulados pela transição entre as fases de mudança na entrada do dia ou da noite

Os picos de produção das células-tronco eram impulsionados pelo aumento ou diminuição dos níveis de duas substâncias na medula óssea dos camundongos: a norepinefrina (NE) e o fator de necrose tumoral (TNF).

“Vimos que o TNF, que é conhecido por causar morte celular e inflamação, atua como um sinal fisiológico de produção da melatonina na medula. Essa molécula aparece na transição do dia para noite, ou o contrário, e gera picos de produção das células-tronco progenitoras”, afirmou Markus.


“A secreção de TNF e NE na medula óssea induz a proliferação celular e, portanto, há dois picos de intensa produção, um de dia e outro de noite. Mas aí entra a melatonina. Durante o dia, apenas a melatonina local está presente e as células saem da medula e vão para o sangue”, explicou.

Ao bloquear o TNF e a NE em camundongos, os pesquisadores observaram que cessaram os picos diários de produção de células-tronco na medula óssea dos animais – o que sugere que essas moléculas são essenciais para a produção, alternativamente, de células indiferenciadas e maduras.

“Quando são 11 horas, as células-tronco da medula se proliferam e se diferenciam para formar células do sangue, e às 23h se proliferam, mas ficam estocadas nos nichos dos ossos. Isso permite a existência de um ciclo diário de produção e reabastecimento dessas células na medula óssea”, explicou Markus.

Estratégias de transplante

Os pesquisadores também fizeram outro experimento em que injetaram melatonina em camundongos durante o dia para avaliar se era possível inverter os picos diários de produção de células-tronco. Os resultados confirmaram essa possibilidade. O típico pico noturno, com grandes quantidades de células-tronco indiferenciadas, passou a acontecer pela manhã.


Ao transplantar células-tronco produzidas à noite, também em camundongos, foi constatado que elas foram duas vezes mais eficientes do que as células colhidas durante o pico matinal.

“Esses achados podem dar origem a estratégias para aumentar a eficiência da coleta de células-tronco em transplantes de medula em humanos”, avaliou Markus.

Uma das estratégias seria coletar as células-tronco da medula de um doador durante o dia, porque as células colhidas à noite vão para a medula mais rapidamente, onde ficam ancoradas e guardadas nos nichos dos ossos. Outra possibilidade seria realizar nos doadores de medula, antes do transplante, um pré-tratamento com melatonina ou outras moléculas reguladoras dos ciclos de luz e escuridão.

Saiba mais: Brasil é o terceiro País do mundo em doadores de medula óssea

“Uma vez que, em transplantes de medula, o objetivo é coletar as células-tronco do doador e fazer com que possam ser mobilizadas o mais rapidamente para o receptor, vimos que a injeção de melatonina durante o dia permite atingir esse objetivo”, disse Markus.

“A utilização de células-tronco da medula para transplante poderia ser controlada farmacologicamente por meio da aplicação da melatonina”, avaliou Markus.

De acordo com a pesquisadora, uma das perguntas para a qual pretendem encontrar resposta, agora, é como a medula consegue perceber a diferença entre claro e escuro, por meio do TNF.

“Sabemos que há influência da melatonina, mas queremos identificar a origem desse hormônio, se também vem do cérebro, na glândula pineal, trazida pela circulação, ou se é produzida pela medula”, disse Markus.

 

 

Foto: Agência Fapesp

Foto: Wikimedia Commons