Transtorno alimentar é uma doença e precisa de tratamento. Além disso, é preciso apoiar e ter paciência com a pessoa que tem o transtorno. Entre os tipos de transtornos alimentares estão a compulsão alimentar, bulimia e anorexia.
Mas o que é o transtorno alimentar? É uma alteração na relação da pessoa com a comida, na forma como ela come.
"Ao invés de se alimentar da maneira habitual, saudável, escolhendo alimentos de vários tipos de fontes, ela passa a fazer uma restrição ou baseada em calorias, ou em tipo de alimentos. Tudo depende do transtorno que a pessoa tiver. O que é comum em todos os transtornos é essa alteração no jeito de se alimentar", explica o psiquiatra Adriano Segall. A pessoa pode ou não ter distorção da imagem.
A doença é democrática e atinge homens, mulheres, crianças, adolescentes e adultos, ricos e pobres, gordos e magros. Entretanto, mulheres têm 9 vezes mais anorexia e bulimia que os homens; e 2 vezes mais compulsão alimentar.
Os transtornos têm aumentado em crianças, muito por causa da precocidade dessas crianças no mundo adulto.
Tipos de transtorno Compulsão alimentar: ingestão de uma grande quantidade de comida em um espaço curto de tempo.
Bulimia: passa por episódios de compulsão alimentar e por comportamentos inadequados, como uso de laxantes, induzir o vômito, exercícios excessivos, medicação, jejum.
Anorexia: a pessoa não quer se alimentar, emagrece muito e, mesmo assim, se enxerga gorda. Ela vai progressivamente parando de comer tudo.
Como reconhecer? "Além da questão alimentar propriamente dita, que muitas vezes fica escondida, a pessoa começa a ter alterações comportamentais, alterações de humor, começa a ter recusas alimentares e ela começa também, em alguns casos, um emagrecimento muito rápido", alerta Segall.
Alguns sinais podem ajudar a reconhecer o transtorno alimentar:
Mudança de humor e de comportamento A pessoa passa a comer muito amis ou muito menos Recusa de alimentos Emagrecimento rápido
E o tratamento? A base para o tratamento de transtorno alimentar é a terapia cognitivo-comportamental. "Existem medicamentos que podem ser usados, mas eles não são o centro do tratamento. A reeducação alimentar também é fundamental".
Dependendo do tipo de transtorno, a pessoa também precisa procurar outros profissionais, como médicos, nutrólogos, nutricionistas para avaliar a questão da saúde física.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira (14) a adoção de uma técnica de esterilização que usa radiação contra o mosquito causador de doenças como a dengue, a zika e a chikungunya. O processo se chama "Sterile Insect Technique" (SIT), ou "técnica do inseto estéril", em português.
O método envolve criar e liberar milhares de mosquitos machos incapazes de se reproduzirem. Soltos na natureza, mesmo que eles se acasalem com as fêmeas, serão inférteis e, portanto, não terão prole.
A ideia é que, ao longo do tempo, a população de mosquitos da espécie Aedes aegypti possa diminuir, especialmente nos países tropicais, mais afetados pelas doenças. As fêmeas do mosquito são as que picam pessoas e animais e, assim, transmitem doenças.
O programa é uma parceria da OMS com o Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (TDR), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
A técnica foi desenvolvida pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), visando ao combate de insetos e pestes que atingem o setor agropecuário. Atualmente, já vem sendo usada na agricultura em seis continentes.
Segundo o entomologista Jérémy Bouyer, da divisão conjunta de técnicas nucleares em alimentos e agricultura da FAO e da AIEA, "o uso dessa técnica no setor agrícola nos últimos 60 anos mostrou que é um método seguro e eficiente".
Metade do mundo em risco Em comunicado divulgado à imprensa, o cientista-chefe da OMS afirma que metade do mundo enfrenta os riscos da dengue. "E, apesar dos nossos grandes esforços, não está sendo suficiente", diz Soumya Swaminathan. "Precisamos desesperadamente de novas abordagens e esta iniciativa é promissora e empolgante", acrescenta.
De acordo com a OMS, doenças transmitidas pelo Aedes, como malária, dengue, zika, chikungunya e febre amarela, correspondem a 17% de todas as doenças infecciosas que ocorrem em todo o mundo. Isso quer dizer que causam mais de 700 mil mortes por ano.
Silencioso e com potencial de provocar grandes danos ao longo do tempo, o diabetes atinge 14,5 milhões de brasileiros. Entre 40% e 50% deles não sabem que têm a doença, segundo estimativas da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes).
Nesta quinta-feira (14), Dia Mundial do Diabetes, médicos alertam sobre a necessidade de diagnosticar o quanto antes o problema e iniciar o tratamento, que, se estiver em fase inicial, pode até mesmo ser corrigido com mudanças no estilo de vida em alguns pacientes.
"O diabetes é uma doença silenciosa. Muitas pessoas têm uma alteração na glicemia, mas isso não causa sintomas. Quando eles aparecem - perda de peso, fraqueza, sede excessiva, urinar em excesso - é porque os níveis de açúcar no sangue já estão muito elevados", ressalta o endocrinologista Fernando Valente, coordenador de comunicação da SBD e professor da Faculdade de Medicina do ABC.
Primeiramente, é preciso entender que existem dois tipos de diabetes. O tipo 1, que afeta cerca de 10% dos pacientes, é uma doença autoimune que reduz a capacidade do pâncreas de produzir insulina - hormônio responsável por metabolizar o açúcar no sangue. Geralmente, esse diabetes aparece na infância ou adolescência e é controlado com o uso de insulina.
Os outros 90% dos diabéticos possuem o tipo 2 da doença, que se desenvolve com mais frequência em adultos. Nesses casos, além de fatores genéticos, obesidade, sedentarismo, consumo de bebida alcoólica em excesso e maus hábitos alimentares também são fatores de risco.
A idade aumenta a chance de desenvolver diabetes tipo 2 porque as células do pâncreas vão perdendo a capacidade de processar o açúcar ao longo da vida.
"O tecido muscular consome glicose. Se há perda de massa muscular, também é menor a capacidade de retirar açúcar do sangue", acrescenta Valente, ao ressaltar a importância de se praticar atividade física.
Maior risco de infarto e AVC O endocrinologista Renato Zilli, do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, explica que em mais de 90% dos casos, "as alterações metabólicas [no pâncreas] começam até 20 anos antes de surgirem as doenças cardiovasculares", principal causa de mortalidade entre indivíduos diabéticos.
"Quanto mais cedo você descobrir, mais você consegue manter sob controle e evitar as complicações, como infarto e derrame. Cerca de 50% das pessoas que têm diabetes vão morrer de infarto e 25%, de derrame."
A circulação de sangue com altos níveis de glicose no organismo, durante muitos anos, causa danos aos órgãos e tecidos. O diabetes lesiona os vasos sanguíneos e provoca o estreitamento deles. Consequentemente, haverá menos sangue para áreas importantes do corpo.
Além de infarto e acidente vascular cerebral, há chance de problemas em outras partes do corpo. Nos olhos, leva à retinopatia diabética e cegueira; nos rins, de nefropatia diabética (doença renal crônica); e nos nervos, causa neuropatia diabética (incluindo diminuição da sensibilidade nos pés e até amputação de membros, em casos severos).
Pacientes com diabetes tipo 2 são mais suscetíveis a ter quadros infecciosos por bactérias ou fungos, já que a doença afeta também o sistema imunológico.
Diferentemente do que muitas pessoas pensam, o consumo de açúcar não é o principal causador de diabetes. Alimentos ricos em açúcar são prejudiciais porque podem desencadear um aumento de peso.
Sobrepeso é sinal de alerta A obesidade faz com que o corpo fique mais resistente à insulina, necessitando de níveis mais altos para manter normais as taxas de glicose no sangue. Por outro lado, quem tem tendência genética a desenvolver diabetes precisa controlar a ingestão de açúcar desde cedo, até mesmo de alimentos como batata inglesa, arroz branco e farinha branca.
O diabetes tipo 2 afeta entre 80% e 90% das pessoas acima do peso ou obesas. Normalmente, são pacientes que apresentam outros problemas de saúde potencialmente fatais e silenciosos, ressaltam os médicos: a hipertensão arterial e o colesterol. Juntos, essas três doenças aumentam significativamente a chance de um infarto ou acidente vascular cerebral.
Pessoas acima do peso, sedentárias, com histórico familiar de diabetes ou mulheres que tiveram diabetes gestacional devem fazer uma checagem periódica dos níveis de açúcar no sangue. "É uma doença que se identifica muito facilmente", observa Zilli.
Ele diz que o ideal é fazer o exame de glicemia (coleta de sangue) em jejum. Os níveis de glicose no sangue depois do jejum nunca devem ser superiores a 125 mg/dl. Mesmo após a alimentação os níveis de glicose no sangue não devem ultrapassar 199 mg/dl.
O teste que tira uma gota de sangue da ponta do dedo pode ser um aliado. "Se vier acima de 200 mg/dl, com outros sintomas, é um indicativo de diabetes", afirma o endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês. Nesses casos, testes adicionais de coleta de sangue devem ser feitos.
Alguns indivíduos apresentam um quadro chamado de pré-diabetes, em que a glicemia em jejum no hemograma fica entre 100 mg/dl e 125 mg/dl. É uma espécie de "sinal amarelo", mas uma situação que pode ser revertida com mudanças no estilo de vida, que incluem perder peso, fazer atividades físicas e adequar a alimentação.
Um assunto sério, mas que nem todo mundo dá importância: a vacina contra o HPV. O HPV (papilomavírus humano) é responsável por 99% dos casos de câncer de colo de útero, o terceiro mais frequente entre as mulheres no Brasil.
São mais de 100 tipos de vírus. Treze são considerados de alto risco e podem causar câncer de ânus, vulva, vagina e de pênis.
A medida mais eficaz para prevenção contra o HPV é a vacina. Ela é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Entretanto, só um em cada cinco meninos tomou a vacina contra o HPV.
Outra forma de prevenção é a camisinha. Ela diminui em 80% a transmissão do HPV.
Transmissão O HPV é altamente contagioso e é transmitido, principalmente, durante a relação sexual sem proteção. O contágio também pode ocorrer através do contato oral-genital, genital-genital ou menos manual-genital.
Sintomas A infecção não apresenta sintomas na maioria das pessoas. As manifestações da infecção pelo HPV costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.
Pode acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana. Menos frequentemente, pode estar presente em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.