Dezesseis milhões de brasileiros são diabéticos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Só que a maioria dos diabéticos não consegue controlar a glicemia – o que é fundamental para combater a doença.
A atividade física pode ser a saída para controlar a glicemia. De acordo com o preparador físico Márcio Atalla, a atividade física melhora a glicemia por três razões:
Ajuda a diminuir gordura Melhora a sensibilidade à insulina Ativa o GLUT4 – principal captador/transportador de glicose no músculo
“Quando você faz atividade física, você consegue diminuir a quantidade de gordura no corpo. Isso é importante porque o nosso corpo, para controlar a glicemia, ele produz a insulina. A insulina tem resistência à gordura. Ou seja, quanto mais gordura você tiver, mais insulina você vai produzir”, explica Atalla.
O que é a glicemia? É a concentração de glicose no sangue. Ou seja, a glicemia alta é o excesso de açúcar no sangue. Essa glicose é usada como fonte de energia para o funcionamento de todas as células do corpo.
Qual tipo de atividade física? “A atividade física aeróbica consegue um gasto calórico maior e acaba pegando muito mais o açúcar excedente”. Exemplo de atividades: corrida, caminhada, bike. “Só que, quanto mais massa muscular você tem, quando você faz sua atividade aeróbica, mais você vai conseguir captar esse açúcar. Nessa combinação da atividade aeróbica e atividades que você ganhe massa muscular, como musculação, pilates, você consegue aumentar a massa muscular e ser mais eficiente na hora de tirar o açúcar excedente”, completa o preparador físico.
O declínio cognitivo que ameaça o envelhecimento poderá ser detido, ou pelo menos retardado, através de drogas que eliminariam processos inflamatórios no cérebro. A incrível novidade foi publicada ontem na revista médica “Science Translational Medicine”, criada pela Associação Americana para o Avanço da Ciência. Trata-se de um trabalho conjunto dos pesquisadores Daniela Kaufer, da Universidade de Berkeley, Califórnia, e Alon Friedman, das universidades Ben-Gurion do Negev (Israel) e Dalhousie (Canadá). Embora ainda restrito a experiências feitas com camundongos, tem grande potencial de aplicação em humanos.
Os cérebros de ratinhos senis que receberam a droga passaram a se assemelhar aos de cobaias mais jovens o que, segundo a cientista, é promissor. “Nossa tendência é pensar o cérebro mais velho da mesma forma como encaramos a degeneração neurológica: como se a idade avançada envolvesse a perda de funções e a morte das células. No entanto, essa descoberta nos conta uma nova história sobre por que o cérebro não está funcionando bem: é por causa de uma carga inflamatória que pode ser combatida”, afirmou a doutora Kaufer.
Para entender o alcance do achado desses cientistas, uma breve explicação: a “blood-brain barrier”, ou barreira hematoencefálica, é uma estrutura que protege o sistema nervoso central, bloqueando o acesso de substâncias tóxicas. No entanto, com a idade, esse “escudo” natural vai perdendo eficiência e toxinas e patógenos acabam chegando ao cérebro, desenvolvendo um quadro inflamatório que pode estar associado aos sintomas de demência. Depois dos 70 anos, quase 60% dos adultos começam a apresentar falhas nessa barreira – foi o que mostraram os exames de ressonância magnética realizados por Friedman.
Aí entra em cena o também cientista Barry Hart, que sintetizou uma molécula, chamada IPW, que bloqueia os receptores que dão início à inflamação. Além de aliviar os sintomas, a droga consegue reparar a barreira danificada. “Quando eliminamos esse ‘nevoeiro’ da inflamação, em questão de dias o cérebro senil rejuvenesceu. É um achado que nos deixa muito otimistas porque mostra a plasticidade do cérebro e sua capacidade de recuperação”, completou a doutora Kaufer.
Um estudo recente, publicado na revista científica Nature, mostra avanços nas pesquisas científicas envolvendo o uso de células-tronco para regeneração do tecido cardíaco.
As doenças do coração matam cerca de 17 milhões de pessoas em todo o mundo anualmente. Apenas no Brasil são 92 mil casos de morte por infarto agudo do miocárdio, problema que quando não mata pode deixar sequelas.
A possibilidade de recuperar da melhor forma o coração desses pacientes é estudada há décadas, embora as evidências da eficácia do uso de células-tronco ainda sejam escassas.
Na Nature, o estudo conduzido pelo pesquisador de biologia cardiovascular Jeffery Molkentin, do Hospital Infantil de Cincinnati, nos Estados Unidos, identificou duas terapias comuns com células-tronco que desencadeiam células imunes, chamadas macrófagos, que ajudam a reparar o tecido da área do coração danificada, melhorando a função do órgão.
Os pesquisadores injetaram em ratos que haviam sido privados de oxigênio (simulando um ataque cardíaco) dois tipos de células usadas nas terapias com células-tronco.
Ao final, descobriu-se que os animais que haviam recebido as injeções de células tiveram uma recuperação da função cardíaca significativamente melhor do que aqueles que tomaram placebo.
No entanto, os cientistas também testaram o uso de um composto químico chamado zymosan, conhecido por provocar uma resposta imune. Os animais que receberam a substância tiveram um resultado ainda mais positivo do que com as células-tronco.
A regulamentação de produtos à base de maconha no Brasil foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira (3). Com a decisão, produtos feitos com cannabis para uso medicinal podem ser vendidos em farmácias, mediante prescrição médica, e ficam sujeitos à fiscalização da agência. O cultivo da planta em território brasileiro foi rejeitado.
Entenda o que mudou com a nova regra a partir das principais dúvidas:
Como era? Como ficou? Empresas brasileiras poderão produzir? O plantio também está autorizado? Quando passa a valer a decisão? Produto ou medicamento? Como será a prescrição médica? Como serão os rótulos? Veja as respostas a seguir:
Como era? O paciente com indicação médica para o uso de produtos à base de maconha precisava de autorização para importação. As farmácias não podiam vender os medicamentos, mesmo que produzidos pela indústria internacional.
O paciente precisava preencher um formulário no site da Anvisa; Apresentar um relatório médico e uma receita médica; Importar o produto; Médicos ouvidos pelo G1 informam que o processo para o tratamento de epilepsia, por exemplo, chegava a custar R$ 1 mil por mês. Como ficou? Pacientes com recomendação e receita médica para o uso de produtos com THC e/ou CBD, substâncias presentes na planta, poderão comprar os medicamentos direto nas farmácias.
O regulamento exige que as empresas fabricantes tenham:
Certificado de Boas Práticas de Fabricação (emitido pela Anvisa); Autorização especial para seu funcionamento; Conhecimento da concentração dos principais canabinoides presentes na fórmula do produto; Documentação técnica da qualidade dos produtos; Condições operacionais para realizar análises de controle de qualidade dos produtos em território brasileiro. Empresas brasileiras poderão produzir? Sim. Os fabricantes que optarem por importar o substrato da cannabis para fabricação do produto deverão comprar matéria-prima estrangeira semielaborada, e não da planta ou parte dela.
A proposta submete a importação de produtos à base de cannabis para as farmácias às atuais regras relacionadas ao controle de entrada e saída de qualquer outro entorpecente, psicotrópico ou precursor, independentemente de se tratar de matéria-prima ou produto acabado.
Para viabilizar o monitoramento integral dos lotes de produtos e medicamentos à base de cannabis importados, foram limitados os pontos de entrada em território nacional.
O plantio também está autorizado? Não. O cultivo de maconha para fins medicinais no Brasil foi rejeitado. Por 3 votos a 1, proposta foi arquivada pela agência reguladora. Com a decisão, fabricantes que desejarem entrar no mercado precisarão importar o extrato da planta.
Quando passa a valer a decisão? A norma deve entrar em vigor 90 dias depois de ser publicada. Aprovada por unanimidade pelos diretores da Anvisa, a regulamentação é temporária, com validade de três anos. Nesse período, a eficácia e a segurança será testada e uma nova resolução deverá ser editada ao final do ciclo.
Produto ou medicamento? A resolução da Anvisa cria uma nova classe de produto sujeito à vigilância sanitária: "produto à base de cannabis". Ou seja, durante os três anos de validade, os produtos ainda não serão classificados como medicamentos.
A medida aprovada diz que os produtos à base de cannabis ainda precisam passar por testes técnicos-científicos que assegurem sua eficácia, segurança e possíveis danos, antes de serem elevados ao patamar de medicamentos.
A delimitação do intervalo de três anos para validar a norma foi sugerida pelo diretor Fernando Mendes, sob a justificativa de que ainda não há comprovação da eficácia dos tratamentos a base dos produtos. "Não há qualquer evidência de baixo risco no uso desses produtos", afirmou ele.
Como será a prescrição médica? O tipo de prescrição médica necessária vai depender da concentração de tetra-hidrocanabidiol (THC), principal elemento tóxico e psicotrópico da planta Cannabis sativa, ao lado do canabidiol (CBD), que é usado em terapias como analgésico ou relaxante.
O THC altera as funções cerebrais e é a substância que provoca os mais conhecidos efeitos do consumo da maconha, droga ilegal no Brasil. Entretanto, estudos indicam que o THC também pode ser usado como princípio ativo para fins medicinais.
Nas formulações com concentração de THC inferior a 0,2%, o produto deverá ser prescrito por meio de receituário tipo B e renovação de receita em até 60 dias.
Já os produtos com concentração de THC superior a 0,2% só poderão ser prescritos a pacientes terminais ou que tenham esgotado as alternativas terapêuticas de tratamento. Neste caso, o receituário para prescrição será do tipo A, mais restrito, padrão semelhante ao da morfina.
Como serão os rótulos? A embalagem dos produtos deve informar a concentração dos principais canabinoides presentes na formulação, dentre eles o CBD e o THC, mas somente a concentração de THC é levada em conta para a classificação dos rótulos.
Todos devem conter a frase "Venda sob prescrição médica", seguida de "Só pode ser vendido com retenção de receita no caso de produtos com menos de 0,2% de THC" ou da frase "Uso desse produto pode causar dependência física ou psíquica no caso de concentrações superiores a 0,2%".