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As bactérias e os fungos fazem parte do nosso ambiente e até mesmo do corpo humano, mas algumas delas têm potencial para causar doenças graves, inclusive levando à morte. Conheça nas próximas imagens sete tipos de micro-organismos perigosos e quais problemas eles podem desencadear.


Conhecida como uma das bactérias "devoradoras de carne", a Vibrio vulnificus causa uma doença chamada vibriose, que pode levar à morte. Esse micro-organismo é encontrado em crustáceos e nas águas da América do Norte. A bactéria entra no organismo pela ingestão de frutos do mar crus ou contato de feridas abertas com a água. Causa desde diarreia e feridas na pele até a morte em pouco mais de 24 horas, no caso de pessoas com imunidade baixa.

 
Bactéria altamente infecciosa, a Streptococcus pyogenes pode ser encontrada no leite in natura (ou incorretamente pasteurizado), saladas e marisco. Normalmente ela causa faringite, mas também provoca, em raros episódios, uma infecção de pele e subcutânea grave, a fasciíte necrosante. Essa bactéria é também chamada de "devoradora de carne" e destrói tecidos, podendo causar gangrena e necrose.


A Aeromonas hydrophila e outras espécies semelhantes são encontradas em abundância em ambientes de água doce, tanto sujos (esgotos) quanto limpos (rios e represas). Também estão presentes no solo e nos intestinos de alguns animais. A ingestão de alimentos ou água com essa bactéria pode provocar colangite (inflamação das vias biliares), endocardite (infecção na camada interna do coração), meningite, sepse e morte por choque séptico. Trata-se de uma bactéria carnívora, que também provoca a fasciíte necrotizante


O fungo Candida auris é relativamente novo para a ciência e as infecções também ocorrem em pacientes hospitalizados, submetidos a procedimentos invasivos ou que tenha o sistema imunológico comprometido. Causa a candidíase invasiva, espalhando o fungo por meio da corrente sanguínea para tecidos e órgãos. É um fungo altamente resistente a medicamentos e pode provocar a morte de pessoas debilitadas
A Clostridium difficile é normalmente associada à diarreia em pacientes hospitalares. As toxinas produzidas por essas bactérias no trato.

gastrintestinal causam a colite pseudomembranosa, tipicamente após o uso de antibióticos. Provoca diarreia sanguinolenta e, em casos raros, pode progredir para sepse. Uma capa descoberta recentemente se mostrou mais virulenta, pois libera mais toxina no intestino do paciente, além de ser mais resistente a antibióticos.


O Acinetobacter resistente ao carbapenem (um tipo de antibiótico) causa pneumonia, feridas na pele e infecções sanguíneas e no trato urinário. Pacientes internados em UTIs estão mais sujeitos à contaminação por essa bactéria, que pode sobreviver por muito tempo em superfícies.

 

R7

formolA Polícia Civil investiga a morte de uma mulher em Ilha Solteira (SP). Lidiane Ferreira, de 31 anos, passou mal depois de fazer uma escova progressiva, como mostrou o Jornal Hoje na terça-feira (17). A escova progressiva pode ter causado a morte da mulher?


O toxicologista Anthony Wong explica que, muitas vezes, os salões usam clandestinamente o formol para alisar os cabelos. O produto é altamente tóxico e proibido pela Anvisa. “O formol é uma das substâncias mais irritantes, mais agressivas que nós conhecemos. E é uma substância que acaba evaporando. Então, tem a lesão por contato e por inalação”.

No Brasil, o uso do formol não é permitido como alisante capilar, segundo a Anvisa.

O uso indevido de formol em alisantes de cabelo pode causar diversos males à saúde, como: irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, queda do cabelo, ardência dos olhos e lacrimejamento, falta de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz.

Exposições constantes podem deixar a boca amarga e causar dor de barriga, enjoo, vômito, desmaio, feridas na boca, narina e olhos, e câncer nas vias áreas superiores, podendo até levar à morte.

É possível consultar no site da Anvisa se o alisante de cabelo é registrado e liberado. Veja aqui

 

G1

Foto: arte TV Globo

hipotireoidismoAs disfunções da glândula tireoide afetam milhões de pessoas em todo o mundo e os sintomas podem ser sentidos no corpo todo.

A endocrinologista Rosita Gomes Fontes, da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), explica algumas das funções da tireoide.

“Ela age em todas as células do corpo: nas do coração, ajuda a bater no ritmo correto, nas intestinais estimulam a movimentação dos órgãos, estimula produção de calor e de energia e até garante um desenvolvimento neurológico normal”, afirma.

A glândula produz os hormônios T3 e T4 e é regulada pelo TFH, em outra glândula, a hipófise.

“O TFH estimula a produção de T3 e T4, e o próprio T4 age na hipófise inibindo a produção de TFH, para evitar que produza de mais, a gente chama esse sistema de feedback, que mantém o equilíbrio dos hormônios”, explica Rosita.


As disfunções da tireoide são causadas por uma doença autoimune, que faz o próprio sistema imunológico do corpo atacar a glândula e faz com que as produções hormonais fiquem desreguladas. Além disso, a médica afirma que algumas pessoas podem ter hipotireoidismo ou hipertireoidismo congênitos.

Hipotireoidismo
A disfunção mais comum, presente em 12% das mulheres, é o hipotireoidismo, afirma a médica. Ele é caracterizado pela deficiência hormonal.

Os principais sintomas são: esquecimento, pele seca, frio intensificado, pouca disposição, batimentos cardíacos desacelerados e intestino preso.

“Fica mais comum depois da menopausa e mais ainda acima de 60 anos, mas precisamos ter cuidado para não fazer um diagnóstico excessivo no idoso”, afirma a endocrinologista.

Ela explica que o exame para diagnosticar a doença avalia a quantidade de TFH no corpo do paciente e que é normal que o nível do hormônio aumente com o passar da idade.

“O número limite de microunidades de TFH por ml em jovens é 4,3, de 60 a 80 anos vai para 5,8 e a partir dos 80 anos 6,7”, afirma. O tratamento é feito com reposição hormonal continua.

Rosita alerta para o diagnóstico precoce da doença congênita em bebês, que ocorre em uma criança a cada 3.000 a 4.000 nascimentos.

“Como os hormônios têm uma função muito importante no desenvolvimento neurológico do bebê, se não tratar nos primeiros 15 dias, a criança pode ter deficiência cognitiva”, afirma.

Hipertireoidismo
Já o hipertireoidismo é menos comum. Segundo os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, 1,2% da população do país possuem a doença.

Segundo a médica, o hipertireoidismo é caracterizado pela produção excessiva de hormônios, isso causa sintomas opostos ao hipotireoidismo: taquicardia, calor excessivo, diarreia, instabilidade emocional, choro fácil, emagrecimento e tremores.
Uma das estratégias de tratamento do hipertireoidismo é tirar a tireoide por meio de cirurgia ou iodo radioativo para causar um hipotireoidismo, já que o tratamento é muito mais fácil”, explica.

A endocrinologista afirma que esses métodos são utilizados quando o tratamento com medicações inibidoras da produção de hormônio pela tireoide não funciona.

Nódulos
Um terceiro problema comum da tireoide é o aparecimento de nódulos. De acordo com a endocrinologista, 75% das pessoas conseguem identificar nódulos por meio de ultrassonografia, porém a maior parte deles não possui relevância clínica.

“Virou moda fazer o ultrassom, mas a gente não recomenda, não tem benefícios. Os que precisam de cuidados são os que conseguimos identificar apalpando e aí são só 7% das pessoas que apresentam [sinais]”, afirma.


Uma vez identificado o nódulo no consultório, são feitos exames para avaliar se o nódulo é maligno. “Verificamos uma série de características, alguns tipos calcificação, margens desregulares e etc.”, exemplifica.

Depois é feita uma pulsão por agulha fina para verificar se é realmente maligno. “Existem também exames de biologia molecular, mas ainda é muito inacessível para a maioria das pessoas”, afirma.

Os nódulos, normalmente, não possuem sintomas. Nódulos grandes podem comprimir o esôfago e a traqueia, causando dificuldade para engolir e para respirar.

Os nódulos malignos ou que causam compressão são retirados por meio de cirurgia, radio ablação ou injeção de etanol. Os benignos podem ser apenas acompanhados. “A sobrevida, após a cirurgia, é muito longa na maior parte dos casos”, afirma.

A melhor maneira de prevenir problemas na tireoide é consumindo a quantidade adequada de iodo. Isso porque os hormônios produzidos pela tireoide são feitos a partir do iodo.

“Não pode ser nem de mais, nem de menos. Existem academias que recomendam a ingestão de iodo e não é recomendado. Pode até desencadear uma doença autoimune”, explica.

O ideal é mais que 100 g por dia e menos que 500 g. No Brasil, o sal é iodado e por esse motivo não é necessário suplementar.

 

R7

Freepik

pesqusA pesquisa ainda está em estágio inicial, mas é muito promissora e, daqui a alguns anos, poderá fazer uma baita diferença na vida das pessoas. Um grupo de 11 pesquisadores brasileiros assina artigo, publicado semana passada na conceituada revista britânica “Journal of Materials Chemistry B”, sobre o desenvolvimento de um nanorreservatório que contém um fármaco anticâncer com potencial para atacar apenas células malignas.


Trata-se de uma parceria da cientista Célia Machado Ronconi, professora associada do Departamento de Química Inorgânica da Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenadora do Laboratório de Química Supramolecular e Nanotecnologia, e pesquisadores do Departamento de Química Orgânica da UFF, do Laboratório de Carcinogênese Molecular do Inca (Instituto Nacional de Câncer), coordenado pelo professor Luís Felipe R. Pinto, e do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Ela explica: “podemos comparar esse minúsculo reservatório a uma válvula, que se abre e se fecha. Dentro dele fica o fármaco, ou seja, o medicamento anticâncer, que é sempre muito tóxico e acaba afetando não somente as células cancerosas, mas também as saudáveis. O que conseguimos in vitro, no laboratório, foi fazer com que essa 'válvula', que tem uma espécie de 'tampa', só se abra quando encontra as células do câncer”. E por que houve essa sincronia tão auspiciosa? Acontece que as células do câncer se desenvolvem num pH mais ácido que o do sangue, e a “tampa” foi projetada para liberar o conteúdo do nanorreservatório exatamente num meio ácido. Por isso a droga foi direto no alvo!

Para quem quer refrescar a memória das aulas de química e biologia, o pH do sangue fica entre 7,35 e 7,45, ligeiramente alcalino. Já o pH de células de câncer é mais ácido e pode variar de 4,5 a 5,5. A “tampa” do reservatório, cujo nome científico é pilarareno, só abre – ou se rompe – para liberar a droga quando o meio está ácido (pH menor que 7), na presença de prótons. Em meio básico (pH maior que 7), o dispositivo permanece fechado. “Investigamos a liberação do fármaco no núcleo de células de câncer de mama e o resultado foi além das nossas expectativas. Houve redução de 92% da viabilidade das células de câncer. O nanorreservatório carregado, que liberou o medicamento, foi mais tóxico para as células de câncer do que o fármaco puro”, afirmou a professora.

O grupo da UFF trabalha com o desenvolvimento de dispositivos que respondam a um comando para liberar fármacos, que pode se dar através de luz, campo magnético, reações de oxirredução ou variação de pH – como ocorreu nesse caso. Seu objetivo é diminuir os efeitos tóxicos dos medicamentos que já existem, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. A pesquisa levou aproximadamente dois anos e foi parte do trabalho de doutorado de Evelyn C. S. Santos, com a participação do doutor Thiago Custódio dos Santos, Tamires S. Fernandes e Vinicius G. Madriaga, alunos da UFF. O estudo recebeu investimentos da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Depois de alcançar resultado tão favorável in vitro, os cientistas pretendem agora utilizar camundongos imunodeficientes para os ensaios.

 

G1

Foto: Acervo pessoal