vacinCom a produção de CoronaVac interrompida desde o dia 13 de maio por falta de insumos, o Instituto Butantan recebe nesta terça-feira (25) 3 mil litros de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) para retomar a fabricação do imunizante contra a covid-19. A entrega estava prevista inicialmente para quarta-feira (26).

Após a retomada da produção, a expectativa é entregar mais 5 milhões de doses da vacina. A estimativa ainda está abaixo do esperado. A previsão inicial era de receber 4 mil litros de insumos para gerar 7 milhões de doses. A redução foi anunciada pela China no dia 18.

O Butantan e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmaram que os recentes ataques do presidente Jair Bolsonaro à China têm interferido diretamente no cronograma de liberação de novos lotes de insumos. Na semana passada, Doria reiterou que o atraso se deve a uma "questão política e diplomática", mas demonstrou confiança em uma liberação em breve.

R7

Foto: REUTERS/AMANDA PEROBELLI/ DIREITOS RESERVADOS

 

Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros aponta que a vacina CoronaVac foi 42% efetiva "no cenário de mundo real" contra a Covid-19, considerando apenas pessoas vacinadas com mais de 70 anos e em um período de extensa transmissão da variante P.1., detectada inicialmente em Manaus. Além disso, o estudo concluiu que a proteção contra a doença só se torna efetiva 14 dias após a aplicação da segunda dose e que a imunidade adquirida diminui conforme aumenta a idade do grupo imunizado (veja percentuais abaixo).

O estudo foi publicado em uma plataforma de pré-prints, ou seja, é uma versão prévia que ainda não passou pela revisão de outros cientistas, nem foi chancelado por uma revista especializada. A pesquisa foi conduzida por pesquisadores reunidos no grupo Vaccine Effectiveness in Brazil Against COVID-19 (Vebra Covid-19) e foi apoiada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Considerando os dados 14 dias após a 2ª dose, a efetividade foi de:

70-74 anos - 61,8% de efetividade (com intervalo de confiança de 95%, indo de 34,8 a 77,7), 75-79 anos - 48,9% (com intervalo de confiança de 95%, indo de 23,3 a 66,0) 80 anos ou mais - 28,0% (com intervalo de confiança de 95%, indo de 0,6 a 47,9)

Esses achados ressaltam a necessidade de manter intervenções não farmacêuticas (máscaras, distanciamento social e higiene das mãos) enquanto a vacinação em massa com CoronaVac é usada como parte de uma resposta epidêmica.

A taxa de eficácia representa a proporção de redução de casos entre o grupo vacinado comparado com o grupo não vacinado. No caso, a eficácia final dos estudos foi de 62,3%. Já a taxa de efetividade reflete o impacto real da vacina na população. Em outras palavras: mede o quanto a vacina consegue reduzir os casos de uma doença na vida real. Os dois números não são comparáveis entre si. O pesquisador Julio Croda disse ao G1 que o resultado era esperado, mas ao mesmo tempo vai exigir acompanhamento da aplicação da vacina nos próximos meses.

"Geralmente, os idosos respondem pior à vacinação. É assim para a Influenza também. Teremos que, muito provavelmente, discutir com os dados de hospitalização e óbitos se devemos ou não priorizar esse grupo para revacinação quando isso (queda da efetividade) começar a acontecer" - Julio Croda, que assina a pesquisa. Os pesquisadores conduziram o estudo entre 17 de janeiro e 29 de abril de 2021, com adultos com mais de 70 anos do estado de São Paulo. Ao todo, os autores contaram com a participação de 7.950 pessoas com uma idade média de 76 anos — os idosos estavam divididos em pares para comparação dos resultados, com pacientes com Covid e um grupo controle, sem o teste PCR negativo para o coronavírus.

G1

Um novo coronavírus de origem canina foi identificado pelos pesquisadores norte-americanos. As amostras foram detectadas na Malásia, mas ainda não é possível saber se esse vírus pode se replicar no corpo, causar doenças ou ser transmitido entre pessoas.

Se confirmado como um patógeno, pode representar o oitavo coronavírus único conhecido por causar doenças em humanos.

De acordo com o La República, a pesquisa foi iniciativa do epidemiologista Gregory Gray, da Duke University. Entre 2017 e 2018, o especialista e sua equipe coletaram amostras da mucosa nasal de pacientes com pneumonias recorrentes em um hospital da Malásia. Oito deles apresentavam vestígios de coronavírus canino no trato respiratório superior.

O cientista chegou a pensar que se tratava de um erro e enviou as amostras para a virologista Anastasia Vlasova, uma especialista mundial em coronavírus animais da Ohio State University, que confirmou que era esse vírus.

“Nossas descobertas ressaltam a ameaça à saúde pública dos CoVs animais e a necessidade de conduzir uma melhor vigilância para eles”, destacam os cientistas em artigo acadêmico.

IstoÉDinheiro

Os números oficiais de mortes atribuídas direta ou indiretamente à pandemia de covid-19 provavelmente estão "significativamente subestimados", disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (21), acrescentando que entre 6 milhões e 8 milhões de pessoas podem ter morrido até o momento.

Ao apresentar seu relatório anual Estatísticas Mundiais de Saúde, a OMS estimou que o total de mortes na pandemia foi de pelo menos 3 milhões em 2020 -- 1,2 milhão a mais do que o relatado oficialmente.

"Provavelmente estamos diante de um total significativamente subestimado de mortes atribuídas direta ou indiretamente à covid-19", afirmou.

A agência das Nações Unidas estima que cerca de 3,4 milhões de pessoas morreram diretamente em consequência da pandemia de covid-19 até maio de 2021.

"Este número, na verdade, seria duas a três vezes maior. Então acho que, por precaução, pode-se estimar seguramente cerca de 6 milhões a 8 milhões de mortes", disse Samira Asma, diretora-geral-assistente da Divisão de Dados e Análises da OMS, em entrevista coletiva virtual.

William Msemburi, analista de dados da OMS, lembrou que essa estimativa inclui tanto mortes não relatadas de covid-19 quanto mortes indiretas devidas à falta de capacidade hospitalar e restrições à circulação, entre outros fatores.

"O desafio é que as [cifras de mortes] por covid-19 relatadas subestimam o impacto total", afirmou Msemburi.

A OMS não detalhou os números aos quais os especialistas de saúde se referem como "mortalidade em excesso".

Reuters