vacineastraA Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) vai interromper a produção da vacina Oxford/AstraZeneca a partir desta quinta-feira (20) por falta de insumos importados da China. A previsão é que cheguem no sábado (22) dois lotes de IFA (ingrediente farmacêutico ativo) para a retomada da produção de 12 milhões de doses.

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Um dos lotes que estava previsto para o dia 29 de maio foi antecipado. "Com as novas remessas, as entregas de vacinas estão asseguradas até a terceira semana de junho", afirmou a fundação em nota. Segundo a Fiocruz, com o rápido escalonamento que a produção de vacinas atingiu, as remessas de IFA vêm sendo consumidas antes do tempo previsto inicialmente.

"O cronograma de entregas permanece semanal, sempre às sextas-feiras, conforme pactuado com o Ministério da Saúde, seguindo a logística de distribuição definida pela pasta", informou a fundação. Por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), a fundação já entregou 34,9 milhões de vacinas ao PNI (Programa Nacional de Imunização), do Ministério da Saúde. O Instituto Butantan, outro laboratório que produz vacinas no Brasil e que havia paralisado a fabricação pela falta insumos, deve receber lotes de IFA a partir da próxima quarta-feira (16). Serão 4 mil litros de insumos da China para a produção de cerca de 7 milhões de doses.

A fabricação havia sido suspensa na quinta-feira (13) da semana passada e a última entrega, de 1,1 milhão de doses ao Ministério da Saúde, ocorreu um dia depois. O instituto já entregou mais de 47 milhões de doses ao PNI. Apesar da incerteza, mantém a previsão de entrega de 100 milhões de doses até 30 de setembro.

O Ministério da Saúde afirma que já foram distribuídas cerca de 90 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 desde o início da campanha de vacinação, em 18 de janeiro. O ministério afirma que já foram distribuídas mais de 85,2 milhões aos estados e Distrito Federal. Além da CoronaVac e da Oxford/AstraZeneca, também começou a distribuição da Pfizer em maio.

R7

Foto: LIM HUEY TENG/REUTERS

 

antiviralUm novo antiviral foi fabricado por cientistas Cientistas da Universidade de Griffith, na Austrália, e do centro de pesquisas City of Hope, dos Estados Unidos, desenvolveram um tratamento antiviral que impede a replicação do novo coronavírus no corpo.

Através de testes feitos com camundongos infectados com a Sars-CoV-2 (o vírus causador da Covid-19), os cientistas mostraram que o tratamento foi capaz de reduzir em até 99,99% das partículas nos pulmões dos animais.

A medicação funciona da seguinte forma: por meio das nanopartículas lipídicas projetadas nas instituições da Austrália e dos EUA, o RNA de interferência pequena (siRNA) é entregado para os pulmões, local crítico de infecção. Ao chegar no destino, o siRNA ataca o genoma do vírus, impedindo a replicação. “Essas nanopartículas furtivas podem ser entregues a uma ampla gama de células pulmonares e silenciar genes virais”, afirmou Nigel McMillan, co-autor do estudo e diretor do Programa de Doenças Infecciosas e Imunologia do Menzies Health Institute Queensland (MHIQ).

O antiviral melhorou a sobrevida dos camundongos e aumentou a taxa de sobrevivência deles. “Notavelmente, em sobreviventes tratados, nenhum vírus foi detectado nos pulmões”, disse McMillan.

Desenvolvida para agir contra todos as variante do novo coronavírus, as nanopartículas são facilmente replicáveis e baratas para serem produzidas em larga escala. Elas se mostraram estável a 4°C por 12 meses e em temperatura ambiente por mais de um mês. Isso facilitaria a sua distribuição e uso em localidades com poucos recursos.

O antiviral deve passar por mais estudos, agora passando por testes clínicos em voluntários humanos, antes de ser submetido à aprovação das agências reguladoras.

Jetss

Foto: divulgação

A China decidiu reduzir de 4 mil para 3 mil litros o volume de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para produção da CoronaVac a ser remetido ao Brasil no próximo dia 26, informou nesta terça-feira (18) o Instituto Butantan.

Com a redução da remessa de IFA será possível produzir 5 milhões de doses da vacina pelo Butantan, informou o órgão. Na véspera, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), havia informado que o Butantan iria receber um lote de 4 mil litros de insumos da CoronaVac, suficientes para 7 milhões de doses, no dia 26 de maio. O Butantan, que é ligado ao governo de São Paulo - cujo governador Doria é desafeto do presidente Jair Bolsonaro - tinha afirmado que o IFA está pronto e disponível na China, dependendo apenas de aprovação de envio pelo governo chinês.

O Butantan e Doria afirmaram que recentes ataques de Bolsonaro à China têm interferido diretamente no cronograma de liberação de novos lotes de insumos pelos chineses. Nesta segunda-feira, Doria reiterou que o atraso se deve a uma "questão política e diplomática", mas demonstrou confiança em uma liberação em breve.

Em depoimento à CPI da Covid do Senado nesta terça, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo negou que atritos do governo Bolsonaro com a China tenham atrapalhado na remessa de insumos de vacinas ao Brasil.

Reuters

alzeimerPesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do Instituto Butantan concluíram que pessoas com demência tem mais chances de morte e de ficar com covid-19 grave, quando comparadas aos indivíduos saudáveis. No caso do Alzheimer, esse risco é três vezes maior e nos pacientes acima de 80 anos chega a ser seis vezes maior.

A demência é um grupo de sintomas causados por doenças degenerativas do sistema nervoso, que geram uma perda progressiva das funções do cérebro, como memória, raciocínio e discernimento. O Alzheimer é a enfermidade mais comum e afeta diretamente a memória, principal característica encontrada pelos cientistas na observação dos casos mais graves de covid-19 entre idosos.

Para fazer a pesquisa, os brasileiros usaram o banco de dados de saúde do Reino Unido, que tem os registros dos atendimentos desde 2006, com cerca de 500 mil voluntários atendidos pelo sistema de saúde público do país.

Como lá são feitos exames da covid em grande escala, foi possível comprar os pacientes infectados em estado grave ou não, os óbitos, com os britânicos que tinham alguma doença pré-existente. Foram analisados 12,8 mil idosos, nas faixas etárias de 65 a 74, 75 a 79 e acima de 80 anos.

O ensaio percebeu que a idade dos infectados foi um fator determinante para o agravamento dos casos e sim as comorbidades.

Os dados mostraram que, enquanto hipertensos aumentaram no máximo 30% as complicações clínicas; e pessoas com câncer e asma diminuíam a incidência de casos, pacientes com demência tinham chance significativa de infecção, agravamento e óbito.

Em média, em portadores de Alzheimer, tiveram três vezes mais chances de infecção e de agravamento dos casos quando hospitalizados, podendo levar a óbito. Os resultados ainda mostram que pessoas acima dos 80 anos o risco aumentava em até seis vezes.

Os pesquisadores não concluíram o porquê de os riscos serem maiores, mas levantaram duas possibilidades. Uma delas é que os problemas no sistema imunológico e as inflamações crônicas aumentam a vulnerabilidade dos pacientes à covid-19 e diminui a capacidade do corpo reagir ao SARS-CoV-2.

A outra hipótese está relacionada à barreira hematoencefálica [estrutura do cérebro que protege o Sistema Nervoso Central (SNC) de substâncias potencialmente neuro tóxicas]. Os brasileiros descobriram que uma alteração nessa estrutura, causada pelo Alzheimer, pode aumentar os índices de infecção do sistema nervoso central.

R7

Foto: Pixabay