As empresas farmacêuticas devem dispor de três meses para liberarem a patente das suas vacinas contra covid-19 a outros fabricantes e, se não estiverem de acordo, devem ter suspensos seus direitos de propriedade intelectual, segundo sugeriu nesta quarta-feira (12) o Painel Independente sobre Preparação e Resposta à Pandemia.

A recomendação é o resultado de uma análise de oito meses de falhas na gestão da atual crise sanitária encomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O relatório apresentado hoje sugere um prazo de 90 dias para se chegar a um acordo com os países onde as vacinas são produzidas e as empresas proprietárias das patentes para que os imunizantes por elas desenvolvidos possam ser produzidos em mais partes do mundo.

Esta é vista como a única forma de aumentar a capacidade de produção a um nível suficiente para satisfazer a imensa demanda global por vacinas e para resolver o problema da distribuição desigual.

Para tanto, a OMS, que coordena a gestão global da pandemia, e a Organização Mundial do Comércio (OMC) são convidadas a reunir as empresas farmacêuticas e os países onde têm sua sede para procurarem uma solução negociada, à qual têm se mostrado relutantes.

Os países ricos com interesses no setor farmacêutico opuseram-se na OMC a uma proposta apresentada há mais de meio ano pela Índia e pela África do Sul no sentido de suspender temporariamente as patentes de vacinas, o que também é rejeitado pelas empresas, que argumentam que esta medida iria minar sua capacidade de inovação.

O recente anúncio do governo dos Estados Unidos de que é favorável a uma suspensão de patentes nesta situação de emergência sugere que as negociações sobre esta questão na OMC poderiam finalmente progredir.

As vacinas estão concentradas em países ricos, enquanto dezenas de nações ainda não começaram a imunização contra a covid-19 ou a fizeram em níveis insignificantes.

A copresidente do painel e ex-presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, recordou que alguns países compraram doses suficientes para vacinar sua população duas vezes.

Ao divulgar o relatório, Johnson apelou a todos os países que alcançaram cobertura vacinal suficiente para doarem "pelo menos um bilhão de doses até 1º de setembro" e dois bilhões de doses até meados de 2022.

Os principais beneficiários devem ser os 92 países mais pobres do mundo que não dispõem de recursos para comprar vacinas e estão à espera de receber doses do consórcio Covax, criado pela OMS para combater a distribuição desigual de vacinas.

EFE

A Secretaria de Saúde de Floriano realiza nesta quinta (13) e sexta-feira (14), a vacinação de pessoas com comorbidades, ou seja, doenças preexistentes que podem agravar a situação clínica de pacientes acometidos pela Covid-19 que tenham Diabetes, cirrose hepática, obesidade mórbida e doença renal crônica entre 55 e 59 anos.

Segundo a Diretoria de Imunização do município, outros grupos serão anunciados nos próximos dias, mas inicialmente foi preciso dividir as comorbidades em subgrupos, afim de evitar qualquer tipo de aglomeração nas unidades de saúde. As equipes de estratégia de saúde da família já foram comunicadas e se organizam para a busca ativa desses pacientes em cada região.

No momento da vacinação, é necessário apresentar um documento pessoal com foto (RG, CPF ou CNH); um laudo, declaração (médica ou de enfermagem) ou receita médica que comprove a comorbidade e o cartão de vacina.

Primeira etapa de vacinação de pessoas com comorbidades contra covid-19:

Data: quinta-feira (13) e sexta-feira (14) de maio

Público-alvo: 

Pessoas com doenças preexistentes (comorbidades) de 55 a 59 anos acometidas pelas seguintes doenças: 

- Diabetes;

- Cirrose hepática;

- Obesidade mórbida;

- Doença renal crônica;

Quais serão as próximas comorbidades?

saude

Nos próximos dias serão anunciadas novas comorbidades englobadas na faixa etária de 55 a 59 anos. São elas:

Pneumopatias graves: doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos, internação prévia por crise asmática). 

Doenças cardiovasculares: Insuficiência cardíaca (IC), Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar, Síndromes coronarianas, Valvopatias, Miocardiopatias e Pericardiopatias, Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas, Arritmias cardíacas, Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantados, Cardiopatias congênita no adulto.

Hipertensos (arterial resistente (HAR), estágio 3, estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade).

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão imediata do uso da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca/Fiocruz para mulheres gestantes. A orientação está em nota técnica emitida pela agência.

A orientação da Anvisa é que a indicação da bula da vacina AstraZeneca seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde A decisão é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas contra a covid-19 em uso no país.

“O uso off label de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica”, ressaltou a Anvisa.

A vacina vinha sendo usada em gestantes com comorbidades. Agora, só podem ser aplicadas nas grávidas a CoronaVac e a vacina da Pfizer.

Rio de Janeiro A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro decidiu suspender a vacinação de gestantes e puérperas na cidade até que “a investigação do caso de evento adverso em gestante seja finalizada pelo Ministério da Saúde e o Programa Nacional de Imunizações se pronuncie”.

São Paulo Devido a essa orientação da Anvisa, a prefeitura de São Paulo suspendeu preventivamente a aplicação de vacinas contra covid-19 da AstraZeneca/Fiocruz para gestantes. A suspensão será mantida até que ocorra uma nova orientação por meio do PNI.

A vacinação contra a covid-19 permanece em andamento e ganhou novos públicos elegíveis nesta terça-feira (11): metroviários, ferroviários, mães de recém-nascidos com comorbidades e pessoas com deficiência permanente inscritos no Benefício de Prestação Continuada (entre 55 e 59 anos).

Texto atualizado com os dois últimos parágrafos, que tinham sido publicados originalmente como uma matéria à parte. Os textos foram incorporados em uma única matéria por tratarem do mesmo assunto. Posteriormente, às 9h45, foi incluído parágrafo com informações sobre o Rio de Janeiro.

Agência Brasil

anticorposOs anticorpos contra o vírus que causa a covid-19, o SARS-CoV-2, desenvolvidos por pessoas infectadas, persistem, na maioria dos casos, por pelo menos 8 meses após a doença. A conclusão foi de um estudo divulgado nesta terça-feira (11) pelo Hospital San Raffaele de Milão e pelo ISS (Instituto Superior de Saúde Italiano).

Os infectados que produzem anticorpos nos primeiros 15 dias têm um risco menor de sofrer sintomas graves da covid-19, acrescenta o estudo, publicado na revista científica "Nature Communications". A duração dos anticorpos e a importância da presença precoce deles no combate à infecção são os dois principais resultados da investigação, realizada pela Unidade de Evolução e Transmissão Viral do Hospital San Raffaele e pelo Instituto de Investigação da Diabetes do San Raffaele, em colaboração com o Centro de Saúde Global e o Departamento de Doenças Infecciosas do ISS.

A partir do acompanhamento de 162 pacientes contaminados pelo coronavírus e com vários sintomas, a pesquisa concluiu que os anticorpos permanecem no corpo por pelo menos 8 meses, independentemente da gravidade da doença, da idade dos pacientes ou da presença de patologias anteriores.

As primeiras coletas de sangue correspondem aos meses de março e abril de 2020, enquanto as últimas foram realizadas em novembro.

"Oito meses após o diagnóstico, havia apenas três pacientes que não tinham mais o teste de anticorpos positivo", explicaram hoje em um comunicado o ISS e o hospital San Raffaele.

Ainda segundo a pesquisa, 79% das pessoas testadas produziram anticorpos nas primeiras duas semanas desde o início dos sintomas. Aquelas que não criaram a proteção apresentaram um risco maior de desenvolver doenças graves, independentemente de outros fatores.

“Os pacientes que não conseguem produzir anticorpos neutralizantes na primeira semana de infecção devem ser identificados e tratados a tempo, pois têm alto risco de desenvolver formas graves da doença”, disse a diretora da Unidade de Evolução e Transmissão Viral do Hospital, Gabriella Scarlatti.

O estudo tem "implicações tanto para o tratamento clínico da doença, quanto para conter a pandemia", acrescentou Scarlatti. A pesquisa também analisou a reativação de anticorpos contra os coronavírus sazonais, responsáveis ​​pelo resfriado, e concluiu que eles "reconhecem parcialmente o novo coronavírus e podem ser reativados após a infecção, embora não sejam eficazes em neutralizar o vírus da covid-19".

No entanto, essa é uma boa notícia, pois existia o temor que a expansão desse tipo de anticorpos retardasse a produção dos específicos para SARS-CoV-2 e tivesse efeitos negativos no curso da infecção.

EFE

Foto: Pixabay