astrazenecaoxfordA MHRA (Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde do Reino Unido) afirmou nesta quinta-feira (6) que há evidências de que coágulos ligados à vacina de Oxford ocorreram mais em mulheres do que em homens, acrescentando que a diferença na incidência é pequena.

As autoridades britânicas haviam dito anteriormente que a incidência dos coágulos estava ligada à idade e que uma ligação com o sexo não havia sido estabelecida, observando que mais mulheres foram vacinadas do que homens. "Existem agora algumas evidências de que a taxa de incidência relatada é maior em mulheres em comparação com os homens, embora isso não seja visto em todas as faixas etárias e a diferença continue pequena", disse a MHRA em suas atualizações semanais.

A vacina de Oxford foi minuciosamente examinada quanto à questão dos coágulos muito raros, com maior incidência em pessoas mais jovens. Alguns países, incluindo a Grã-Bretanha, recomendam que apenas pessoas com mais de uma certa idade tenham a chance.

Nos últimos dados semanais, a MHRA disse que a incidência de casos de coágulos raros e baixos níveis de plaquetas foi de 10,5 por milhão de doses, em comparação com 9,3 por milhão na semana passada.

Ocorreram 242 casos de coágulos, dos quais 6 ocorreram após a segunda dose. Até 28 de abril, foram 22,6 milhões de primeiras doses da vacina de Oxford administradas na Grã-Bretanha, com 5,9 milhões de segundas doses.

"Os benefícios da vacina superam os riscos na maioria das pessoas", afirmou a MHRA.

Reuters

Foto: ROB ENGELAAR / EFE - EPA

 

A campanha de vacinação contra a Covid-19 naturalmente gera dúvidas na população. Recentemente, Veja Saúde recebeu muitas questões especificamente sobre a aplicação da vacina em pessoas que já pegaram o coronavírus. Afinal, é para tomar o imunizante? Caso eu pegue o Sars-CoV-2 entre a primeira e a segunda dose, o que fazer? Diante disso, produzimos um conteúdo especial com cinco perguntas e respostas sobre o assunto. Confira:

  1. Devo tomar a vacina se já tive Covid-19? Sim. É verdade que, após a infecção de verdade, nosso corpo tende a gerar anticorpos e outros mecanismos de defesa. No entanto, nem sempre se cria a chamada "memória imunológica", que é a capacidade de reconhecer uma segunda invasão e impedir seus estragos. Além disso, o surgimento das variantes parece aumentar o risco de reinfecção.

Outro ponto: não sabemos por quanto tempo um organismo que já sofreu com a Covid-19 manteria as defesas naturais contra o vírus. Um dos estudos mais recentes, publicado no periódico científico Nature, indica que os anticorpos continuam circulando por pelo menos cerca de seis a oito meses. Os cientistas da Universidade Rockfeller, nos Estados Unidos, chegaram a essa conclusão após analisar amostras de sangue de 188 voluntários.

Verdade que também não conhecemos o tempo exato que as vacinas conferem proteção — há pesquisas em andamento avaliando esse quesito. Ainda assim, a injeção serviria para renovar e fortalecer a proteção entre quem já pegou a doença antes.

Todas as vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reduzem o risco de sofrer com a Covid-19, e não trazem efeitos colaterais adicionais entre indivíduos que manifestaram a enfermidade anteriormente.

  1. Quem se curou da Covid-19 deve esperar quanto tempo para aplicar a vacina? A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) orienta esperar pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas. Se o caso foi assintomático, o indivíduo deveria contar o mesmo período a partir do primeiro resultado positivo no exame de RT-PCR.

Para aqueles que chegaram a ser internados, também se indica aguardar o completo restabelecimento antes de buscar as doses.

Mas a pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm, explica que esse tempo é uma medida de precaução, e não uma contraindicação. Não há dados indicando que, se um paciente infectado tomar a vacina antes desse prazo, ele corre qualquer risco.

"A orientação serve porque a pessoa pode apresentar sintomas e complicações tardias do coronavírus em si. Se ele receber a vacina nesse meio tempo, é possível que os sinais da doença sejam confundidos com possíveis reações adversas do imunizante", esclarece Isabella.

  1. O que acontece se alguém infectado com coronavírus, mas sem sintomas, tomar a vacina? Pode ficar tranquilo. Não há evidências de que a saúde dessas pessoas esteja em risco caso recebam a picada, mesmo no período de incubação do vírus.

Como dissemos, aquele tempo de espera para receber as injeções entre quem sabe que está com a enfermidade serve para evitar a confusão dos sintomas, não por uma questão de segurança.

  1. Quem está com sintomas gripais pode aplicar a vacina do coronavírus? Outros quadros respiratórios possuem sinais similares aos da Covid-19. Entre eles, podemos falar de gripe, resfriado, bronquite e até condições que não afetam os pulmões, a exemplo da dengue.

Mesmo que você não tenha sido diagnosticado com Sars-CoV-2, a recomendação também é aguardar quatro semanas do início dos sintomas e a recuperação total para aplicar a vacina. Aliás, isso vale para qualquer imunizante.

  1. Como fica a situação de quem pegou coronavírus entre a primeira e a segunda dose? Sim, é possível desenvolver a Covid-19 no intervalo entre as duas picadas. Caso isso aconteça, você não vai precisar tomar a primeira dose de novo quando se recuperar.

O recomendado é tentar seguir o calendário vacinal normalmente, mas respeitando aquela regra das quatro semanas de espera após o início dos sintomas. Não há problema se houver um pequeno atraso por causa disso: o importante é receber a segunda dose assim que estiver liberado.

Veja Saude

spuntinikkA Rússia registrou nesta quinta-feira (6) a vacina contra covid-19 em dose única Sputnik Light, com eficácia declarada de 79,4%, e com a qual Moscou busca dar um novo impulso à campanha de vacinação neste país para imunizar um grande número de pessoas em menos tempo.

De acordo com um comunicado do Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (FIDR), o imunobiológico protege contra cepas do coronavírus conhecidas até agora. Isso fica claro a partir dos resultados das análises realizadas pelo Instituto Gamaleya da Rússia, desenvolvedor da vacina.

“O Sputnik Light não exige condições especiais de armazenamento e transporte e tem um preço acessível de menos de US$ 10 [R$ 53]”, diz a nota do FIDR, fundo russo encarregado de promover e comercializar a vacina.

Segundo o diretor do Centro Gamaleya, Alexandr Ginzburg, a Sputnik Light pode ser uma boa opção tanto para a vacinação inicial quanto para a revacinação.

O FIDR observa que a Sputnik Light foi desenvolvida em uma base "estudada e verificada" de adenovírus humanos que se destacam por sua segurança, eficácia e ausência de efeitos adversos de longo prazo.

Ao mesmo tempo, especifica que a principal vacina para a imunização da população continua sendo a Sputnik V, que é aplicada em duas doses e foi autorizada para uso em mais de 60 países.

 

EFE

Foto: AKHTAR SOOMRO/REUTERS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou hoje (5) para a necessidade de reduzir desigualdades no acesso a uma boa higiene das mãos e outras medidas de prevenção e controle de infeções nos países mais pobres.

No Dia Mundial da Higienização das Mãos, a OMS lança um portal de monitoramento online que ajudará os países a identificarem as falhas e a resolver os problemas.

Em comunicado, a organização considera que a higiene das mãos é "um sério desafio a qualquer momento". Destaca que a pandemia de covid-19 mostrou dramaticamente a importância da prática na redução do risco de transmissão, quando usada como parte de um pacote abrangente de medidas preventivas.

Uma boa higiene das mãos "também é vital na prevenção de quaisquer infecções adquiridas nos cuidados de saúde, na propagação da resistência antimicrobiana e outras ameaças emergentes à saúde", afirma.

A OMS lembra que a infeção adquirida durante a prestação de cuidados de saúde é "um grande problema global" e que os doentes nos países subdesenvolvidos têm duas vezes mais probabilidade de se infectarem nessas circunstâncias do que os dos países mais ricos (15% e 7%, respectivamente).

O risco em unidades de cuidados intensivos, principalmente em recém-nascidos, é entre duas e 20 vezes maior, diz a OMS. Segundo a organização, em alguns países subdesenvolvidos apenas um em cada dez profissionais de saúde pratica a higiene adequada das mãos enquanto cuida de pacientes com alto risco de infecções, porque "simplesmente não tem instalações para isso".

A OMS diz ainda que a falta de recursos financeiros e a falta de condições de infraestrutura são os principais desafios para avançar nessa área. Informa que o relatório de balanço global de 2020 sobre o programa Wash (lavagem de mãos) em unidades de saúde revela que, globalmente, uma em cada quatro unidades de saúde não tem serviços básicos de água e uma em cada três, produtos suficientes para higienizar as mãos.

De acordo com o relatório da OMS que abrange 88 países, o nível de progresso dos programas de higiene das mãos e prevenção e controle de infecções foi significativamente menor nos países subdesenvolvidos.

Em 2018, apenas 45% dos países mais pobres tinham um programa nacional desse gênero implementado, em comparação com 53% a 71% dos países mais ricos. O orçamento definido para esse programa estava disponível apenas em 5% dos países subdesenvolvido, em comparação com 18% a 50% dos países mais ricos.

Embora existissem diretrizes nacionais sobre práticas de higiene e desinfeção das mãos em 50% dos países subdesenvolvidos e entre 69% e 77% dos países mais ricos, apenas 20% e entre 29% e 57%, respectivamente, tinham planos e estratégias de implementação.

Em geral, apenas 22% de todos os países monitoraram a aplicação e o impacto desses programas.

Ao admitir que poucos países têm capacidade para monitorar esses programas com eficácia, a OMS considera que o primeiro portal agora lançado "é uma plataforma online protegida para os países recolherem dados de maneira padronizada e fácil de usar, além de fazer o download das suas análises após a introdução dos dados, juntamente com conselhos sobre diversas áreas e abordagens para melhorias".

Os dados da OMS indicam que as infecções adquiridas nos cuidados de saúde afetam todos os anos milhões de doentes e profissionais em todo o mundo. Quase nove milhões são registradas anualmente só na Europa.

Metade dessas infecções pode ser evitada com a implementação de práticas e programas eficazes, incluindo estratégias de melhoria da higiene das mãos. Essas estratégias também podem evitar três em cada quatro mortes relacionadas com as infecções que ocorrem em unidades de saúde.

"Investir em estratégias eficazes também pode gerar retornos financeiros significativos. A implementação de políticas de higiene das mãos pode gerar uma economia em média 16 vezes superior ao custo da sua aplicação", acrescenta.

Por RTP - Genebra