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A variante delta do coronavírus já foi detectada em pelo menos 111 países, segundo o mais recente boletim epidemiológico da Organização Mundial da Saúde (OMS). Assim como as outras variantes de preocupação (alpha, beta e gamma), ela é mais transmissível. Entretanto, ainda não é possível afirmar se as variantes provocam casos mais graves ou se são mais letais.

“Por enquanto, o que sabemos é que a variante delta é mais transmissível, mas ainda não conseguimos definir exatamente quão mais grave é. Isso vem desde a alpha”, diz a imunologista Ester Sabino. Como a variante delta avança pelo mundo e quais as perspectivas para o Brasil O infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, também destaca que, até aqui, só está comprovada a alta transmissibilidade das variantes.

“Ainda não há comprovação que as variantes, inclusive a delta, tenham uma taxa de virulência maior entre os infectados. O que acontece é que, como elas são mais transmissíveis, há chances da população, caso infectada, desenvolva a doença, seja casos leves, moderados ou graves”, explica Kfouri. Potencial de contágio A pesquisadora Melissa Markoski, professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, explica que a variante Delta é mais contagiosa e uma das formas de visualizar esse dado é através do seu R0 (lê-se 'R' -zero), que mede a taxa de reprodução do agente.

Em outras palavras, o R0 é o número médio de pessoas que cada infectada com um vírus consegue contaminar, considerando que as pessoas não estão vacinadas e nem utilizaram métodos de se proteger do contágio. "Quando a R0 é menor que 1, significa que o agente está controlado, explica Markoski.

Entre as variantes da da Covid-19, a variante Delta (a que surgiu na Índia) é a mais contagiosa, apresentando R0 entre 5 a 8. Uma taxa maior de contágio, contudo, não significa maior taxa de mortalidade.

Markoski explica que embora sejam conceitos diferentes, muitas vezes maior taxa de contágio é relacionado à maior gravidade de uma determinada doença. Isso acontece porque, se uma doença for mais contagiosa, haverá mais casos na população, o que pode ocasionar em um aumento no número bruto de hospitalizações e mortes.

Mutação do vírus é comum Uma variante é resultado de modificações genéticas que o vírus sofre durante seu processo de replicação. Isso ocorre de maneira aleatória. “Variantes aparecem todos os dias, centenas ou milhares, eu diria. A cada vez que o vírus se copia, ele sofre mutações”, explica Kfouri.

Um único vírus pode ter inúmeras variantes. Quanto mais o vírus circula – é transmitido de uma pessoa para outra –, mais ele faz replicações, e maior é a probabilidade de modificações no seu material genético que vão dar origem a novas variantes.

“Existem milhares de variantes, todos os dias surgem novas. E no meio de milhares de novas variantes aparece uma com capacidade maior de transmissão, que toma conta da epidemia. Quanto mais damos chances, mais variantes piores aparecem”, diz Sabino.

Por isso, Raquel Muarrek, infectologista do Hospital São Luiz e do Emilio Ribas, ressalta que é importante avançarmos na vacinação da população para evitar que o vírus continue tenso sucesso em suas mutações.

"Qual é o problema: temos combinações dessas mutações. Pessoas vacinadas apenas com uma dose ou não vacinadas fazem uma combinação ou uma mutação do vírus", afirma Muarrek.

G1

vacinainfantilA ONU alerta sobre o risco de uma "catástrofe absoluta" se o perigoso atraso na vacinação de crianças em decorrência da pandemia de Covid-19 não for resolvido e as restrições sanitárias forem suspensas muito rapidamente. Em 2020, em todo o mundo, 23 milhões de crianças não receberam as três doses da vacina contra difteria, tétano e coqueluche, que servem como medida de referência, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (15) pela OMS e Unicef.

Esse número de crianças não vacinadas é mais alto desde 2009 e representa um aumento de 3,7 milhões de menores em relação a 2019. "Em 2021, temos o potencial para que aconteça uma catástrofe absoluta", afirmou a médica Kate O'Brien, diretora do Departamento de Vacinação da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Genebra.

A pandemia provocou um desvio de recursos e funcionários para a luta contra o coronavírus, e muitos serviços médicos tiveram que fechar ou reduzir seus horários. Por temor do vírus, as pessoas também evitaram sair de casa para ir a postos de vacinação, mesmo quando as medidas restritivas não proibiam deslocamentos.

A situação das crianças desprotegidas e uma suspensão muito rápida das restrições sanitárias contra a Covid-19 já demonstram efeitos nocivos para a saúde, por exemplo com surtos de sarampo no Paquistão, sublinhou O'Brien. Esses dois fatores combinados são "a catástrofe absoluta contra a qual estamos soando o alarme agora, porque precisamos agir imediatamente para proteger essas crianças", insistiu a especialista. inal de alerta O número de 23 milhões de crianças não imunizadas no ano passado com as três doses da vacina contra difteria, tétano e coqueluche não é o único sinal alarmante. Ainda mais grave para a OMS e o Unicef é que 17 milhões de crianças – a maioria delas vivendo em zonas de conflito, locais isolados ou bairros altamente desfavorecidos e privados de infraestrutura de saúde – certamente não tomaram qualquer tipo de vacina no ano passado.

Esses números "são um sinal de alarme claro, a pandemia de Covid-19 e os distúrbios que causou nos fizeram perder um terreno precioso que não podemos abrir mão", disse a diretora da Unicef, Henrietta Fore. "As consequências serão pagas em mortes e perda de qualidade de vida da maioria vulnerável", lamentou ela. A taxa de vacinação para difteria, tétano e coqueluche estava estagnada em 86% por vários anos antes da pandemia e em 2020 caiu para 83%. No caso do sarampo, uma doença altamente contagiosa que necessita de um percentual de cobertura vacinal de 95% para ser controlada, apenas 71% das crianças receberam a segunda dose. México em apuros Nas Américas, há uma "tendência preocupante de longo prazo", apesar do declínio associado à pandemia ter sido modesto (2 pontos percentuais a menos do que em 2019). "A desinformação sobre vacinas, a instabilidade e outros fatores formam um panorama preocupante" na região onde "a taxa de vacinação continua caindo", afirmam a OMS e o Unicef.

Apenas 82% das crianças estão totalmente imunizadas com a vacina contra difteria, tétano e coqueluche, em comparação com 91% em 2016. O México é um dos países em que o número de crianças não cobertas pela primeira dose de vacinas contra essas três doenças aumentou mais rapidamente, passando de 348.000 em 2019 para 454.000 no ano passado.

Na Ásia, a taxa de cobertura caiu de 91% para 85% em 2020 na Índia, que teve 3,5 milhões de crianças parcialmente vacinadas ou não vacinadas. Paquistão, Indonésia e Filipinas também viram o número de crianças desprotegidas aumentar.

A ONU ressalta que é importante que a distribuição de imunizantes contra Covid-19 não seja feita em detrimento dos programas de vacinação infantil.

G1

Foto: Agência Saúde/Divulgação

delanoA Prefeitura de Divinópolis, a 120 km de Belo Horizonte, rebateu um vídeo publicado em redes sociais por um médico da cidade que questionava a eficácia da vacina CoronaVac.

Na gravação, Delano Santiago, que trabalha em uma clínica particular e em um posto de saúde público, afirma que, seis meses após receber o imunizante, fez um teste para medir o nível de anticorpos e que o percentual teria ficado abaixo do indicado.

No entanto, a prefeitura questionou os argumentos apresentados pelo médico. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os órgãos reguladores "desaconselham a realização de testes de dosagem de anticorpos neutralizantes para avaliar a proteção imune contra Covid-19 gerada por meio dos imunobiológicos". Para refutar a teoria do profissional, o município citou nota técnica da Sociedade Brasileira de Imunizações. O documento divulgado no último dia 26 de março destaca que "os estudos de avaliação de eficácia vacinal baseados em testes sorológicos têm demonstrado grandes variações em diferentes cenários epidemiológicos frente às diferentes vacinas, complicando ainda mais a interpretação dos resultados de mensuração de anticorpos neutralizantes".

A Secretaria de Saúde também citou outro relatório da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publicado no início de junho, destacando que ainda não há estudos que indicam a quantidade de anticorpos neutralizantes necessária para garantir a proteção contra a covid-19.

"Os imunobiológicos em uso no Brasil passaram por análise e autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os municípios brasileiros devem seguir o esquema vacinal e dosagem estabelecidos pela Anvisa e que foram definidos após estudos clínicos específicos", defendeu a prefeitura.

Investigação

A prefeitura informou à reportagem que avalia as circunstâncias em que o vídeo do médico Delano Santiago foi gravado. Caso tenha relação com a atuação do especialista na unidade de saúde pública, o município irá abrir um procedimento contra ele. A reportagem procurou o médico para comentar o assunto, mas aguarda retorno.

R7

Foto: reprodução redes sociais

spuntinikUma única dose da vacina Sputnik V pode desencadear uma forte resposta imune contra o coronavírus. Isso é o que mostrou um estudo realizado na Argentina e publicado na terça-feira (13) no periódico Cell Reports Medicine.

A pesquisa foi feita com 289 profissionais de saúde. Três semanas após a segunda dose, todos os voluntários sem infecção anterior geraram anticorpos imunoglobulina G (IgG) específicos para vírus, o tipo mais comum de anticorpo encontrado no sangue.

Cerca de 94% desses participantes desenvolveram anticorpos IgG contra o vírus três semanas após terem recebido a primeira dose e 90% apresentaram evidências de anticorpos neutralizantes, que interferem na capacidade dos vírus de infectar as células.

A pesquisa ainda revela que os níveis de IgG e anticorpos neutralizantes em participantes previamente infectados foram significativamente maiores após uma dose do que em voluntários totalmente vacinados sem histórico de infecção. Uma segunda dose não aumentou a produção de anticorpos neutralizantes em voluntários previamente infectados.

"Isso destaca a resposta robusta à vacinação de indivíduos previamente infectados, sugerindo que a imunidade adquirida naturalmente pode ser aumentada o suficiente por uma única dose, de acordo com estudos recentes usando vacinas de mRNA", afirmou a autora do estudo Andrea Gamarnik da Fundación Instituto Leloir-CONICET, em Buenos Aires, na Argentina.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a importação e uso da Sputnik V no Brasil com restrições para sete estados: Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Amapá, Paraíba e Goiás.

Pesquisas anteriores mostram que duas doses de Sputnik V oferecem 92% de eficácia contra a covid-19. O resultado desse estudo aponta que uma única dose alcançaria maior benefício para a saúde pública do que duas doses, permitindo a proteção de uma população maior mais rapidamente, descrevem os pesquisadores.

"Devido ao fornecimento limitado de vacinas e à distribuição desigual de vacinas em muitas regiões do mundo, as autoridades de saúde precisam urgentemente de dados sobre a resposta imune às vacinas para otimizar as estratégias de vacinação", disse Andrea. "Os dados revisados ​​por pares que apresentamos fornecem informações para orientar as decisões de saúde pública à luz da atual emergência global de saúde", acrescentou.

R7

Foto: ZOLTAN BALOGH/MTI/MTVA/POOL VIA REUTERS