Os jovens a partir de 16 anos sem morbidades vão ser vacinados contra Covid 19, nessa sexta-feira, 20, foi o que anunciou o prefeito de Amarante, Diego Teixeira, em suas redes sociais. O município tem um dos calendários de vacinação mais adiantados do Piauí e é o primeiro a anunciar a vacinação para essa faixa etária.
Para a vacinação será necessário apresentar comprovante de residência. O estado do Piauí já vacina adolescentes com idade acima de 12 anos, mas somente com comorbidades ou deficiência permanente.
Na semana passada, o município de Amarante anunciou que tinha concluído toda a etapa da primeira dose para pessoas com idade acima dos 18 anos. Até agora, somente dez municípios atingiram essa marca. “Nossa meta agora é vacinar com a primeira dose os adolescentes e concluir o ciclo de imunização com a segunda dose para quem tem mais de 18 anos”, explica o prefeito Diego Teixeira.
O prefeito destaca ainda o impacto positivo da vacinação no município. “Desde que avançamos na vacinação, reduzimos bastante o número de casos ativos e geralmente esse número é menor que 10. Já tivemos vários dias sem casos ativos e estamos há mais de dois meses sem registro de mortes. Isso é efeito da vacina”, destaca Diego Teixeira.
O Secretário de Saúde de Floriano, James Rodrigues, retomou as discussões sobre a implantação de uma Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia no município, em conversa com o diretor do Hospital Regional Tibério Nunes, Davyd Basílio. O encontro aconteceu nesta quarta-feira (18) e contou com a presença do médico auditor Pedro Attem, da enfermeira auditora, Eloisa Dantas e o enfermeiro coordenador do Programa Ambulatorial da SMS, João Felipe.
A proposta levada pelo gestor da saúde de Floriano é de que seja implantado no município, uma Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). Os Unacons são hospitais que possuem recursos humanos e tecnológicos adequados para a prestação de assistência especializada de alta complexidade, sendo responsáveis pelo diagnóstico definitivo e tratamento dos cânceres mais prevalentes no Brasil. Podem ter ou referenciar os serviços de radioterapia, hematologia, oncologia pediátrica e medicina nuclear com iodoterapia.
Segundo James Rodrigues, o Hospital Tibério Nunes tem condições reais de receber essa estrutura ao ser habilitado pelo Ministério da Saúde. “Com a vinda da consulta em cirurgia oncológica, o prefeito Joel Rodrigues pediu que se fizesse um estudo para analisar a viabilidade da implantação desse serviço e agora vamos alinhar com a direção do HTN os próximos passos a seguir. Nós temos condições físicas, estruturais, humana e política para tal”, disse.
Conforme a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (Portaria 874/2013), o paciente com câncer deve receber assistência especializada e integral, de forma que a detecção precoce, o diagnóstico, o estadiamento, o tratamento, a reabilitação e os cuidados paliativos sejam oferecidos oportunamente, permitindo a continuidade do cuidado.
No Sistema Único de Saúde (SUS), esse paciente é inicialmente atendido na Unidade Básica de Saúde (UBS) ou em um hospital geral e, após o diagnóstico de câncer, encaminhado para um estabelecimento de saúde habilitado como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon).
Mas qual é o papel dos Unacons e Cacons no cuidado ao paciente com câncer? E qual é a diferença entre eles?
Os Unacons são hospitais que possuem recursos humanos e tecnológicos adequados para a prestação de assistência especializada de alta complexidade, sendo responsáveis pelo diagnóstico definitivo e tratamento dos cânceres mais prevalentes no Brasil. Podem ter ou referenciar os serviços de radioterapia, hematologia, oncologia pediátrica e medicina nuclear com iodoterapia.
Já os Cacons são hospitais que apresentam recursos humanos e tecnológicos apropriados para a prestação de assistência especializada de alta complexidade, sendo responsáveis pelo diagnóstico definitivo e tratamento de todos os tipos de câncer, mas não obrigatoriamente dos cânceres raros e infantis.
Os Cacons devem ter serviços de radioterapia e hematologia, além dos serviços de cirurgia e oncologia clínica que também devem ser disponibilizados nos Unacons. Apenas os serviços de oncologia pediátrica e medicina nuclear com iodoterapia podem ser referenciados nos hospitais habilitados como Cacon.
Ambos tipos de estabelecimentos de saúde devem ter equipe multiprofissional e multidisciplinar para oferecer serviços de apoio nas áreas de psicologia clínica, nutrição, farmácia, fisioterapia, odontologia, psiquiatria, fonoaudiologia e outros.
Além disso, as rotinas e condutas desses hospitais devem seguir os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas publicados pelo Ministério da Saúde. Caso estes não estiverem disponíveis, as condutas e protocolos devem ser estabelecidos a partir de recomendações baseadas em evidências científicas, como na Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS).
Os Cacons e Unacons também são responsáveis pelo fornecimento de medicamentos antineoplásicos, já que o SUS não possui uma tabela que contemple esses fármacos. Eles devem padronizar, adquirir e prescrever os medicamentos oncológicos que forem necessários para o cuidado integral do paciente com câncer.
Mesmo com a evolução da vacinação no Brasil, com mais de 56% da população com a primeira dose e 25% com a segunda, o futuro da pandemia por aqui segue incerto. Profissionais da saúde e pesquisadores apontam alguns fatores que causam o clima de dúvidas.
O mais relevante deles são os efeitos que a variante Delta causam no controle da circulação do vírus, no número de novos casos e de óbitos, e como será sua atuação entre não-vacinados.
A cepa que foi registrada pela primeira vez na Índia é mais transmissível que o vírus original e, baseado em dados da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), tem a possibilidade de se propagar pelo país mais rapidamente do que a Gama, vírus que surgiu no Amazonas e causou o colapso da saúde de Manaus no começo do ano.
Segundo Raquel Stucchi, infectologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a mutação do vírus tem atingido fortemente os não-vacinados. "Pode ter uma mudança de perfil aqui e no mundo. Por exemplo, nos EUA, mesmo com todas as campanhas e até a oferta de dinheiro para as pessoas se vacinarem, eles seguem com 50% de vacinados. Os casos estão acontecendo predominantemente nas pessoas não-vacinadas. Na hora que aumenta o número de casos na população, aumentamos o número de casos também nas crianças, que não têm previsão ainda de serem imunizadas", alerta a médica.
"Além disso, ainda não sabemos, mas é possível que a Delta cause uma proporção de casos assintomáticos ainda maior nas crianças. Ainda não temos dados científicos concretos sobre isso, mas é possível", acrescenta ela.
Imunização completa A alto número de pessoas que não terminaram o esquema vacinal também é determinante para os próximos passos da crise sanitária no país. Dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 7 milhões de brasileiros não voltaram para receber a segunda dose dos imunizantes. O que não garante a proteção mais eficaz das vacinas.
"O número de pessoas que não voltaram para a segunda dose é preocupante, mas percentualmente comparado pelo número de pessoas vacinadas, não é tão relevante em termos gerais. Mas o surgimento da Delta pode deixar essas pessoas com menos proteção e principalmente quando pensamos na imunidade individual", explica o epidemiologista Eliseu Waldman, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.
A infectologista ressalta, também, que não completar o esquema ajuda na circulação do vírus. "Não tomar as duas vacinas, nós sabemos que facilita que a variante Delta ocupe mais espaço. Além de nos preocuparmos com a Delta, que se transmite mais e dá quadro mais grave, nós favorecemos também o aparecimento de novas variantes. Aí, fica em aberto o comportamento dessa possível nova variante frente às vacinas", diz Raquel.
Estratégias de vacinação dos brasileiros O ritmo da vacinação do Brasil aumentou nos dois últimos meses, chegando ao ritmo de 1,4 milhões de aplicações por dia em 7 meses de campanha. No entanto, 75% da população ainda precisa completar a imunização.
"A velocidade de vacinação no Brasil é de tartaruga, de lesma. A perspectiva mais otimista nossa é acabar com a vacinação dos acima de 18 anos em novembro. Se você jogar uma porcentagem de 80% da população vacinável imunizada em novembro e dezembro, nós teremos uns 20% da população que foi vacinada em janeiro e fevereiro e estará vacinada aproximadamente há 10 meses e perdendo a proteção", afirma a infectologista da Unicamp.
A preocupação com os primeiros imunizados, idosos acima dos 70 anos e profissionais de saúde, aumenta à medida em que a duração da proteção ainda não é conhecida pelas farmacêuticas, já que as indústrias tiveram de colocar as vacinas no mercado rapidamente para conter a covid no mundo.
A discussão de uma terceira dose nesse público é extremamente necessária, segundo os especialistas. "Senão, sempre teremos uma quantidade muito grande de pessoas suscetíveis à doença e não terminamos esse ciclo nunca. Talvez, a terceira não seja para todo mundo. Neste momento, é para o grupo que foi vacinado há muito tempo, como os idosos bem idosos, os profissionais de saúde que estão na linha de frente e não podem parar", salienta Raquel.
Por sua vez, o epidemiologista entende que essa preocupação tem de surgir após a imunização da grande maioria da população brasileira.
"Não conseguimos imaginar qual serão os próximos passos da pandemia no Brasil. Acredito que a partir do ano que vem conseguiremos ter doses suficientes e estudos que apontem quais as melhores estratégias, terceira dose ou reforço, para proteger todas as pessoas. Porém, agora, o pensamento é mesmo concluir a vacinação das pessoas acima dos 18 anos, primeiro com uma dose. A partir daí, pensamos na segunda dose e antecipação, mas só com todos vacinados na primeira. Só então, temos de pensar em terceira dose ou reforço de imunização", observa o professor da USP.
Efeitos no sistema de saúde Quando o assunto é o futuro da pandemia, Waldman lembra que ainda não conseguimos precisar como o sistema de saúde reagirá, tanto o SUS (Sistema Único de Saúde), quanto os hospitais e consultórios particulares, às consquências da doença no país.
"Outro tema preocupante é quais serão os efeitos da pandemia na saúde pública do Brasil. As pessoas que tiveram covid longa ou até mesmo sem gravidade apresentam sequelas e nós ainda não sabemos a duração e a gravidade desses efeitos. Foram muitos infectados e ainda temos muitas incertezas. Acredito que o sistema será atingido fortemente, porque essas pessoas precisam e precisarão de atendimento médico pós-covid", conclui o médico.
Vírus não está perto de ser eliminado Além disso, pesquisadores se preocupam que o Brasil e o mundo não agem para efetivamente acabar com o vírus e a covid. Os passos tomados indicam que as pessoas terão de conviver com a doença.
Alexandre Naime Barbosa, infectologista e professor Faculdade de Medicina, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Botucatu, interior de São Paulo, é firme ao dizer que as ações não estão sendo tomadas para erradicar a covid do mundo.
"Nós não vamos viver um cenário de eliminação da covid a curto e médio prazos. Vamos ter um cenário de mitigação, de coabitação com o vírus. Não estamos caminhando para um modelo de eliminação da doença como há com o sarampo e a rubéola, porque as vacinas não são efetivas a ponto de evitar a transmissão. Estamos caminhando para um modelo muito mais de coabitação, como acontece, por exemplo, com o vírus influenza", diz o médico.
Um estudo feito em Israel demonstra que a eficácia da terceira dose da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer é de 86% em pessoas com mais de 60 anos, grupo que está recebendo o reforço na imunização desde o fim de julho no país.
A pesquisa, que foi realizada pela Maccabi, empresa que opera no setor de saúde em Israel e que aplica vacinas, indica que apenas 37 das 149.144 pessoas nesta faixa etária que receberam a terceira dose foram infectadas pelo coronavírus. Já entre os que tiveram aplicadas duas doses de imunizantes, foram 1.064 positivos confirmados. A Maccabi comparou os resultados de 149.144 maiores de 60 anos que receberam a terceira dose da vacina da Pfizer, com outros 675.630 que tiveram aplicadas apenas duas, entre janeiro e fevereiro deste ano.
Atualmente, segundo o Ministério da Saúde de Israel, entre os pacientes que estão em estado grave com covid-19 e têm mais de 60 anos de idade, 172 não foram vacinados e 21 foram imunizados.
A Pfizer confirmou que a eficácia da vacina diminui com o tempo, e que uma terceira dose oferece anticorpos neutralizantes significativamente mais altos contra a covid-19, inclusive, contra as variantes beta e delta, que são altamente contagiosas.
O governo de Israel começou a aplicar a terceira dose da vacina no mês passado, em pessoas com comorbidades e já está oferecendo também a quem tem mais de 50 anos e trabalhadores da saúde.
O gabinete nacional de combate à covid-19 debaterá hoje se amplia a faixa etária para os maiores de 40 anos. Até o momento, 1,1 milhão de pessoas receberam a terceira dose em Israel, em uma tentativa das autoridades locais de frear a expansão da variante delta. No entanto, a mesma parcela da população, que representa 11% do total, segue sem se vacinar, o que é considerado o principal obstáculo para acabar com a pandemia.