cientistaA cientista Sarah Gilbert, chefe da equipe que desenvolveu a AstraZeneca, vacina contra covid mais aplicada no mundo e no Brasil, afirmou que idosos com sistema imunológico enfraquecido devem tomar a terceira dose, mas não é necessário dar uma dose de reforço a todos, já que a imunidade entre pessoas totalmente vacinadas está “durando bem”. A declaração foi dada ao jornal britânico Daily Telegraph.

Ela sugere que doses adicionais devem ser direcionadas a países com baixa taxa de imunização, onde não há vacinas suficientes à população. “Precisamos levar vacinas para países onde poucos da população foram vacinados até agora. Temos que fazer melhor a esse respeito. A primeira dose tem maior impacto", afirmou. “À medida em que o vírus se espalha entre as pessoas, ele sofre mutação, se adapta e evolui, como a variante Delta”, disse. “Com esses surtos, queremos impedir isso o mais rápido possível. Vamos olhar para cada situação; os imunossuprimidos e os idosos receberão reforços. Mas não acho que precisamos impulsionar todo mundo. A imunidade está durando bem na maioria das pessoas", acrescentou.

A MHRA (Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde) do Reino Unido aprovou a dose de reforço das vacinas da AstraZeneca e da Pfizer, mas o JCVI (Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização) ainda não se manifestou.

No Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que as doses de reforço para idosos e imunossuprimidos devem começar a ser aplicadas a partir desta quarta-feira (15), quando 100% dos adultos acima de 18 anos devem ter recebido a primeira dose de vacina, embora alguns Estados tenham antecipadao essa data, como São Paulo, que iniciou a aplicação da terceira dose na segunda-feira passada, dia 6.

A indicação do ministério é que essa dose adicional seja realizada com a vacina da Pfizer. Na falta dela, as opções, segundo a pasta, devem ser a AstraZeneca e a Janssen. Em São Paulo, por exemplo, todas as vacinas autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) - além das citadas, inclui-se a CoronaVac - estão sendo oferecidas a esse grupo.

No Reino Unido, a dose de reforço estava prevista para este mês, mas ainda não teve início, segundo o jornal The Guardian. “Iniciaremos o programa de reforço no final de setembro. Estamos apenas aguardando o conselho final da JCVI sobre exatamente quem receberá esse reforço e os critérios exatos para isso", declarou um membro do governo, conforme publicado no jornal.

R7

Foto: John Cairns/Divulgação Universidade de Oxford

O estado do Piauí chegou à marca de 920.300 pessoas com o esquema vacinal completo contra a Covid-19, segundo os dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI).

Para considerar a imunização completa leva-se em conta as pessoas que já tomaram as duas doses dos imunizantes que precisam de reforço (CoronaVac, AstraZenca e Pfizer), ou a dose única da Janssen.

Segundo o sistema, 38,70% da população vacinável está completamente imunizada contra a doença. “Estamos nos aproximando de um milhão de pessoas com o esquema completo para Covid-19, importante para o estado do Piauí, que segue com responsabilidade, e total comprometimento na realização da campanha, seguindo orientações do PNO e isso traz como consequência os números observados nestas últimas semanas quanto à ocupação de leitos de UTI”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto.

No estado também já tomaram a primeira dose 1.953.867 pessoas, o que possibilitou uma cobertura vacinal de 84,23% da população vacinável do estado. Ao todo os municípios piauienses já aplicaram 2.874.167 doses. “A população vacinável levada em conta, pelo Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização, são todos os adultos acima de 18 anos e grupos prioritários (2.378.190). Já o Vacinômetro da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) considera, para contabilizar os dados, os números do DATASUS, estipulados em 3.281.480 milhões”, explica o superintendente de Atenção Primária à Saúde e Municípios, Herlon Guimarães.

Outro dado relevante com relação ao estado, é que o Piauí alcançou a cobertura de primeira dose de mais 60% em todas as faixas etárias acima de 25 anos. Já com relação à segunda dose, 50% do grupo acima de 55 anos já completou o seu esquema vacinal. “Frisamos aqui a necessidade de os municípios ficarem atentos ao retorno de sua população para a segunda dose e ao avanço das faixas etárias em primeira dose. Pois a vacinação é de suma importância para sairmos desta pandemia”, lembra o secretário.

De acordo com os dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), o Piauí também configura entre os três estados do nordeste que mais aplicaram as doses de vacinas, com relação as que receberam. Foram 3.288.741 recebidas e 2.874.167 aplicadas, o que possibilita uma cobertura vacinal de 87,4%. No cenário nacional o estado encontra-se na 9ª posição. “Do relatório da semana passada para esta, nós percebemos um avanço na posição em que o Piauí ocupa. Pulamos da 10ª no ranking nacional para a 9ª e do 4º para o 3ª lugar entre os estado do Nordeste”, enfatiza Herlon Guimarães.

Sesapi

pfizerbiotA Pfizer anunciou nesta sexta-feira (10) a chegada de 1.521.000 doses da vacina contra a covid-19. O voo com os imunizantes pousou por vota das 4h no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Trata-se do 67º lote que será entregue ao Ministério da Saúde.

A fabricante informa que o voo previsto para aterrissar no sábado (11) no mesmo local, com 1.392.300 doses, foi remanejado para às 3h manhã de domingo (12). Com isso, serão quatro voos programados para chegar ao aeroporto de Viracopos no domingo com vacinas da Pfizer. No total, serão entregues 5.181.930 doses do imunizante.

A Pfizer vem entregando ao menos 1 milhão de doses quase diariamente (terça, quarta, sexta e domingo) ao governo federal desde o início de agosto. Além de indicada como primeira opção de aplicação como terceira dose pelo Ministério da Saúde, a vacina é a única autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para aplicação em adolescentes, entre 12 e 17 anos, que já está sendo realizada.

R7

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) está investigando o caso de um homem suspeito de infecção pela variante Delta. O paciente de 72 anos está internado na UTI do Hospital Regional Justino Luz, em Picos, desde o dia quatro de setembro.

De acordo com a coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa, as informações repassadas pelo hospital é que o homem viajou para São Paulo no dia 12 de agosto e retornou a Picos no dia 24 do mesmo mês. “No dia 26 de agosto ele apresentou os primeiros sintomas da doença, porém só procurou o hospital no dia três de setembro, onde se encontra internado na UTI. Sabendo que ele era oriundo de uma cidade que há circulação alta da variante Delta, solicitamos a unidade de saúde amostras para realização do sequenciamento genético”, explica à coordenadora.

A amostra para sequenciamento genético do paciente será enviada para a FioCruz, no Rio de Janeiro, para a detecção de qual cepa o homem foi infectado. “Como ele apresentou uma carga viral abaixo de 25, fizemos a solicitação de sequenciamento para a FioCruz e estamos preparando o material para envio”, disse a coordenadora de Epidemiologia.

O homem de 72 anos realizou a viagem de São Paulo para Picos por meio de um ônibus clandestino, o que está dificultando o rastreio dos demais passageiros, pelas Vigilâncias de Picos e da Sesapi. “Pedimos às pessoas que estavam neste ônibus, que procurem as secretarias de seus municípios, para que possamos fazer o monitoramento de todos os contatos. Nós estamos trabalhando em conjunto com a secretaria de Saúde de Picos, para encontrar a empresa de transporte e tentar localizar o maior número de passageiros possível”, lembra Amélia Costa.

Outra situação que levou ao agravo do quadro de saúde do paciente é o fato dele, mesmo com 72 anos, não ter tomando nenhuma dose das vacinas contra a Covid-19. Ele também é portador de uma doença cardíaca crônica. “Nós já estamos com a vacinação avançada para faixas mais jovens em nosso estado, porém este paciente não tomou a vacina o que agravou seu quadro clínico, além da comorbidade que possuí. Por isso alertamos para a necessidade da vacinação e da continuidade dos demais cuidados, como o uso de máscara, não aglomeração, que estão sendo negligenciados por muitas pessoas”, ressalta Amélia Costa.

Sesapi