O secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, anunciou, nesta quarta-feira (15), o início da distribuição aos municípios das vacinas para imunização de jovens de 12 a 17 anos. As primeiras doses serão destinadas para os adolescentes com deficiência permanente.

Os imunizantes começam a ser enviados, pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), nesta quinta-feira (16), iniciando pela capital Teresina e na sexta-feira (16) seguirão para as demais regionais de saúde. O calendário para este público ficará a cargo de cada município. “Estamos dando o pontapé inicial neste processo de envio das vacinas e começaremos pela capital, por questão de logística. Vamos seguir um cronograma estabelecido pelo Plano Nacional de Imunização para este grupo”, explica o gestor.

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Em nota técnica, o Ministério da Saúde estabeleceu a inclusão de crianças e adolescentes (12 a 17 anos) com ou sem deficiência permanente, comorbidades e os privados de liberdade, bem como as gestantes, as puérperas e as lactantes, com ou sem comorbidade na vacinação contra a Covid-19.

O documento estabelece como prioridades, para a vacinação deste grupo, deficiências permanentes, seguida por comorbidades, gestantes e puérperas, privados de liberdade e por fim a população de 12 a 17 anos sem comorbidades.

“As comorbidades incluídas, bem como as orientações referentes à comprovação das condições prioritárias serão as mesmas já descritas no PNO, para as etapas anteriores de vacinação”, pontua Florentino Neto.

O Piauí pretende vacinar 543.299 adolescentes, público estimado através de dados do Datasus. Nesta primeira remessa serão entregues 30 mil doses da Pfizer-BioNTech, única vacina autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para pessoas com estas idades. “Como responsáveis pelo processo de vacinação, cabe a cada município determinar as datas, de acordo com a oferta de vacinas, para a imunização de sua população jovem. À medida que formos recebendo mais imunizantes, por parte do Ministério da Saúde, repassaremos aos municípios para que os mesmo possam avançar nesta faixa etária”, lembra o secretário da Saúde.

No Piauí, 51 cidades já iniciaram a imunização dos adolescentes, totalizando 8.651 vacinados com a primeira dose, segundo os números do Vacinômetro da Sesapi. “De acordo com o PNO, as cidades que finalizarem a vacinação, em primeira dose, de sua população de 18 a 59 anos, poderiam iniciar a imunização do público de 12 a 17 anos e foi isso que muitas cidades piauienses fizeram. Agora, com essas doses que estamos encaminhando os demais municípios poderão iniciar a imunização deste público”, destaca o secretário.

Junto com as vacinas para os adolescentes, a Coordenação de Imunização da Sesapi, também vai entregar as 85.410 doses de Pfizer-BioNTech, recebidas na última segunda-feira (13), e que são destinadas à população de 18 a 59 anos.

Doses de reforço

O Piauí espera, ainda para esta semana, um novo carregamento de doses de vacinas acompanhado para aplicação da dose de reforço, também chamada de terceira dose. Em nota técnica, o Ministério da Saúde informou que estará encaminhando as doses da Pfzier para este reforço de idosos a partir de 70 anos, que foram vacinados com a CoronaVac.

“Estamos seguindo as orientações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e aguardando o número de vacinas destinadas à primeira fase da aplicação da terceira dose ”, acrescentou o secretário Florentino Neto.

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O secretário de saúde de Floriano, James Rodrigues, visitou na manhã desta quarta-feira (15), a Unidade de Saúde Alfredo de Carvalho onde acontece os atendimentos da especialidade de Endocrinologia pediátrica. Essa é uma das especialidades ofertadas na regulação do município.

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Segundo a médica Juliana Demes, a endocrinologia é a área responsável pelo tratamento de doenças ou transtornos de glândulas endócrinas, as responsáveis por produzirem os hormônios. Na pediatria, o especialista desta área trata de problemas hormonais que podem ocasionar disfunções na fase de crescimento de bebês e crianças.

James Rodrigues, afirma que durante a fase de crescimento da criança, alterações na produção hormonal podem vir a prejudicar o desenvolvimento metabólico do organismo. “O acompanhamento de um endocrinologista pediátrico é fundamental e agora pode ser feito desde o nascimento da criança até o fim da adolescência, mais especificamente até a conclusão da puberdade (por volta dos 20 anos de idade) na rede municipal de saúde.”

Quais os principais problemas atendidos na Endocrinologia?

As doenças que o endócrino pediatra acompanha com mais frequência são: baixa estatura, obesidade, puberdade precoce, diabetes, alterações nos hormônios da tireóide, hipertensão e qualquer doença relacionada a alterações na produção de hormônios e metabolismo dos ossos.

Assim como as doenças apresentadas durante o período neonatal, como hipoglicemia, distúrbios da diferenciação genital e hipotireoidismo congênito (diagnosticado no teste do pezinho).

Alguns sinais e sintomas podem ser avaliados pelos pais, mas principalmente são detectados de forma mais adequada e precocemente pelo pediatra que realiza o acompanhamento da criança.

Dentre dos quais: desaceleração do crescimento, sinais de puberdade antes dos 8 anos em meninas e antes dos 9 anos em meninos, sobrepeso e obesidade, sintomas compatíveis com diabetes tipo I (emagrecimento, aumento da sede e frequência urinária), fraturas ósseas frequentes, entre outros.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou uma nota na qual alerta sobre uma possível relação entre os casos de doença de Half, conhecida como “urina preta”, observados este ano no Brasil, e o consumo de peixes, mariscos e crustáceos sem o selo dos órgãos de inspeção oficiais.

De acordo com a pasta, todos os casos notificados e em investigação estão sendo acompanhados por epidemiologistas do Ministério da Saúde, em cooperação com os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) e o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).

A doença de Haff apresenta como sintomas rigidez muscular frequentemente associada ao aparecimento de urina escura, que resulta de insuficiência renal. Ela se constitui em um tipo de rabdomiólise, nome dado para designar uma síndrome que gera a destruição de fibras musculares esqueléticas e libera elementos de dentro das fibras - como eletrólitos, mioglobinas e proteínas - no sangue.

A nota do Mapa informa que os primeiros sinais e sintomas podem se manifestar nas 24 horas após o consumo de peixe cozido, lagostim e outros frutos do mar contaminados. “A enfermidade é considerada emergente e, por ter origem desconhecida, enquadra-se como evento de saúde pública (ESP), sendo considerada de notificação compulsória”, diz a nota.

Ainda segundo o ministério, os primeiros casos de doença de Half registrados no Brasil foram em 2008, com origem em espécies de água doce como o Pacu (Mylossoma spp), tambaqui (Colossoma macropomum) e pirapitinga (Piaractus brachypomus), bem como em peixes de água salgada, como a arabaiana/olho-de-boi (Seriola spp) e badejo (Mycteroperca spp).

Foram também registrados casos em 2016 e, agora, em 2021. Diante da situação, o Mapa está orientando a população a ficar atenta na hora de comprar pescados, de forma geral. “Peixes, mariscos e crustáceos comercializados devem conter o selo dos órgãos de inspeção oficiais”, alerta o ministério, ao informar que produtos identificados pelo carimbo de inspeção na rotulagem possibilitam a rastreabilidade de sua origem, o que os torna seguros.

A dificuldade para a identificação do material contaminado está no fato de que a toxina causadora não tem gosto nem cheiro específicos, o que torna mais complexa a sua percepção. Nos relatos registrados ao longo dos anos, pessoas acometidas da doença ingeriram diferentes tipos de peixe, como salmão, pacu-manteiga, pirapitinga, tambaqui, e de diversas famílias como Cambaridae e Parastacidae.

“Pesquisas sobre os possíveis agentes causadores estão sendo realizadas pelo LFDA e o IFSC, a partir das amostras coletadas dos alimentos consumidos, bem como de material biológico dos próprios pacientes acometidos. Por ter sido registrada em diversos biomas (rios, lagos, mares etc) e espécies, não é possível, até o momento, determinar, com base nos casos analisados, os ambientes e animais envolvidos”, informa a nota.

De acordo com o Mapa, foram feitas pesquisas de amostras na busca por “moléculas suspeitas”, especialmente de grupos onde é mais provável encontrar toxinas causadoras da doença de Haff. No caso, “moléculas análogas que podem ser produzidas por microalgas tóxicas”.

Agência Brasil

anicorposUm grupo internacional de pesquisadores encontrou, no soro sanguíneo de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2, um conjunto de moléculas normalmente presente em doenças autoimunes e que podem sinalizar a severidade dos quadros de covid-19. O estudo foi publicado na plataforma medRxiv, em artigo ainda sem revisão por pares. Futuramente, os resultados podem servir como subsídio para tratar casos graves da doença ou mesmo para evitar a evolução do quadro clínico.

“Uma série de trabalhos tem mostrado que essas moléculas que promovem doenças autoimunes sistêmicas, conhecidas como autoanticorpos, também aparecem na covid-19. Nós encontramos aqueles associados com pessoas saudáveis e outros cujos níveis aumentam com a gravidade do quadro clínico da covid-19. Foi possível detectar, por exemplo, autoanticorpos contra duas moléculas com níveis aumentados dias antes do paciente precisar de oxigênio. Com isso, esperamos poder prevenir o agravamento dos casos”, explica Otávio Cabral Marques, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e primeiro autor do artigo.

Marques coordena projeto financiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) dedicado a entender como o sistema imune responde à covid-19. O trabalho é assinado por pesquisadores de Brasil, Alemanha, Estados Unidos e Israel.

O grupo analisou o soro sanguíneo de 246 voluntários recrutados em comunidades judaicas de seis estados norte-americanos que não tinham tomado nenhuma vacina. Destes, 169 tiveram resultado positivo de covid-19 em testes de RT-PCR, enquanto os outros 77 testaram negativo e não apresentaram sintomas. O grupo de infectados foi subdividido entre quadros leves, moderados e severos.

Ferramentas computacionais mostraram uma associação entre anticorpos e moléculas do sistema renina-angiotensina que, entre outras funções, produz a proteína ACE2 (enzima conversora de angiotensina 2, na sigla em inglês), à qual o vírus se conecta para infectar a célula humana. Os pesquisadores encontraram ainda anticorpos que tinham como alvo os chamados receptores acoplados às proteínas G (conhecidos pela sigla GPCR), que têm funções relacionadas à inflamação e coagulação, entre outras.

Casos moderados e graves tiveram os maiores níveis de autoanticorpos, enquanto o soro do sangue de pessoas saudáveis e com quadros leves registrou níveis consideravelmente mais baixos.

Potencial terapêutico

Autoanticorpos contra 11 moléculas mostraram-se os mais significantes para definir a gravidade dos casos. Dois deles, conhecidos pelas siglas anti-CXCR3 e anti-AT1R, por exemplo, foram detectados em pacientes que alguns dias após a coleta do sangue para o estudo precisaram de oxigênio suplementar.

CXCR3, contra o qual o primeiro deles é direcionado, é um receptor expresso em linfócitos T ativados, sendo alguns deles células imunes de memória. O receptor controla a migração desses linfócitos para um local com inflamação e ajuda no combate à infecção. AT1R, por sua vez, tem função regulatória no sistema circulatório. O anticorpo que atua contra ele aumenta danos no endotélio, a parte interna dos vasos sanguíneos.

Dentre esses autoanticorpos com maior relação com a gravidade dos casos, os pesquisadores chamam a atenção para a presença do anticorpo contra o receptor conhecido como STAB1. Com função de “lixeiro”, o STAB1 elimina restos de células e outras sobras de danos a tecidos. “Não sabemos ainda a função desse receptor no contexto da covid-19. No entanto, uma vez que ele tem diversas funções relacionadas à homeostase [equilíbrio] tecidual e resolução de inflamação, acreditamos que possa ser relevante para indicar a gravidade da doença”, diz Marques.

Além de trazer mais evidências sobre como a covid-19 pode evoluir para uma doença autoimune sistêmica, os pesquisadores apontam caminhos para terapias capazes de bloquear a ação desses autoanticorpos. Medicamentos inibidores da ACE2 e da AT1R, por exemplo, têm sido testados em casos graves de covid-19. No entanto, ainda sem sucesso. O trabalho tem ainda entre os autores brasileiros Paula Paccielli Freire, que realiza pós-doutorado no ICB-USP com bolsa da Fundação; além de Desirée Rodrigues Plaça (20/11710-2), Gabriela Crispim Baiocchi (20/07972-1) e Dennyson Leandro Mathias da Fonseca (20/16246-2), todos com bolsa FAPESP de doutorado direto.

Agência Fapesp

Foto: REUTERS/Pilar Olivares