A falta de sono é um problema para a saúde de qualquer pessoa, independentemente da idade. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e do centro de pesquisa Barcelonaβeta Brain Research Center, da Espanha, constatou a associação entre dormir menos de sete horas por noite ao risco maior de ocorrência do Alzheimer em pessoas saudáveis, ou seja, sem nenhum comprometimento cognitivo.

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Com base nos dados do Estudo de Coorte Longitudinal do Epad (sigla em inglês de Consórcio Europeu de Prevenção da Demência de Alzheimer), os cientistas avaliaram 1.168 adultos com mais de 50 anos e biomarcadores da doença de Alzheimer no liquor, desempenho cognitivo e qualidade do sono. Com amostras de 332 participantes colhidas na linha de base e após um período médio de 1,5 ano, foi possível avaliar o efeito da qualidade do sono na mudança de biomarcadores da doença de Alzheimer ao longo do tempo. Entre os achados, foi notado um aumento significativo de p-tau e t-tau no liquor — biomarcadores usados para medir o risco de Alzheimer na fase pré-clínica da doença.

Além disso, as análises mostraram que maiores distúrbios do sono estavam associados a uma diminuição no biomarcador Aβ42 ao longo do tempo. Estudos anteriores já haviam detectado que a baixa concentração desse biomarcador está associada a um maior risco de progressão para comprometimento cognitivo leve ou demência, espécie de sinalizador de predisposição à doença.

"O sono é uma oportunidade inexplorada para ajudar a prevenir a doença de Alzheimer e promover a saúde do cérebro. Foram feitos muitos testes, inclusive punções lombares para pesquisa. Seus dados inestimáveis, combinados com os de outros sites na Europa, levaram agora a uma melhor compreensão das ligações entre o sono e a doença de Alzheimer", explicou Liz Coulthard, professora de neurologia da Universidade de Bristol.

Laura Stankeviciute, uma das autoras do estudo, afirmou que as conclusões serão relevantes para o tratamento da doença futuramente.

"Nossos resultados reforçam ainda mais a hipótese de que a interrupção do sono pode representar um fator de risco para o causamento da doença de Alzheimer. Por esse motivo, pesquisas futuras são necessárias para testar a eficácia de práticas preventivas, projetadas para melhorar o sono nos estágios pré-sintomáticos da doença, a fim de reduzir a patologia da doença de Alzheimer", comemorou ela.

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O TikTok é uma rede social popular entre os jovens e é famosa pelos seus desafios que arrastam milhares de perfis e possuem milhões de visualizações, o mais novo deles é o desafio de fumar cotonete.

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O desafio consiste em colocar fogo na ponta de um cotonete e colocar a outra ponta na boca simulando um cigarro e repetir cenas famosas do cinema, mas especialistas alertam para os riscos da “brincadeira” à saúde dos jovens.

O hábito de fumar cotonete é prejudicial pois pode ser desencadeador de uma série de doenças respiratórias graves, como asma, bronquite e bissinose, uma doença comum entre trabalhadores da indústria de algodão, que tem como sintomas febre, dores musculares, fadiga, tosse seca e tremores. Normalmente, os sintomas da bissinose são temporários, mas eles também podem se tornar permanentes se a exposição for contínua, ou se o indivíduo afetado tiver histórico de doenças respiratórias, como alergias ou asma.

A queima do algodão do cotonete produz monóxido de carbono, o que se ingerido pode prejudicar a capacidade de oxigenação do sangue, além de também poder causar uma parada cardiorrespiratória, a queima do plástico também pode liberar substâncias cancerígenas que não são eliminadas pelo organismo e ficam no corpo pelo resto da vida.

Apesar de ser uma prática perigosa para todos os públicos, fumar cotonete é especialmente danoso para pessoas que têm histórico de doenças respiratórias, o que torna os pulmões mais sensíveis às substâncias inaladas durante a prática.

Especialistas alertam os pais para ficarem de olho no tipo de conteúdo consumido pelos filhos, para evitar que eles sejam influenciados por certas “brincadeiras” que podem ser bastante prejudiciais.

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A alimentação tem uma função essencial tanto no momento pré-gestacional quanto durante a gravidez. Por meio de uma dieta certa, a mãe obtém os níveis de nutrientes de que o bebê precisa, atingindo um harmonia hormonal para que ele se desenvolva bem. Quando existe desnutrição materna ou alimentação inadequada, com grandes números de gorduras ruins, carboidratos, alimentos industrializados e farináceos, há risco de aumento da glicemia (quantidade de açúcar no sangue), ocorrendo mudanças no metabolismo, crescimento do risco de diabetes gestacional, de pressão alta na gravidez e do sobrepeso. É essencial o acompanhamento nutricional durante a gravidez, se for possível, que tenha a data inicial antes da gestação para um preparo mais correto ao corpo.

De acordo com os médicos, o importante é ficar em dia com a balança já no planejamento da gravidez. Trata-se de uma chance de adquirir hábitos saudáveis que vão além da alimentação. Incluir exercícios físicos no dia a dia e tentar diminuir o estresse, por exemplo, são medidas que dão um empurrãozinho na fertilidade e devem se estender, não só durante os nove meses, mas para a vida toda.

Apreciar o momento da alimentação, conseguir degustar o alimento, sentir prazer no ato de se alimentar, tudo isso é fundamental no cotidiano de uma gestação. Mas, claro, a premissa de escolher certo o que colocar no prato continua fundamental. Porque, sim, o que e como a grávida interfere na sua saúde e na do bebê, inclusive fora da barriga. Estudos feitos mundialmente, dão conta dessa relação tão delicada. Uma delas, realizada na Dinamarca pelo Danish National Birth Cohort, analisou por volta de 62 mil mulheres em quatro anos, e tiveram a conclusão que a altos níveis de glúten na gravidez pode elevar a chance dos filhos desenvolverem diabetes tipo 1. Na Europa, os casos da doença vêm crescendo de 3% a 4% ao ano, em maior foco entre crianças até 5 anos.

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Um estudo inédito no mundo, realizado por pesquisadores brasileiros, atribui ao consumo de alimentos ultraprocessados pelo menos 57 mil mortes no país em 2019.

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O artigo, publicado nesta segunda-feira (7) na revista científica American Journal of Preventive Medicine, revela que, dos 541,2 mil óbitos de indivíduos entre 30 e 69 anos — a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera morte prematura abaixo de 70 anos —, 10,5% puderam ser associados aos alimentos ultraprocessados.

Em outro recorte comparativo, o de mortes por doenças não transmissíveis evitáveis (cardiovasculares, diabetes, alguns tipos de câncer, entre outras), os pesquisadores verificaram que ocorreram 261 mil, e, dessas, 21,8% tiveram relação com esses alimentos.

Comer mal mata mais que a violência no país. Para ter ideia, o número de mortes violentas em 2021 — homicídios e latrocínios, por exemplo — no Brasil foi de 47,5 mil, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, documento divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os achados servem como alerta, já que o consumo de ultraprocessados cresceu 20% nos últimos dez anos no país, o que representa entre 13% e 21% dos alimentos consumidos pelos brasileiros.

"Buscamos quantificar, mostrar a prioridade pública, que é a questão dos ultraprocessados no Brasil. Isso é uma questão mundial. É muito importante encarar isso como um problema de saúde pública, trabalhar em políticas que favoreçam escolhas saudáveis a partir do padrão alimentar. É isso que vai preservar o que temos de cultura alimentar brasileira", afirma, em entrevista ao R7, o principal autor do estudo, o pesquisador Eduardo Nilson, do Nupens/USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde/Universidade de São Paulo) e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Segundo o especialista, "essa dieta tradicional é muito saudável e não deve ser substituída pelos ultraprocessados, que têm todas as consequências em relação a mortes e são alimentos que também têm um perfil nutricional pior".

A dieta tradicional à que ele se refere é o famoso arroz, feijão, proteína e salada. Entretanto, muita gente tem optado por macarrão instantâneo, lasanha congelada e refeições vendidas como práticas nos supermercados.

Esses alimentos, que incluem refrigerantes, biscoitos, chocolates, sorvetes, bebidas lácteas, entre outros, possuem uma série de aditivos químicos que influencia na obesidade e no desenvolvimento de doenças como diabetes e hipertensão.

Os principais vilões são sódio, gordura e açúcar, mas não são os únicos, lembra Nilson.

"Pensando que os ultraprocessados levam a esse risco de doença e morte, eles vão ser mediados pelo que a gente chama de nutrientes críticos — sódio, gordura e açúcar —, mas não podemos focar só isso, porque, pelo próprio processo de industrialização, eles acabam destruindo a matriz do alimento, pois têm os aditivos alimentares. Tudo isso afeta a absorção de nutrientes, a microbiota intestinal, e causa inflamação", explica. O estudo

Para chegar ao resultado, os pesquisadores no Nupens utilizaram dados recentes da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que abarcam informações sobre a dieta das pessoas. Eles conseguiram filtrar o consumo de ultraprocessados, segundo a classificação NOVA (veja o infográfico abaixo).

"Usamos metodologias de modelagem que são parecidas com o próprio estudo de carga global da doença, no qual você tem um fator de risco e o associa ao desfecho em saúde com o risco relativo que tem na literatura, que é uma evidência robusta, e dados do seu contexto de análise: população, morte e consumo de ultraprocessados. A partir daí, utilizamos esses métodos para ver qual é a fração atribuível: dentro de todos os fatores de risco que afetam o número total de mortes, por exemplo, quanto por cento é especificamente associado ao consumo de ultraprocessados", detalha o pesquisador.

O grupo também estimou que reduzir o consumo de ultraprocessados entre 10% e 50% poderia salvar entre 5.900 e 29,3 mil vidas, respectivamente, a cada ano.

"Se mantivéssemos o consumo que tínhamos havia uma década, seriam 12 mil mortes a menos entre todas aquelas", exemplifica Nilson.

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