Pesquisadores do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), do Ministério da Saúde, estão desenvolvendo pesquisa para implementar no país o uso de curativos biológicos feitos com um tecido da placenta que, normalmente, é descartado após o nascimento dos bebês.

O Into estuda, desde novembro de 2021, a captação e o preparo da membrana amniótica para a produção de curativos que podem agilizar a cicatrização de ferimentos graves. Em entrevista à Agência Brasil, a cirurgiã plástica e responsável técnica pelo Banco de Pele do Instituto, Sandra Baião, informou que, no momento, a pesquisa se encontra na fase de testes. Ao todo, foram coletadas 20 placentas, resultantes de parceria com a Maternidade Carmela Dutra, unidade da rede municipal de saúde do Rio de Janeiro. Em média, cada placenta resulta em seis curativos. “A gente já fez a coleta de algumas placentas e todo o trabalho de preparo dessas placentas, para avaliar o resultado. São feitos alguns testes em relação à segurança para utilização desse material”, explicou.

O projeto prevê uma segunda fase, em que os curativos começarão a ser utilizados nos pacientes do Into. Para tanto, será coletada uma nova leva de placentas na maternidade parceira.

“Nesse momento, a gente ainda não iniciou essa utilização. Estamos ainda na primeira fase de avaliação do curativo biológico à base de placenta, em relação à qualidade e à segurança biológica, para depois utilizá-lo em pacientes”, disse Sandra Baião. Ela estima que a segunda etapa deverá ser iniciada ainda neste ano.

Regulamentação

Embora o uso da membrana amniótica no tratamento de alguns tipos de ferimento já seja fato em países como os Estados Unidos, a Alemanha e a França, o projeto ainda se acha em processo de regulamentação no Brasil. “Ainda não é regulamentando como tratamento no Brasil. Ainda é experimental e está em vias de regulamentação”, disse a pesquisadora. A médica acredita que a pesquisa do Into possa contribuir para acelerar esse processo. “Embora a gente tenha referências internacionais, queremos avaliar a aplicabilidade disso na nossa população, no caso, no perfil específico de brasileiros com feridas de difícil cicatrização. A gente acredita que isso vai contribuir bastante para agilizar o processo de regulamentação.”

Sandra Baião advertiu, porém, que não é qualquer ferida que poderá receber curativo à base de placenta. Trata-se de ferimentos específicos, que tenham algumas características que dificultem a cicatrização. Nesses casos, o uso da membrana amniótica pode ajudar a acelerar esse processo e, com isso, diminuir, muitas vezes, o tempo de hospitalização do paciente, o tempo de reabilitação, para que ele possa voltar às atividades que tinha antes de sofrer o ferimento.

Captação

Para captar as placentas, a equipe do Banco Multitecidos do Into vai à maternidade, apresenta-se às mães e explica em que consiste o estudo, a fim de obter autorização para realizar o procedimento.

Sandra Baião disse que a coleta não interfere em nada no andamento do parto. “A gente espera o nascimento do bebê. Quando a placenta é retirada pelo obstetra, em vez de ela ser dispensada, é feita a coleta de forma estéril e levada para o Into.”

No Banco de Multitecidos do instituto, faz-se o preparo da placenta para transformar a parte da membrana amniótica em curativos biológicos. Ao final de cinco dias, o tecido recebe um formato retangular e é armazenado em embalagens que vão para refrigeração, possibilitando a conservação do curativo.

A médica responsável pela pesquisa esclareceu que a membrana amniótica retirada da placenta é transparente, diferente da pele do peixe tilápia, por exemplo, que é usada em queimaduras. “A membrana amniótica, uma vez retirada do restante da placenta, é completamente transparente. Ela tem aspecto diferente e propriedades também diversas da pele da tilápia em relação à cicatrização.” Estudo

Em paralelo à pesquisa do Into, há a programação de um estudo multicêntrico maior, que vai envolver outros bancos de tecidos, no caso, bancos de pele, mas que depende da regulamentação para ser iniciado. Esse estudo envolverá, além do Banco de Multitecidos do Into, os bancos de pele da Santa Casa de Porto Alegre; do Hospital Universitário Evangélico, de Curitiba; e do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (USP), que também trabalham com membrana amniótica.

O objetivo é utilizar a membrana em áreas onde há a retirada de pele para enxerto, como as coxas, e em pacientes que sofreram queimaduras.

Agência Brasil

Com o público-alvo de mais de um milhão de pessoas no Piauí, inicia nesta segunda-feira (10) a 25ª Campanha Nacional de Vacinação contra a influenza. A meta é vacinar 90% dos grupos prioritários. Atenta a esta necessidade, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) chama a população piauiense para receber a sua dose do imunizante.

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A Coordenação de Imunização da Sesapi já realizou a distribuição de 324.877 mil doses aos municípios, que são os responsáveis pela vacinação. Novos repasses estão previstos ao longo das próximas semanas, mediante a disponibilidade de novas doses pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.

“Iniciamos no dia 10 de abril e vamos até o dia 31 de maio, conforme cronograma estabelecido pelo PNI, a campanha de vacinação contra a Influenza, e chamamos o público-alvo dessa vacina para comparecer aos postos de saúde de seus municípios para receber a vacina. A vacinação contra a influenza é uma das medidas de prevenção para proteger contra a doença, suas complicações, além de contribuir para a redução da circulação viral na população, especialmente nos indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco”, destaca Ester Miranda, Gerente de Vigilância em Saúde da Sesapi.

Cada município é responsável por sua programação de vacinação, no entanto, o Ministério da Saúde estabeleceu os grupos prioritários para receber a vacina, que são: crianças de 06 meses a 06 anos,trabalhadores de saúde, gestantes, puérperas, professores, povos indígenas, idosos, a partir de 60 anos de idade, profissionais da força e segurança, profissionais das Forças Armadas, portadores de doenças crônicas, caminhoneiros, trabalhadores do transporte coletivo rodoviário e população privada de liberdade.

No estado do Piauí, 1.188.821 pessoas fazem parte desse público. No próximo dia 20 de maio o Piauí realiza o “Dia D” de vacinação contra a Influenza. A iniciativa objetiva mobilizar municípios para ampliar a cobertura vacinal da dose contra a gripe e do reforço bivalente da Covid-19 em todo o território.

“Ainda no mês de março o Piauí lançou o programa Saúde em Dia, que tem como um dos pilares atualizar a caderneta de vacina dos piauienses, por isso, pedimos a colaboração do nosso povo, para que possam procurar os postos de saúde e tomar os imunizantes necessários para a sua proteção, com por exemplo, o reforço com a vacina bivalente para a proteção contra a Covid-19”, lembra Ester Miranda.

Sesapi

A campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira (10) em todo o Brasil. O objetivo do Ministério da Saúde neste ano é imunizar 81,7 milhões de pessoas que fazem parte dos grupos prioritários e estão aptas a receber a vacina no SUS.

vacina

A vacinação foi antecipada na região Norte, onde começou em março, devido ao período de chuva e aumento dos casos de influenza a partir de abril.

Com a aproximação do inverno no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, é esperado também um crescimento do número de infecções pelo vírus da gripe, daí a importância da vacinação neste momento.

Podem se vacinar nos postos de saúde indivíduos que se encaixem nos seguintes grupos:

  • pessoas com mais de 60 anos;
  • crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias);
  • gestantes e puérperas;
  • pessoas com deficiência;
  • pessoas com comorbidades;
  • povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
  • trabalhadores da saúde;
  • integrantes das Forças Armadas;
  • profissionais das forças de segurança e salvamento;
  • caminhoneiros;
  • professores;
  • profissionais de transporte coletivo;
  • profissionais portuários;
  • profissionais do sistema de privação de liberdade;
  • população privada de liberdade;
  • adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas.

Em relação aos bebês e crianças, o ministério diz que aqueles que já receberam pelo menos uma dose nos anos anteriores devem tomar somente uma injeção neste ano.

Para crianças indígenas ou com comorbidades, é possível a vacinação até 9 anos incompletos.

Crianças que serão vacinadas pela primeira vez devem tomar o esquema de duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas.

No informe técnico da vacinação, a pasta ressalta que os grupos prioritários são "atores sociais importantes no processo de prevenção e controle da influenza".

A meta do governo é vacinar 90% de cada um desses grupos, mas é algo que tem sido difícil de atingir nos últimos anos. Em 2022, a cobertura média para todos eles foi de 68,1%.

A sobra de vacinas em muitos locais faz com que os municípios as ofereçam para quem não faz parte dos grupos prioritários, o que normalmente ocorre na metade do ano.

Até lá, quem não faz parte do público-alvo e deseja se vacinar deve fazê-lo na rede privada.

Para o pediatra infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), a percepção de risco sobre a gripe é o que influencia na adesão à vacina anualmente.

"Em geral, como a maioria das temporadas não é tão grave, na maior parte das vezes atingir a cobertura vacinal não é tão fácil. [...] O grande desafio é conseguir comunicação e convencimento da população a se vacinar, mesmo com essa percepção de risco baixa. Para todas as vacinas é assim. Com a gripe não é diferente", explica.

Porém, o médico lembra que já houve anos, como 2016, em que o grande número de hospitalizações por gripe levou a uma corrida aos postos de saúde de pessoas em busca da vacina.

"Aí você tem busca exagerada por vacinas, a campanha é concretizada em quatro, seis semanas. As clínicas privadas vendem muitas vacinas, filas nas portas..."

Anualmente, a vacina contra a gripe é atualizada, conforme orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para incluir as cepas do vírus influenza que devem predominar na estação.

Neste ano, o imunizante trivalente produzido pelo Instituto Butantan oferece proteção contra duas cepas de influenza A – A/Sydney/5/2021 (H1N1) pdm09 e A/Darwin/9/2021 (H3N2 – e outra de influenza B – B/Áustria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria).

"A vacina influenza pode ser administrada na mesma ocasião de outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação e também com outros medicamentos, procedendo-se às administrações com seringas e agulhas diferentes em locais anatômicos distintos", salienta o Ministério da Saúde.

Quem precisar tomar também a vacina contra a Covid-19 ou outra pode fazê-lo no mesmo dia.

Indivíduos com alergia grave a ovo devem receber a vacina sob supervisão médica. Quem estiver com sintomas de Covid-19 ou febre deve esperar a melhora do quadro para se vacinar. Risco

A gripe continua a ser uma doença que preocupa em todo o mundo, principalmente quando ela afeta pessoas mais vulneráveis, como idosos, crianças e indivíduos que tenham o sistema imunológico comprometido por doenças ou tratamentos de saúde.

Em 2022, o Ministério da Saúde contabilizou mais de 10,5 mil internações por síndrome respiratória aguda grave causada pelo vírus influenza. No mesmo período, 1.348 óbitos por complicação respiratória foram associados à gripe.

Os idosos são os mais vulneráveis, segundo os dados do governo, representando quase metade de todos os registros de influenza no ano passado. Ainda assim, a cobertura vacinal desse grupo ficou em torno de 70% em 2022.

"Tradicionalmente, quase na média de todos os últimos anos, de 70% a 75% dos óbitos por influenza que temos no país ocorrem nesses grupos elegíveis para a vacinação", alerta Kfouri. Gripe

Os quadros de gripe têm início subitamente e se manifestam com sintomas como febre, calafrios, dores no corpo e de cabeça, tosse, coriza, dor de garganta e mal-estar geral.

Segundo o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento, "a maioria dos sintomas melhora depois de dois ou três dias. No entanto, às vezes a febre pode durar até cinco dias. Os sintomas de tosse, fraqueza, suores e cansaço prolongam-se durante vários dias ou ocasionalmente semanas".

"Em algumas circunstâncias, principalmente nos grupos de maior risco, a doença pode evoluir para complicações respiratórias — a exemplo da pneumonia viral ou bacteriana —, levar à descompensação da doença de base, no caso de pessoas com condições crônicas, e até mesmo ao óbito. Além da saúde individual e coletiva, estudos realizados nos Estados Unidos demonstram que a gripe causa prejuízos econômicos na casa dos bilhões de dólares anuais, não apenas pelos custos com hospitalização, mas pela perda de vidas e a queda de produtividade devido à falta ao trabalho", afirma em nota a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

A vacinação é a melhor forma de prevenir o agravamento. Ainda assim, algumas pessoas com a saúde mais fragilizada podem precisar tomar antiviral. O oseltamivir (Tamiflu) está disponível no SUS mediante prescrição médica.

É importante ficar atento aos sinais de complicação da gripe, como falta de ar e persistência da febre, que podem indicar um quadro de pneumonia, o que requer atendimento médico imediato.

R7

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Começa na próxima segunda-feira (10) em todo o Brasil a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza. Segundo o Ministério da Saúde, 81,7 milhões de pessoas que fazem parte dos grupos prioritários poderão se vacinar no SUS.

A região Norte do Brasil já havia começado a aplicação das doses no último dia 25, devido à sazonalidade da gripe naqueles estados.

As cerca de 40 mil salas de vacinação vão oferecer a vacina para os seguintes grupos:

  • Pessoas com mais de 60 anos;
  • adolescentes em medidas socioeducativas;
  • caminhoneiros e caminhoneiras;
  • crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias);
  • forças armadas;
  • forças de segurança e salvamento;
  • gestantes e puérperas;
  • pessoas com deficiência;
  • pessoas com comorbidades;
  • população privada de liberdade;
  • povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
  • professoras e professores;
  • profissionais de transporte coletivo;
  • profissionais portuários;
  • profissionais do sistema de privação de liberdade;
  • trabalhadoras e trabalhadores da saúde.

Em relação aos bebês e crianças, o ministério diz que aquelas que já receberam pelo menos uma dose nos anos anteriores, devem tomar somente uma injeção neste ano.

Para crianças indígenas ou com comorbidades, é possível a vacinação até 9 anos incompletos.

Crianças que serão vacinadas pela primeira vez devem tomar o esquema de duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas.

A meta do governo é imunizar pelo menos 90% do público de cada um dos grupos listados acima. No ano passado, a cobertura vacinal total foi de 68,1%.

Todos que fizerem parte do público-alvo devem levar comprovações aos postos de saúde. Nos grupos de idade, por exemplo, basta o documento de identificação.

As gestantes podem simplesmente afirmar seu estado de gravidez, segundo o ministério. Já as puérperas precisam levar documento que comprove o puerpério, como certidão de nascimento do bebê, cartão da gestante ou documento do hospital onde ocorreu o parto, por exemplo.

Para categorias como professores, forças armadas, entre outros, é necessário apresentar documento que comprove sua vinculação ativa com o serviço.

Pessoas que não fazem parte do público-alvo devem buscar a vacina na rede privada. Nas campanhas anteriores, alguns estados e municípios liberaram na metade do ano os imunizantes para o público geral devido à baixa procura dos grupos prioritários.

A vacina aplicada pelo SUS, produzida pelo Instituto Butantan, é trivalente, ou seja, protege contra três cepas do vírus influenza que tendem a circular mais durante este outono e no inverno.

As cepas contidas na vacina são:

  • A/Sydney/5/2021 (H1N1)pdm09 b;
  • A/Darwin/9/2021 (H3N2) c;
  • B/Áustria/02/1359417/2021 (linhagem B/Victoria).

O Ministério da Saúde salienta, em informe técnico, que "a vacina influenza pode ser administrada na mesma ocasião de outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação e também com outros medicamentos, procedendo-se às administrações com seringas e agulhas diferentes em locais anatômicos distintos".

Demora de duas a três semanas para que os anticorpos contra a gripe produzidos a partir da vacinação comecem a garantir alguma proteção. O pico máximo deles ocorre de quatro a seis semanas após tomar a vacina.

A vacinação contra a gripe é fundamental para evitar o agravamento de casos, especialmente entre pessoas dos grupos prioritários, como idosos e crianças, que têm mais chances de desenvolver quadros graves.

Em 2022, o Ministério da Saúde contabilizou mais de 10,5 mil internações por síndrome respiratória aguda grave causadas pelo vírus influenza. No mesmo período, 1.348 óbitos por complicação respiratória foram associados à gripe.

R7